1. “E VI outro anjo forte, que descia do
céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava no arco celeste, e o
seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo”.
I. “...vi outro anjo”. A começar por Ap 4.1, o autor sagrado passou a escrever e a
falar como se estivesse no céu, contemplando os acontecimentos como se
estivesse ali. Agora ele se acha de volta a terra, porquanto viu o “anjo forte,
que descia do céu”. O leitor deve observar que, entre a sexta e a sétima
trombetas temos um parêntese impressionante na secção tópica, na qual João viu:
o anjo forte, o livrinho, uma cana semelhante a uma vara, as duas testemunhas e
o terremoto. Observando que os paralelos literários têm tais descrições acerca
ou de Deus ou do Filho do Homem, muitos crêem que somente Cristo pode estar em
foco nesta visão. Outros eruditos opinam porém, que a pessoa desta visão não
seja o Cristo. O anjo forte é visto em plena “tribulação” e não há qualquer
evidência (segundo eles) de que Cristo descerá a “terra” nesse período. Verdade
é que, a palavra “outro anjo” – que aparece nas seguintes passagens (7.2;
8.3-5; 10.1; 14.15, 17; 18.1). É ele simplesmente outro anjo ou é alguém
especial? Sempre que se usa a frase “outro anjo”, no Apocalipse, especialmente
nas passagens citadas, usa-se a palavra grega allos – outro da mesma espécie.
Muitos expositores acreditam que a expressão, implica a presença de Cristo ou
de Deus em forma Angélica. Para nós este anjo é o Senhor. Antes da abertura de
sétimo selo, Ele aparece na sua dignidade sacerdotal (8.3) agora, antes do
toque da sétima trombeta, aparece da mesma forma, como “anjo forte”.
1. Vestido de uma nuvem. “Observe o aspecto
deste personagem augusto. A claridade do sol brilha em suas feições, e toda a
ira do fogo queima em seus pés. Veja o seu vestido! Sua veste é composta de
nuvens, e a cortina do céu flutua sobre seus ombros. O arco-íris serve-lhe de
diadema, e o que circunda o céu num circulo glorioso é ornamento de sua cabeça.
Contemple sua altitude! Um pé está sobre o oceano e o outro descansa sobre a terra.
A terra larga e extensa e o mundo das águas sevem de pedestais destas colunas
poderosas. Considere sua ação!...”.
2. O arco celeste. A luz que rebrilhava de
seu ser formava um “arco-íris”. Já tivemos ocasião focalizar sobre o símbolo do
“arco-íris” em notas expositivas em Ap 4.3. Supomos que isso continua a
simbolizar a “esperança”, tal como o arco-íris, quando do término do dilúvio,
indicou o fim do castigo universal por meio da água. Essa descrição do
arco-íris segue a regra que quando Cristo é mencionado, alguma frase especial
sempre está em foco. Aqui, entretanto, é acrescentado o arco-íris, que é o
sinal do propósito divino de redimir e não de destruir o mundo e a raça humana.
3. O seu rosto era como o sol. Assim também,
está declarado em Ap 1.16; ali é dito que a “fisionomia” de Cristo era
brilhante “...como o sol, quando na sua força resplandece”. O Dr. R. N.
Champrin, Ph, D. diz que isso significa: “poder, majestade e glória são assim
simbolizados. O sol também é o doador da vida, mediante sua luz e calor. Cristo
é a “luz do mundo”; e também comparado ao “sol da justiça” (Ml 4.2)”.
4. Seus pés como colunas de fogo. A
expressão “pés como colunas de fogo” foi tirada do texto grego de
(Nestlé-Marshaall). Poucas versões registram” pernas como colunas de fogo”.
Tendo em vista, provavelmente, o aspecto, o aspecto de “colunas”. De qualquer
forma, as idéias se completam no conjunto: perna e pé. O autor sagrado tem em
mente a firmeza de Cristo ao aludir seus pés ou pernas como colunas. Os trechos
de Ez 1.7 e Dn 12.7; são paralelos da passagem em foco. Em Ap 1.15, Cristo é
descrito como quem tem “pés como latão reluzente”, e quase exatamente o mesmo
sentido está contido aqui.
2. “E tinha na sua mão um livrinho, e pôs
o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra”.
I. “...um livrinho aberto”. Tal como diz em Ap 5.1, 7. A mão do anjo na qual estava o
livrinho, provavelmente, era a “direita” conforme se depreende de Dn 12.7 e o
contexto do quinto versículo desta secção. Devemos observar que os livros que
trazem mensagens no apocalipse são primeiramente vistos na mão de Deus Pai
(5.1); depois passam para a mão de Cristo (5.7); depois, para a mão de um anjo
(cf. 1.1 e 22.16); e finalmente, para a mão de João (10.10).
1. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o
esquerdo sobre a terra. “O pé direito de Cristo está sobre o mar, e o esquerdo
sobre a terra (10.2). Nesta figura audaz e gráfica que João nos dá do anjo
forte, ele é apresentado como uma figura colossal com um pé na terra e o outro
no mar. Como Senhor da criação, ele domina a cena por completo”. Três vezes
o anjo forte é retratado como estando de pé sobre o mar e a terra (10.2, 5, 8),
e esta repetição denota a ênfase divina. À Besta que tinha dois chifres se
levantará da terra (13.11 e ss): a Besta com sete cabeças e dez chifres se
levantará do mar (13.1e ss). Isso significa apenas poder parcial, em contraste
com a pessoa de Cristo, pois sua mão divina alcança todos os limites do
universo (cf. Mt 28.18). Seus pés sobre o mar e terra, significa domínio total
de toda região (Dt 11.24; Js 1.3; Sl 8.6). Ele é Senhor do mar e da terra; é
capaz de por-se de pé sobre uma vasta área; a mensagem que Ele traz alcançará
toda a humanidade. Nada haverá de provincial ou localidade nesta mensagem que
não seja atingida. O imenso domínio desse anjo aumenta com a descrição de sua
“majestade” e “poder”.
3. “E clamou com grande voz, como quando
brama o leão: e havendo clamado, os sete trovoes fizeram soar as suas vozes”.
I. “...clamou com grande voz”. Já tivemos ocasião de falar sobre ‘grande voz” em Ap 1.15b e
alhures. Em alguns lugares ela indica uma proclamação em voz forte, clara,
poderosa e compreensiva, que necessariamente chama a nossa atenção e exige algo
de nós. Isso pode ser comparado com o versículo 15 do primeiro capítulo: a voz
de muitas águas; capítulo 5.2 (outra voz forte como a do presente texto);
capítulo 6.10; 8.13 e várias outras passagens. O termo “voz”, associado a
visões diversas, aparece 46 vezes no Apocalipse (ver notas expositivas sobre
isso em 1.15b. p.2)
1. Os sete trovoes. Os trovoes não foram
proferidos pelo anjo forte, porque suas vozes seguiam o seu clamor. No texto em
foco, os sete trovoes fizeram ecoar suas vozes como se fosse um eco retumbante
de “améns” ao brado do anjo forte. Para alguns expositores do Apocalipse o
simbolismo dos sete trovoes provavelmente depende literalmente do trecho do sl
29.3-9. Ali é descrito a voz de Deus, em sete aspectos, semelhante a trovão, a
qual fala de vários “eventos estremecedores”. Por causa do artigo definido “os”
e do número “sete”, as vozes dos sete trovoes têm sido interpretadas, como uma
totalidade de vozes, a saber: (a) “A voz do Senhor ouve-se sobre as águas...”.
V. 3; (b) “A voz do Senhor é poderosa...”. V. 4; (c) “A voz do Senhor é cheia
de majestade...”. V. 4; (d) “A voz do Senhor quebra os cedros...”. V. 5; (e) “A
voz do Senhor separa as labaredas do fogo...”. V. 7; (f) “A voz do Senhor faz
tremer o deserto...”. V. 8; (g) “A voz do Senhor faz parir as cervas...”. V. 9.
(Ver notas expositivas sobre isso no v. seguinte).
4. “E, sendo ouvidas dos sete trovões as
suas vozes, eu ia escreve-las, e ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que
os sete trovões falaram, e não o escrevas”.
I. “...Sela o que os sete trovões falaram”. O Apóstolo João entendeu muito bem o sentido da voz dos sete
trovões, porém a exemplo de Paulo, lhe foi vedado escrever ou revelar a
mensagem (cf. 2Co 12.4). O Trovão é símbolo de aviso, tanto neste livro como
fora dele. Em outras passagens preliminares em que ocorrem trovões (8.5) e
11.19 e 16.18), são anúncios prévios de juízos da ira divina, o que
provavelmente, se dá aqui também. No Apocalipse o trovão do hebraico
“estrondar”. Ocorre 10 vezes neste livro.
1. Os intérpretes históricos fazem suas
interpretações neste ponto, a despeito do fato que a voz dos trovões foi
“selada”. A noção mais comum entre eles é que os sete trovões falam sobre as
“sete cruzadas cristãs”, que teriam por finalidade liberta a Terra Santa do
domínio pagão. Cremos que essa forma de interpretação está dentro da lógica
formal, mas não se coaduna com o argumento principal. O trovão no mundo antigo,
era tido como uma “voz divina” de advertência. A voz de Deus, em muitos casos,
se fazia ouvir como se fora um trovão: alguns compreenderiam o seu sentido, e
outros não, tal qual temos em Jo 12.28-29. Observamos que os trovões neste
livro do Apocalipse marcam o início e o fim de algum juízo (8.1, 5). Portanto,
enquanto esses trovões são sete ou anunciam sete juízo separados, embora
indefinidos (os quais sobrevirão durante o tempo da Grande Tribulação), eles
introduzem o juízo da sétima trombeta (11.15). Novamente, quando do juízo da
“sétima taça”, haverá trovões (16. e vs. 17, 18). Tal como no caso da
identificação dos “trovões”, cremos que também é inútil especular por que essa
visão não foi desvendada. O futuro haverá de deixar tudo claro.
5. “E o anjo que vi estar sobre o mar e
sobre a terra levantou a sua mão ao céu”.
I. “...levantou a sua mão ao céu”. Esta passagem é paralela à de Daniel (12.7), onde o “homem
vestido de linho, que estava sobre as águas do rio... levantou a sua mão
direita, e a sua mão esquerda ao céu, e jurou por aquele que vive
eternamente...” Em razão deste juramento, feito pelo anjo do pequeno livro,
alguns expositores acham que não seja o Cristo que está em foco nesta secção.
Invocam para tal forma de interpretação Hebreus 6.13, que diz: “...quando Deus
fez a promessa a Abraão, como tinha outro maior por quem jurasse, jurou por SI
mesmo”; E, conseqüentemente, Jesus sendo Deus (defendem eles), não podia
jurar por outro, como fez o anjo do presente capítulo. Nosso ponto de vista
nesta passagem é: Jesus levantando sua mão ao céu e jurando em nome do Pai,
simplesmente: “jurou por SI mesmo” (cf. Jo 14.10, 11, 28). Portanto, isso
diminui sua autoridade divina de ser igual a Deus e, sim de honrá-lo. A fim de
proferir um juramento, como era costumeiro, talvez mostrando o “livrinho” que
trazia na mão direita, levantou-se ao “céu”, lugar da habitação de Deus,
chamando-O por testemunha
1. “A mão está levantada para a altura das
estrelas; ele fala, e as regiões do firmamento ecoam com acentos poderosos
assim como o deserto à meia-noite ressoa com o rugir do leão. A artilharia do
céu é descarregada como sinal; um troar de sete trovoes espalha o alarme e prepara
o universo para receber suas ordens. Para completar o quadro, e dar a mais
elevada grandeza e também maior solenidade à representação, do significado do
pensamento, ele jura por aquele que vive para todo o sempre”.
6. “E jurou por aquele que vive para todo
o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nele há, e o
mar e o que nele há, que não haveria mais demora”.
I. “...aquele que vive para todo o sempre”. A eternidade de Deus é incluída no juramento do elevado
poder angelical. Se define eternidade quanto aquilo que é infinito quanto ao
tempo. O termo quando aplicado a respeito da pessoa de Deus, se refere a sua
auto-existência, não conhecendo limites de anos ou de tempos passados,
presentes ou futuros. Ele é duma eternidade a outra. “É duração, sem princípio
nem fim; existência, sem limites ou dimensões, em qualquer tempo, sem passado
ou futuro. Sua eternidade é juventude sem infância ou velhice; vida sem
nascimento ou morte; é hoje, sem ontem ou amanhã”. A eternidade de Deus, é sem dúvida
alguma, um sempiterno presente, ligando o hoje do tempo como se fosse o amanhã
da eternidade. O Deus da Bíblia é o único que é absolutamente eterno, pois Sua
existência não conhece princípio ou fim. Nesse sentido, a eternidade é um
atributo peculiarmente Seu, e, no trono que permanecerá para todo o sempre. Ele
há de permanecer para sempre em majestoso isolamento. Não há outro ser
semelhante a Deus! Deus Filho também há de permanecer!.
7. “Mas nos dias da voz do sétimo anjo,
quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como
anunciou aos profetas, seus servos”.
(VER O CONTEXTO DESTE VERSÍCULO EM APOCALIPSE 11.15, QUE DIZ: “E tocou o
sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grande vozes, que diziam: Os reinos
do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo...”).
I. “...O segredo de Deus”. O Dr. Young define a palavra “mistério” como o que é somente
do iniciado. Todos os espiritualmente iniciados podem compreender muitos
mistérios das Escrituras (cf. 1Co 13.9-12). Usado exclusivamente no Novo
Testamento (cerca de 27 vezes), João emprega a palavra quatro vezes:
1. (a) O mistério das sete estrelas. Ap
1.20; (b) O mistério de Deus. Ap 10.7; (c) O mistério da grande Babilônia. Ap
17.5; (d) O mistério da Mulher. Ap 17.7. E além dos mistérios já abordados,
temos, por exemplo: o mistério da Igreja (Ef 3.3); há o “mistério” da Redenção
de Cristo, mediante a sua presença em nós (Cl 1.26). O “mistério” do presente
texto é sem dúvida o que Paulo falou em Efésios (1.10), onde o grande desejo de
Deus é “...congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos
tempos, tantas as que estão nos céus como as que estão na terra”. É,
evidentemente, o estabelecimento do reino milenial de Cristo sobre a terra com
poder e grande glória (cf. Ap 11.15 e ss).
8. “E a voz que eu do céu tinha ouvido
tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livrinho aberto da mão do anjo
que está em pé sobre o mar e sobre a terra”.
I. “...toma o livrinho aberto”. A palavra “mar” literal ou figurada, ocorre cerca de 25
vezes no Apocalipse (4.6; 5.13; 7.1, 2; 8.8 (duas vezes), 9; 10.2, 5, 6, 8;
12.12; 13.1; 14.7; 15.2 (duas vezes); 18.17, 21; 20.8, 13; 21.1). Mas, nesta
secção, o que chama a nossa atenção é a palavra “mar” citada antes da palavra
“terra”, em lugar do habitual feito neste livro (cf. 7.1-3; 12.12; 13.11; 14.7;
21.1). É impossível interpretação satisfatória a todos nesta passagem; mas no
sentido figurado, o “mar” citado em 13.1, é tomado como a parte primordial do
mundo da Besta, enquanto que “terra” no versículo 11 do mesmo capítulo, indica
a Palestina ou a Terra Santa. Assim, pois, ter o anjo colocado em primeiro
lugar o seu pé sobre o mar, significa: o controle total do filho de Deus, sobre
qualquer avanço das forças do mal, no mundo da Besta. Este versículo faz-nos
retornar diretamente à cena de Ezequiel 2.1 e 3.3, que é uma passagem paralela
à que esta em foco. As predições deste profeta, tal como o livro do Apocalipse,
contém muitos itens lamentáveis de condenação, tragédia e ameaças para uma geração
futura. No livro de Ezequiel, porém, é dito somente que o livro era doce, mas
que a mensagem ali contida era amarga.
9. “E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o
livrinho, e ele disse-me: Toma-o, e come-o, e ele fará amargo o teu vente, mas
na tua boca será doce como mel”.
I. “...fará amargo o teu vente”. “Várias vezes nas Escrituras, a Palavra de Deus é comparada
com alimento que deve ser assimilado. Portanto, o sentido inerente do texto,
deve ser o mesmo sentido das palavras de Jesus em Jó 6.51-56, onde a “carne do
Filho do homem” é comida, e seu “sangue” é bebida, que conforme se depreende do
versículo 35, significa no pensamento de Jesus: Tomar posse da vida eterna.
Ezequiel, como João, experimentou uma profecia doce-amarga (Ez 2.8 e 3.1-3). Da
mesma forma, o profeta Jeremias teve de consumir a palavra da revelação divina
(Jr 15.16)”. Para João, o comer, significa tomar posse da mensagem profética e
transmiti-la de acordo com a vontade diretiva de Deus (cf. Jr 15.16; Ez 3.4; Ap
10.11). Notemos que primeiro o anjo disse: “...ele fará amargo o teu vente”. E
no versículo 10 João diz primeiramente: “...na minha boca era doce como mel”.
Parece a ordem lógica: o anjo, ao entregar o livrinho, preveniu-o do amargo,
para evitar a João a frustração após a doçura do mel.
10. “E tomei o livrinho da mão do anjo, e
comi-o; e na minha boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu vente
ficou amargo”.
I. “...tomei o livrinho”. Ele não deve ser interpretado como sendo o mesmo do capítulo
5: o livro selado (ainda que esteja já aberto como no v. 8); mas pode ser a
continuação do mesmo M. S. S. Novah diz o que segue: “O Antigo Testamento foi
escrito em hebraico e aramaico e essas línguas não poderiam ter uma palavra
significando livro como entendemos atualmente...”. O vocábulo foi usado pela
primeira vez por S. Crisóstomo no 4º século, embora se tenha também notícia
que, o uso mais antigo de TA BIBLIA (‘os livros’) pelos cristãos, com esse
sentido, segundo se diz, foi iniciado EM 2 Clemente 14.2 (c. de 150 d.C.) Onde
lê-se as seguinte frases: “...os livros e os Apóstolos declaram que a Igreja
Primitiva tem existido desde o principio”. Dispunham, entretanto, das palavras
significando “escritura” e “rolo”. João, escrevendo em grego, usou a palavra
“biblos’ (de onde se origina “bíblia’’ e “biblioteca”), que veio a indicar o
livro em sua forma moderna. Este do presente capítulo é retratado pelo anjo
como sendo “pequeno”, embora sua mensagem fosse grande como o universo todo.
11. “E ele disse-me: Importa que
profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis”.
I. “...importa que profetizes outra vez”. Nada é dito sobre o pequeno rolo – o livrinho aberto.
Expositores renomados pensam tratar-se do livro por excelência aberto a todos
os “povos, e nações, e línguas e reis”: A Bíblia. Talvez essa, a pequena parte
entregue a João, profetizando a todos os povos e cuja compreensão está hoje
aberto a todos os que a escutam, seja o Apocalipse! Se assim for, não fechemos
o grande livro de Deus.
1. povos, e nações, e línguas e reis. Essa
enumeração com leves variações, vista no texto em foco, tem sentido de
“universalidade”, aplicável a todos os seres humanos; acha-se também sete vezes
no Apocalipse, em diversas conexões (5.9; 11.9; 13.7; 14.6; 17.15) e, ao mesmo
tempo, aponta para o “retorno” de João da “Ilha de Patmos” (1.9) com uma nova
mensagem a toda a criatura. Neste versículo, “reis” aparece em lugar da palavra
usual, “tribo”. Provavelmente, como observa o Dr. R. N. Champrin, Ph, D isso é
uma antecipação de Ap 17.10, 12. Assim sendo, Cristo, ao voltar, será
governante de todos os reis e príncipes da terra, pois é “Rei dos reis, e
Senhor dos senhores” (19.16). Alguém pode perguntar: Não era João tão velhinho?
Teria ainda condições para grande caminhadas? Para transpor os mares em busca
de nações e reis? Teria ainda forças para profetizar diante de muitos povos e
línguas? O Apóstolo não sabia. Mas escreveu. E aí estão as palavras do
versículo (“11”)! Em quase todas as línguas do mundo, João está falando hoje. E
assim tem falado diante de muitos povos, nações, línguas e reis!.