quarta-feira, 9 de junho de 2021

A oração de Jabes 03 - vivendo de maneira abundante


 A parte seguinte da oração de Jabez – um apelo por maiores fronteiras – é aquela em que você pede a Deus que engrandeça sua vida de modo que você possa causar maior impacto para ele.

A partir do contexto e dos resultados da oração de Jabez, podemos ver que havia mais em seu pedido do que um simples desejo de possuir mais terras. Ele queria mais influência, maior responsabilidade e mais oportunidades para deixar uma marca para o Deus de Israel.

Dependendo da versão do texto bíblico que você esteja lendo, a palavra “fronteiras” também pode ser traduzida por termos ou terras. Para Jabez e seus contemporâneos, esta palavra carregava grande força emocional. Ela falava de um lugar que pertencia a alguém e onde havia muito espaço para crescer.

Na época de Jabez a história israelita mais recente incluía a conquista de Canaã por Josué e a repartição da Terra Prometida em extensas áreas de terra para cada tribo. Quando Jabez clamou a Deus “alarga minhas fronteiras”, ele observou seu contexto e concluiu: “Eu não nasci para ter só isso”!

Como fazendeiro ou criador, ele olhou para o patrimônio que sua família lhe havia dado, correu os olhos pelas cercas, visitou os marcos de sua propriedade, calculou o potencial de tudo aquilo e tomou uma decisão: “Toma tudo aquilo que colocares sob o meu cuidado Senhor, e aumenta-o, para Tua glória”.

Se Jabez trabalhasse em Wall Street, é possível que ele tivesse feito a seguinte oração: “Senhor, aumenta o valor da minha carteira de investimentos”. Normalmente cito este tipo de posicionamento ao falar com presidentes de empresas. Quando executivos cristãos me perguntam: “É válido pedir a Deus mais sucesso nos negócios”? Minha resposta sempre é: “Certamente que sim”!

Se você estivesse tocando seu negócio de acordo com princípios bíblicos, não apenas é certo pedir mais, como o próprio Deus está esperando que você peça. Seu negócio é o território (as fronteiras) que Deus lhe confiou.

Ele quer que você o aceite como uma oportunidade significativa de tocar vidas de pessoas, a comunidade empresarial e o próprio mundo, para a glória do Senhor. Pedir ao Pai Celestial o incremento de seus negócios só traz alegria a Deus.

Suponhamos que Jabez fosse uma esposa e mãe. Sua oração teria sido assim: “Senhor, incrementa minha família, favorece meus relacionamentos familiares, multiplica, para a Tua glória, a influência do meu lar”.

Sua casa é a arena mais poderosa da face da terra para mudar uma vida para Deus. Porque o Senhor não desejaria que você fosse poderosa para Ele?

Independente de qual seja sua vocação, o ponto alto da oração de Jabez, no qual ele pede fronteiras mais amplas deve soar como algo assim:

“Oh Deus e Rei peço-te que expandas minhas oportunidades e meu impacto de tal maneira que eu possa alcançar mais vidas para Tua glória. Permita-me fazer mais para ti”!

 Quando você orar assim, as coisas certamente começarão a esquentar.

 Alterando as Fronteiras

 Há alguns anos, durante um seminário de uma semana numa grande universidade cristã da Califórnia, desafiei os alunos a fazerem a oração de Jabez, pedindo mais bênçãos e maior influência. Sugeri que o corpo discente de mais de dois mil alunos estabelecesse um objetivo ministerial digno da importância daquela escola.

- Porque não olhar para o globo e escolher uma ilha? – sugeri - Depois de escolher o lugar, reúnam um grupo de alunos, fretem um avião e conquistem a ilha para Deus.

Alguns alunos riram. Os outros questionaram minha sanidade. Mas quase todo o mundo ouviu. Insisti. Tinha viajado à ilha de Trindade e constatado a carência do lugar e por isso disse a eles:

- Vocês podem pedir Trindade para Deus. E também um DC-10.

Ninguém comprou a idéia.

Mesmo assim, o desafio deu início a uma agitada conversa. Vi que a maioria dos alunos estava ansiosa por fazer alguma coisa significativa com seus talentos e com seu tempo disponível, mas estavam inseguros sobre como começar. Normalmente eles faziam questão de relatar sua falta de habilidade, de dinheiro, de coragem e oportunidade.

Passei a maior parte daquela semana fazendo-lhes uma pergunta: se o Deus do céu o ama infinitamente e quer que você esteja diante dele a cada instante, e se você sabe que o céu é um lugar muito melhor para você, então porque será que Ele deixou você aqui na terra?

Expus a cada aluno que encontrava o que eu achava ser uma resposta bíblica para aquela questão: você está aqui porque Deus quer que você alargue suas fronteiras, conquistando novos territórios para Ele – talvez uma ilha – e alcançando pessoas em nome dEle.

Deus estava operando. Uma semana depois de voltar para casa, recebi uma carta de um aluno chamado Warren. Ele e seu amigo, Dave, tinham decidido desafiar o poder de Deus e pedir que os abençoasse e alargasse suas fronteiras. Eles oraram especificamente que Deus lhes desse a oportunidade de testemunhar ao governador daquele estado naquele final de semana. Jogaram seus sacos de dormir no porta-malas do Plymounth Valiant ano 1963 de Waren, viajaram mais de 600 quilômetros até a capital do estado e foram bater na porta do governador.

A carta prossegue assim:

 Veja o que tinha acontecido até a noite de domingo, quando voltamos de sacramento:

Havíamos testemunhado de nossa fé a dois frentistas de um posto de gasolina, a quatro seguranças, ao chefe da Guarda Nacional dos Estados Unidos, ao diretor do Departamento de saúde, Educação e Ação Social do Estado da Califórnia, ao chefe da Polícia Rodoviária da Califórnia, à secretária do Governador e por fim ao próprio Governador.

Estamos agradecidos e assustados feito crianças com o crescimento que Deus nos tem dado. Obrigado mais uma vez por seu desafio!

Isso foi só o começo. Nas semanas e meses que se seguiram, uma visão de fronteiras mais largas varreu o campus. No outono, um aluno, orientado por Warren e Dave, já havia montado um grande projeto missionário para o verão seguinte, chamado “Operação Jabez”. Seu objetivo: reunir um grupo de alunos auto-sustentados, fretar um avião e - adivinhe – voar para a ilha de Trindade para um ministério de verão.

E foi exatamente isso que eles fizeram. O grupo foi composto de 126 alunos e professores. Quando levantou vôo de Los Angeles, a Operação Jabez já contava com grupos prontos para ministrar mediante dramatizações, construção, escola bíblica de férias, música e visitação. Nas palavras do reitor da universidade, a Operação Jabez foi o mais bem sucedido ministério estudantil da história daquela entidade.

Dois alunos pediram que Deus lhes alargasse as fronteiras – e Deus atendeu! Uma pequena oração refez um mapa e impactou a vida de milhares de pessoas.

 Acho que este é o meu compromisso!

 A oração de Jabez é um pedido revolucionário. Assim como é muito rato ouvir alguém orando: “Deus, abençoa-me”, também é difícil presenciar a súplica de alguém que diz: “Deus, dá-me um ministério maior”!

A maioria de nós acha que nossas vidas já estão ocupadas demais. Porém, quando você começa a orar, pela fé, pedindo mais ministério, coisas impressionantes vão acontecer. À medida que suas oportunidades crescerem, sua capacidade e seus recursos sobrenaturais se expandirão. Não demora muito e você começará a perceber o prazer que Deus tem em seu pedido, e a urgência que ele tem de fazer grandes coisas em você e através de você.

As pessoas vão bater na nossa porta ou se assentar na mesa do lado. Começarão a dizer coisas que vão surpreender até a elas mesmas. Pedirão alguma coisa – elas não estarão bem certas do que é – e vão esperar sua resposta.

Chamo estes encontros de compromissos de Jabez.

Lembro-me da primeira vez que orei pedindo um desses compromissos. Foi num lugar surpreendente – a bordo de um navio na costa da Turquia. Eu estava viajando sozinho, avaliando uma empresa especializada em levar grupos para fazer turismo no Mediterrâneo, seguindo os passos da Igreja Primitiva.

Passamos dias maravilhosos a bordo daquele navio, com tempo suficiente para me dedicar a diversos projetos, mas, com o passar dos dias, fui me sentindo solitário. Na manhã em que ancoramos em Patmos, a ilha onde João escreveu o Livro do Apocalipse, cheguei ao fundo do posso.

Em vez de seguir o roteiro turístico, caminhei pelas ruas daquele pequeno porto conversando com Deus, Senhor, sinto saudades de casa e estou fraco – dizia eu. Mas quero ser teu servo. Mesmo aqui, alarga minhas fronteiras. Manda-me alguém que precisa de mim.

Numa pequena praça encontrei um restaurante com mesas nas calçadas. Sentei-me e pedi uma xícara de café. Poucos minutos depois, ouvi a voz de um homem atrás de mim.

 - Você está no navio de cruzeiro?

Olhei para traz e vi um jovem caminhando na minha direção.

 - Sim, estou – disse eu. – E você?

Ele me disse que era americano e que vivia na ilha. Perguntou se poderia sentar-se ali. Seu nome era Terry. Poucos minutos depois ele já estava me contando sua história. De acordo com o que ele me contou, seu casamento estava à beira de um penhasco. Na verdade, aquele dia era o fim de tudo. Sua esposa dissera que partiria à noite.

Você sabe o que eu estava pensando naquele momento, não é? Ta bom, Senhor, acho que este é o meu compromisso de hoje, Eu o aceito...

- Você quer que sua esposa vá embora? – perguntei. Ele me disse que não.

- Posso sugerir-lhe algumas coisas? – ofereci-me. Quando ele disse sim, soube que era a confirmação dada pelo Senhor de que aquela seria mais uma das experiências de Jabez. Passei uma hora conversando sobre vários aspectos e princípios bíblicos para um casamento feliz. Terry nunca ouvira falar de nenhum deles.

Quando eu já estava acabando, Terry estava tão ansioso para ter uma oportunidade de colocar aquelas idéias em prática, que pulou da cadeira e ficou em pé na minha frente.

 - Terry – disse eu – quero ouvir notícias de como foram as coisas entre você e sua esposa hoje. Aconteça o que acontecer, venha até o navio antes de partirmos e me conte, está bem?

Terry concordou, despediu-se e partiu. Naquela noite, todos voltaram ao navio. Eu estava no convés esperando alguma coisa. Ainda me sentia solitário, um pouco frustrado, e comecei a pensar o que se passara no coração de Terry naquele café.

Quando o capitão ordenou que se desse o último apito, anunciando nossa partida, fui até a proa onde a tripulação estava ocupada mexendo com as amarras do navio. E ali, correndo atrás de nós pela costa, vinha um casal de mãos dadas. Quando chegaram perto o suficiente para me verem na balaustrada, começaram a gritar:

 - Funcionou! Funcionou! Vamos ficar juntos!

Durante o resto da viagem fiquei tão contente com o que Deus havia feito que senti como se estivesse flutuando pelas águas sem precisar do navio. Deus havia marcada um compromisso na agenda daquele jovem para que pudesse se encontrar comigo. Começamos a nos aproximar a partir do momento em que orei pedindo ao Senhor, pedindo por uma vida mais ampla para o seu serviço.

 Vivendo conforme a matemática de Deus

 Independentemente de quais sejam nossos dons, nossa formação ou nossa vocação, o chamado que recebemos de Deus é para realizar sua obra aqui na terra. Se quiser, pode chamar a isso de viver sua fé em prol dos outros. Pode chamá-lo de ministério. Também pode chamá-lo de expediente diário do cristão. Seja qual for o nome que você lhe dê, a verdade é que Deus está procurando pessoas que queiram fazer mais, pois, com tristeza, o que vemos é que a maioria dos cristãos parece se recusar a viver neste nível de bênção e influência. Para a maioria de nós, a relutância provém de números certos mas numa aritmética totalmente errada. Veja o exemplo. Quando determinamos o tamanho do território que Deus tem em mente para nós, temos em nosso coração uma conta que se soma mais ou menos assim:

    Minhas habilidades

+ Minha experiência

+ Meu treinamento

+ Minha personalidade e aparência

+ Meu passado   

+ Minhas expectativas pessoais

 Território a mim reservado

 Não importa quantos sermões já tenhamos ouvido sobre o poder que Deus tem de trabalhar através de nossas vidas: nós simplesmente encobrimos a pequena palavra “através”. É claro que dizemos que nosso desejo é que Deus trabalhe através de nós, mas o que realmente queremos dizer não é “através”, mas normalmente “por” ou “associado” a nós. Mas o lembrete que Deus nos dá é o mesmo que ele deu aos Judeus quando estes voltaram do cativeiro, para uma terra dizimada. “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zac 4:6).

Nosso Deus é especializado em trabalhar através de pessoas comuns que crêem num Deus sobrenatural que vai cumprir sua obra através delas. O que ele está esperando é o convite. Isto quer dizer que, na matemática de Deus a equação seria mais ou menos assim:

     Minha disposição e minhas fraquezas

+ A vontade e o poder sobrenatural de Deus

= Meu território expandido

 Quando você começa a pedir com sinceridade – a implorar mesmo – por mais influência e responsabilidade para, com isso, honrar a Deus, o Senhor vai colocar oportunidades e pessoas em seu caminho. Você pode confiar que ele nunca vai mandar alguém a quem você não possa ajudar através da orientação e da força do Senhor.

Não raro você sentirá medo ao começar a apossar-se de novo território para Deus, mas também vai experimentar uma enorme emoção ao sentir Deus conduzi-lo em suas atividades. Você será como João ou Pedro, a quem foram dadas as palavras a serem ditas no momento oportuno.

Certo dia, em resposta à oração de Darlene por um ministério mais amplo, uma vizinha que mal conhecíamos bateu à nossa porta.

 - Senhora – disse ela, em meio à lágrimas – meu marido está morrendo, e eu não tenho ninguém para conversar. A senhora pode me ajudar?

Fronteiras mais amplas. Um compromisso a cumprir.

Há pouco tempo, numa viagem de trem que atravessava o país, orei novamente para que Deus pudesse alargar minhas fronteiras. Enquanto estava no vagão restaurante, pedi ao Senhor que me enviasse alguém que estivesse precisando dele. Uma mulher se sentou à mesa e disse que precisava me fazer uma pergunta. Ela sabia meu nome, mas pouca coisa a meu respeito. Parecia muito agitada.

- Que posso fazer pela senhora? – perguntei.

- Tenho medo do Anticristo – respondeu ela. – Por 50 anos tenho vivido com o pavor de não ser capaz de reconhece-lo quando ele surgir, de ser enganada por ele e de receber a marca da besta.

Esta pergunta direta e objetiva de uma mulher que eu nunca mais verei na vida me levou a ter uma conversa com ela de modo a promover uma maravilhosa libertação espiritual em sua vida.

 Seu assento na primeira fila

 Orar por fronteiras alargadas é nada menos que pedir um milagre. Um milagre é uma intervenção divina que provoca um evento que normalmente não ocorreria. Foi exatamente isso e nada menos que Jabez precisou para transcender seu nome e mudar sua situação.

Você acredita que milagres acontecem hoje em dia? Muitos cristãos que conheço não crêem. Digo a eles que um milagre não precisa romper as leis naturais para ser considerado um evento sobrenatural. Ao acalmar uma tempestade, Cristo não descartou uma lei natural – a tempestade terminaria por si só eventualmente. O que ele fez foi mudar a condição do tempo. Quando Elias orou para que parasse de chover, Deus dirigiu o ciclo natural de seca e chuva.

Do mesmo modo, os poderes divinos de operar milagres estavam claramente em evidência quando, ao saber das necessidades de Terry, Deus nos colocou juntos na ilha de Patmos. Assim também, Deus operou quando permitiu que eu conversasse com aquela mulher no trem.

Os milagres mais emocionantes em minha vida aconteceram quando fiz a Deus o audacioso pedido de expandir muito o seu reino. Você não precisa de Deus para dar pequenos passos. É quando você se entrega a Deus e se coloca no centro dos planos dele para este mundo – que estão acima de nossa capacidade de executa-los – e quando implora a Deus dizendo: “Senhor, usa-me! Dá-me um ministério para ti”, que os verdadeiros milagres são desencadeados. É neste momento que os céus enviam anjos, recursos, força e as pessoas de que você precisa. Sou testemunha disto. Vi isto acontecer centenas de vezes.

Deus sempre intervém quando você coloca as prioridades dele acima das suas. Se você orar ao Senhor pedindo o alargamento de suas fronteiras, com certeza você vai reconhecer sua resposta divina. Você terá um assento na primeira fila de um grande espetáculo: Uma vida cheia de milagres.