A partir do contexto e dos resultados da oração de
Jabez, podemos ver que havia mais em seu pedido do que um simples desejo de
possuir mais terras. Ele queria mais influência, maior responsabilidade e mais
oportunidades para deixar uma marca para o Deus de Israel.
Dependendo da versão do texto bíblico que você
esteja lendo, a palavra “fronteiras” também pode ser traduzida por termos ou
terras. Para Jabez e seus contemporâneos, esta palavra carregava grande força
emocional. Ela falava de um lugar que pertencia a alguém e onde havia muito
espaço para crescer.
Na época de Jabez a história israelita mais recente
incluía a conquista de Canaã por Josué e a repartição da Terra Prometida em
extensas áreas de terra para cada tribo. Quando Jabez clamou a Deus “alarga
minhas fronteiras”, ele observou seu contexto e concluiu: “Eu não nasci para
ter só isso”!
Como fazendeiro ou criador, ele olhou para o
patrimônio que sua família lhe havia dado, correu os olhos pelas cercas,
visitou os marcos de sua propriedade, calculou o potencial de tudo aquilo e
tomou uma decisão: “Toma tudo aquilo que colocares sob o meu cuidado Senhor, e
aumenta-o, para Tua glória”.
Se Jabez trabalhasse
Se você estivesse tocando seu negócio de acordo com
princípios bíblicos, não apenas é certo pedir mais, como o próprio Deus está
esperando que você peça. Seu negócio é o território (as fronteiras) que Deus
lhe confiou.
Ele quer que você o aceite como uma oportunidade
significativa de tocar vidas de pessoas, a comunidade empresarial e o próprio mundo,
para a glória do Senhor. Pedir ao Pai Celestial o incremento de seus negócios
só traz alegria a Deus.
Suponhamos que Jabez fosse uma esposa e mãe. Sua
oração teria sido assim: “Senhor, incrementa minha família, favorece meus
relacionamentos familiares, multiplica, para a Tua glória, a influência do meu
lar”.
Sua casa é a arena mais poderosa da face da terra
para mudar uma vida para Deus. Porque o Senhor não desejaria que você fosse
poderosa para Ele?
Independente de qual seja sua vocação, o ponto alto
da oração de Jabez, no qual ele pede fronteiras mais amplas deve soar como algo
assim:
“Oh Deus e Rei peço-te que expandas minhas oportunidades e meu impacto de tal maneira que eu possa alcançar mais vidas para Tua glória. Permita-me fazer mais para ti”!
- Porque não olhar para o globo e escolher uma ilha?
– sugeri - Depois de escolher o lugar, reúnam um grupo de alunos, fretem um
avião e conquistem a ilha para Deus.
Alguns alunos riram. Os outros questionaram minha
sanidade. Mas quase todo o mundo ouviu. Insisti. Tinha viajado à ilha de
Trindade e constatado a carência do lugar e por isso disse a eles:
- Vocês podem pedir Trindade para Deus. E também um
DC-10.
Ninguém comprou a idéia.
Mesmo assim, o desafio deu início a uma agitada
conversa. Vi que a maioria dos alunos estava ansiosa por fazer alguma coisa
significativa com seus talentos e com seu tempo disponível, mas estavam
inseguros sobre como começar. Normalmente eles faziam questão de relatar sua
falta de habilidade, de dinheiro, de coragem e oportunidade.
Passei a maior parte daquela semana fazendo-lhes uma
pergunta: se o Deus do céu o ama infinitamente e quer que você esteja diante
dele a cada instante, e se você sabe que o céu é um lugar muito melhor para
você, então porque será que Ele deixou você aqui na terra?
Expus a cada aluno que encontrava o que eu achava
ser uma resposta bíblica para aquela questão: você está aqui porque Deus quer
que você alargue suas fronteiras, conquistando novos territórios para Ele –
talvez uma ilha – e alcançando pessoas em nome dEle.
Deus estava operando. Uma semana depois de voltar
para casa, recebi uma carta de um aluno chamado Warren. Ele e seu amigo, Dave,
tinham decidido desafiar o poder de Deus e pedir que os abençoasse e alargasse
suas fronteiras. Eles oraram especificamente que Deus lhes desse a oportunidade
de testemunhar ao governador daquele estado naquele final de semana. Jogaram
seus sacos de dormir no porta-malas do Plymounth Valiant ano 1963 de Waren,
viajaram mais de 600 quilômetros até a capital do estado e foram bater na porta
do governador.
A carta prossegue assim:
Havíamos testemunhado de nossa fé a dois frentistas
de um posto de gasolina, a quatro seguranças, ao chefe da Guarda Nacional dos
Estados Unidos, ao diretor do Departamento de saúde, Educação e Ação Social do
Estado da Califórnia, ao chefe da Polícia Rodoviária da Califórnia, à
secretária do Governador e por fim ao próprio Governador.
Estamos agradecidos e assustados feito crianças com
o crescimento que Deus nos tem dado. Obrigado mais uma vez por seu desafio!
Isso foi só o começo. Nas semanas e meses que se seguiram, uma visão de fronteiras mais largas varreu o campus. No outono, um aluno, orientado por Warren e Dave, já havia montado um grande projeto missionário para o verão seguinte, chamado “Operação Jabez”. Seu objetivo: reunir um grupo de alunos auto-sustentados, fretar um avião e - adivinhe – voar para a ilha de Trindade para um ministério de verão.
E foi exatamente isso que eles fizeram. O grupo foi
composto de 126 alunos e professores. Quando levantou vôo de Los Angeles, a
Operação Jabez já contava com grupos prontos para ministrar mediante
dramatizações, construção, escola bíblica de férias, música e visitação. Nas
palavras do reitor da universidade, a Operação Jabez foi o mais bem sucedido
ministério estudantil da história daquela entidade.
Dois alunos pediram que Deus lhes alargasse as
fronteiras – e Deus atendeu! Uma pequena oração refez um mapa e impactou a vida
de milhares de pessoas.
A maioria de nós acha que nossas vidas já estão
ocupadas demais. Porém, quando você começa a orar, pela fé, pedindo mais
ministério, coisas impressionantes vão acontecer. À medida que suas
oportunidades crescerem, sua capacidade e seus recursos sobrenaturais se
expandirão. Não demora muito e você começará a perceber o prazer que Deus tem
em seu pedido, e a urgência que ele tem de fazer grandes coisas em você e
através de você.
As pessoas vão bater na nossa porta ou se assentar
na mesa do lado. Começarão a dizer coisas que vão surpreender até a elas
mesmas. Pedirão alguma coisa – elas não estarão bem certas do que é – e vão
esperar sua resposta.
Chamo estes encontros de compromissos de Jabez.
Lembro-me da primeira vez que orei pedindo um desses
compromissos. Foi num lugar surpreendente – a bordo de um navio na costa da
Turquia. Eu estava viajando sozinho, avaliando uma empresa especializada em
levar grupos para fazer turismo no Mediterrâneo, seguindo os passos da Igreja
Primitiva.
Passamos dias maravilhosos a bordo daquele navio,
com tempo suficiente para me dedicar a diversos projetos, mas, com o passar dos
dias, fui me sentindo solitário. Na manhã em que ancoramos em Patmos, a ilha
onde João escreveu o Livro do Apocalipse, cheguei ao fundo do posso.
Em vez de seguir o roteiro turístico, caminhei pelas
ruas daquele pequeno porto conversando com Deus, Senhor, sinto saudades de casa
e estou fraco – dizia eu. Mas quero ser teu servo. Mesmo aqui, alarga minhas
fronteiras. Manda-me alguém que precisa de mim.
Numa pequena praça encontrei um restaurante com
mesas nas calçadas. Sentei-me e pedi uma xícara de café. Poucos minutos depois,
ouvi a voz de um homem atrás de mim.
- Você está
no navio de cruzeiro?
Olhei para traz e vi um jovem caminhando na minha
direção.
- Sim, estou
– disse eu. – E você?
Ele me disse que era americano e que vivia na ilha.
Perguntou se poderia sentar-se ali. Seu nome era Terry. Poucos minutos depois
ele já estava me contando sua história. De acordo com o que ele me contou, seu
casamento estava à beira de um penhasco. Na verdade, aquele dia era o fim de
tudo. Sua esposa dissera que partiria à noite.
Você sabe o que eu estava pensando naquele momento,
não é? Ta bom, Senhor, acho que este é o meu compromisso de hoje, Eu o
aceito...
- Você quer que sua esposa vá embora? – perguntei.
Ele me disse que não.
- Posso sugerir-lhe algumas coisas? – ofereci-me.
Quando ele disse sim, soube que era a confirmação dada pelo Senhor de que
aquela seria mais uma das experiências de Jabez. Passei uma hora conversando
sobre vários aspectos e princípios bíblicos para um casamento feliz. Terry
nunca ouvira falar de nenhum deles.
Quando eu já estava acabando, Terry estava tão
ansioso para ter uma oportunidade de colocar aquelas idéias em prática, que
pulou da cadeira e ficou em pé na minha frente.
- Terry –
disse eu – quero ouvir notícias de como foram as coisas entre você e sua esposa
hoje. Aconteça o que acontecer, venha até o navio antes de partirmos e me
conte, está bem?
Terry concordou, despediu-se e partiu. Naquela
noite, todos voltaram ao navio. Eu estava no convés esperando alguma coisa.
Ainda me sentia solitário, um pouco frustrado, e comecei a pensar o que se
passara no coração de Terry naquele café.
Quando o capitão ordenou que se desse o último
apito, anunciando nossa partida, fui até a proa onde a tripulação estava
ocupada mexendo com as amarras do navio. E ali, correndo atrás de nós pela
costa, vinha um casal de mãos dadas. Quando chegaram perto o suficiente para me
verem na balaustrada, começaram a gritar:
- Funcionou!
Funcionou! Vamos ficar juntos!
Durante o resto da viagem fiquei tão contente com o
que Deus havia feito que senti como se estivesse flutuando pelas águas sem
precisar do navio. Deus havia marcada um compromisso na agenda daquele jovem
para que pudesse se encontrar comigo. Começamos a nos aproximar a partir do
momento em que orei pedindo ao Senhor, pedindo por uma vida mais ampla para o
seu serviço.
+ Minha experiência
+ Meu treinamento
+ Minha personalidade e aparência
+ Meu passado
+ Minhas expectativas pessoais
Território a mim reservado
Nosso Deus é especializado em trabalhar através de
pessoas comuns que crêem num Deus sobrenatural que vai cumprir sua obra através
delas. O que ele está esperando é o convite. Isto quer dizer que, na matemática
de Deus a equação seria mais ou menos assim:
+ A vontade e o poder sobrenatural de Deus
= Meu território expandido
Não raro você sentirá medo ao começar a apossar-se
de novo território para Deus, mas também vai experimentar uma enorme emoção ao
sentir Deus conduzi-lo em suas atividades. Você será como João ou Pedro, a quem
foram dadas as palavras a serem ditas no momento oportuno.
Certo dia, em resposta à oração de Darlene por um
ministério mais amplo, uma vizinha que mal conhecíamos bateu à nossa porta.
- Senhora –
disse ela, em meio à lágrimas – meu marido está morrendo, e eu não tenho
ninguém para conversar. A senhora pode me ajudar?
Fronteiras mais amplas. Um compromisso a cumprir.
Há pouco tempo, numa viagem de trem que atravessava
o país, orei novamente para que Deus pudesse alargar minhas fronteiras.
Enquanto estava no vagão restaurante, pedi ao Senhor que me enviasse alguém que
estivesse precisando dele. Uma mulher se sentou à mesa e disse que precisava me
fazer uma pergunta. Ela sabia meu nome, mas pouca coisa a meu respeito. Parecia
muito agitada.
- Que posso fazer pela senhora? – perguntei.
- Tenho medo do Anticristo – respondeu ela. – Por 50
anos tenho vivido com o pavor de não ser capaz de reconhece-lo quando ele
surgir, de ser enganada por ele e de receber a marca da besta.
Esta pergunta direta e objetiva de uma mulher que eu
nunca mais verei na vida me levou a ter uma conversa com ela de modo a promover
uma maravilhosa libertação espiritual em sua vida.
Você acredita que milagres acontecem hoje em dia?
Muitos cristãos que conheço não crêem. Digo a eles que um milagre não precisa
romper as leis naturais para ser considerado um evento sobrenatural. Ao acalmar
uma tempestade, Cristo não descartou uma lei natural – a tempestade terminaria
por si só eventualmente. O que ele fez foi mudar a condição do tempo. Quando
Elias orou para que parasse de chover, Deus dirigiu o ciclo natural de seca e
chuva.
Do mesmo modo, os poderes divinos de operar milagres
estavam claramente em evidência quando, ao saber das necessidades de Terry,
Deus nos colocou juntos na ilha de Patmos. Assim também, Deus operou quando
permitiu que eu conversasse com aquela mulher no trem.
Os milagres mais emocionantes em minha vida
aconteceram quando fiz a Deus o audacioso pedido de expandir muito o seu reino.
Você não precisa de Deus para dar pequenos passos. É quando você se entrega a
Deus e se coloca no centro dos planos dele para este mundo – que estão acima de
nossa capacidade de executa-los – e quando implora a Deus dizendo: “Senhor,
usa-me! Dá-me um ministério para ti”, que os verdadeiros milagres são
desencadeados. É neste momento que os céus enviam anjos, recursos, força e as
pessoas de que você precisa. Sou testemunha disto. Vi isto acontecer centenas
de vezes.
Deus sempre intervém quando você coloca as
prioridades dele acima das suas. Se você orar ao Senhor pedindo o alargamento
de suas fronteiras, com certeza você vai reconhecer sua resposta divina. Você
terá um assento na primeira fila de um grande espetáculo: Uma vida cheia de
milagres.