Ambas reações enviam uma mensagem à criança de que você realmente não falava sério; o que disse não era
verdadeiro. Ela aprende que nem tudo que uma
autoridade diz é verdade. Então, fica
confusa sobre quando, e se deve levar
a autoridade a sério. Essa atitude é projetada em várias áreas de sua vida.
A visão da criança em relação aos professores, amigos,
líderes e chefes passa pelo mesmo padrão referencial. Mas, quando se toma adulta,
ela aceita este fato como normal. Suas conversas agora consistem de promessas
e afirmações, nas quais dizem
coisas que realmente
não pretendem cumprir.
Vejamos um exemplo hipotético de uma típica conversa. Jim vê Tom, uma pessoa a quem conhece, mas que não tem contato há algum tempo. Ele está com
pressa e pensa: "Oh, não. Não posso acreditar que me encontrei
com Tom. Não tenho tempo de falar com
ele". Os homens se entreolham. Jim
diz: "Louvado seja Deus, irmão. Como é bom ver você". Conversam por um tempinho. Já que Jim está
com pressa, ele termina a conversa assim: "Precisamos almoçar juntos"
Primeiro, Jim não está feliz em ver Tom porque está com pressa.
Segundo, não estava pensando no Senhor e diz "Louvado seja Deus”. Terceiro,
não tinha a intenção de convidá-lo para um almoço.
Essa era uma fórmula de se livrar logo da situação e acalmar sua
consciência durante o encontro. Desse
modo, Jim não falava a verdade durante a conversa.
Situações reais como essa ocorrem
todos os dias. Atualmente,
as pessoas não falam seriamente em um quarto
do que CONVERSAM. Não é de admirar
que tenhamos dificuldade em saber se devemos levar a palavra
de uma pessoa a sério.
Mas, quando Jesus fala, quer que o levemos a sério. Não podemos ver o que Ele diz da mesma forma
como vemos as outras autoridades ou relacionamentos em nossa vida. Quando
diz algo, realmente tem a intenção de falar aquilo. É fiel, mesmo quando somos infiéis. Anda em uma integridade que transcende nossa cultura. Quando Jesus disse "Se não
perdoardes, também vosso Pai celestial não perdoará
vossas ofensa” falou seriamente.
Se avançarmos um pouquinho mais, veremos que não falou isso só uma vez nos Evangelhos, mas muitas vezes. Ele estava
enfatizando a importância desse alerta. Vejamos
algumas afirmações que fez em diferentes ocasiões:
Novamente, a oração do Pai Nosso diz: "E perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (Mt 6:12 - destaque acrescido).
Fico a me perguntar como alguns crentes querem que Deus lhes perdoe da mesma forma como perdoaram aqueles que os ofenderam. Esta é exatamente a forma como serão perdoados. A falta de perdão é tão excessiva em
nossas igrejas que não queremos
levar essas palavras
de Jesus a sério. O modo como perdoamos, liberamos
e restauramos uma outra pessoa é o mesmo modo como seremos
perdoados.
Ouvi um testemunho bem incomum
sobre um pastor nas Filipinas. Alguns amigos que o conheciam de um ministério anterior mostraram-me um artigo sobre ele.
Esse homem havia resistido ao chamado de
Deus em sua vida por muitos anos, por causa do sucesso
em seus negócios. Ele fazia muito dinheiro.
Sua desobediência o alcançou
e foi levado às pressas ao hospital por causa de um enfarte. Morreu na mesa de cirurgia e se encontrou fora dos portões
do céu. Jesus estava lá e teve de lidar com sua desobediência. O homem implorou
a Jesus que estendesse
sua vida, e ele lhe serviria. O Senhor consentiu.
Antes de enviá-lo a seu corpo de volta, o Senhor lhe mostrou
uma visão do inferno. Ele viu a mãe de sua esposa queimando nas chamas.
Ele estava surpreso.
Ela orou a "oração do pecador" confessando-se como cristã e freqüentava
a igreja. "Por que minha sogra está no inferno?” - ele perguntou ao Senhor.
O Senhor lhe contou que ela se
havia recusado a perdoar um parente e, dessa forma, não pôde ser perdoada.
Também já vimos muitos exemplos
da armadilha de falta
de perdão em nosso ministério. Na primeira vez em que fui ministrar na lndonésia, fiquei hospedado na casa de um rico empresário. Embora freqüentas igreja onde eu estava pregando, ele e a família não eram salvos.
Durante aquela semana,
sua esposa foi salva; ele foi o próximo, e depois, todos
os três filhos.
Houve libertação e toda a atmosfera da casa mudou. Grande alegria
encheu o aquele lar.
Quando souberam que eu voltaria
à Indonésia com minha
esposa, nos convidou para ficar com eles e ofereceu-se para pagar as passagens aéreas de meus três filhos
e da babá.
Chegamos e pregamos
dez vezes naquela igreja. Preguei
sobre arrependimento e a presença de Deus. Podíamos sentir sua presença nos cultos, houve muito choro e lágrimas
de libertação.
A família inteira recebeu ministração
outra vez. A mãe do marido que vivia na mesma cidade assistiu
a todos os cultos. Ela havia
contribuído com grande parte do dinheiro para a compra das passagens de filhos.
Próximo do final da semana, a mãe desse homem me olhou dentro dos olhos e perguntou: "John, por que nunca senti a presença
Deus?"
Tínhamos acabado o café da manhã e todos já haviam saído da mesa. "Fui a todos os cultos", ela continuou,
"e ouvi atentamente tudo o que
você disse. Fui à frente arrependida, mas mesmo assim não senti
a presença de Deus nem uma vez.
Não só isso, mas não senti a presença de Deus uma só vez".
Conversei com ela por algum tempo e então lhe disse: "Vamos orar para que você seja cheia do Espírito de Deus." Impus minhas mãos sobre ela e orei para que recebesse o Espírito Santo, mas não sentia a presença de Deus.
Então, Deus falou
ao
meu
espírito:
"Ela
não
libera perdão ao marido.
Diga a ela que o perdoe"
Retirei minhas mãos dela. Sabia que seu marido estava morto, mas olhei para ela e disse:
"O
Senhor
está-me mostrando que você
não
consegue
perdoar
seu
marido". "Sim, é verdade", ela concordou. "tenho feito o possível
para perdoá-lo." Então, ela me contou as
coisas horríveis que
ele lhe fizera. Pude entender
por que ela lutava com a de perdão. Mas lhe disse: "Para você receber de Deus você precisa perdoar". E lhe expliquei o que Jesus ensinou sobre
perdão.
"Você não pode perdoá-lo com suas próprias
forças. Você precisa entregar
isso a Deus e pedir-lhe que a perdoe primeiro. Dessa forma perdoará
seu marido. Você deseja liberar
seu marido?" - pergunte. "Sim", ela respondeu.
Eu a dirigi em uma oração simples:
"Pai celeste, no nome
de Jesus eu peço perdão por não perdoar meu marido. Senhor, sei que não posso perdoá-lo com minhas próprias forças.
Já fiz tudo errado. Agora, perante
ti libero meu marido do meu coração.
Eu o perdôo".
Logo que pronunciou essas palavras, as lágrimas começaram
a pelo seu rosto.
"Levante-se e fale em línguas", eu a incentivei.
Pela primeira vez ela falou numa
linda língua celeste. Sentimos a presença de Deus tão fortemente
à mesa do café que ficamos
maravilhados. Ela chorou por cinco minutos. Conversamos por mais algum tempo, e então
a encorajei a aproveitar a presença
do Senhor. Ela continuou a adorá-lo e eu a deixei só.
Quando a notícia chegou a seu filho e a sua nora, eles ficaram espantados. O filho disse que
nunca havia visto sua mãe chorar. Ela
própria não se lembrava de qual foi a última
vez que havia chorado. “Mesmo quando meu marido morreu, não chorei".
No culto daquela noite ela foi batizada
nas águas. Nos próximos
três dias, seu sorriso irradiava brilho e doçura. Não me lembrava de tê-la visto sorrir
antes
disso.
Ela
não perdoava,
e por isso estava prisioneira
da falta de
perdão. Mas uma vez tendo perdoado e liberado
seu
marido
ela recebeu
o poder do Senhor
na
sua
vida
e
sentiu
sua presença.
Pedro perguntou: "Senhor, até quantas vezes
meu irmão pecará contra mim, que eu
lhe perdoe? Até sete vezes?" (Mt 18:21) Ele pensou que estava sendo generoso.
Pedro gostava de levar as coisas ao extremo. Ele é
quem disse: “Vamos fazer três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias" no monte da transfiguração (veja
Mt 17:4). Desta vez ele realmente achava que estava sendo generoso.
"Vou impressionar o Mestre
com minha disposição
em perdoar sete vezes".
Mas ele recebeu
uma resposta firme.
Jesus acabou com o
que Pedro considerava generoso: "Não te digo que até sete vezes, mas setenta vezes sete" (Mt
18:22 - Destaque acrescido). Em outras palavras: perdoe,
assim como Deus perdoa, sem limites.
Mais tarde, Jesus conta uma
parábola para enfatizar sua posição:
Um talento normal era equivalente a aproximadamente setenta
e cinco libras. Era o peso total que um homem
poderia carregar (veja 2ºRs 5:23). Dez mil talentos seriam aproximadamente 750
mil libras ou
toneladas. Dessa forma, o servo devia ao rei 375 toneladas de ouro.
No presente momento,
o preço do ouro é de aproximadamente 375 dólares a onça. No
mercado atual, um talento de outro valeria
mil dólares. Sendo assim, 10 mil talentos
de ouro valem 4,5 bilhões
de dólares. Esse servo devia ao rei 4,5 bilhões de dólares!
Jesus estava enfatizando aqui que esse servo devia uma dívida que não poderia pagar. Lemos:
O rei representa Deus, o Pai, que perdoou a dívida desse servo que era impossível pagar. Em Colossenses 2:13, 14, encontramos:
Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia
cem denários; e, agarrando-o,
o sufocava, dizendo:
Paga-me o que me deves (Mt 18:28).
Continua a leitura:
As ofensas que guardamos uns contra os outros, comparadas às nossas ofensas contra Deus,
são como 4 mil dólares comparados a
4,5 bilhões de dólares. Podemos ter sido
muito maltratados por alguns, mas isso não se compara às transgressões contra Deus.
Você pode sentir que ninguém foi tão maltratado quanto você. Mas não percebe como Jesus foi
maltratado. Ele era um cordeiro inocente
e imaculado e foi morto.
Uma pessoa que não consegue perdoar esqueceu-se da grande dívida da qual foi perdoada. Quando você perceber que Jesus o libertou da morte eterna, você
liberará os outros incondicionalmente.
(Falaremos mais sobre isso no capítulo 13).
Não há nada pior do que a eternidade num lago de fogo. Não há alívio:
os vermes não morrem e o fogo nunca é saciado.
Este era o nosso destino até que Deus nos perdoou através da morte de seu Filho, Jesus Cristo. Aleluia! Se você tem dificuldade em perdoar, pense na
realidade do inferno e no amor de Deus que o salvou disso.
Vamos continuar a parábola:
E, indignado-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim
também meu Pai celeste vos fará, se não perdoardes (Mt 18:34, 35).
Estes versos têm três
pontos principais:
1.
O servo que não perdoou é entregue à tortura;
2.
Ele teve de
pagar a dívida original: 375 toneladas de ouro;
3.
Deus, o Pai, fará o mesmo
com qualquer crente
que não perdoa a dívida de um irmão.
O Dicionário Webster define tortura como "agonia do corpo e da
mente" ou "aplicação de dor intensa para punir, coagir ou ter prazer sádico”.
Os que instigam a tortura
são espíritos demoníacos.
Deus dará aos "verdugos” permissão
para causar dor e agonia no corpo e na mente conforme
desejarem, mesmo que sejamos crentes.
Freqüentemente, oro por pessoas nos cultos que não conseguiram receber
cura, conforto ou libertação, tudo porque não liberaram outros e os
perdoaram de todo o coração.
Médicos e cientistas relacionam a falta de perdão e amargura
a certas doenças,
como artrite e câncer. Muitos casos
de doença mental são ligados à amargura da falta de perdão.
O perdão é geralmente negado a outros,
mas, algumas vezes é negado a nós mesmos. Jesus
disse: "Se você
tem alguma coisa contra
alguém, perdoe...” (Veja Mt 5:24) Alguém inclui você mesmo! Se Deus o perdoou,
quem é você para não perdoar aquele
a quem Ele perdoou, mesmo
que seja você?
Foi-lhe pedido para fazer o impossível. É como se nos pedissem
que pagássemos a dívida que Jesus pagou no Calvário. Perderia nossa salvação.
"Espere um minuto", você, diz.
"Pensei que uma vez que a pessoa tivesse feito a oração do pecador e entregue a sua vida a Jesus,
ela nunca poderia
se perder novamente".
Se você crê nisso, então
explique por que Pedro escreveu
o seguinte:
Judas também descreveu pessoas na Igreja que estavam "duplamente mortas" (Jd 12, 13). Estar duplamente morto significa que estava morto
uma vez sem Cristo, foi ressuscitado quando o recebeu
e morreu novamente
desviando-se de seus caminhos permanentemente.
Muitos vão a Jesus se justificando, dizendo:
"Senhor, Senhor!
Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome expelimos
demônios, e em teu nome não fizemos
muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os
que praticais a iniqüidade" (Mt 7:22, 23). Eles
o conheciam. Eles o chamavam Senhor e faziam milagres em seu
nome. Mas Ele não os conhecia.
Quem Jesus conhecerá? O apóstolo Paulo
escreveu: "Mas, se alguém
ama a Deus, esse é conhecido por Ele" (1 Co 8:3). Deus conhece
aqueles que O amam.
Você pode dizer: "Eu amo a Deus. Eu só não amo aquele irmão que me
magoou". Então, você
está enganado e não ama a Deus,
pois está escrito:
"Se alguém disser:
Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" (1 Jo 4:20). O engano é algo terrível, porque os enganados
acreditam de todo coração que estão certos.
Acreditam que são de uma forma, mas
são de outra.
Aquele que se recusa a obedecer a Palavra engana a seu
próprio coração.
Não é interessante que "muitos" acharão que vão entrar no céu e serão recusados, e que Jesus
disse que muitos se escandalizarão
nos últimos dias? (Mt 24:24) Será que esses dois grupos incluem as mesmas pessoas?
Alguns crentes são tão atormentados pela falta de perdão,
que esperam que a morte lhes traga alívio. Mas isso não é verdade. Devemos lidar com a falta de perdão agora, ou seremos
chamados a pagar o impagável.
Jesus foi muito específico, tendo o cuidado de fazer-nos entender essa parábola. Em quase todas as
parábolas Jesus não ofereceu a
interpretação, a menos que seus discípulos tivessem
pedido. Neste caso, porém, Ele não queria dúvida alguma sobre a severidade do julgamento dos que se recusavam a perdoar.
Em muitos outros casos Jesus
também deixou claro que,
se não perdoássemos, não seríamos perdoados. Lembre- se de que Ele não é como nós; Ele fala sério.
Isto nem sempre é encontrado na Igreja. Ao contrário: muitas desculpas são dadas para guardarmos a falta de perdão. A falta perdão é considerada um pecado menos importante que o homossexualismo, adultério, roubo, bebedice e assim por diante. Mas aqueles
que o praticam não herdarão o reino
de Deus, assim como aqueles que praticam outros pecados.
Alguns podem achar que esta mensagem é bastante difícil, vejo-a como uma mensagem de
misericórdia e alerta, e não julgamento. Você prefere ser convencido pelo
Espírito Santo agora e experimentar o arrependimento e o perdão genuínos? Ou recusar o perdão e ouvir o Mestre dizer "vai embora", quando você não puder mais arrepender?