domingo, 20 de junho de 2021

A isca de satanás 11 - Perdão, você não dá, você não recebe


 Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que  recebestes,  e será assim convosco. E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que  vosso Pai  Celestial vos perdoe as vossas ofensas. [Mas, se não perdoardes, vosso Pai Celestial não vos perdoará as vossas ofensas] (Mc.:11: 24-26).

 No restante do livro, gostaria de desviar nossa atenção para as conseqüências de se recusar a esquecer a ofensa e como se livrar dela. Jesus falava seriamente quando disse: "Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celeste não vos perdoará as vossas ofensas". Vivemos numa sociedade  na qual nem sempre se fala seriamente. Conseqüentemente, na maioria das vezes, não cremos que os outros são sinceros quando falam algo para nós. A começar da infância. Um pai diz a uma criança: "Se você fizer isso novamente, vai apanhar". Ela não faz isso novamente, como repete o mesmo ato inúmeras vezes. Após cada episódio, ela recebe o mesmo alerta. Geralmente, não se toma uma atitude de correção. Se a correção ocorre, é mais branda do que o prometido ou muito mais severa, porque o pai está frustrado.

Ambas reações enviam uma mensagem à criança de que você realmente não falava sério; o que disse não era


verdadeiro. Ela aprende que nem tudo que uma autoridade diz é verdade. Então, fica confusa sobre quando, e se deve levar a autoridade a sério. Essa atitude é projetada em várias áreas  de sua vida. A visão da criança em relação aos professores, amigos, líderes e chefes passa pelo mesmo padrão referencial. Mas, quando se toma adulta, ela  aceita este fato como normal. Suas conversas agora consistem de promessas e afirmações, nas quais dizem coisas que realmente não pretendem cumprir.

Vejamos um exemplo hipotético de uma típica conversa. Jim vê Tom, uma pessoa a quem conhece, mas que não tem contato há algum tempo. Ele está com pressa e pensa: "Oh, não. Não posso acreditar que me encontrei com Tom. Não tenho tempo de falar com ele". Os homens se entreolham. Jim diz: "Louvado seja Deus, irmão. Como é bom ver você". Conversam por um tempinho. Já que Jim está com pressa, ele termina a conversa assim: "Precisamos almoçar juntos"

Primeiro, Jim não está feliz em ver Tom porque está com pressa. Segundo, não estava pensando no Senhor e diz "Louvado seja Deus”. Terceiro, não tinha a intenção de convidá-lo para um almoço. Essa era uma fórmula  de  se livrar logo da situação e acalmar sua consciência durante o encontro. Desse modo, Jim não falava a verdade durante a conversa.

Situações reais como essa ocorrem todos os dias. Atualmente, as pessoas não falam seriamente em um quarto do que CONVERSAM. Não é de admirar que tenhamos dificuldade em saber se devemos levar a palavra de uma pessoa a sério.

Mas, quando Jesus fala, quer que o levemos a sério. Não podemos ver o que Ele diz da mesma forma como vemos as outras autoridades ou relacionamentos em nossa vida. Quando diz algo, realmente tem a intenção de falar aquilo. É fiel, mesmo quando somos infiéis. Anda em uma integridade que transcende nossa cultura. Quando Jesus disse "Se não


perdoardes, também vosso Pai celestial não perdoará vossas ofensa” falou seriamente.

Se avançarmos um pouquinho mais, veremos que não falou isso só uma vez nos Evangelhos, mas muitas vezes. Ele estava enfatizando a importância desse alerta. Vejamos algumas afirmações que fez em diferentes ocasiões:

 “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas  ofensas”  (Mt  6:14, 15).

 De novo: perdoais e sereis perdoados (Lc 6:37).

Novamente, a oração do Pai Nosso diz: "E perdoa-nos as nossas  dívidas,  assim  como  nós  temos  perdoado  aos nossos devedores" (Mt 6:12 - destaque acrescido).

Fico a me perguntar como alguns crentes querem que Deus lhes perdoe da mesma forma como perdoaram aqueles que os ofenderam. Esta é exatamente a forma como serão perdoados. A falta de perdão é tão excessiva em  nossas igrejas que não queremos levar essas palavras de Jesus a sério. O modo como perdoamos, liberamos e restauramos uma outra pessoa é o mesmo modo como seremos perdoados.

Ouvi um testemunho bem incomum sobre  um  pastor nas Filipinas. Alguns amigos que o conheciam de um ministério anterior mostraram-me um artigo sobre ele.

Esse homem havia resistido ao chamado  de  Deus  em sua vida por muitos anos, por causa do sucesso em seus negócios. Ele fazia muito dinheiro. Sua desobediência o alcançou e foi levado às pressas ao hospital por causa de um enfarte. Morreu na mesa de cirurgia e se encontrou fora dos portões do céu. Jesus estava e teve de lidar com sua desobediência. O homem implorou a Jesus que  estendesse sua vida, e ele lhe serviria. O Senhor consentiu.


Antes de enviá-lo a seu corpo de volta, o Senhor lhe mostrou uma visão do inferno. Ele viu a mãe de sua esposa queimando nas chamas. Ele estava surpreso. Ela orou a "oração do pecador" confessando-se como cristã e freqüentava a igreja. "Por que minha sogra está no inferno?” - ele perguntou ao Senhor.

O Senhor lhe contou que ela se  havia  recusado  a perdoar um parente e, dessa forma, não pôde ser perdoada.

 Perdão e crescimento espiritual

Também vimos muitos exemplos da  armadilha  de falta de perdão em nosso ministério. Na primeira vez em que fui ministrar na lndonésia, fiquei hospedado na casa de um rico empresário. Embora freqüentas igreja onde eu estava pregando, ele e a família não eram salvos.

Durante aquela semana, sua esposa foi salva; ele foi o próximo, e depois, todos  os  três  filhos.  Houve  libertação  e toda a atmosfera da casa mudou. Grande alegria  encheu  o aquele lar.

Quando souberam que eu voltaria à Indonésia  com minha esposa, nos convidou para ficar com eles e ofereceu-se para pagar as passagens aéreas de meus três  filhos  e  da babá.

Chegamos e pregamos dez vezes naquela igreja. Preguei sobre arrependimento e a presença de Deus. Podíamos sentir sua presença nos cultos, houve muito choro e lágrimas de libertação.

A família inteira recebeu ministração  outra vez. A mãe do marido que vivia na mesma cidade assistiu a todos os cultos. Ela havia contribuído com grande parte do dinheiro para a compra das passagens de filhos.


Próximo do final da semana, a mãe desse homem me olhou dentro dos olhos e perguntou: "John, por que nunca senti a presença Deus?"

Tínhamos acabado o café da manhã e todos já haviam saído da mesa. "Fui a todos os cultos", ela continuou, "e ouvi atentamente tudo o que você disse. Fui à frente arrependida, mas mesmo assim não senti a presença de Deus  nem  uma vez. Não só isso, mas não senti a presença de Deus uma só vez".

Conversei com ela por algum tempo e então lhe disse: "Vamos orar para que você seja cheia do Espírito de Deus." Impus minhas mãos sobre ela e orei para que recebesse o Espírito Santo, mas não sentia a presença de Deus.

Então, Deus  falou  ao  meu  espírito:  "Ela  não  libera perdão ao marido. Diga a ela que o perdoe"

Retirei minhas mãos dela. Sabia que seu marido estava morto, mas olhei para ela e disse:  "O  Senhor  está-me mostrando  que  você  não  consegue  perdoar  seu  marido". "Sim, é verdade", ela concordou. "tenho feito o possível para perdoá-lo." Então, ela me contou  as  coisas  horríveis  que  ele lhe fizera. Pude entender por que ela lutava com a de perdão. Mas lhe disse: "Para você receber de Deus você  precisa perdoar". E lhe expliquei o que Jesus ensinou sobre perdão.

"Você não pode perdoá-lo com suas próprias  forças. Você precisa entregar isso a Deus e pedir-lhe que a perdoe primeiro. Dessa forma perdoará seu marido. Você deseja liberar seu marido?" - pergunte. "Sim", ela respondeu.

Eu a dirigi em uma oração simples: "Pai  celeste,  no nome de Jesus eu peço perdão por não perdoar meu marido. Senhor, sei que não posso perdoá-lo com minhas próprias forças. fiz tudo errado. Agora, perante ti  libero  meu marido do meu coração. Eu o perdôo".

Logo que pronunciou essas palavras, as lágrimas começaram a pelo seu rosto.


"Levante-se e fale em línguas", eu a incentivei.

Pela primeira vez ela falou numa linda língua celeste. Sentimos a presença de Deus tão fortemente à mesa do café que ficamos maravilhados. Ela chorou por cinco minutos. Conversamos por mais algum tempo, e então a encorajei a aproveitar a presença do Senhor. Ela continuou a adorá-lo e eu a deixei só.

Quando a notícia chegou a seu filho e a sua nora, eles ficaram espantados. O filho disse que nunca havia visto sua mãe chorar. Ela própria não se lembrava de qual foi a última vez que havia chorado. “Mesmo quando meu marido morreu, não chorei".

No culto daquela noite ela foi batizada nas águas. Nos próximos três dias, seu sorriso irradiava  brilho e doçura. Não me lembrava de tê-la visto sorrir  antes  disso.  Ela  não perdoava, e por isso  estava  prisioneira  da  falta  de  perdão. Mas uma vez tendo perdoado e liberado  seu  marido  ela recebeu o poder  do  Senhor  na  sua  vida  e  sentiu  sua presença.

 O servo que não perdoou

 Em Mateus 18, Jesus esclarece melhor sobre a falta de perdão e a ofensa.  Ele estava ensinando  os discípulos como se reconciliarem com um irmão que os tivesse ofendido. (Vamos discutir sobre reconciliação no capítulo 14).

Pedro perguntou: "Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?" (Mt 18:21) Ele pensou que estava sendo generoso.

Pedro gostava de levar as coisas ao extremo. Ele é quem disse: “Vamos fazer três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias" no monte da transfiguração (veja


Mt 17:4). Desta vez ele realmente achava que estava sendo generoso. "Vou impressionar o Mestre com  minha  disposição em perdoar sete vezes".

Mas  ele  recebeu  uma  resposta  firme.  Jesus  acabou  com o que Pedro considerava generoso: "Não te digo que até sete vezes, mas setenta vezes sete" (Mt 18:22  -  Destaque acrescido). Em outras palavras: perdoe, assim como Deus perdoa, sem limites.

Mais tarde, Jesus conta  uma  parábola  para  enfatizar sua posição:

 Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolve ajustar contas com os   seus   servos.   E, passando  a  fazê-lo,  trouxeram-lhe  um  que  devia  dez mil talentos (Mt 18:23, 24).

 Para compreender a enormidade do que Jesus estava dizendo precisamos saber o que  era  um  talento.  Um  talento era uma unidade medida. Era usado para medir ouro (2ºSm 12:30), prata (1ºRs 20:1) outros metais e produtos. Nessa parábola, ele representa uma  dívida.  Então,  podemos  dizer com certeza que Ele estava se referindo a unidade  de  troca como ouro ou prata. Digamos ouro.

Um talento normal era equivalente a aproximadamente setenta e cinco libras.  Era  o  peso  total  que  um  homem poderia carregar (veja 2ºRs 5:23). Dez mil talentos seriam aproximadamente  750  mil  libras  ou  toneladas.  Dessa  forma, o servo devia ao rei 375 toneladas de ouro.

No presente momento, o preço do ouro é de aproximadamente 375 dólares a onça. No mercado atual, um talento de outro valeria mil dólares. Sendo assim, 10 mil talentos de ouro valem 4,5 bilhões de dólares. Esse servo devia ao rei 4,5 bilhões de dólares!


Jesus estava enfatizando aqui que esse servo devia uma dívida que não poderia pagar. Lemos:

 Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. Então,  o servo, prostrando-se reverente rogou: paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida (Mt 18:25-27).

 Agora vejamos como essa parábola se aplica quando somos ofendidos. Quando uma ofensa ocorre, existe uma dívida. Você, provavelmente já ouviu: "Ele pagará por isso". Dessa forma, o perdão é como o cancelamento da dívida.

O rei representa Deus, o Pai, que perdoou a dívida desse servo que era impossível pagar. Em Colossenses 2:13, 14, encontramos:

 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos  os nossos delitos; tendo cancelado o escrito [nota promissória] de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.

 A dívida pela qual fomos perdoados era impagável. Não existia forma alguma de pagar a Deus pelo que lhe devíamos. Nossa ofensa foi terrível.  Assim,  Deus  nos  deu  a  salvação como um  presente.  Jesus  pagou  a  nota  promissória  que existia contra nós. Podemos ver o paralelo entre o relacionamento do servo e o rei e nosso relacionamento com Deus:

Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários;  e,  agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves (Mt 18:28).

 Um denário era aproximadamente o salário diário de um trabalhador. Se formos  comparar  com  o  salário  de  hoje  em dia de um trabalhador americano, cem denários seriam aproximadamente 4 mil dólares.

Continua a leitura:

 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: , paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou   na prisão, até que saldasse a dívida (Mt 18:29,30).

 Um de seus conservos devia uma  vultosa  quantia:  um terço de férias um salário de um ano. Que você acharia  se faltasse um terço no seu salário? Mas lembre-se de que esse homem foi perdoado de uma dívida de 4,5 bilhões de dólares. Isto era mais do que poderia ganhar durante a sua vida toda!

As ofensas que guardamos uns contra os outros, comparadas às nossas ofensas contra Deus, são como 4 mil dólares comparados a 4,5 bilhões de dólares. Podemos ter sido muito maltratados por alguns, mas isso não se compara às transgressões contra Deus.

Você pode sentir que ninguém foi tão maltratado quanto você. Mas não percebe como Jesus foi maltratado. Ele era um cordeiro inocente e imaculado e foi morto.

Uma pessoa que não consegue perdoar esqueceu-se da grande dívida da qual foi perdoada. Quando você perceber que Jesus o libertou da morte eterna, você liberará os outros incondicionalmente. (Falaremos mais sobre isso no capítulo 13).


Não há nada pior do que a eternidade num lago de fogo. Não alívio: os vermes não morrem e o fogo nunca é saciado. Este era o nosso destino até que Deus nos perdoou através da morte de seu Filho, Jesus Cristo. Aleluia! Se você tem dificuldade em perdoar, pense na realidade do inferno e no amor de Deus que o salvou disso.

 Lições para os crentes

Vamos continuar a parábola:

 Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao  seu  senhor tudo que acontecera. Então, o seu  senhor,  chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? (Mt 18:31-33)

 Jesus não estava se referindo a não crentes nessa parábola. Estava falando dos servos do rei. Esse homem já havia sido perdoado de uma grande dívida (salvação) e era chamado de "servo" do mestre. O outro a quem ele não perdoou era chamado de "conservo". Então, podemos concluir que este é o destino de um crente que se recusa a perdoar.

E, indignado-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se não perdoardes (Mt 18:34, 35).

Estes versos têm três pontos principais:

1.   O servo que não perdoou é entregue à tortura;

2.    Ele teve de pagar a dívida original: 375 toneladas de ouro;


3.    Deus, o Pai, fará o mesmo com qualquer crente que não perdoa a dívida de um irmão.

 1.  O servo que não perdoou é entregue à tortura.

O Dicionário Webster define tortura como "agonia do corpo e da mente" ou "aplicação de dor intensa para punir, coagir ou ter prazer sádico”.

Os que instigam a tortura são espíritos  demoníacos. Deus dará aos "verdugos” permissão para causar  dor  e agonia no corpo e na mente conforme desejarem, mesmo que sejamos crentes. Freqüentemente, oro por pessoas nos cultos que não conseguiram receber cura, conforto ou libertação, tudo porque não liberaram outros e os perdoaram de todo o coração.

Médicos e cientistas relacionam a falta de perdão e amargura a certas doenças, como artrite e câncer. Muitos casos de doença mental são ligados à amargura da falta de perdão.

O perdão é geralmente negado a outros, mas,  algumas vezes é negado a nós mesmos. Jesus  disse:  "Se  você  tem alguma coisa contra alguém, perdoe...” (Veja Mt 5:24) Alguém inclui você mesmo! Se Deus o perdoou, quem é você para não perdoar aquele a quem Ele perdoou, mesmo que seja você?

 2.  O servo que não perdoou teve de pagar a dívida original

Foi-lhe pedido para fazer o impossível. É como se nos pedissem que pagássemos a dívida que Jesus pagou no Calvário. Perderia nossa salvação. "Espere um minuto", você, diz. "Pensei que uma vez que a pessoa tivesse feito a oração do pecador e entregue a sua vida a Jesus, ela nunca poderia se perder novamente".


Se você crê nisso, então explique por que Pedro escreveu o seguinte:

 Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora que nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do  que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. (2ªPe 2:20, 21 - Destaque acrescido).

 Pedro estava falando de pessoas que escaparam do pecado, "contaminações do mundo", através da salvação em Jesus Cristo e, porém deixaram-se enredar pelo pecado (que pode ser falta de perdão) ou foram vencidos. Ser vencido significa que não voltaram ao Senhor e se arrependeram de seu pecado voluntário. Pedro afirmou que dar as costas à justiça era pior do que nunca tê-la conhecido. Em outras palavras Deus está dizendo que é melhor nunca  ter  sido salvo do que receber a dádiva da vida eterna e dar-lhe as costas permanentemente.

Judas também descreveu pessoas na Igreja que estavam "duplamente mortas" (Jd 12, 13). Estar duplamente morto significa que estava morto uma vez sem Cristo, foi ressuscitado quando o recebeu e morreu novamente desviando-se de seus caminhos permanentemente.

Muitos vão a Jesus se justificando, dizendo: "Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade" (Mt 7:22, 23). Eles o conheciam. Eles o chamavam Senhor e faziam milagres em seu nome. Mas Ele não os conhecia.


Quem Jesus conhecerá? O apóstolo  Paulo  escreveu: "Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por Ele" (1 Co 8:3). Deus conhece aqueles que O amam.

Você pode dizer: "Eu amo a Deus. Eu só não amo aquele irmão que  me  magoou".  Então,  você  está  enganado  e  não ama a  Deus,  pois  está  escrito:  "Se  alguém  disser:  Amo  a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" (1 Jo 4:20). O engano é algo terrível, porque os enganados acreditam de todo coração que estão certos. Acreditam que são de uma forma, mas  são  de  outra.  Aquele que se recusa a obedecer a Palavra engana a seu  próprio coração.

Não é interessante que "muitos" acharão que vão entrar no céu e serão recusados, e que Jesus disse que muitos se escandalizarão nos últimos dias? (Mt 24:24) Será que esses dois grupos incluem as mesmas pessoas?

Alguns crentes são tão atormentados pela falta de perdão, que esperam que a morte lhes traga alívio. Mas isso não é verdade. Devemos lidar com a falta de perdão agora, ou seremos chamados a pagar o impagável.

 3.  Deus, o Pai, fará isso com qualquer crente que se recusar a perdoar de todo o coração - não importa o quanto foi magoado ou ofendido.

Jesus foi muito específico, tendo o cuidado de fazer-nos entender essa parábola. Em quase todas as parábolas Jesus não ofereceu a interpretação, a menos que seus discípulos tivessem pedido. Neste caso, porém, Ele não queria dúvida alguma sobre a severidade do julgamento dos que se recusavam a perdoar.

Em muitos outros casos  Jesus  também  deixou  claro que, se não perdoássemos, não seríamos perdoados. Lembre- se de que Ele não é como nós; Ele fala sério.


Isto nem sempre é encontrado na Igreja. Ao contrário: muitas desculpas são dadas para guardarmos a falta de perdão. A falta perdão é considerada um pecado menos importante que o homossexualismo, adultério, roubo, bebedice e assim por diante. Mas aqueles que o praticam não herdarão o reino de Deus, assim como aqueles que praticam outros pecados.

Alguns podem achar  que  esta  mensagem  é  bastante difícil, vejo-a como uma mensagem de misericórdia e alerta, e não julgamento. Você prefere ser convencido  pelo  Espírito Santo agora e experimentar o arrependimento e o perdão genuínos? Ou recusar o perdão e ouvir o Mestre dizer "vai embora", quando você não puder mais arrepender?