quinta-feira, 10 de junho de 2021

A isca de satanás 07 - Pedra solidamente assentada


 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, angular, solidamente assentada; aquele que crer não foge (Is 28:16).

 “Aquele que crer não foge". Aquele que foge ou age precipitadamente, é uma pessoa instável, porque suas ações não são bem fundamentadas. Essa pessoa é facilmente levada pelas tormentas das perseguições e provações. Por exemplo, vejamos o que aconteceu com Simão Pedro.

Jesus havia entrado na região de Cesaréia de Filipe e perguntou aos discípulos: "Quem diz o povo ser o Filho do Homem? (Mt 16:13) Vários discípulos discutiram, entusiasticamente, a opinião do povo sobre Jesus. Jesus esperou até que tivessem terminado e, então, olhou para eles sem rodeios e perguntou: "Quem dizeis que eu sou?

Tenho certeza de que houve olhares confusos e temerosos dos discípulos que ponderavam, de queixo caído e sem fala. Subitamente, esses homens, que estavam tão ansiosos para falar, silenciaram. Talvez nunca tivessem feito essa pergunta para si mesmos de forma tão séria. Qualquer que fosse o caso, perceberam que, não tinham resposta.

Jesus fez o que é sua especialidade: Ele os levou a perceber a realidade do que sabiam e do que não sabiam. Eles viviam a partir da especulação dos outros, em vez de cravar em seu coração quem Jesus realmente era. Não se haviam confrontado ainda.

Simão, que recebeu de Jesus o nome de Pedro, foi o único discípulos que pôde responder. Ele falou sem pensar: "Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo" (Mt 16:16). Jesus, então, respondeu dizendo: "Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelaram, mas o Pai, que está nos céus" (veja 17).

Jesus explicou a Simão Pedro qual a fonte dessa revelação. Simão Pedro não recebeu esse conhecimento porque ouviu a opinião dos outros ou porque foi ensinado, mas Deus a revelou a ele.

Simão Pedro estava sedento pelas coisas de Deus. Ele fazia a maior parte das perguntas e andou sobre as águas, enquanto os outros onze o observavam. Não era do tipo que se conformava com a opinião dos outros. Queria ouvir diretamente da boca de Deus.

Essa revelação de Jesus não veio conscientemente, mas era um dom, iluminado em seu coração em resposta a sua sede. Muitos viram e testemunharam o que Simão Pedro viu e testemunhou, mas o coração deles não estava tão sedento para conhecer a vontade de Deus como o de Pedro.

Em 1 João 2:27 está escrito:

 Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.

 Simão Pedro ensinava essa unção. Ele ouviu tudo o que os outros tinham a dizer, e depois procurou em seu íntimo o que Deus havia revelado. Quando recebemos conhecimento revelado por Deus, ninguém pode desviá-lo. Quando Deus nos revela algo, não importa o que as pessoas dizem. Elas não podem mudar nosso coração.

Deus, então, disse a Simão Pedro e ao restante dos discípulos: “sobre esta pedra [o conhecimento revelado por Deus] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18). Veremos, claramente, que há uma pedra solidamente assentada na Palavra de Deus que é revelada; neste caso, foi o entendimento de Pedro de que Jesus era o filho de Deus.

 Palavra iluminada

Quando prego, tenho sempre dito às congregações e pessoas que ouçam a voz de Deus por intermédio de minha voz. Algumas vezes, estamos tão ocupados fazendo anotações que só registramos tudo o que é dito. Isto leva a um entendimento mental das Escrituras e suas interpretações: conhecimento intelectual.

Quando apenas possuímos conhecimento intelectual, duas coisas podem acontecer: a) ficamos facilmente suscetíveis ao emocionalismo, b) ficamos limitados ao nosso intelecto. Mas essa não é a pedra firmemente assentada onde Jesus construiu sua igreja. Ele disse que ela seria fundamentada na Palavra revelada, não em versículos memorizados.

Quando ouvimos um ministro ungido falar ou lemos um livro, devemos procurar palavras ou expressões que explodam em nosso espírito. Esta é a Palavra que Deus está revelando a nós. Ela transmite luz e entendimento espiritual. Como diz o salmista, "A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples" (Sl 119:130). A sua palavra é que entra em nosso coração, e não em nossa mente, que nos ilumina e esclarece.

Freqüentemente, o pastor pode estar falando sobre um assunto, mas Deus está iluminando outra coisa totalmente diferente ao nosso coração. Por outro lado, Deus pode ungir exatamente as palavras do pastor, e elas explodem dentro de nós. De qualquer modo, ela é a revelação da Palavra de Deus para nós. Isso é o que nos transforma de simples (sem entendimento) em pessoas maduras (cheias de entendimento). Essa Palavra iluminada em nosso coração é o fundamento no qual Jesus se baseou para dizer que a sua igreja seria plantada.

Jesus compara a Palavra de Deus revelada a uma rocha. A rocha significa estabilidade e força. Lembramos a parábola das duas casas, onde uma foi construída na rocha e a outra na areia. Quando a adversidade - perseguição, tribulação e aflição - atacou violentamente as casas, a que estava sobre a areia foi destruída, enquanto a que estava construída sobre a rocha permaneceu em pé.

Algumas coisas que precisamos ouvir de Deus não são encontradas na Bíblia. Por exemplo: quando devemos casar-nos? Onde deve trabalhar? A que igreja devemos pertencer? A lista é longa. Precisamos ter a Palavra de Deus revelada para que tomemos essas decisões também. Sem ela, nossas decisões estarão assentadas em solo instável.

Aquilo que Deus revela por intermédio de seu Espírito Santo não pode ser tirado de nós. Esse deve ser o fundamento de tudo o que fazemos. Sem isso, seremos facilmente escandalizados pelas provações e tribulações que nos afligem.

Mais uma vez, lembramos o que Jesus disse sobre a Palavra ser ouvida e recebida com alegria e, mesmo assim, não ter raiz em nosso coração. Foi recebida com alegria em nossa mente e emoção:

 Semelhantemente, são estes os semeados em solo rochoso, os que ouvindo a palavra, logo a recebem com alegria. Mas eles não têm raiz em si mesmos, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam (Mc 4:16, 17 - Destaques acrescidos).

 Podemos facilmente trocar a palavra raiz por fundamento porque ambas indicam estabilidade e fonte de força para a planta ou a estrutura. A pessoa que não é estável ou fundamentada na Palavra de Deus revelada é uma grande candidata para ser levada pela tempestade da ofensa.

Quantos são como os discípulos com quem Jesus se confrontou! Vivem baseados naquilo que os outros dizem ou pregam. As opiniões e as afirmações dos outros são recebidas como verdade sem que o Espírito testemunhe. Só podemos viver ou proclamar o que nos é revelado por Deus. Jesus constrói sua igreja sobre essa verdade.

Eu tinha uma secretária que estava feliz com seu namoro com um jovem que também trabalhava para a igreja. Eles ficavam cada vez mais próximos. Todos viam que o relacionamento ia dar em casamento. Aliás, eles já conversavam sobre. Um domingo à noite, o pastor titular chamou-os à frente e disse: “Assim diz o Senhor: vocês dois se casarão".

Na manhã seguinte, minha secretária chegou andando nas nuvens. Ela estava muito animada. Pediu-me para fazer o casamento deles e eu disse que me sentiria honrado. Marquei um horário para aconselhá-los

Eu, porém, sentia-me incomodado. Quando chegaram ao meu gabinete, meu espírito ficou atormentado. Eu a olhei e perguntei se ela sabia que aquele jovem era o que Deus havia escolhido para ela. Ela respondeu com grande entusiasmo que sim. Então, olhei para ele e perguntei: "Você crê que é da vontade de Deus que você se case com esta moça?" Ele olhou para mim e, de boca aberta, sacudiu a cabeça como se "Não, não tenho certeza".

Olhei para os dois e me dirigi ao rapaz: "Não farei o casamento Não me importo quem profetizou sobre os dois ou o que foi dito. Não me importo quantas pessoas disseram que formam um lindo casal. Deus não revelou sua vontade ao coração de vocês, não faz sentido continuar com esta história de casamento.

“Se vocês se casarem sem que haja revelação de Deus sobre sua vontade perfeita", continuei, "quando vierem as tormentas - e elas virão - perguntará: `E se eu tivesse me casado com outra garota? Teria esses problemas? Deveria ter tido certeza de se era a vontade de Deus. Caí numa armadilha!'. Dessa forma, seu coração fica enfraquecido e você não terá forças para lutar contra as adversidades que acontecerão no seu casamento. Você será um homem inseguro em toda a sua a sua caminhada.

Eu me despedi deles e disse que não haveria motivo para nos encontrarmos novamente. Ele estava aliviado. Ela, arrasada. As semanas foram muito difíceis no escritório. Mas eu sabia que havia falado a verdade. Essa foi uma provação bastante longa para ela. Se Deus realmente lhe havia falado que aquele era seu marido, ela teria de confiar que o Senhor revelaria ao rapaz. Ficaria livre da ofensa que sentia por mim e por Deus. Eu a aconselhei a dar um tempo para que ele ouvisse a voz de Deus. Assim fez ela.

Três semanas se passaram e eles marcaram outro encontro comigo. Imediatamente, senti-me contente. Desta vez, quando entraram no gabinete, ele tinha um brilho no olhar e disse: "Sei, sem sombra de dúvida, que esta é a mulher que Deus tem para mim!" Eles se casaram sete meses depois.

Quando temos certeza de que Deus nos colocou num relacionamento ou igreja, o inimigo terá muita dificuldade em nos tirar de lá. Estamos assentados na Palavra de Deus revelada e passaremos pelos conflitos por mais que pareçam impossíveis.

 Nenhuma outra opção

Os meus primeiros cinco anos de casamento foram muito difíceis para mim e para minha esposa. Nós nos magoamos tanto que parecia impossível salvar o relacionamento amoroso que tínhamos no passado. Uma única coisa apenas nos fez ficar juntos: ambos sabíamos que Deus havia feito nosso casamento. Dessa forma, não permitimos que o divórcio fosse uma opção. Nossa única opção foi acreditar que Ele nos curaria e mudaria. Nós dois nos comprometemos em seguir esse processo; sem nos importarmos com a dor que teríamos de sofrer. Quando pensava em desistir, lembrava-me das promessas Deus havia feito sobre o nosso casamento.

Não estava preparado para abandonar o que Deus tinha designado e decretado para nossa união.        Uma promessa que Deus fez era a de que eu e minha esposa teríamos um ministério juntos. Quando nos deu essa revelação, pensei: Posso facilmente ver isto. Suas mãos estão sobre nós dois para ministério.

Em meio às tormentas conjugais, não conseguia mais enxergar esta promessa tão claramente. Mas recusei-me a abandoná-la. A esperança natural se foi porque as lutas e o orgulho entraram nosso casamento. Mas havia uma semente sobrenatural de vida em meu coração. Esta promessa foi a âncora ou fundamento nos tempos de necessidade.

Como não poderia deixar de ser, Deus não só curou nosso relacionamento, como o fortaleceu. Superamos os conflitos através do perdão e ainda conseguimos tirar lições deles. Agora temos um ministério conjunto. Considero minha esposa não só como minha amante e melhor amiga, mas como a parceira de ministério em quem mais confio. Deposito minha confiança nela mais do que em qualquer outra pessoa.

Após passar por cinco difíceis anos, percebi que Deus via as falhas em nossa vida - e nosso relacionamento as trouxe à tona. Fiquei maravilhado com a sabedoria em nos juntar como marido e mulher. Antes de conhecer Lisa, orava diligentemente pela mulher com quem iria casar-me. Esta escolha foi a segunda mais importante de minha vida - após a obediência ao Evangelho. Achava que, pelo fato de estar esperando em Deus pela escolha de minha parceira, não teria problemas no casamento como as outras pessoas. Oh, como estava enganado!

Deus escolheu para mima esposa que era o desejo do meu coração. Mas também expôs a imaturidade egoísta que estava escondida em mim. E havia mais ainda: fugir dos conflitos e optar pelo divórcio ou culpá-la apenas teria soterrado minha imaturidade sob outra camada de falsa proteção chamada ofensa. O conhecimento da Palavra de Deus para o casamento me impediu de fugir.

Preciso agora me desviar um pouco do assunto principal deste capítulo. Alguns de vocês devem estar pensando: "Ainda não era convertido quando me casei".

Tem o seguinte para lhe dizer:

 Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher [..] Irmãos, cada um permaneça diante de Deus naquilo em que foi chamado (1 Co 7:10, 11, 24).

 Deixe que essa palavra de aliança de casamento seja estabelecida em seu coração para que você não perca a firmeza por causa de ofensa ou armadilha. Então, busque o Senhor para que tenha a revelação da Palavra para o seu casamento. Alguns de vocês talvez não tenham casado na vontade de Deus, mesmo sendo crentes. Para ser abençoado por Deus no casamento, você precisa, inicialmente, arrepender-se de não tê-lo buscado antes de se casar, e assim será perdoado. Entenda em seu coração que duas coisas erradas não formam uma certa. Quebrar a aliança por causa de ofensa não é a resposta. Dessa forma, busque a Palavra Senhor para seu casamento.

 A rocha firme

A Palavra de Deus revelada é a rocha firme onde devemos construir nossa vida e ministério. Inúmeras pessoas me contam que já pertenceram a várias igrejas ou ministérios em curto espaço de tempo. Meu coração se entristece quando vejo como são movidas pelas provações e não pela direção de Deus. Essas pessoas se gabam apontando os erros dos outros ou dizendo como elas, ou outras pessoas, foram maltratadas. Sentem que estão justificando sua decisão. Mas seu raciocínio é só uma outra camada de engano que as impede de ver a ofensa ou suas próprias falhas de caráter.

Elas descrevem o seu relacionamento ou a igreja atual como 'temporário" ou "o lugar onde Deus me quer agora". Já até mesmo ouvi um homem dizer: "Estou apenas emprestado para esta igreja". Fazem essa afirmação porque, se algo der errado, têm uma saída de emergência. Não possuem fundamento para permanecer no lugar onde vão; as tempestades podem facilmente levá-las a outro porto.

 Para onde poderíamos ir?

Voltando ao exemplo de Jesus quando pergunta aos discípulos quem dizem que Ele é, podemos ver a estabilidade que advém quando e conhecemos a vontade de Deus revelada. Veja Simão Pedro. Após falar o que o Pai revelou ao seu coração, Jesus lhe disse: "Também eu te digo que és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18).

Jesus mudou o nome de Simão para Pedro. Isso é muito significativo porque o nome Simão quer dizer "ouvir"'. O nome Pedro (do grego petros) quer dizer "pedra"'. Como resultado de ouvir a Palavra de Deus revelada em seu coração, ele se tornou uma rocha. Uma casa feita de pedra sobre um fundamento sólido de rocha resistirá às tempestades que a atingem.

A palavra pedra neste versículo vem da palavra grega petra, que significa “uma pedra grande”. Jesus estava dizendo a Simão Pedro que agora ele era feito do mesmo material que fundamentou sua casa.

Mais tarde, Pedro escreve em sua epístola: "Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual" (1 Pe 2:5). Uma pedra é um pedaço de rocha maior. Força, estabilidade e poder estão na palavra de Deus revelada e nos frutos de vida da pessoa que a recebe. A pessoa se torna forte com a força daquele que é a Palavra de Deus viva: Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 3:11: "Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. Quando buscamos Jesus Cristo, que é a Palavra de Deus viva, Ele será revelado a nós, e seremos firmados.

Durante os últimos dias em que Jesus andou na Terra, sua vida e a de sua equipe de ministério se tornaram mais difíceis. Os líderes religiosos e os judeus perseguiam Jesus, querendo matá-lo (Jo 5:16). Quando as coisas começaram a melhorar, e o povo queria arrebatá-lo e proclamá-lo rei, Ele se recusou e foi embora (Jo 6:15).

“Porque Ele fez isso?" Os discípulos pensaram: "Essa era a sua grande oportunidade e a nossa também". Eles estavam ficando incomodados. A tempestade era forte. "Nós deixamos nossa família e emprego para seguir esse homem. Existem muitas coisas em jogo. Cremos que Ele é o enviado. Afinal, João Batista assim o declarou e ouvimos Simão Pedro dizê-lo em Cesaréia de Filipe. São duas testemunhas. Mas por que Ele continua irritando os nossos líderes? Por que está cavando a própria sepultura? Por que fica falando frases como 'Oh geração perversa e adúltera, quanto tempo mais estarei com vocês' para nós, seus próprios discípulos?"

Esses homens estavam começando a guardar uma ofensa, pois haviam largado tudo para segui-lo. Então, o principal aconteceu: Jesus pregou algo que lhe parecia uma grande heresia: "Em verdade em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos" (Jo 6:53)

"O que Ele está pregando agora?", perguntaram a si mesmos, "Isto aí já é demais para mim!" Como se não bastasse, Ele disse estas coisas na frente dos líderes na Sinagoga em Cafarnaum. Para seus discípulos isto era a gota d'água!

 Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? (Jo 6:60)

 Note a resposta de Jesus:

 Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza? (Jo 6:61)

 Estes eram seus próprios discípulos! Ele não reagiu à verdade mas confrontou esses homens. Sabia que alguns viviam sobre um fundamento imperfeito e lhes mostra aquele fundamento e dá a oportunidade de analisarem seu próprio coração. Eles, porém, não eram como Simão Pedro ou como os outros discípulos que tinham sede pela verdade. Veja a sua reação:

 À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonara não andavam com ele (Jo 6:66 - Destaque acrescido).

 Note que não eram poucos; eram "muitos". Indubitavelmente eram os mesmos que se apressaram em dizer anteriormente Cesaréia de Filipe: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas" (Mt 16:14). Eles não estava assentados na Palavra de Deus revelada.

Chegaram a um grau de ofensa tão grande que fizeram o que muitos atualmente fazem: foram embora. Eles achavam que haviam sido enganados e maltratados, mas não foram. Não viram a verdade, porque seus olhos estavam fixos em seus próprios desejos.

Veja agora o que acontece com Simão Pedro quando Jesus confronta os doze:

 Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e, nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus (Jo:6.67-69 -Destaque acrescido).

 Jesus não implorou a esses homens: "Por favor, não se vão. Acabei de perder a maior parte da minha equipe. Como irei virar-me sem vocês!" Ele os confrontou: "Quereis também vós outros retirar-vos?" Note que Simão Pedro respondeu, mesmo lutando contra a possibilidade de se sentir ofendido como os outros: "Senhor, para quem iremos?”

O que ouviu deve tê-lo confundido; mas possuía um conhecimento que os outros não possuíam. Em Cesaréia de Filipe, Pedro teve uma revelação de quem Jesus realmente era: "o Filho do Deus vivo" (Mt.16.16 ) Em meio a sua luta, ele falou o que estava plantado em seu coração: “Cremos e sabemos que Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Estas são as palavras exatas que pronunciou em Cesaréia de Filipe. Ele era uma pedra, firmada na rocha, que é a Palavra viva de Deus. Ele não sairia dali ofendido.

 Reação sob pressão

Freqüentemente, digo que lutas e tribulações localizam a pessoa.. Em outras palavras: elas determinam onde nos encontramos espiritualmente. Elas revelam a verdadeira condição do nosso coração. A forma como reagimos sob pressão mostra como o verdadeiro eu reage.

Podemos ter uma linda casa de cinco andares construída sobre a areia, decorada com as peças de arte mais bem elaboradas. Enquanto o sol brilhar, ela se parecerá como um exemplo de segurança e beleza.

Próximo àquela casa poderemos ter uma casinha simples, nunca é notada, possivelmente porque não tem atrativos comparada à linda construção. Mas está edificada sobre algo que não podemos ver, uma rocha.

Contanto que as tormentas não venham, a casa de cinco andares parece bem melhor. Mas, quando se depara com uma grande tempestade, ela desaba e é destruída. Ela pode até sobreviver a algumas chuvas, mas não a um furacão. A simples, com apenas um andar, sobreviverá. Quanto maior a casa, pior a queda.

Algumas pessoas na igreja são como os discípulos que se apressaram em falar em Cesaréia de Filipe, mas só mais tarde é que serão desmascarados. Podem assemelhar-se à casa de cinco andares, modelo de força, estabilidade e beleza. Podem passar por tempestades de pequena e média intensidade, mas, quando passam por uma grande tormenta, são deslocados.

Tenha certeza de que construiu sua vida na Palavra revelada de Deus e não no que os outros dizem. Continue buscando ao Senhor e ouvindo o seu próprio coração. Não faça ou diga coisas só porque outros fizeram. Busque-o e firme-se naquilo que Ele iluminou no seu coração.