segunda-feira, 3 de maio de 2021

Por esta cruz te matarei - Capítulo 15


 TOMADO POR CANIBAL

Depois que Bobby e eu nos tomamos irmãos, a sujeira ainda estava lá, as pulgas ainda picavam, os insetos ainda transmitiam doenças, e eu ainda sofria de diarréia. Mas essas coisas pareciam menos e menos significativas.

Eu havia sido aceito. Eu tinha uma família.

Bobby e eu começamos a visitar as diferentes casas comunitárias. As selvas pareciam muito mais bonitas, quando através delas andávamos, cantávamos e conversávamos. Eram momentos extraordinários!

As casas comunitárias dos motilones estão espalhadas por uma grande área. Às vezes levávamos vários dias para ir de uma casa a outra. Bobby era um dos mais fortes jovens guerreiros motilones, e o seu caminhar nas picadas era demasiadamente apressado para mim. Quando ele observava que eu estava exausto, parava sem dizer uma palavra e descansávamos.

Porém ele era orgulhoso. Não aceitava coisa alguma das pessoas. Quando chegávamos à casa comunitária, às vezes ele esperava dias antes de aceitar qualquer alimento. Comer era um sinal de fraqueza, e nenhuma espécie de fraqueza era tolerada.

— Bobby, por que você não come? — eu perguntava.

— Não estou com fome — respondia.

Bobby estava tão decidido a ser mais forte do que qualquer outra pessoa, que nem sempre era bem visto pelos outros motilones. Ele não tinha condescendência nem consigo mesmo. Mas comigo ele era bondoso e gentil.

Quando voltávamos de uma de nossas viagens, soubemos que o pai de Bobby havia falecido. Bobby me contou, não demonstrando nenhuma emoção. Eu estava ferido e abismado. Ele fora um velho tão distinto. Havia-me recebido no seio de sua própria família. Havia estimulado a minha amizade com Bobby. E agora ele estava morto. Morrera durante a noite. O seu corpo ainda estava na rede.

Ninguém parecia incomodar-se. Era o primeiro funeral motilone a que eu estava assistindo, e não podia crer como todos eles eram tão insensíveis. O seu corpo foi enrolado na sua rede e carregado para as selvas por alguns homens. Foi pendurado bem alto lá nas árvores. Logo os abutres desceram lá dos altos céus para devorá-lo.

Não havia lágrima alguma. A impressão era de que nada havia acontecido. Anotei o seguinte no meu diário: "Essas pessoas são tão duras como o ferro. Para elas a morte não tem grande significado. Elas não são atingidas por nenhuma dimensão espiritual. O fato de que a pessoa não andará mais na face da terra parece não produzir nenhum impacto nas suas vidas. E como é que eu poderei alcançá-las com a mensagem de amor de Jesus, se nem sequer tentam se amar?"

Por toda parte por onde eu andava, nos territórios motilones, ouvia falar no nome de Abaratatura. Era sempre pronunciado com temor e respeito. No idioma dos motilones, esse nome tem uma cadência toda especial que lhe dá um quê quase mágico. Finalmente, perguntei a Bobby quem era ele.

Bobby franziu a testa. — Ele é um grande guerreiro e caçador, muitíssimo respeitado por todos os motilones. Creio que poderia dizer que é o chefe dos chefes.

— Onde é que ele mora?

— Em Corroroncayra. É um lugar muito distante daqui, lá nas montanhas.

— Bobby, por que não o visitamos? Eu gostaria de me encontrar com ele.

Bobby riu e sacudiu a cabeça. — Você quer morrer? Ele odeia os brancos.

Esse pensamento foi um tanto amedrontador. Eu praticamente havia-me esquecido de que os motilones matavam as pessoas; e que talvez eu pudesse ter inimigos.

Um dia Arabadoyca e eu estávamos deitados em nossas redes conversando quando de repente me surgiu a idéia de perguntar-lhe a respeito de Abaratatura. — Por que ele desejaria me matar? Ele já deve saber, agora, que eu não sou perigoso. Naturalmente ele já ouviu falar que eu moro aqui.

— Ele acha que você é o canibal da flauta mágica, — disse Arabadoyca. — Então ele o matará antes que você o mate.

— O quê? — eu disse.— O que você quer dizer com isso?

Arabadoyca se espreguiçou. Tempo virá em que aparecerá entre os motilones um homem branco com uma flauta mágica e ele a tocará. Através de sua música conduzirá os motilones a uma armadilha, onde todos serão devorados vivos.

Eu sabia que os motilones possuíam grandes tradições, porém eu apenas ouvira algumas delas. Essa era completamente nova para mim.

— É por isso que Abaratatura me odeia? Ele pensa que eu sou um canibal?

— Bem, você toca flauta, não toca? — Ele riu. — De qualquer jeito, todos nós aqui não pensamos que você seja canibal. A princípio pensávamos que você o fosse. Na realidade, Abaratatura já estava a caminho para matá-lo quando você desapareceu, na primeira vez que esteve aqui. No dia seguinte à sua partida, ele chegou.

Lembrei-me daquela noite, quando, doente, fugi da casa, pensando por que cargas d'água eu fazia aquilo. Agora eu compreendia que fora Deus quem me coagira, a fim de salvar-me a vida.

— Visto que não sofremos mal algum por sua causa — Arabadoyca continuou — a maior parte de nós creu que você não nos prejudicaria. Alguns, até chegaram a crer que talvez você estivesse trazendo o talo da bananeira dado por Deus.

— Que é isso?

— Essa é outra profecia de que um homem alto, com cabelos amarelos, virá com um talo de bananeira, e que Deus sairá desse talo.

— E você crê que eu possa ser ele?

Ele encolheu os ombros. — Você não carrega talos de bananeiras, carrega?

— Bem — eu disse — e quanto a Abaratatura? Eu gostaria de vê-lo.

Arabadoyca sacudiu a sua cabeça. — Você não pode ir até lá. Ele o matará.

No entanto, uma vez posta a idéia em minha cabeça, eu não podia me esquecer dela. Algumas semanas mais tarde, um grupo de motilones ia à montanha visitar Abaratatura, e pedi que me deixassem ir com eles. Eles me recusaram, mas continuei a insistir. Com muita relutância o permitiram.

Era uma viagem muito longa. Começamos num passo violento, não parando nem mesmo para comer. Vivemos aqueles dias comendo mandioca crua, lagartos e besouros. Depois de oito dias eu tinha uma dor aguda no peito, e começava a vomitar todas as vezes que tentava comer. Parecia que a minha boca estava sempre cheia de algodão. Em cada riacho que passávamos eu bebia água até causar a sensação de que meu estômago fosse arrebentar, mas, mesmo assim a minha boca continuava sem saliva. O nono dia se prolongou infindavelmente. Por fim, quando ainda restavam algumas horas para andarmos, tive que pedir aos meus companheiros que parassem.

Tentei comer um pouco da comida que Arabadoyca me trouxera, mas ela não parou no estômago. Eu não podia imaginar que espécie de doença me havia atingido. Mentalmente, fui repassando os meus livros de medicina, tentando combinar os meus sintomas.

Arabadoyca veio e me pegou pelos ombros. O seu sorriso de esguelha parecia ser tão grande e muito longe, como uma figura num sonho.

— Bruchko — ele disse — os seus olhos estão lindos! Como é que você conseguiu fazê-los ter essa cor tão linda?

Levara algum tempo para eu compreender o que ele estava falando. O seu rosto parecia balançar na minha frente. — Que cor? — perguntei.

— Olha, eles estão amarelos, um amarelo muito bonito. Nós não podemos fazer com que os nossos também fiquem assim?

Olhos amarelos! Hepatite! Mais do que descanso, eu precisava de cuidados médicos.

Mas era uma viagem de mais de oito dias até ao rio, depois mais uma semana para se construir uma balsa e ir rio abaixo, à civilização. Eu não chegaria vivo.

Mas ao mesmo tempo, eu não podia continuar. Não estaria em condições de ajudar Corroroncayra. E lá eu enfrentaria a possibilidade de ser morto de imediato. Certamente eu não teria força física para lutar.

De qualquer jeito, não havia esperança. Os troncos das árvores, lá na selva, pareciam estar balançando na minha frente, de um lado para outro. Eu estou doente, pensei, e com o meu estômago afundando, eu vou morrer.

Lembrei-me da promessa que fizera a Deus quando fora prisioneiro dos iucos. Eu prometera viver uma vida dirigida por Deus. E agora, então, quais eram as suas instruções?

Resolvi que eu devia prosseguir. Minha vida estava nas mãos de Deus. Ele faria com ela o que desejasse.

Os dias seguintes foram como se eu estivesse hipnotizado. Minha pele ficou de cor amarelo-escuro. Cada passo era uma luta. Eu sentia o corpo cambalear e lutava para manter o equilíbrio. Desmaiei uma vez e quando voltei a mim, estava deitado numa picada, os motilones me cercando, com seus rostos fixos em mim. Levantei-me e continuei a andar.

Algumas horas mais tarde voltei a desmaiar. Quando acordei, um dos homens, o médico-feiticeiro — estava gritando e cantarolando por cima de mim. Eu estava amedrontado, porém fraco demais para me mover. O seu rosto se aproximava cada vez mais. Parecia um rosto enorme e desumano. Ele apanhou uma faca e fez um corte em minha testa. Eu podia sentir o sangue correndo-me pelo rosto, mas não podia mexer-me para deter o homem.

Ele apanhou uma cabaça, retirou dela um pouco de pó muito leve e esfregou no corte, cantando constantemente os seus sortilégios.

Ergui os braços acima da cabeça e consegui detê-lo. Eu disse a eles que não tinha certeza de que o remédio produziria bons resultados, visto que eu não era motilone. Pedi a eles que o fizessem parar. O médico-feiticeiro continuava a debruçar-se sobre mim, e as minhas mãos, que estavam sobre a minha cabeça, tremiam enquanto eu falava.

Eles discutiram sobre o assunto. O médico-feiticeiro não estava muito contente com a minha atitude. Porém eles resolveram que seria muito melhor que ele parasse, desde que eu não desejava ser medicado.

Dois motilones me ergueram e me carregaram. Minhas pernas iam-se arrastando pelo chão. Às vezes eu chegava a desmaiar. O caminho parecia sem fim. Dias após dias fomos caminhando, e os motilones se revezavam para me carregar. Eu tinha uma leve noção do que estava acontecendo. De vez em quando eu me sentava no chão, e o meu corpo se esparramava todo, como se tivesse vontade própria. Então, os motilones me erguiam pelas axilas, e novamente eu era arrastado, indo aos solavancos. Era muito dolorido. Eu abria a boca para gritar, mas não saía som algum.

Após duas semanas chegamos a Corroroncayra. A poucos quilômetros da casa, um pequeno grupo de homens veio ao nosso encontro. Eles tinham ordem de matar-me. O chefe soubera que eu estava chegando, e ficara enfurecido.

Ouvi a discussão, que parecia estar tão longe. Fiquei atento a cada opinião emitida, ouvindo-a objetivamente. Eu não me importava se tivesse que morrer.

— Ele está doente — Arabadoyca lhes disse. — Vocês não podem matar um homem doente. E, além disso, ele é um homem bom. Ele não fará mal algum a vocês.

Eles me inspecionaram. Não havia dúvida alguma de que eu não estivesse doente. — Pois bem — disse um dos homens —, vamos levá-lo até Abaratatura.

Mais uma vez fui arrastado pelos braços, seguindo o caminho da colina. Chegamos ao topo da colina onde havia uma clareira. Vi a casa dos motilones. De uma das portas saiu um homem. — Jogue-o ao chão — disse ele. — Jogue este canibal!

Era Abaratatura. Arabadoyca se colocou entre nós dois.

— Você não pode matá-lo — disse. — Ele está morrendo. Os motilones nunca matariam qualquer animal ou ser humano que estivesse prestes a morrer de morte natural. Eles crêem que isso poria feitiço em suas flechas, o que faria com que elas se quebrassem no vôo, e então eles morreriam de fome.

Esse pensamento fez com que Abaratatura parasse. — O que você quer dizer com isso, que ele está morrendo? — perguntou ele. — Naturalmente ele morrerá quando eu o transpassar com uma seta.

— E o seu povo morrerá de fome — respondeu Arabadoyca —. Isso porá feitiço em todas as suas setas. Esse homem está morrendo.

Abaratatura caminhou em minha direção. Ele não podia discordar.

Cuspiu no chão, olhou para mim com desprezo, e depois deu ordens para me colocarem numa rede. Não falou comigo. Ele possuía um ar majestoso, e as suas ordens foram obedecidas incontinenti.

Durante duas semanas permaneci na sua casa. Dormi horas sem fim. Quando eu acordava, orava para que pudesse voltar a dormir. Minhas dores pareciam atravessar-me os ossos.

Vou morrer, pensava. Eu não estava amedrontado. Parecia algo interessante. Vou morrer. E ficava pensando como seria. Esse pensamento revirava vezes seguidas em minha mente.

Certa tarde, acordei por causa de uma grande agitação. As crianças estavam correndo, as mulheres estavam gritando. "A flauta está chegando. O canibal vai nos comer." Foi o que eu ouvi alguém gritar.

As pessoas saíram aos montes pelas portas, empurrando-se e correndo para se esconder. Abaratatura apanhou o arco e veio em minha direção.

— Precisamos matar esse canibal antes que a flauta chegue — ele disse.

Eu podia ouvir o barulho do qual eles estavam fugindo. Levou alguns minutos para que eu o reconhecesse. Era o "paf-paf-paf' de um helicóptero. Que estava ele fazendo por ali?

O barulho ia-se tornando cada vez mais alto e mais próximo. Abaratatura hesitou amedrontado, mas ao mesmo tempo ainda desejando me matar. Depois, saiu correndo pela porta fora. Somente Arabadoyca permaneceu comigo ali na casa. Os seus olhos estavam enormes, e ele dava a impressão de que também estava pronto para correr. Ele pensava que eu o tivesse traído.

— Por favor, leve-me para fora — eu disse. Minha voz quase não podia ser ouvida.

Ele hesitou, e depois — com grande dificuldade — ergueu-me da rede, levou-me para fora e me colocou na clareira. Depois correu para a selva.

Eu via o helicóptero, mas não podia erguer os braços para pedir auxílio. A única coisa que eu esperava era que uma cabeça loira pudesse surpreender o piloto o suficiente para fazê-lo descer, a fim de averiguar mais de perto.

— "Por favor, Deus, faze com que aterrize", orei.

O helicóptero sobrevoou, pairou, deu uma vira-volta, e depois pousou na clareira, varrendo folhas e lixo por toda parte com o seu vento. Um homem saiu e veio em minha direção.

— Olson — ele disse — você tem uma aparência terrível; você se parece com um esqueleto —. Era o Dr. Hans Baum-gartner, que eu havia conhecido com o Dr. Christian na nossa viagem subindo o Orinoco, anos antes.

Eu mal podia sorrir. Ele e o piloto me carregaram para o helicóptero, e se dirigiram incontinenti para o hospital em Tibu.

Depois de quatro dias no hospital, comecei a ter hemorragias internas. Os médicos disseram que se eu tivesse ficado nas selvas mais seis horas, sem medicação eu teria morrido.

O Dr. Baumgartner e o piloto foram visitar-me.

— Você não pode imaginar que surpresa foi ver você, Olson. O helicóptero pertence à companhia petrolífera, como você sabe, e Manuel é o piloto. O aparelho não estava sendo usado no dia em que estive lá, então fomos dar um passeio sem licença. Pensamos em sobrevoar o território dos motilones, para ver se podíamos tirar umas fotografias.

— Que coisa — ele disse sacudindo a sua cabeça —, imagine só, ir fotografar uma tribo feroz, da idade da pedra, e encontrar um norte-americano de cabelos loiros defronte da casa comunitária! — Ele desandou a rir. Todos nós rimos também. Mas eu sabia que Alguém os havia movido a ir em meu caminho.

O meu médico lá no hospital era Alfredo Landinez. Tornamo-nos bons amigos. Ele estava interessado nos motilones — até mesmo havia escrito uma tese a respeito da extração da seta dos motilones, tese que fora apresentada na Escola de Doenças Tropicais, de Harvard.

Depois de permanecer no hospital várias semanas, perguntei ao Dr. Landinez quando eu poderia voltar às selvas.

— Você deverá ficar em tratamento por mais de seis meses — disse. — Você praticamente quase destruiu o seu fígado. Depois você precisará ficar em convalescença por mais um ano.

— O quê? — disse eu. — Um ano e meio antes que eu possa voltar às selvas?

Ele sacudiu a cabeça. — Você nunca mais terá possibilida-des de voltar às selvas. O seu fígado foi danificado para o resto da vida.

Olhei para as minhas mãos. Estavam da cor de laranja. Estavam-me aplicando transfusões de sangue, porque eu ainda sangrava internamente.

— O senhor está enganado — eu disse. — Vou voltar.

— É assim que eu gosto — ele disse, com um sorriso meio esquerdo, batendo nos meus ombros. — Continue firme!

Três semanas mais tarde eles me deram alta, lá no hospital. O Dr. Landinez não podia acreditar que eu estivesse passando bem. — Bruce — disse ele — por favor, não volte às selvas.

Eu já estava me preparando para sair. — Por que não? — perguntei.

— Você ainda não está suficientemente bom. Você poderá ter uma recaída e morrer por lá, sem ter alguém que cuide de você.

Sacudi a cabeça e sorri. — Já disse ao senhor. Não vou morrer. Deus vai curar o meu corpo muito melhor do que o senhor poderia fazer.

Ele encolheu os ombros.

— Agora tenho um pedido a fazer-lhe — eu disse. — O senhor sabe que tenho bons conhecimentos de medicina. Preciso de alguns remédios e drogas para levar aos índios. Não há ninguém que cuide deles. Sei que é ilegal o senhor dar-me esses remédios, e nem sequer tenho dinheiro para pagá-los. Mas os motilones precisam deles.

Apesar de estar pondo em jogo o seu trabalho e a sua profissão ao fazê-lo, apanhou certa quantidade de remédios que pertenciam à companhia petrolífera e nos entregou.

— Qual é o valor de meu trabalho — perguntou — se eu não estiver ajudando as pessoas? Talvez esses nunca auxiliarão a ninguém. Na medicina você não se aventura. Você dá o remédio e espera que ele não seja perdido.

Uma semana mais tarde voltei às selvas. Tinha uma bússola, e sabia exatamente para onde me dirigia: direto para a casa de Abaratatura.

No terceiro dia comecei a sentir tonturas. As dores no peito haviam voltado. Minha urina estava novamente escura. Naquela noite adormeci sentindo-me muito mal.

"Pai", eu orei, "tu me trouxeste aqui para trabalhar com os índios motilones. Tenho remédios que poderão ajudá-los. Por favor, Deus, cura o meu corpo."

Na manhã seguinte acordei sentindo-me perfeitamente bem. Não sentia dor alguma, e a urina estava clara. Levantei-me e continuei a andar.

Quando cheguei à casa comunitária de Abaratatura, ele veio ao meu encontro na estrada. Alguém já me vira e lhe comunicara que eu estava chegando.