domingo, 2 de maio de 2021

Por esta cruz te matarei - 00 Prefácio


 PREFÁCIO

Faz muito tempo que este livro está em preparativos. Houve várias tentativas e imaginamos se seria ou não terminado. Mas ele o foi. Este é um tributo à repercussão que Bruce Olson tem sobre todos nós.

Bruce não impressiona logo à primeira vista — alto, magro, loiro, com traços nórdicos bem acentuados. Ele é um tanto tímido. A sua maneira de falar — sempre intensa — é, às vezes, num staccato, e às vezes tateante.

Ele tem uma aparência jovem.

É um tanto difícil combinar essa descrição com as honras que lhe foram conferidas. Todas as pessoas que se encontram com Bruce o observam com respeito; às vezes com reverência. Afinal de contas, com trinta anos e apesar de ter terminado a faculdade apenas com cursos feitos por correspondência, já se apresentou diante das Nações Unidas, e da Organização dos Estados Americanos. Ele já almoçou com o Vice-Presidente dos Estados Unidos e foi amigo pessoal dos últimos quatro presidentes da Colômbia.

Fala 15 línguas, já teve trabalhos publicados em revistas de linguística e foi o pioneiro no trabalho de tradução para o computador, das línguas tribais.

Acima de tudo, Bruce Olson viveu só, por mais de dez anos, com os motilones, uma tribo da América do Sul, a qual obtivera a dúbia distinção de matar quase todos "os de fora" que pusessem os pés em seus territórios. Bruce "amarrou-se" aos motilones e como resultado, os motilones "se amarraram" a Deus. Gozaram também a transformação econômica mais rápida de qualquer grupo primitivo no mundo — um tributo à filosofia missionária de Bruce, a qual lhe permitiu conservar os moldes básicos de sua cultura.

Esses são apenas alguns fatos a respeito de Bruce Olson. Porém, há muito mais do que esses fatos poderiam sugerir, porque ninguém pode passar certo tempo com Bruce e permanecer a mesma pessoa. As idéias, as sementes de ação que plantou na "Casa da Criação", durante algumas semanas que esteve conosco, continuam a nos afetar, nas nossas relações, uns com os outros — e na maneira pela qual vemos a nós mesmos.

Bruce não se impressiona consigo mesmo. E tampouco se preocupa com o que os outros pensam a seu respeito e de seu trabalho. Os seus esforços difíceis nem sempre são possíveis de serem vividos, e Bruce já irritou bem mais do que umas poucas pessoas. Consequentemente, várias vezes foi rejeitado pelos homens. Porém não foi rejeitado por Deus. Essa é a fonte de sua força. Todos nós podemos aprender com ele.