COMO PERDOAR
Amiúde digo: “Senhor, mostra tua suficiência para esta
ocasião; mostra-te capaz de lidar com esta confusão.
Senhor, isto me parece terrível, e se devo julgar pelas aparências,
eu desistiria agora mesmo. Mas estou julgando por tua Palavra de que estás
operando dentro de mim, tanto o querer como o fazer por tua boa vontade.”
E quando entrego tudo a ele, ele dá o poder para fazer a nova
vida operar por meu intermédio a fim de ministrar vida em qualquer situação.
Por que isto não acontece mais freqüentemente? Por que os
cristãos são menos do que vitoriosos? Existem razões, impedimentos para que
recebamos tudo quanto Deus tem para nós. Chamo a esses impedimentos de bloqueios
do caminho.
Deus mostrou-me três barricadas no caminho que impedem o
derramamento de seu poder — falta de perdão, impaciência e incredulidade. Esses
bloqueios no caminho podem operar no sentido de deter o poder de Deus na vida
de um ministro ou na vida daqueles a quem ele deseja ministrar.
Não muito tempo depois que comecei a crer, e depois que eu
havia recebido o batismo no Espírito Santo, queixava-me porque Deus não usava
meu ministério de modo mais poderoso.
Quando lhe pedi que me mostrasse qual era a dificuldade, ele
apontou para o texto em Mateus onde Jesus disse que se trouxeres tua oferta ao altar
e ali te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deves deixar tua oferta
e reconciliar-te com teu irmão antes que possas apresentar tua oferta a Deus.
Eu sabia que havia uma relação interrompida que deveria ser
concertada em minha vida. E esse problema que eu havia criado interrompia minha
comunhão com Deus. Eu não podia ouvir o que Deus dizia, porque havia muita
estática que eu mesmo provocava.
Certa manhã, depois de uma bebedeira — antes de converter-me
— eu me havia levantado em um estado calamitoso, como de costume, e vi uma
conta do médico sobre minha cômoda. Era uma ocasião inoportuna.
Minha esposa não a deveria ter posto ali. Porém eu a abri e
isso me deixou ressentido. Peguei o telefone e disse ao médico que ele não
passava de um charlatão, e uma porção de coisas mais, nenhuma delas no sentido
de elogiá-lo ou à sua profissão. Realmente, disse-lhe umas boas verdades,
terminando com estas palavras:
— Se o senhor viver mil anos e eu viver dez mil, nunca vou
pagar-lhe essa conta . . .
E bati o fone, queimando todas as pontes atrás de mim.
O tempo passou. Fui salvo. Encontrei-me com Jesus.
Comecei a andar esta vida no Espírito.
O médico morava apenas cinco ou seis casas além da minha,
numa rua de mão única. Eu não podia ir a parte alguma sem ter de passar diante
de sua casa. Do outro lado da rua havia um lote vago, e eu virava o rosto e olhava
para lã. Realmente dei um mau jeito no pescoço de tanto virar a cabeça para
aquele lado. Eu não queria ver o médico, se acontecesse de ele estar fora,
porque ele me causava asco. Não queria enfrentá-lo pelo fato de haver-me
portado como um verdadeiro pagão com ele.
Eu havia sido o culpado de tudo isto, mas procurava recionalizar.
Quando o Senhor me mostrou o texto bíblico, eu disse: “Bem,
Senhor, esse é um erro de imprensa. Ele é que deve procurar-me. Eu sou o
ofendido. Além do mais, isto é algo do passado, água que já foi derramada.
Nada de bom resultará de voltarmos a discutir o assunto.”
Mas não importava o quanto eu racionalizasse, Deus não mudou
a Escritura para conformá-la à minha maneira de pensar, e me sentia cada vez
mais e mais miserável.
Certa noite, sentia-me tão culpado, que tudo o que eu podia
pensar era o nome do médico. Deus trazia-o à minha mente toda vez que eu
procurava orar. Eu estava morrendo espiritualmente. Quando trouxeres tua oferta
ao altar, quando vieres em uma atitude de oração e adoração, o primeiro nome
que aparece em tua mente é de alguém que te molesta, esse é teu maior problema,
bloqueando o reino do céu de modo que não possa ser evidente em tua própria
vida. O sentir-se consciente de que há um bloqueio no caminho envolve a
responsabilidade de fazer algo a respeito.
Assim, uma noite eu me sentia tão culpado, que disse:
“Muito bem, Senhor, eu irei. Por tua graça vou à casa dele e
resolverei este assunto.” E andei diante dessas cinco casas. Pareciam ser
cinqüenta quilômetros. Era uma distância muito curta para ir de carro. Tive de
andar, e eu sabia que todos os vizinhos me estavam olhando, dizendo: “Lá vai o
culpado.”
Eu estava tão cônscio desta culpa, que tinha certeza de que
todos cochichavam: “Ali vai o pecador. Ele está subindo e vai confessar.”
E Satanás lançava acusações contra mim. “Você não deseja ir
e pedir-lhe desculpas. Você não tem de fazê-lo.”
“Naturalmente, não tenho de fazê-lo”, concordei com ele.
“Posso morrer e não pedir desculpas. Tenho a oportunidade de preferir secar-me.
Tenho a oportunidade de ver minhas orações sem resposta. Sim, tenho muito que
escolher, são coisas de valor secundário, e de
terceira e quarta categorias. Elas não são o melhor. Os filhos
do Rei desejam as coisas melhores. E Deus deseja que eu tenha o melhor de tudo,
mas não vou obtê-las senão pelo caminho de Deus.” Bati à porta da casa do médico,
mas não houve resposta. Dei um grande suspiro de alívio e me deslizei
envergonhado para minha casa.
Levou-me várias semanas para reunir coragem bastante e
acumular graça suficiente para ir pela segunda vez.
Desta vez sua esposa abriu a porta e disse:
— O médico não está em casa. .
Pela terceira vez, em meu trajeto para lã, orei:
“Senhor, eu vou, mas tu vais ter de fazer a coisa.”
Bati à porta outra vez. E quando ele abriu a porta nesse
dia, tremi. Ele era vários centímetros mais alto do que eu, e me olhou de cima
para baixo, como se eu fosse um verme importuno. Ele era mais jovem do que eu, mais
rápido para agir. E eu esperava receber um soco no nariz.
“Senhor”, disse comigo mesmo, “não sei o que dizer a este
homem. Dá-me tua palavra de sabedoria.”
O homem me olhou de alto a baixo e disse:
— Que deseja?
Eu sabia que era exatamente isso que ele diria.
— Doutor — disse-lhe eu — , gostaria de entrar e falar com o
senhor.
— Não tenho nada que conversar — disse ele, e começou a
fechar a porta. Coloquei o pé na abertura como um vendedor desses insistentes.
Eu tinha de entrar nessa casa. E foi então que o Senhor colocou palavras na minha
boca.
— Doutor — disse-lhe eu —, não sou do tipo de
pessoa que viria aqui para pedir desculpas, mas este é um
assunto entre mim e Deus, e ambos gostaríamos que o senhor me deixasse entrar
—. O homem quase desmaiou e eu quase caí de bruços.
Essas palavras não eram minhas. Tratava-se de uma palavra de
sabedoria vinda diretamente do céu, as únicas palavras que poderiam ter-me
introduzido naquela casa.
Tivemos uma boa conversa, paguei-lhe a conta que devia,
confessei-lhe como havia estado completamente dominado pelo álcool, numa
espécie de estupor, e havia dito muitas coisas impertinentes às pessoas. Eu não
sabia o que eram. Porém eu estava ali porque me tornara cristão, havia-me
encontrado com Jesus. Desfrutava de uma nova forma de vida que se relacionava
com livrar-me de toda a lama e lixo que eu mesmo havia criado no passado,
consertando as relações interrompidas e tudo mais. Essas coisas eram duas fases
que formavam nosso programa dos Alcoólicos Anônimos.
— Bem, suspeitei que o senhor teve dificuldades por causa de
sua embriaguez — disse ele — e se os médicos fossem dar ouvidos a todas as coisas
que as pessoas lhes dizem, teriam de renunciar à profissão ou ingressar num manicômio.
Então ele me olhou de frente, mas sem ira, desta vez, e disse:
— No que se refere ao perdão, tudo está esquecido —. Então
nos demos as mãos.
Quando saí da casa do médico, eu estava em boas relações com
Deus, porque estava em boas relações com as pessoas. Minha vida de oração,
minha vida espiritual subiu às alturas. Estivera bloqueada, impedida, até que fui
e me reconciliei.
Mas tive de aprender a lição do perdão mais de uma vez. Deus
continuará a dar-nos lição após lição até que afinal aprendamos o que devemos
saber para funcionarmos com eficiência total como filhos do Rei.
Há questão de quatorze anos, Deus enviou-me à conferência de
uma importante organização leiga de renovação ao leste da Pensilvânia para
apresentar-lhes o batismo de Jesus, o batismo no Espírito Santo. Os participantes
eram em sua maioria gente denominacional que nunca tinha ouvido falar de tal
coisa, assim como eu tampouco quando me fiz membro da igreja batista.
Durante anos, centenas de pessoas haviam conhecido a Jesus
como o Batizador, em algumas de nossas reuniões realizadas à meia-noite. Mas
então o Sinédrio, a hierarquia eclesiástica me alcançou.
Creio que foi no sétimo ano de minha participação quando me
ordenaram que não freqüentasse mais essas reuniões, exceto as programadas pelo
Sinédrio. Apresentei minhas objeções como um pagão devoto, e depois fui para
casa e me sentei descontente sob minha aboboreira.
E disse: “Senhor, envia fogo do céu e queima essa cambada de
hipócritas.” E ali realizei minha sessão de queixas! Eu estava ardendo de
raiva. Enviei-lhes uma carta que teria feito justiça a qualquer acampamento do diabo.
Algumas manhãs mais tarde, o Senhor parecia dizer-me: Realmente eles feriram
seus sentimentos, não é verdade?
“Senhor, certamente feriram”, disse eu. Pensei que ele ia
animar-me a realizar uma sessão maior de queixa.
Mas não; em vez disso, era como se o Senhor dissesse:
Na verdade eles lhe deram um mau tratamento, hein?
“Senhor, tu não sabes”, disse eu.
Bem, disse o Senhor, eu sei realmente; eles me trataram
dessa maneira. Deveria o servo esperar melhor tratamento do que o dispensado ao
seu Senhor?
Aí fiquei um tanto envergonhado, e disse: “Não. Não, Senhor.”
Pareceu-me haver dito o Senhor: Você foi espancado e dado
por morto?
“Não.”
Já sofreu naufrágio?
“Não.”
Foi serrado ao meio?
“Não, Senhor, não senti nada disso.”
Foi lançado na prisão?
Todas as coisas que haviam acontecido a Paulo começaram a passar-me
pela mente, e nenhuma delas havia acontecido comigo. E parecia-me que o Senhor dizia:
Você está servindo a eles ou a mim?
“A ti, Senhor.”
Bem, então volte para lá e deixe que o expulsem de novo.
Na segunda vez, não me doeu tanto. Então ele me deixou ir
livre por uns dois anos. Mas há questão de um ano tive a sensação de que devia
voltar porque ainda me sentia magoado. Uma ferida tem de ser tratada no lugar onde
se produziu. A chaga contra meus irmãos em Cristo constituía um bloqueio em meu
crescimento espiritual.
Era preciso fazê-la desaparecer. Eu não podia corrigi-la somente
orando por eles. Tinha de voltar à fonte do problema.
Isto é básico na vida toda. Temos de reparar danos passados
no local onde se verificaram. Em Apocalipse 2:5, o Espírito diz: “Lembra-te,
pois, de onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras.”
Quando estamos orando junto do altar, e pensamos em alguém
que tem algo contra nós, devemos deixar ali nossa oferta, reconciliar-nos com
essa pessoa, e então voltar e oferecer nossa dádiva, nosso sacrifício. As possibilidades
são que seremos curados em nosso regresso, porque é então que a cura se produz,
quando nos reconciliamos.
Eu sabia que tinha de voltar, mas não queria fazê-lo.
De modo que coloquei um velo: “Muito bem, Senhor, voltarei
se eles me enviarem um convite pessoal, por escrito, para fazer parte de uma
equipe.” Ora, eu sabia que isso não podia acontecer, porque eu estava na lista dos
eliminados.
Mas alguém se enganou e recebi um convite para fazer parte
da equipe.
Não havia desejado que o Senhor honrasse meu velo.
Agora tinha o dever de voltar. Não havia como escapar.
E não gosto de ser despedido de uma comunidade cristã na
presença de quinhentos ou seiscentos irmãos. Isto magoa meu orgulho quando já
não me prezam. Mas meus gostos ou desgostos tinham de ser pisados. A vitória
tinha de ser obtida ali onde se havia apresentado a dificuldade.
Assim, conduzi meu automóvel ao refúgio na montanha onde se
realizava a conferência, numa sexta-feira à tarde. Havia um registro prévio de
cerca de oitocentos, e por isso haviam feito planos para ter cerca de
seiscentos, considerando certa proporção de cancelamentos. Mas o tempo estava
tão convidativo que praticamente todos vieram, inclusive eu.
Quando cheguei ao setor de inscrição, a pessoa encarregada
olhou a lista de -reservas e disse:
— Bem, sinto muito, mas o seu nome não consta da lista.
Pensei que alguém havia percebido o engano cometido e então
apagaram meu nome da lista para terem o lugar de que necessitavam.
“Bem, louvado seja o Senhor” , disse eu em voz alta.
— Que foi que o senhor disse? — perguntou.
Era algo novo esta coisa, e quando lhe repeti o que havia
dito, ele pensou que havia captado a mensagem. E disse:
— Sim, louvado seja o Senhor por nada.
— Não — disse eu, — louvado seja ele pelo quarto invisível.
Deus vai prover um quarto se ele desejar que eu fique aqui.
E fui para um lado a fim de esperar e ver o que o Senhor ia
fazer. E continuei dizendo a ele como isto me parecia.
“Pois bem, estarei encantado de ir-me, Senhor, a menos que
providencies algo para mim.” Isto me permitiria escapar em boa forma, pensei
eu. E tive certa esperança de que não haveria nenhum quarto.
Isto é, novamente, o que significa desligar. O que desligamos
na terra é desligado no céu. “Senhor, para mim tanto faz que aconteça uma coisa
ou outra. Se fosse fazer de acordo com as minhas preferências, preferiria não
estar aqui. Porém me conformo. Faze o que quiseres. Simplesmente esperarei.”
E assim esperei, louvando o Senhor ali mesmo, no meio de
toda aquela confusão de gente contrariada no setor da assim chamada ala de
inscrição. Havia seis filas de cristãos clamando por acomodações. Não havia acomodação
em número suficiente nem mesmo para os que tinham seus nomes na lista. Ouvi-os,
e pareciam-me pagãos, brigando, reclamando, queixando-se, indignados, prontos
para explodir.
— Viajei novecentos quilômetros, e eles não têm quarto para
mim . . .
— Não podem fazer isso comigo . . .
— Vou dar um jeito neles . . .
Conversa de pagãos.
Continuei em pé ali no meio de toda aquela confusão, dizendo:
“Graças te dou, Jesus. Louvado sejas tu, Senhor. Não sei onde está meu quarto,
mas tu o sabes.
Não preciso de cama neste momento. Ela me estorvaria.
Eu cairia sobre ela às três da tarde, precisaria dela logo mais
à noite, mas neste instante não preciso dela.
Gostaria, porém, de ter meu quarto, porque me agradaria entrar
ali e dar-lhe uma arrumada. Vou ficar em pé aqui e louvar-te até que algo
aconteça. Ou me expulsam, ou consigo um quarto. Não importa o que seja. Importa
é a tua vontade, Senhor.”
Sabe quanto tempo me levou? Marquei — vinte
minutos. Ali permaneci em pé no meio daquela ativa multidão
de cristãos que atuavam como pagãos, e não ouvi uma só palavra de louvor,
exceto a minha. Todos me olhavam como se eu tivesse três cabeças. Rodearam-me;
desprezaram-me. E esses eram cristãos nascidos de novo! Mas procediam de acordo
com seu senso comum, enquanto eu agia de modo espiritual, como Deus queria.
Tudo o que eu fazia era louvar: “Graças te dou, Jesus.
Aleluia! Glória a Deus. Eu sou filho do Rei.”
Enquanto estive ali, uma mulher procurava abrir caminho pela
multidão tendo na mão um envelope. Ela se dirigiu diretamente a mim como uma
pomba que vai ao seu pombal. Eu não a conhecia. Nem ela me conhecia. Porém ela
levantou o envelope, e me perguntou:
— O senhor podería usar a reserva que fiz?
— Não vai usá-la? — perguntei?
Abanando a cabeça negativamente, ela disse:
— Meu marido acaba de telefonar-me e diz que não vai poder
estar aqui. Havíamos reservado um quarto de casal, porém vou dormir em outro
lugar com uma amiga.
Aqui está um quarto de casal, se o senhor puder usá-lo.
Bem, aleluia! Glória a Jesus! Eu havia pedido ao Senhor um
quarto de solteiro. Ele deu-me um quarto de casal. Ele sabia que naquela noite,
à meia-noite, haveria vinte e três pessoas acotovelando-se naquele quarto para receber
o batismo no Espírito Santo. Isso foi na noite de sexta-feira.
No sábado à noite, o grupo disse:
— Bem, poderíamos ter outra reunião hoje à noite?
— Claro que sim — respondi-lhes.— Estou sempre pronto para
gloriar-me em Jesus.
E assim nos preparamos a fim de transferir-nos para a sala
de TV de onde estávamos hospedados. Comportava cerca de cento e cinquenta
pessoas assentadas. Quando eu me dirigia para lá, por volta da meia-noite, um
casal dos membros do Sinédrio disse:
— Estão planejando fazer uma daquelas reuniões esta noite?
Disse-lhes que não, e eu estava sendo perfeitamente honesto
com eles. Em absoluto não planejo reuniões.
Mas às vezes o Senhor as organiza e me pede que esteja lá.
Bem, eles ainda alimentavam alguma suspeita, de sorte que me
fizerem outra pergunta:
— O senhor vai a uma dessas reuniões?
— Sim, estou a caminho para lá agora — disse-lhes.
— Já não lhe dissemos que não realizasse mais dessas reuniões?
— Oh, sim, disseram. Disseram-me exatamente isso.
Uma mulher, membro do Sinédrio, fingiu um sorriso, como se
ela fosse provar o poder do pensamento positivo sobre mim.
— Bem, o senhor não vai realizá-la, pois não?
Seu sorriso desapareceu depressa quando lhe respondi:
— Claro que vou. Toda vez que alguém me pede que fale de
minha experiência com Jesus, ali é onde podem encontrar-me. Por que a senhora
não vem comigo?
— Bem, o senhor vem aqui todos os anos e deixa os restos de
naufrágios espirituais que temos de limpar.
— Irmã, por que não vem e verifica por si mesma como fazemos
naufrágios espirituais?
— Oh, não, eu não poderia fazer tal coisa.
Esta irmã era cheia do Espírito. Ela e o marido” pastor ali
na localidade, receberam o batismo e foram amordaçados pelos membros do
Sinédrio. Estão negando o poder. Mas esse problema é deles, e de Deus; não meu.
Minha parte é regozijar-me, servir a Jesus, e não ao Sinédrio
em parte alguma.
De modo que se reuniram uns cento e cinqüenta, e creio que
havia outros cem que receberam aquilo que buscavam, porque Jesus sempre cumpre
suas promessas. Quando vamos à fonte, ele sempre dessedenta as ovelhas.
Aleluia!
Na manhã seguinte, à hora do café no grande refeitório, o
Sinédrio enviou uma comissão de uma pessoa para pedir-me que fizesse o favor de
retirar-me.
Mas era tarde demais; o dano já estava feito. Aleluia! E o Senhor
alcançou sua vitória. Já não havia nenhuma amargura em mim.
“Estou pronto, Senhor. Tu fizeste tua obra aqui.
Passemos para outro lugar.”
Quando me pus a caminho em direção de minha cabana a fim de
fazer minha mala e partir, vi duas das irmãs, ainda jubilosas, ainda louvando a
Deus em todos os tipos de línguas, subindo o caminho. Ao aproximar- -me delas,
o Espírito do Senhor disse: Eu te darei os pagãos por tua herança.
“Aleluia! Louvado seja Deus. Não preciso de nada mais,
contudo, Senhor, começa a tua obra.” Os filhos do Rei são glutões de glória —
sempre estão preparados para mais. E Deus sempre dá mais para seus filhos.
Louvado seja Deus!
Então parei, e nós três nos regozijamos. Uma das duas irmãs
que haviam recebido o batismo na noite anterior — elas nem foram dormir —
apontou para baixo, para o caminho, e disse:
— Ali vem minha companheira de quarto, uma hindu.
O Senhor disse: Aí está a pagã.
Conversamos com ela um bocadinho, e revelou-se o fato de que
ela nunca soube que Deus tinha um primeiro nome: Jesus. Ela deleitou-se em
ouvir que podemos conhecer a Deus pelo seu primeiro nome.
Quando me retirei, alguns minutos depois, a glória do céu
lhe iluminava o rosto, e ela louvava a Jesus.
Os pagãos por tua herança. Deus sempre é fiel à sua palavra.
Com Deus, é sempre ação e mais ação onde os filhos do Rei se
mostram dispostos a permitir que Deus os use para produzir o impossível. Isto
faz a vida uma aventura palpitante, e não um enfado. “Regozijai-vos sempre.
Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade
de Deus em Cristo Jesus para convosco.”
Levemos a Deus continuamente o sacrifício de louvor.
Este é fruto de nossos lábios. Quando você não sentir o mínimo
desejo desse teor, diga: “Senhor, eu te louvo.
Dou-te graças, Jesus, por uma única razão — porque tu o disseste.”
Não pare de dar-lhe graças. Nunca deixe de louvá-lo.
Que acontece se você for expulso? Volte e seja expulso outras
vezes. Jesus disse: Se você estiver na minha equipe, você nunca vencerá num
concurso de popularidade, mas as recompensas bem que valem a pena.
Volte-se para ele naquele dia e ouça-o dizer: Bem está, servo
bom e fiel — não servo realizado, não servo sábio, não servo importante, mas
servo fiel. Foste fiel numas poucas coisas — ousaste louvar-me em face da
adversidade.
Agora estás condicionado, estás treinado, de sorte que posso
encarregar-te de umas poucas coisas mais, ou talvez muitas coisas. Tudo isso se
relaciona com nosso treinamento para andar pela fé.
Quanto tempo você tem de estudar uma lição? Até que a
aprenda. Quanto tempo você tem um problema particular? Até que deixe de ser
problema. Então, quando o problema se for, você achará falta dele, porque ele
foi um verdadeiro amigo. Quanto tempo você tem de aturar sua sogra
desagradável? Só enquanto necessitar dela. Quando já não precisar de seu
ministério e ela se for, então você a convidará a voltar. Louvado seja o Senhor!
Precisamos uns dos outros no estado em que nos encontramos.
E quando tivermos aprendido a regozijar- -nos sempre, a orar sem cessar, a
dar-lhe graças em tudo, então nossas vistas se erguem para ver o que Deus tem
em mente para seus filhos. Temos de olhar acima do modo comum e corriqueiro de
ver as coisas, e deixar que a mente divina comece a funcionar em nossa caixa pensante,
para ver as coisas da perspectiva de Deus. Em toda situação, temos de dizer:
“Senhor, que há nisso para ti?”, e não “Que há nisso para mim?”
“Que há nisso para ti, Senhor? Sei que nisso há glória para
ti, livramento para mim, e bênçãos para teus filhos.”
Vamos. Entremos e possuamos a terra. Herdemos o Reino preparado para nós. Vivamos como um filho do Rei. Aqui e agora.