Um tópico freqüente de discussões no meio da renovação carismática
é a possessão demoníaca. Talvez você seja um daqueles que não creem que estas
coisas aconteçam hoje. Não tenho nenhuma teoria a respeito desta matéria, mas
tenho tido algumas experiências que coincidem com o que tenho lido na Bíblia.
Quando um filho do Rei vê a Palavra de Deus confirmada no mundo, nenhuma
teologia vai persuadi-lo de que seus olhos veem puramente imaginação.
Faz muitos anos, antes que eu me convertesse, minha esposa
foi possuída por demônios. Ela havia sido médium espírita durante anos. Eu
freqüentava a faculdade quando a conheci, e ela vivia profundamente envolvida em
fazer psicografia. Ela podia segurar um lápis sobre
uma folha de papel e começava a escrever palavras. Pensávamos
que isto era formidável. Ela havia estado envolvida no ocultismo por um longo
tempo; era diplomada em tábuas de Ouija desde os dez anos de idade.
Casamo-nos uns dois anos depois de minha formatura.
Eu era um jovem engenheiro que começava minha carreira no
mundo industrial. Tinha a cabeça cheia de instrução, e logo percebi quão pouco
eu sabia.
Costumava chegar a casa à noite, completamente frustrado.
Meu trabalho era demasiado grande para mim.
De repente cheguei ao posto de engenheiro-chefe quando meu
superior foi transferido. Faltava-me o conhecimento e a experiência necessários
para resolver problemas de engenharia. De modo que eu estava à beira de um
colapso.
Uma noite minha, esposa disse:
— Por que não consultamos alguns de meus “amigos” e obtemos
algumas respostas?
A princípio não percebi do que ela estava falando.
— Que pretende você dizer com isso? — perguntei.
Ela disse:
— Assentar-nos-emos na sala de estar depois da refeição e
realizaremos uma sessão com os meus “amigos”, você sabe, os espíritos.
Ela nem mesmo precisava de entrar em transe, tal era o grau
a que havia chegado. Ela via espíritos e se comunicava verbalmente com eles.
— Aí vêm eles — disse ela.
— Onde? — perguntei.
— Não os vê? — disse-me ela.
— Certamente que não.
— Não os ouve?
— Não, não os ouço.
Porém ela os via e ouvia; e disse:
— Faça sua pergunta.
Fiz a pergunta, meu problema de engenharia, em termos
técnicos de engenharia.
E minha esposa disse:
— Não sei do que você está falando.
Depois ela se virou para seus amigos e disse:
— Vocês sabem o que ele quer dizer?
A seguir ela me disse:
— Sim, eles dizem que sabem o que você quer dizer.
Esperamos durante alguns minutos, e voltaram com uma
resposta, e fui ao escritório no dia seguinte, fiz a prova, e funcionou! De
sorte que se tornou isto uma prática habitual para mim o levar meus problemas
de engenharia para casa e fazer que minha esposa perguntasse a seus “amigos” a
solução. Nunca vi os “amigos”, nunca pude ouvi-los, porque tive uma mãe cristã
que me colocou sob o sangue de Jesus. Isso estabeleceu a diferença. Minha
esposa, por estar envolvida no ocultismo, havia-se deixado a si mesma
totalmente aberta à ação do poder satânico em sua vida.
Depois que nasceu nossa filha, minha esposa começou a agir
de forma muito estranha. Logo adquiriu tendências suicidas. Um dia seu
psiquiatra me disse:
— Chegará o dia em que ela ameaçará destruir um ou dois
membros da família, e poderia ser você. Quando isto acontecer, chame-me
imediatamente. Terei feito os preparativos necessários.
Chegou o dia, e por um ano não tive esposa. Tive uma pessoa
demente encerrada em um asilo de loucos. Ela não estava em verdade demente;
estava possuída pelo demônio, mas naquele tempo não sabíamos destas coisas. O
psiquiatra não o sabia. Os médicos tampouco o sabiam, porque eram simples
idiotas instruídos. Sem Jesus, o mais brilhante, o mais altamente preparado indivíduo não passa de um idiota
instruído.
Foi uma coisa horrível e cruel ter um bebê recém-nascido e
sem mãe para ela. A mãe estava encerrada, possivelmente para toda a vida,
porque ela havia brincado com fantasmas. Isso é o que Satanás faz à sua gente para
destruí-la.
O tempo passou. A vida era uma nódoa dolorosa.
Então um médico usou de hipnose em minha esposa e a trouxe
de sua “insanidade” para um estado um pouco mais normal. Na clínica disse-me um
médico ser muito possível que mais para a frente a enfermidade viesse a repetir-se.
Creio que esse médico sabia acerca de demônios, mas não sabia como dizer-mo.
Não éramos cristãos. Os cristãos estão sob a proteção de
Jesus. O capacete da salvação protege-lhes a mente contra o vodu e contra a
invasão de espíritos maus em suas almas, a menos que as deixem abertas para a invasão
satânica mediante deliberada intromissão na bruxaria e no ocultismo. E muitos
cristãos o fazem, por ignorarem a Palavra de Deus.
“Não vejo nada de errado com horóscopos, com a quiromancia,
com adivinhos, ou com sessões espíritas”, dizem, porque o cérebro instruído não
tem meios de perceber a presença de demônios até que seja tarde demais.
Nada víamos de errado com as abominações ocultistas também,
nunca havendo lido o capítulo 18 de Deuteronômio para entender o problema. Eu
havia feito estudos de pós-graduação, inclusive havia patenteado alguns inventos.
Meu cérebro idiota instruído estava em pleno controle de minha vida, e embora
eu pudesse apontar para meus êxitos mundanos, levava uma vida idiota e tinha a
mente estúpida e vazia. Nunca eu tinha convidado Jesus para entrar. Diploma de
doutor, sem Jesus, é o mesmo que cavar buracos; não leva a parte alguma.
Sem Jesus, e com seu envolvimento no ocultismo, minha esposa
estava na linha de fogo de Satanás. Não sabíamos disso, naturalmente, e ignorar
o inimigo é exatamente o que ele quer. Na Ciência Cristã ensinaram-me que
Satanás não. existe. É o truque dele para fazer a gente crer que ele não
existe, que você é bom, que não existe pecado, e que você não necessita de
salvação. Fui à Unidade, e a Swedenborg, ao voduísmo, à ioga, e a todas as
deprimentes e lânguidas religiões e cultos, e nenhuma delas podia salvar minha
esposa da insanidade como não puderam tirar-me do pântano em que caí quando era
menino.
Um dia, cerca de dezessete anos depois de receber alta do
sanatório para doentes mentais, notei que minha esposa estava agindo novamente
de forma estranha. A violência ainda não se havia manifestado, mas eu sabia que
estava a caminho, porque ela estava seguindo o mesmo padrão de comportamento
que havia demonstrado quando nossa filha nasceu na década dos anos trinta.
Certo dia, enquanto a olhava, vi de repente um rosto sobre a
face de minha esposa, tão real em cada pormenor como seu próprio rosto, porém
era a face de um demônio horrível vindo diretamente do abismo do inferno. Não
havendo sido ensinado nestas coisas, levei-a a um assim chamado psiquiatra
cristão em Baltimore.
Mas ele nunca tinha ouvido falar dos dons do Espírito ou de
demônios. Quando lhe disse o que eu tinha visto, ele se esqueceu de minha
esposa e passou a examinar-me.
Pensei que ia mandar prender-me ou expulsar-me dali.
Os psicanalistas não tinham resposta alguma. Para onde ir?
Para um único lugar. Para o Senhor.
Nos começos de 1954 encontrei Jesus, e ele me batizou e me
concedeu os dons do Espírito Santo.
Lidamos com esse demônio, atamo-lo, e o expelimos de minha
esposa, e hoje ela é perfeitamente normal.
Louvado seja Deus.
Desta vez ela continuará neste estado, porque não brincamos
mais com fantasmas em nossa casa.
Sem os dons do Espírito Santo, minha esposa seria no dia de
hoje um violento ser irracional. Isso é o que o médico disse que seria: um
violento animal. Em outras palavras, não um ser humano. Se eu tivesse sido um batista
do sul, do tipo comum, teria tido de acomodar-me a essa situação e isso é
satânico. Quando nossos seminários privam nossos jovens pregadores do
conhecimento das atividades de Satanás e também do poder dos dons do Espírito
Santo para lidar com essas atividades, é algo diabólico. E nossos seminários —
cemitérios, é como deveríamos chamá-los — estão fornecendo informação morta.
Não encontro nada na Bíblia acerca de ministérios especializados
de livramento, mas encontro cristãos normais ministrando livramento,
ministrando cura e ministrando os dons do Espírito para trazer plenitude e perfeição
ao povo de Deus. Sem a caixa de ferramentas de Deus, os dons do Espírito Santo,
somos cristãos retardados, caindo de volta naquela oração de descrença, “Senhor, cura-o se for da tua
vontade”, e a seguir chamando a empresa funerária. Os filhos do Rei sabem que a
perfeita vontade de Deus conforme se encontra em 3 João, ver. 2, é prosperidade
e saúde; não existe o condicional “se” a respeito.
Uma das maiores ações do Espírito Santo hoje entre os jovens
em Baltimore veio por intermédio do exercício dos dons do Espírito Santo em
nossa sala enquanto minha esposa e eu ministrávamos a Palavra de Deus a um
psicólogo.
Eu havia testemunhado a este homem cerca de dez anos antes,
e ele nada desejava do que eu lhe estava falando. Disse ele:
— Isso está muito bem para o senhor, mas eu estou trabalhando
para obter minha licenciatura e logo terei meu doutorado, e meu preparo na
psicologia e na psiquiatria é mais do que suficiente para minhas necessidades.
Sendo assim, eu lhe disse:
— Não vou chamar mais o senhor; o senhor é que terá de
chamar-me quando estiver a ponto de desintegrar-se.
Como podia eu saber que isso iria acontecer? As tabelas das
companhias de seguro garantem a desintegração do mecanismo humano por volta de
cinquenta anos. De acordo com as estatísticas das companhias de seguro, se você
ocupa na vida um posto executivo, aos cinqüenta e dois anos e meio você deverá
sofrer seu primeiro colapso nervoso ou seu primeiro ataque cardíaco, ou ambos.
E eu seguia o padrão, até que me encontrei com Jesus.
Há cerca de três anos, o psicólogo me chamou uma noite e
disse:
— Tenho um problema.
— Tem um o quê? — perguntei. — Pensei que os psiquiatras
resolviam problemas. Pensei que o senhor tinha as respostas, não os problemas.
— Bem — disse ele, — também pensei assim. Mas tenho um
problema.
— Qual é?
— Medo. Faz alguns anos o senhor me disse coisas que me
levaram a crer que o senhor tinha alguma influência com Deus. Poderia
ajudar-me?
— Não, eu não poderia ajudá-lo, mas Jesus poderia se o
senhor estivesse disposto a ser ajudado por ele, ou o seu temor é um
passatempo? — perguntei.
— Não, não é um passatempo. Eu gostaria de desfazer-me dele.
Ele mantém-me acordado já vai para um ano.
Bem, é preciso saber que eu o tinha em minha lista especial
de oração a fim de que ele não tivesse paz enquanto não se encontrasse com o
Príncipe da Paz.
Concordou em dispor-se a chegar a um entendimento nos termos
que Deus impusesse. Ele não tinha alternativa, senão piorar.
Assim, ele veio à minha casa e minha esposa e eu falamos com
ele sobre o que havíamos encontrado em Jesus: libertação do tormento e da
culpa. Libertação da vaidade da vida, e do fastidioso tédio da existência sem o
Salvador vivo.
Bem, a dor e a miséria eram em seu rosto indício claro do
tormento que lhe ia por dentro.
— Está o senhor disposto a que Jesus o livre deste temor?
— Eu não sabia que ele pudesse fazer isso — disse-me.
— Tampouco eu o sabia, até que o experimentei — respondi.
— Que é que tenho de fazer?
— Peça a Jesus que entre em seu coração para ser seu Salvador
— disse-lhe eu.
Ele o fez, e foi salvo ali mesmo.
Isso o candidatou a receber os dons que Deus concede aos
filhos do Rei.
De modo que impusemos as mãos sobre ele e oramos em línguas.
Esse é o dom de telefone. “Senhor, não sabemos como orar por esta pessoa. Por
favor, ajuda-nos.” Vi o espírito de temor amarrado. Ali em seu interior, vi um
quadro claro, e soube que o temor vinha do diabo.
“Satanás, em nome de Jesus Cristo, nós te amarramos e te
lançamos de volta ao abismo de onde vieste. Tira tuas mãos de sobre o povo de
Deus e mantém-nas longe.
Em nome de Jesus. Amém.” Essa foi nossa ordem.
Fred endireitou-se na cadeira e se apalpou por todos as
partes. E disse:
— Foi-se embora!
— Bem, isso era o que desejávamos, não é verdade?
Não desejava você que ele se fosse?
— Sim — disse ele, — mas foi . . . .
— Bem, claro que foi, porque os filhos do Rei estão ministrando
aos filhos do Rei.
No correr da tarde, Fred tocava em si mesmo de vez em quando
para ver sé a coisa tinha voltado. Mas não tinha, porque havíamos dito:
“Senhor, sela-o em teu Santo Espírito.”
Na noite seguinte Fred me chamou e disse:
— Ainda se foi! Não voltou!
— Bem, não foi isto o que solicitamos que acontecesse?
Não foi isto que dissemos ao maligno? Vai-te e fica-te por
lã. E claro. Os filhos do Rei fazem isso.
— Desejo conhecer melhor este tipo de Deus — disse ele. —
Desejo poder ministrar mediante esse tipo de poder.
Convidamo-lo, e ele voltou à nossa casa. Minha esposa e eu
lhe impusemos as mãos, e Jesus o batizou no Espírito Santo; ele falou em uma
nova língua e converteu-se em um poderoso filho do Rei.
Ele tinha esposa e onze filhos, e todos se converteram.
Receberam o batismo, deixaram as drogas e os demais aditivos
químicos necessários a quem não possui Jesus.
Logo começaram a infiltrar-se na vida de outros rapazes ao
derredor. Começaram um pequeno grupo de oração e de estudo bíblico no porão de
seu clube, e os outros rapazes começaram a comparecer. No dia de hoje, este grupo
já conta com várias centenas que se reúnem no local da igreja de São José, nas
terças-feiras à noite, repleto de jovens que deixaram as drogas e se uniram a Jesus.
Nos últimos anos, literalmente milhares têm aceitado a Jesus Cristo porque Fred
foi libertado do medo.
Este é o poder do Espírito Santo para fortalecer cristãos
comuns a fim de saírem pelo mundo e atuarem como povo de Deus em preparação
para algo melhor no além. Não sei como poderia ser maior, mas ele diz que será.
O melhor ainda está por vir. Aleluia!