Segunda Parte
Os Odres Novos
Tenho uma forte impressão de que tudo o que foi dito até
aqui não passará de mero palavreado, a
menos que encaremos a verdadeira raiz do
problema. Chamo a tal problema de "infância permanente" do
crente.
Que adianta falarmos em reconhecer a Cristo como Senhor, ou
em servi-lo como escravos, ou em
derramar nosso amor e louvor em atos
concretos para o seu novo Reino — se não somos capazes de mudar,
crescer, avançar, passar desse estágio
infantil que prolongamos tanto?
Ê disto que trata a segunda parte deste volume.
Capítulo 11
Eternas Crianças?
A esse respeito temos muitas cousas que dizer, e difíceis de
explicar, porquanto vos tendes tornado
tardios em ouvir. Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres,
atendendo ao tempo decorrido, tendes
novamente necessidade de alguém que vos ensine de novo quais são os
princípios elementares dos oráculos de
Deus; assim vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento
sólido. Ora, todo aquele que se alimenta
de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o
alimento sólido é para og adultos, para
aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir
não somente o bem, mas também o mal. Por
isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo
nos levar para o que é perfeito, não lançando de novo a base do arrependimento
de obras mortas, e da fé em Deus, e o
ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do
juízo eterno. Isso faremos se Deus o
permitir. (Hb 6.3.)
Recebi um grande choque na primeira vez que Deus me revelou
como eu e minha igreja éramos
infantis.
Quando iniciei meu ministério naquela igreja de Buenos
Aires, ela contava com 184 membros.
Começamos a trabalhar imediatamente, e após dois anos de muita organização
e trabalho de expansão chegamos à cifra
de 600 membros. Havíamos triplicado nosso número.
Eu assistira a muitos congressos de evangelismo, e pusera em
prática, na igreja, tudo o que aprendera
de novo. Estávamos orgulhosos de ter, como nosso ministro de educação religiosa, um pastor graduado por uma escola
superior dos Estados Unidos. Nossa escola
dominical era das melhores. A união de jovens estava muito bem, como
também os grupos de adolescentes —
rapazes e moças — a união de homens, e todos os outros departamentos da igreja.
Nosso sistema de assistência aos recém-converti-dos também
era muito bom. Tínhamos formulários de
números 1, 2, 3 e 4 — um para cada categoria — homens, mulheres, crianças, judeus, árabes — qualquer tipo imaginável.
Mantínhamos um registro de todas as nossas
chamadas telefônicas e todas as visitas realizadas, e estávamos fazendo
campanhas de assinaturas de várias
publicações cristãs. Os cartões de decisão eram uma ficha que nos fornecia exatamente o nível em que cada
pessoa se achava — se já havia sido batizada, e^c., etc.
A liderança ida denominação ficou tão impressionada com tudo
isso, que fui convidado a ser o orador
oficial de dois congressos, para divulgar nosso sistema de assistência aos convertidos e distribuir amostras de nossos
formulários entre os pastores.
Entretanto, bem no fundo, eu sentia que alguma coisa não
estava certa. Tudo parecia correr bem,
desde que eu trabalhasse dezesseis horas por dia. Mas quando eu relaxava o ritmo, os resultados diminuíam. Isto começou
a perturbar-me.
Por fim, resolvi parar. Reuni a junta diretora da igreja e
disse-lhes: "Tenho que me afastar
duas semanas para orar."
Parti para o interior e entreguei-me à meditação e
oração.
O Espírito Santo começou a quebrantar-me. A primeira coisa
que ele me disse foi: "Juan, aquilo
que você tem nas mãos não é uma igreja, é um negócio."
Não entendi o que ele queria dizer.
"Você está promovendo o evangelho do mesmo modo que a
Companhia Coca-Cola vende seu
produto", disse ele. Está fazendo o mesmo que o Readers Digest faz para
vender seus livros e revistas. Está
empregando todas as técnicas aprendidas na escola. Mas, onde está minha mão em tudo isso?"
Fiquei sem saber o que responder. Tinha que reconhecer que
minha igreja funcionava mais como uma
empresa do que como um corpo espiritual.
Depois o Senhor me revelou outra coisa.
"Vocês não estão crescendo", disse ele.
"Vocês pensam que estão, porque subiram de
200 para 600 membros. Mas não estão crescendo realmente — estão apenas
engordando." O que quereria aquilo
dizer?
"Tudo que você conseguiu foi agrupar mais pessoas da
mesma qualidade das que já havia.
Ninguém está amadurecendo em Cristo. O nível permanece o mesmo. Antes
vocês contavam com duzentos bebês
espirituais. Agora contam com 600."
Era verdade. Não podia refutar nem uma sequer daquelas
palavras.
"Em decorrência disto", continuou o Senhor,
"o que vocês têm é um orfanato, e não
uma igreja. Ninguém ali tem pai, espiritualmente falando. Você não é pai
deles — é apenas um atarefado diretor de
orfanato. Está conservando as luzes acesas, está pagando as contas e enchendo as mamadeiras de leite, mas nem
você, nem ninguém está atuando como pai
espiritual para aquelas criancinhas."
Mais uma vez ele tinha razão.
Quando voltei para casa, comecei a notar inúmeras evidências
desta infância permanente — não somente
em minha própria igreja, mas em todo o Corpo de Cristo. Uma prova disso era que as orações eram
sempre as mesmas. É de se supor que, se uma
pessoa está-se desenvolvendo em seu relacionamento com o Senhor, as
coisas que ela diz agora devem ser bem
diferentes de quando ela foi salva. Mas isto não acontece. Suponhamos que eu converse com minha esposa
do mesmo modo que fazia quando nos
conhecemos. Lembro-me do primeiro dia. Ela era membro de minha igreja, e
finalmente eu lhe disse:
"Irmã Marta, gostaria de dizer-lhe algumas palavras em
particular."
"Está bem, pastor", respondeu. "Onde deseja
ir?"
Quando nos achávamos a sós, eu falei:
"Irmã Marta, não sei se já notou, mas tenho para com
você, um sentimento diferente que não
tenho pelas outras irmãs da igreja."
Suponhamos que, agora, após mais de doze anos de vida
conjugal e quatro filhos, eu chegasse em
casa e lhe dissesse: "Irmã Marta, gostaria de dizer-lhe algumas palavras
em particular. Não sei se já notou, mas
tenho para com você um sentimento diferente que não tenho pelas outras irmãs da igreja..."
Dificilmente eu faria isto. Nós já evoluímos em nossa forma de diálogo, e já deixamos para trás
este estágio inicial.
Entretanto, na igreja, o nosso povo faz as mesmas orações de
sempre e canta os mesmos hinos. O
diálogo nunca passa daquele estágio inicial.
Outra evidência desta infância são as divisões que há na
igreja. Paulo disse aos crentes de
Corinto que o fato de uns se apegarem a Pedro, a Apolo e a ele próprio era
sinal de imaturidade espiritual. Os
coríntios estavam brigando entre si. Eram partidários cada um de um pregador. Mas pelo menos estavam na mesma
igreja.
Em nossa época, nós não conseguimos nem divergir bem.
Pertencemos aos mais diversos grupos e
nos reunimos em templos separados, e falamos mal uns dos outros. Se os coríntios eram bebês em Cristo, nós nem
nascemos ainda.
E em vez de melhorarmos estamos piorando. A cada ano que
passa, existem mais denominações. O
Corpo de Cristo nunca esteve tão repartido.
Outra prova de imaturidade é que estamos sempre mais
interessados em receber do que em dar.
Somos exatamente como criancinhas, constantemente querendo que o Senhor
nos abençoe, que ele faça isto ou aquilo
para nós, que nos cure, nos dê felicidade, nos dê dinheiro... nunca paramos de pedir.
"Papai, me dê dinheiro; dê-me isto; dê-me aquilo."
A pessoa madura sabe dar. Dar é um atributo de um adulto.
Não é interessante observar que os crentes estão sempre mais
interessados nos dons do Espírito do que
no seu fruto? Se à igreja chega um pregador com o ministério de curas, ela
se superlota. As crianças adoram
espetáculos. Mas a pessoa madura está mais interessada no amor, alegria, paz, paciência, bondade,
benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Como as crianças, não sabemos dar o valor certo às coisas
certas. Qualquer hora que oferecermos a
uma criança uma nota de cem dólares ou um chocolate para escolher, ela preferirá o chocolate. Nós agimos da mesma
forma com relação às coisas materiais. Sempre
preferimos uma bela casa, ou um carro novo, uma boa conta no banco, a
quaisquer bênçãos espirituais. Isto
porque nosso conceito de valores não é amadurecido.
Nós chegamos até a buscar em Deus as coisas materiais. Não
nos satisfazemos em buscar nós mesmos a
prosperidade; queremos convencer Deus a nos ajudar a obtê-la. Não passamos de crianças egoístas.
Outra evidência — a falta de obreiros na igreja, gu não
entendo isto, mas há pessoas que já são
crentes há dez, ou vinte anos e ainda não conseguiram levar outros a Cristo. O
máximo que fazem é convidar alguém para
assistir ao culto.
"Por que não vem à nossa igreja? Temos um belo templo,
todo carpetado, assentos confortáveis,
ar condicionado, e o pastor é uma excelente pessoa. Por que nao vem comigo?" Se a pessoa aceita o convite, ele pensa que
cumpriu seu dever.
"Pastor, trouxe um amigo ao culto. Daqui para a frente,
o resto é com o senhor." E assim, o
pastor tem que pregar o evangelho, ganhar aquela pessoa para Cristo, batizá la,
e cuidar dela daí por diante.
É interessante notar que Paulo não batizou quase ninguém.
Ele escreveu o seguinte aos coríntios:
"Dou graças porque a nenhum de vós batizei, exceto Crispo e Gaio... também
a casa de Estéfanas; além destes não me
lembro se batizei algum outro" (1 Co 1.14-16).
Como é então que em Atos 18.8, encontramos o seguinte:
"Mas Crispo, o principal da
sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa; também muitos dos
coríntios, ouvindo, criam a eram
batizados"? Alguém estava batizando os novos convertidos; e não era Paulo.
Deve ter sido Crispo ou Gaio e outros
pais espirituais, os quais logo depois passavam a cuidar do desenvolvimento de seus filhos espirituais.
Todos os domingos nós pregamos o ABC da salvação. As pessoas
aceitam e nós as colocamos na classe de
catecúmenos para se instruírem nas doutrinas a respeito da igreja, batismo e outras doutrinas fundamentais; mas
quem cuida delas depois disto? Quando acabam
o curso da classe, já estamos prontos para iniciar o doutrinamento de
outro grupo, deixando aqueles primeiros
sem qualquer orientação complementar, para se desenvolverem até alcançar a maturidade espiritual.
Não é de se admirar que percamos tantos deles.
Não podemos nos espantar de os resultados de nossas
campanhas parecerem diminuir. Os novos
crentes — permitam-me dizê-lo claramente — aborrecem-se na igreja. Todo domingo é a mesma coisa, os mesmos hinos do
coro, a mesma pregação. Satanás não tem a
mínima dificuldade em atraí-los de volta para o reino das trevas.
De quem é a culpa? Estas pessoas nos ouvem sempre dizendo
que elas precisam crescer. Mas como, se
elas não são alimentadas com outra coisa a não ser leite. O leite é um bom alimento, mas só serve por pouco tempo;
depois, a criancinha precisa de outras substâncias mais nutritivas.
Contudo, os pastores não são os únicos culpados, pois os
seminários e escolas bíblicas não os
preparam convenientemente. Se tudo que lhes ensinam é aquecer o leite, quem é
o culpado então?
Todos nós somos vítimas da estrutura denomina-cional em que fomos formados. Não podemos escapar a isto; ela está gravada em nós. Mas podemos nos forçar a parar e pensar no que estamos fazendo. Se não pararmos nossa interminável ronda de atividades, para perguntar a Deus se ele está nisso ou não, então seremos realmente culpados.
Foi-me muito difícil parar. O telefone tocava de manhã até a
noite. Eu tinha que estar constantemente
lubrificando o maquinismo de minha igreja — uma máquina que eu próprio montara — senão ela se desintegraria. Na
Argentina, os pastores ainda são mais solicitados que os de outros lugares, pois estão entre as
poucas pessoas que possuem automóveis e assim
nos tornamos no motorista particular de todo o mundo. Temos que levar os
doentes para o hospital, e assim por
diante, além de nossos próprios deveres.
Mas, graças a Deus, um dia eu parei. E isso provocou uma
revolução em minha igreja. Pela primeira
vez, eu não estava apresentando meu programa ao Senhor e dizendo: "Senhor, abençoa meus planos!"
Agora eu dizia: "Senhor, o que queres que eu faça?" Ê incrível o número de planos que um pastor
faz e nao realiza. Eu já visitei muitas
igrejas e ouvi pastores dizerem: "No mês que vem, vamos iniciar um
novo programa de atividades. Tudo já
está planejado e pronto para começarmos."
No ano seguinte, encontro aquele pastor e lhe pergunto:
"Como foi aquele programa,
irmão?"
"Ah", replica ele, "não pudemos fazer aquilo.
Mas na semana que vem vamos iniciar uma
nova programação."
Por que nossos projetos acabam sempre se desfazendo? Porque
tentamos executá-los utilizando
crianças. E não se pode depender de crianças. Elas fazem grandes promessas
("Eu farei; eu me comportarei
direitinho; prometo que o farei.") Mas elas não as cumprem.
O Senhor teve que convencer-me de que parte de meu problema
estava em que eu pregava apenas leite. E
eu pensara estar-me saindo tão bem! Mas tudo não passara do que o autor de Hebreus chamou de "princípios
elementares". (5.12-6.1.)
Arrependimento
Fé
Batismos
A imposição de mãos (o batismo do Espírito Santo, que na
igreja primitiva geralmente acontecia
logo após o batismo nas águas, quando se impunham as mãos sobre a pessoa,
ainda na água).
A ressurreição dos mortos
O juízo eterno
Foi sobre isto que preguei durante vinte anos.
Examinei nossos volumes de escola dominical e descobri que
eles versavam sobre os mesmos princípios
elementares, repetindo-os sempre.
Recordei o que aprendera na escola bíblica — a mesma coisa.
(Não acreditam? Leiam o índice de
qualquer compêndio de teologia. Haverá um capítulo sobre a Bíblia, outro
sobre Deus, outro sobre o homem, depois
sobre a salvação, depois o Espírito Santo, depois a segunda vinda de Cristo, e finalmente
escatologia. E isto é tudo. Nada além dos "princípios elementares dos oráculos de Deus", como
diz nossa versão.)
Eu pertencia a uma denominação que se orgulhava de pregar
sobre quatro temas: salvação, batismo do
Espírito Santo, cura e a segunda vinda de Cristo. Chamávamos a isto "evangelho completo". Outros
substituem o item n.° 2, batismo do Espírito Santo, por santificação.
Como é que isto pode ser chamado de evangelho completo, se o
autor de Hebreus diz que é
elementar?
Não quero ter a pretensão de criticar ninguém. Eu também
cometi estes erros. Fiquei perplexo
quando descobri que, na igreja primitiva, todas estas coisas — arrependimento,
fé, batismo nas águas, batismo do
Espírito Santo e preparação para o tempo do fim — eram incorporadas à vida do
crente no dia em que se convertia. Isto se constituía no ponto inicial do qual ele partia em direção à maturidade
espiritual.
Há pouco tempo um pastor de outra denominação me disse:
"Ah, Pastor Ortiz, eu agora estou penetrando águas bem
profundas. Estou penetrando em uma nova
dimensão do evangelho que nunca pensei existir."
"O que aconteceu, irmão?" indaguei. "Ê que
agora estou falando em línguas",
respondeu.
Isto não é nada", repliquei, "na igreja primitiva
eles falavam em línguas no dia em que
eram salvos. Você pensa que atingiu o ponto máximo de sua carreira
espiritual. Ainda está nos primeiros
passos, como a maioria dos crentes."
Fiquei muito chocado, certo dia, quando um rapaz de minha
igreja me disse: "Irmão Juan",
disse ele, "sabe de uma coisa? Eu observei que depois que me
converti, há um ano atrás, aprendi muito
nos primeiros seis meses. Mas de lá para cá, parece que sei tudo que todos os outros sabem. Estou apenas
me mantendo no mesmo nível; não estou-me
desenvolvendo, como naqueles primeiros meses."
Por que o seu pastor não lhe dava nada além de leite?
Comecei procurando descobrir o que poderia ser este alimento
sólido. Vi que Paulo disse aos coríntios
que não podia dar-lhes alimentos sólidos, porque ainda eram bebês, e, logicamente, seu regime alimentar era
constituído apenas de leite. Sobre que fala ele em 1 Coríntios? Imoralidade na igreja, contendas
entre irmãos, problemas conjugais, carne
sacrificada a ídolos, insubordinação, vestuário das mulheres, observação
errada da Ceia do Senhor, dons
espirituais, a ressurreição dos mortos, e sobre como se levantar ofertas.
Nada a não ser leite, disse Paulo.
Mas ele nos deu uma pequena amostra de alimento sólido no
capítulo 2. "Entretanto, expomos
sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que
se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de
Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade
para a nossa glória; mas como está
escrito: nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado
para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo
revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as cousas perscruta,
até mesmo as profundezas de Deus.
Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem senão o seu próprio espírito que nele está? assim também as
cousas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o
espírito do mundo, e, sim o Espírito que vem de
Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.
Disto também falamos, não em palavras
ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo cousas espirituais com
espirituais. Ora, o homem natural não aceita as cousas do espírito de Deus, porque lhe são loucura; e
não pode entendê-las porque elas se discernem
espiritualmente. Porém, o homem espiritual julga todas as cousas, mas
ele mesmo não é julgado por ninguém.
Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo." (1 Co
2.6-16.)
Mas no verso que se segue (3.1), ele volta a dirigir-se a
"crianças em Cristo". A que é
que Paulo se refere neste capítulo 2?
Mais adiante ele discorre acerca de sua jornada aos comandos
centrais do universo onde "ouviu
palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir" (2 Co 12.4).
Que será que Deus revelou a Paulo nesta
ocasião? Ele não o incluiu em seus escritos do Novo Testamento.
Devemos lembrar que as epístolas foram escritas com o
propósito de corrigir erros nas igrejas.
Elas não apresentam o veio principal do ensino apostólico, mas somente as corrigendas. Nós não sabemos tudo que Paulo
ensinou quando estava em Corinto, Antioquia,
Troas, Tessalônica e em outras cidades.
Sobre o que versa o livro de Romanos? Sobre arrependimento.
Hebreus — como está claro pela passagem
que citamos no início deste capítulo — foi formulado de modo bem simples para que os "bebês" não se
engasgassem. (Em nossos seminários, Romanos e Hebreus são epístolas muito profundas, cujo estudo só
é feito no terceiro ano.)
Não é muito animador constatar que nós ainda nem bebemos uma parte do leite que está ao nosso dispor, nem digerimos o que já bebemos. O que faremos com a sabedoria que não pertence a "este século"?