terça-feira, 4 de maio de 2021

Lúcifer destronado - Capítulo 12


 Respostas a algumas perguntas difíceis

Com o mencionei alguns capítulos atrás, podemos nos referir a certas pessoas, por exemplo, os saduceus dos dias de hoje. São cristãos sinceros, em sua maioria, acho eu, e não aceitam o fato de que existe um satanismo espalhado por toda parte e vastas redes de satanistas de diversas gerações que torturam crianças.

Essas pessoas costumam fazer determinadas perguntas que precisam ser respondidas, e queremos respondê-las da melhor forma possível.

O fato é que muitos membros da comunidade acadêmica e até mesmo da Igreja têm assumido uma postura de interesse cultural (e, por vezes, financeiro) de bastante ceticismo quanto a uma epidemia de satanismo. Como observa o conhecido estudioso Carl Raschke:

E difícil, geralmente, avaliar incidentes e casos de satanismo, por causa dos ventos, que se cruzam, de histeria, ansiedade e do que se poderia chamar de “síndrome da negação”, de determinados profissionais ligados à área de ciências sociais, que rejeitam aprioristicamente, mesmo sem um bom motivo, todas as sugestões — até mesmo onde somente um comportamento sobrenatural é a questão — de ação do ocultismo.

Assim, somos forçados a considerar como suspeito o ceticismo dos chamados especialistas no assunto, que, em sua maioria, preferem perder a mão direita a admitir que Satanás (ou Deus) realmente exista. Temos que manter um ceticismo saudável, verificando se as suas respostas fazem sentido.

• Por Que um Tal “Avivamento Satânico” Estaria Acontecendo Justamente Agora?

Esta é uma boa pergunta, mas reflete uma falta de perspectiva histórica e, possivelmente também, bíblica. Antes de mais nada, temos de admitir a possibilidade de que isso tem acontecido sempre, mas, ou ninguém tomou conhecimento maior do assunto ou nunca se preocupou antes suficientemente com essas coisas. Uma das maiores enfermidades da nossa sociedade hoje é que tendemos a ver a história com os olhos dos dias atuais. Por exemplo, no momento, todos nós reconhecemos existir sérios problemas de pedofilia e de violência para com as mulheres; no entanto, há 20 anos, o “bom senso comum” entre psiquiatras e religiosos era de que tais coisas raramente aconteciam. E, se acaso acontecessem, seriam por obra e graça de algum excêntrico, pervertido e barbudo que teria pego alguém eventualmente num beco.

Agora as estatísticas mostram que mais do que uma entre quatro mulheres sofreu abuso sexual antes de atingir a idade adulta, e que não há diferença significativa, nessas estatísticas, quanto a jovens criadas em lares evangélicos e as de lares não-cristãos.

O defloramento de uma jovem não é um pecado tão terrível quanto o satanismo? Então, por que os líderes cristãos não o tinham detectado antes? Seria o caso de se argumentar que não existe abuso de crianças nem maridos que agridem as esposas nos dias de hoje só porque os líderes de igrejas não discerniram tais coisas um século atrás.

O problema, de certo modo, é que a sociedade (cristã e nãocristã) simplesmente não havia se sensibilizado, antes, com a questão desses abusos. Por outro lado, também, até mesmo nós, os cristãos, temos a tendência de negar a ocorrência de coisas malignas em nossa sociedade. O nosso coração é enganoso, mais do que todas as coisas, mais do que a nossa possibilidade de com preendê-lo (ver Jr 17.9). Preferimos pensar que as pessoas, em princípio, são amáveis, boas e íntegras. Infelizmente, porém, afirma a Bíblia, não é nada disso (cf. Rm 3.10,23)

Prevalece, assim, a possibilidade de que o abuso de crianças, a violência contra mulheres e o satanismo organizado vêm existindo há vários séculos, sem que ninguém estivesse muito interessado em ouvir falar a respeito. Não faz muitos anos, se uma jovem viesse a seu pastor e lhe contasse, por exemplo, que seu pai a tinha molestado sexualmente — sendo o pai alguém da liderança da igreja —, a jovem seria severamente repreendida como mentirosa. Agora, sabemos que não há praticamente diferença alguma entre a ocorrência de um incesto em lares cristãos e não-cristãos. Se a Igreja pôde “perder o trem” nos casos de abuso infantil, por que não poderia tê-lo perdido no caso do satanismo?

Outra possibilidade, ainda, é que Satanás está realmente pondo lenha na fogueira nos dias de hoje, porque estamos provavelmente nos últimos dias. Pessoalmente, creio que o Senhor Jesus Cristo está voltando muito em breve. É uma ocasião, portanto, em que Satanás se mostra disposto a aumentar o seu ataque sobre as pessoas, individualmente, sobre as famílias e a sociedade em geral.

Vale observar que, comparativamente, há bem poucas menções da atividade demoníaca no Antigo Testamento. Além de incidentes isolados com pessoas, como Saul, é uma ocorrência extremamente rara. No entanto, nos relatos dos evangelhos e no livro de Atos, a atividade demoníaca literalmente explode em cena. Literalmente legiões de demônios parece que são liberadas na Judéia e na Galiléia.

Isso tem sido destacado por estudiosos da Bíblia, que especulam

haver Satanás intensificado sua atividade, a partir do momento em que tomou conhecimento de que Jesus se encontrava na terra.

Pois bem, se esse “ativismo total” satânico ocorreu durante a primeira vinda do Senhor, não é de esperar que também ocorra antes e durante a sua segunda vinda? Sabemos que a Bíblia diz que a atividade demoníaca aumentará nos dias que antecederem o Arrebatamento e durante o período da Grande Tribulação (lTm 4.1-3; Ap 9.2-11; 16.13). Não será, portanto, esse visível aumento no satanismo, nos endemoninhamentos e nos rituais satânicos uma parte de tal fenômeno profético? Em outras palavras, tudo pode ser, até, algo novo que Satanás esteja fazendo para conseguir o maior número possível de pessoas, antes da Segunda Vinda do Senhor.

Observemos, também, que as duas explicações podem ser válidas, e uma não exclui a outra. Ambas podem estar corretas. Tanto o satanismo pode existir há vários séculos (o que é demonstrado historicamente) quanto, ao mesmo tempo, o diabo pode estar acelerando o seu ataque, por entender que pouco tempo lhe resta.

É importante saber, ainda, que, já por alguns anos, cristãos com discernimento têm estado em oração, pedindo que essas obras das trevas venham à luz à vista de todos. O pecado precisa ser exposto para que o arrependimento possa ocorrer. Esses guerreiros da oração têm bombardeado os céus com intercessões no sentido de que as tramas de Satanás sejam reveladas ao mundo, para que as pessoas tenham conhecimento disso tudo, arrependam-se e voltem-se para o Deus vivo.

Por mais contristadores que sejam esses relatos sobre as atividades do satanismo, bem podem significar que o Senhor está levantando uma grande e tremenda fervura embaixo da sociedade.

A ironia em tudo isso é que, ao mesmo tempo em que alguns cristãos têm lutado com muito empenho, fazendo poderosas orações para que sejam expostas as infrutíferas obras das trevas (Ef 5.11), outros cristãos (nominais e verdadeiros) têm respondido a essas revelações de dois modos: enterrando a cabeça na areia acadêmica ou da Psicologia, ou, até mesmo, atacando aqueles que estão expondo à luz os pecados e os crimes dos servos de Satanás.

• Por Que a Igreja Não Tem Discernido Espiritualmente Esse Problema?

Esta é uma pergunta que se relaciona, em grande parte, com o conflito cultural a que acabamos de nos referir. O motivo pelo qual tudo isso passou despercebido no passado é a Igreja ter sido contaminada por uma atitude racionalista e contrária ao sobrenatural.

Além disso, em termos de posição política, temos que considerar que, em dois milênios de cristianismo, por cerca de 1.600 anos a “Igreja” foi unicamente a Igreja Católica Romana, uma instituição não muito dada a ter discernimento espiritual.

Falemos de História por um momento. Do ano de 350 d.C., aproximadamente, até os anos de 1500, a Igreja Católica perseguiu e martirizou autênticos cristãos, que realmente criam na Bíblia. Assim, a única Igreja que teria alguma condição de agir contra o satanismo e o abuso ritual estava muito ocupada em queimar bruxas (fossem de fato ou tomadas como tais) e em matar cristãos verdadeiros, crentes na Bíblia.

Os verdadeiros cristãos formavam um movimento clandestino praticamente sem poder político algum. Mesmo que tivessem discernimento dos perigos do satanismo, eles estavam muito ocupados em sobreviver, sem condições de fazer qualquer coisa a respeito, a não ser orar.

Sob outro enfoque, a Igreja Católica criou, talvez não intencionalmente, um problema. Como muitos sabem, transformou a questão de caçar adoradores de Satanás numa brincadeira sem graça, trágica, antibíblica e supersticiosa. Em vez de se guiarem por meio das Escrituras, os líderes da Igreja Católica (dominicanos, em sua maioria) apoiavam-se em superstições e em seus próprios esforços para descobrir os obreiros do diabo. Você era canhoto?

Então, devia ser bruxo! (O termo “sinistro” provém de vocábulo latino que significa “mão esquerda”!) Você tinha um olho defeituoso? Era outro indício! No caso de mulher, se tivesse marcas estranhas no corpo, seriam por causa de seus “espíritos familiares”!

Você sofria de epilepsia? Então era bruxo, ou bruxa, com toda a certeza!

Todo esse lixo supersticioso (e antibíblico) levou a cultura européia para os braços do racionalismo e trouxe ao cristianismo (ou melhor, ao catolicismo) uma péssima imagem! Isso favoreceu totalmente o jogo do diabo.

Por volta do século 19, a maioria das pessoas do Ocidente, de qualquer nível de instrução, já tinha visto o suficiente em matéria de caça às bruxas e aos endemoninhados. Então, os demônios passaram a ser relegados à África, por “estar ainda em grandes trevas”, e a outros lugares de “nativos supersticiosos e incivilizados”, que não tinham sido expostos “à maravilhosa luz da ciência moderna”. As pessoas civilizadas com problemas demoníacos eram, na maior parte dos casos, rotuladas como dementes ou com insanidade mental (apesar de que é difícil compreender, cientificamente, como a mente — que pertence a esfera espiritual, e não física — pode fica r doente!).

Por ter a Igreja Católica Romana dado à Bíblia uma imagem negativa, as pessoas passaram também a ignorar o testemunho bíblico sobre a realidade da ação demoníaca. Deste modo, o motivo por que a Igreja não discerniu e não agiu contra aquelas atrocidades não se aplica ao período após a Reforma Protestante.

Ainda assim, um cuidadoso estudo da Bíblia mostra-nos que em nenhuma parte das Escrituras o Senhor promete revelar à sua Igreja tais obras de iniquidade. A missão primordial da Igreja é

pregar o evangelho aos perdidos (Mt 28.18-20). Sua missão secundária é ministrar as necessidades dos santos, ajudando-os a crescer até a plenitude de Jesus. Isso, às vezes, implica ministrar a pessoas na área de libertação da opressão demoníaca.

A Igreja não foi designada para ser uma força policial do tipo que faz “busca e destruição”. Toda vez que a Igreja saiu em busca de ímpios e criminosos, e os puniu, os resultados, a longo termo, foram desastrosos. Como não há evidência bíblica alguma de que o Senhor deseja que a sua Igreja saia por aí descobrindo grupos satânicos, como esperar que Ele possa estar conduzindo líderes da Igreja, de maneira sobrenatural, a expor esses grupos?

Certamente que temos o direito de buscar o discernimento espiritual para detectar falsos irmãos em nosso meio (1 Co 12.10; 1 Jo 2.18,19; 4.1-4), ou identificar grupos satânicos que possam estar ameaçando os membros das igrejas locais. Infelizmente, até hoje, muitas vezes, não se buscou esse discernimento. Na verdade, o discernimento espiritual total tem sido uma parte, negligenciada do ministério do Espírito Santo na Igreja até os dias atuais.

Agora que pastores e obreiros cristãos aprenderam a orar e a buscar esse tipo de direção do Espírito, tais coisas vêm sendo expostas!

Louvado seja o Senhor! Antes, quando os cristãos ignoravam festivamente tais perigos, ninguém orava por ajuda ao Espírito Santo.

• Onde Foram Parar os Corpos?

Esta é uma pergunta relativamente mais fácil de responder.

Os satanistas, como todo bom feiticeiro, gostam de reciclar as coisas. Sei que isso soa como uma terrível piada de mau gosto, mas, realmente, quase nada é desperdiçado dos corpos humanos dos que foram sacrificados.

Sem entrar em detalhes horripilantes, uma grande parte da cultura do xamanismo (ancestral paleolítico do satanismo) gira em torno do consumo de partes de um corpo para fins de magia. Muito pouco, ou talvez nada, é perdido. Isto é uma verdade na maioria das “denominações” satanistas.  Até mesmo os ossos humanos são mercadorias de alto valor para fins de magia. Muitas vezes, os ossos são usados, ou portados pelas pessoas, consigo, de modo semelhante ao que faziam os índios americanos, que carregavam consigo os ossos de animais que consideravam como totens sagrados.

Fomos informados por nossos superiores da confraria satânica que, em muitas comunidades, os satanistas procuram alcançar e “converter” (isto é, corromper) os agentes funerários oficiais, o que irá facilitar-lhes o livre acesso aos crematórios, para dar sumiço a um corpo ou a ossos humanos.

Infelizmente, não é difícil para eles praticar tal corrupção.

Embora a atividade funerária seja regulamentada por lei, e a maioria dos agentes funerários seja honesta, pessoas que prestam um serviço de utilidade pública estão sujeitos ao pecado.

Satanás conhece nossas fraquezas melhor do que nós, e é com facilidade que, por meio de seus servos, pode apresentar uma tentação que o agente funerário considere irresistível. Isto acontece não somente com não-cristãos. Pelo que podemos observar, até mesmo “poderosos homens de Deus”, do Corpo de Cristo, podem cair em abomináveis pecados ao serem tentados. Não temos que ficar tão surpresos, assim, ao sermos informados de que um agente funerário não-cristão (ou até mesmo salvo por Cristo) foi corrompido por Satanás. Digamos que o cidadão tenha uma fraqueza pelo jogo ou pelo sexo ilícito. O grupo de satanistas, sob a direção de seus mestres demoníacos, providencia tudo o que a pessoa almeja e ainda faz feitiços para torná-lo mais suscetível e vulnerável à tentação.

Sabemos que isso é realmente possível de ser feito, pois no passado lançamos tais feitiços, com eficácia. Tínhamos rituais com os quais podíamos fazer com que a pessoa ficasse irresistivelmente atraída em lascívia por alguém. Era uma força com tamanho poder de compulsão que quase ninguém teria como resistir. A menos que a pessoa fosse cristã e estivesse vivendo bem próxima de Jesus, teria bem poucas defesas contra as manipulações desse tipo.

O agente funerário é levado a ficar com uma enorme dívida no jogo, ou então a ter encontros sexuais comprometedores com uma moça atraente (e talvez de menor idade) do grupo satânico.

Isso é filmado em videoteipe. Então chantagens e ofertas de pagar a dívida lhe são apresentadas, em troca de sua membresia e lealdade ao grupo. Tendo tal pessoa entrado no grupo satânico, ela é filmada em situações ainda mais agravantes (geralmente sem ter conhecimento disso), e assim a armadilha fica completa. A pessoa fica amarrada e compelida a fazer tudo que o grupo lhe peça e não tem como recusar nada, pois do contrário, cairá em total desgraça (e talvez até mesmo seja objeto de uma ação judicial) em sua comunidade.

Assim, levando-se em conta que partes do corpo humano (tanto de adultos como de crianças) são usadas na magia, e que para isso há “colaboradores” da atividade funerária, não é difícil saber por que, normalmente, não são encontrados os corpos dos sacrificados.

Falemos agora dos corpos que são encontrados mutilados ou com sinais satânicos pintados ou marcados sobre eles. É trágico, mas são em grande número, como afirma um destacado pesquisador dessa matéria.

Todavia, esses atos geralmente não são obra de satanistas sérios, mas sim de fanáticos, praticantes de ocultismo isolados ou satanistas adolescentes, que estão apenas começando e não se ligaram ainda a um grupo. Estes são apenas a ponta de um grande e hediondo iceberg.

De vez em quando, a confraria satânica permite que um corpo seja encontrado, apenas para lançar medo na comunidade. Isso é feito de tal modo que não seja possível ligar qualquer membro do grupo ao crime. Chamo isso de terrorismo espiritual, e está se tornando cada vez mais frequente.

• Como E Que os Satanistas Obtêm as Vítimas?

Sinto muito ter que dizer isto: esta pergunta é muito fácil de ser respondida. Em primeiro lugar, obviamente, depende de que tipo de vítimas estejamos falando. Os sacrifícios de crianças, que estão entre os mais “apreciados”, são muito simples de realizar.

Como meu próprio mentor satânico observou, “bem poucos bens de consumo no mundo são tão fáceis, tão baratos e tão prazerosos de se produzir como um bebê”.

Apesar de que esta observação possa criar calafrios na coluna de qualquer pessoa de bem, reflete a mentalidade satânica por excelência. Bebês são adquiridos de diversas fontes:

1. Comprados de pais dependentes de drogas, pagos com drogas.

2. Concebidos e nascidos dentro do grupo satânico; não chegando nem mesmo a existir legalmente, por não serem registrados em cartório.

3. Raramente, ainda, raptados.

Por exemplo, 20 anos atrás recebemos um treinamento intensivo em partos, para que pudéssemos dar assistência ao nascimento de crianças sem a ajuda de médico, fora de hospital e sem registros.

Diziam-nos que isso era para manter quaisquer crianças que tivéssemos fora do controle governamental, escolas comuns e de suas “más influências cristãs”.

Conhecemos e temos ministrado Cristo a muitas mulheres que, no passado, foram forçadas a dar o seu bebê para uma abominação desse tipo. Muitas tinham sido criadas dentro de um grupo hereditário de satanistas. Felizmente, o Senhor Jesus Cristo tem poder para trazer cura e integridade a elas.

O tão afamado sacrifício de “virgens”, geralmente meninas nem bem chegadas à puberdade, ou (mais raramente) de um menino, é o segundo tipo de sacrifício mais utilizado. Esses jovens são mortos porque os satanistas (e muitos outros adeptos de outras seitas ocultistas) são convencidos de que o sangue de alguém na puberdade é especialmente carregado de “virtudes” mágicas.

Isso vale, principalmente, para as moças. Esses sacrifícios são obtidos com:

1. Crianças criadas dentro do grupo até a adolescência, não registradas.

2. Crianças de rua, ou que fugiram de casa, cujo número achase na escala de milhares.

3. Jovens e crianças pegos nos muitos círculos de pornografia infantil. Tais círculos muitas vezes acham-se ligados a grupos satanistas. As crianças que “não se comportam direitinho” por vezes são usadas nos sacrifícios para ensinar os outros a se comportarem — e tais sacrifícios eventualmente são filmados em filmes pornográficos infantis “pesados”.

4. Jovens e crianças raptados. Tais casos só são mais raros porque despertam a atenção das autoridades.

A condição física da vítima de ser realmente virgem nem sempre é requerida, pela impossibilidade de se garantir a virgindade nestes dias de licenciosidade sexual.

Mas, quando é de fato virgem, é tida como uma oferenda com atributos excepcionais para a magia, pois Satanás e seus escravos têm o maior prazer na profanação da inocência. Com frequência, há crianças que, criadas dentro do grupo satanista, são mantidas virgens, no sentido técnico da palavra. São simplesmente brutalizadas de outros modos.

Em seguida, na lista dos possíveis candidatos ao sacrifício, acham-se os cristãos, de qualquer idade, especialmente aqueles que no passado foram servos de Satanás. São mais difíceis de serem obtidos e, geralmente, requeridos somente nos mais elevados níveis de

satanismo. Tais pessoas — quase sempre adultas — têm de ser sequestradas, o que torna esse tipo de sacrifício relativamente raro. E o que contribui neste sentido é que o Senhor protege seus filhos, e de modo geral os servos de Satanás não podem tocar neles, exceto em casos bem raros quando o Senhor permite que crentes sejam martirizados para cumprirem seus propósitos, em prol de sua glória.

A última classe de vítimas são adolescentes e adultos que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores. São os sacrifícios tidos como de “menor valor”, mas constituem uma solução melhor do que a de não haver sacrifício algum. E importante compreender que, em certos rituais, os satanistas acreditam que necessitam ter a “energia mágica” de um sacrifício de sangue para apaziguar a ira do seu mestre. Portanto, numa situação desesperadora, podem lançar mão de qualquer ser humano. As pessoas escolhidas poderão ser:

1. Satanistas do próprio grupo, que tenham deixado de cumprir, de algum modo, e em grau maior, a vontade do diabo.

2. Aqueles que não têm familiares, ou pessoas de rua, cujo desaparecimento não deixe pistas para investigação.

3. Pessoas (geralmente mulheres) sequestradas. Mais uma vez, isto é pouco frequente, por causa dos riscos perante as autoridades.

As mulheres são consideradas mais valiosas do que os homens como vítimas, e os adultos mais jovens são de maior valor do que os da terceira idade.

Do exposto, então, pode-se concluir que não faltam lugares e modos pelos quais vítimas de todas as idades possam ser obtidas para os sacrifícios.

• Por Que Esses Criminosos Não São Pegos e Condenados?

Em grande parte, a resposta já foi dada em algumas das explanações anteriores. A falta de evidências físicas (corpos, etc.) geralmente é suficiente para assegurar que ninguém seja indiciado.

Satanistas que atuam com seriedade não são tolos a ponto de realizar rituais desse tipo em suas casas. Geralmente os rituais que envolvem crimes graves são executados em lugares isolados e longínguos, ao ar livre ou em templos totalmente escondidos e secretos.

Mesmo que um satanista seja acusado de um crime desses, numa investigação policial geralmente nada será encontrado que possa incriminá-lo, pois, a menos que haja orações de intercessão, muitas vezes os espíritos familiares dos satanistas (isto é, os demônios) os informam com antecedência sobre qualquer ação das autoridades contra eles.

Por exemplo, uma mulher a quem ministrei o evangelho tinha acusado seu sogro das mais pavorosas atrocidades sobre seus três filhos num ambiente satânico, e com a cumplicidade do marido dela, pai das crianças. Esses horrorosos rituais tinham se dado no porão de uma ampla casa de campo, dos parentes do marido. A polícia foi chamada, mas não encontrou prova alguma. “Por coincidência”, o porão daquela mansão estava “em reforma”, para tornar-se uma sala de gravações.

Além disso, os satanistas sérios (como o mencionado no parágrafo anterior) frequentemente são “colunas” (gente importante) da comunidade local — médicos, advogados, juízes, clérigos, policiais.

São pessoas contra as quais a maioria dos policiais não terá muita condição de se envolver, a não ser contando com provas muito boas e evidentes. Tais provas geralmente não existem. E, se eventualmente descobertas, o grupo satanista pode enviar elementais de fogo (demônios) para queimá-las completamente ou consumi-las de outro modo no local em que se encontrem, antes que o caso chegue à Justiça.

Além disso, as primeiras pessoas que, numa cidade, os satanistas procuram atrair são oficiais de justiça e outros que atuam no judiciário. Tais pessoas são “convertidas” à confraria pelos mesmos métodos mencionados anteriormente com respeito aos agentes funerários, bem como por meio de ramos inferiores do satanismo, como, por exemplo, a Maçonaria.6 A presença dessas pessoas praticamente assegura que aqueles casos jamais sejam julgados.

Enfim, mesmo quando esses casos são levados à Justiça, seja de abuso de crianças e rapto, seja homicídio, o conteúdo satânico geralmente é encoberto do conhecimento público. Em parte, porque a maioria dos promotores receia que, se trouxer material de rituais satânicos para dentro dos processos, isso irá desmoralizar a sua credibilidade. Por outro lado, prevalece uma situação de “negação” entre a maioria dos delegados de polícia e promotores, que acreditam que tais coisas não existam.

Como destaca o tenente de polícia Larry Jones, do estado de Idaho, Estados Unidos, que passou grande parte da última década investigando este fenômeno, não há legislação penal específica em que tais crimes possam ser enquadrados. Nos relatórios de crimes, para fins estatísticos, não há campos em branco a serem preenchidos com respeito a aspectos que indiquem um ato de natureza satânica. Os delegados de polícia e promotores públicos, além disso, geralmente estão sobrecarregados e não têm interesse algum em

se empenhar no sentido de que aspectos do ocultismo e de rituais criminosos sejam inseridos na legislação penal.

Ora, se não se possui um esquema adequado para facilitar o indiciamento de crimes relacionados a práticas satanistas, então tais crimes nunca serão considerados como tais. Poderá ser instaurado um processo criminal, e até mesmo pessoas poderão vir a ser condenadas. Mas, como já aconteceu com diversos réus de múltiplos crimes, os elementos de satanismo nesses crimes nunca virão à tona.

Enfim, a polícia não estaria, de todo modo, preparada para reconhecer esses elementos e, por isso, não lhe convém tocar nesse assunto.

Além do aspecto legal, há outro muito importante: qual é a cidade que está disposta a tornar-se conhecida como um lugar que acolhe satanistas e pedófilos? Pense em como tais notícias seriam desastrosas para a imagem pública de uma localidade! Até as propriedades naquela cidade poderiam sofrer depreciações; para não falar da indústria do turismo... Portanto, o fato é que a maioria dos

governantes locais está coberta de razões para manter esses assuntos escabrosos fora das manchetes dos jornais com relação às suas comunidades.

Nós mesmos tivemos a oportunidade de conversar com vários funcionários das áreas de polícia e justiça, cristãos, frustrados com seus superiores, que tudo fizeram para dificultar investigações e esconder elementos de ocultismo em crimes, ou que simplesmente não deram atenção alguma a esse assunto. Por todas essas razões, nada é reportado a esse respeito, e os indícios do ocultismo não constam nos processos.