domingo, 2 de maio de 2021

Aprenda a viver como um filho do rei - Capítulo 22


 COMO CONSEGUIR QUE TODA A SUA FAMÍLIA S E JA SALVA E CURADA

Um dia saí para um retiro em Whelling, na Virgínia Ocidental, e enquanto viajava, eu disse: “Senhor, certamente seria ótimo ter uma palavra de testemunho recente para a reunião desta noite.” Foi aí que cometi meu primeiro erro. A despeito das muitas vezes que aprendi, não penetrou em minha mente, nesta oportunidade, que a fim de se obter uma palavra recente de testemunho devemos ter sido libertados, em data recente, de algum problema, e com o fito de que assim devemos primeiro haver-nos defrontado com algum problema. Desta maneira me encaminhava para a dificuldade.

Eu a solicitara.

O dia estava lindo e me encontrava deslizando pela rodovia da Pensilvânia a mais de cem quilômetros por hora, louvando o Senhor. Eu tinha certeza de que meu carro, meus pneumáticos e tudo mais se encontravam em perfeitas condições. Havia posto pneumáticos novos a fim de estar preparado para qualquer condição de tempo. De repente, sem aviso prévio, um de meus pneumáticos estourou. Homem, como o senti! — uma repentina inclinação de quarenta centímetros em uma das rodas traseiras e o veículo completamente desgovernado derrapando de lado pela rodovia da Pensilvânia, em uma tarde de sexta-feira, com intenso tráfego de caminhões e automóveis por todos os lados para onde olhava, tantos que não podia contá-los.

Então, imediatamente, e sem nenhuma explicação, o tráfego desapareceu de meu caminho. Foi como se uma gigantesca mão tivesse removido tudo o que estava diante de mim, porque eu necessitava da estrada toda.

Eu derrapava por toda ela, com os pneumáticos rangendo e assobiando, exatamente como sempre se ouve antes de uma grande colisão.

Que fiz eu? Entrei em pânico? Pus as mãos nos ouvidos e apertei-as esperando pelo pior? Nada disso.

“Aleluia! Senhor! E dia de formatura! Vou ver-te imediatamente aí em cima.”

Ao louvá-lo, foi-me lembrado que o dia de formatura era grandioso, mas eu não tinha de graduar-me segundo as condições impostas pelo maligno. Não haveria glória para Deus nisso. Então orei: “Senhor, se minha formatura é hoje, não há maneira de' ir até Wheeling para contar aos irmãos ali quão maravilhoso és tu! Se hei de estar em um ataúde na funerária, tu me perdeste como testemunha deste acontecimento, nesta noite. De que maneira desejas tu que seja, Senhor? Para ti, tanto faz uma coisa como outra. Não existe a mínima diferença.

Jesus disse que aquilo que desatarmos na terra será desatado no céu, e eu desatei toda a situação para que ele cuidasse dela. Não a atei por nenhuma ansiedade, ele estava livre para manipulá-la por seu poder sobrenatural e libertar-me. Numa fração de segundos, enquanto eu ainda estava derrapando a cento e dez quilômetros por hora, veio-me a Palavra do Senhor em meu socorro:

No nome de Jesus está todo o poder no céu e na terra.' Ouvi o estouro e também o senti.

Use meu nome. Eu lhe dei procuração para usar meu nome em qualquer circunstância.

Imediatamente, comecei a pronunciar seu nome em alta voz: “Jesus. Jesus.” E pude sentir que os poderes das trevas desapareciam da situação. O maligno teve de retirar-se às pressas, porque ele não suporta ouvir o nome de Jesus.

O veículo se endireitou e começou a correr de um lado para outro. Percebi que o enorme pneumático para neve estava a enrolar-se e a desenrolar-se na roda. Meu volante não me servia para nada, porque a direção estava completamente descontrolada, uma vez que as rodas não tocavam o pavimento com firmeza suficiente.

Mas continuei louvando a Jesus, dizendo-lhe que este problema era dele. E ele trouxe este automóvel a uma parada perfeitamente segura bem em frente da saída para Somerset.

Em poucos minutos, troquei o pneumático e me vi de novo na estrada, louvando ao Senhor pela recente palavra de testemunho com a qual ele me havia abençoado.

Eu não teria escolhido este método para consegui-la. Mas ali estava ele. Deus me havia livrado.

Nem todo livramento de dificuldade se efetua tão depressa como trocar um pneu furado numa rodovia.

Em algum ponto ao longo do caminho temos de aprender a ter paciência para confiar em Deus quando tudo parece estar fora do controle dele e do nosso.

Aprendi essa lição a duras penas, no meio de uma situação doméstica que foi um pesadelo.

Tenho esposa, uma filha e uma neta, e eu sentia muito orgulho de minha esposa Rute, de minha filha Linda, e de minha neta Lisa a quem chamávamos de Ervilha.

Então certo dia aconteceu que quase perdemos nossa filha, ela que era nossa mais prezada possessão. Agora estou encantado de que ela seja propriedade de Jesus e não minha. Ele pode cuidar dos seus. Vou contar como sucedeu. Um dia, depois de anos de interferência e tentativas no sentido de que minha família fosse salva, por meus próprios esforços, deparei-me com Atos 16:31: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa.” Nunca antes eu havia visto as três últimas palavras. Eu as havia saltado. Tinha meus familiares completamente agitados, perturbados. Eu lhes pregava, dava-lhes surra de Bíblia, e era um aborrecimento geral, fazendo o melhor que podia com meus próprios esforços, ignorando por completo os meios que tem Deus para levar as pessoas ao seu reino. Mas nesse dia as palavras pareciam saltar para mim: “e tua casa.”

“Senhor” , disse eu, “quando acrescentaste essas palavras à minha Bíblia? Isso significa que os familiares de um homem salvo têm garantido o seu nome no rol de membros da Família Real!”

E pareceu-me que o Senhor dizia: É claro. Sua parte é reivindicar todas as manhãs. Porém não o faça simplesmente uma vez, se deseja que aconteça rápido.

E assim, todas as manhãs eu abria a Bíblia em Atos 16:31, punha o dedo nessa promessa, mostrava-a a Deus para que ele pudesse ver bem e claro, e dizia:

“Senhor, tu o disseste. Quando se cumprirá?”

E então fechava a Bíblia e prosseguia em meus negócios.

Nunca mais eu disse uma palavra de testemunho à minha esposa ou à minha filha, e dentro de poucas semanas minha esposa foi salva. E minha esposa era do tipo mais difícil de converter-se — uma episcopal de cinqüenta anos de idade, que outrora havia representado toda a espiritualidade que tínhamos em nossa família.

Depois que minha esposa foi salva, um domingo de manhã nossa filha quase nos matou de susto. Ela levantou-se e disse:

— Mamãe, creio que vou à igreja hoje de manhã com vocês.

Nunca ela havia feito tal coisa espontaneamente em seus dezenove anos. Procuramos não demonstrar nosso entusiasmo, porque dessa maneira se pode pôr a perder tudo.

Nesse mesmo dia, ocorreu um fato muito raro na igreja. Um jovem, recentemente regressado do campo missionário, e ardoroso servo de Jesus, foi convidado para ocupar o púlpito. Esse jovem missionário pregou a salvação, de forma clara e precisa. Minha filha adolescente ouviu-o e ficou para conversar com ele depois do culto. Após uma breve reunião de aconselhamento com o missionário, ela começou a mostrar interesse pelas coisas espirituais e passou a freqüentar nosso grupo de oração conosco. Logo entregou seu coração a Jesus em uma dessas reuniões. Mais adiante, Tommy Tyson veio a Baltimore, e num de seus cultos minha filha fez uma consagração completa.

Linda era uma ativa esgrimista, e num campeonato conheceu um esgrimista que estudava na Academia Naval de Anápolis, em Maryland. Após sua formatura, eles se casaram. Ele pertencia à equipe olímpica, e naturalmente ela saiu de Baltimore para viajar com ele.

Era uma grande experiência para um futuro almirante e sua esposa.

No meio de todo aquele entusiasmo, nossa filha se afastou por completo de Deus e parecia ter-se esquecido do Senhor totalmente. Mas quando Deus põe seu dedo sobre nós, quando o Lebréu Celeste está em nosso encalço, nunca poderemos escapar. Melhor é que nos rendamos. Louvado seja o Senhor.

Porém, naquele tempo não sabíamos a verdade.

Estávamos preocupados, ansiosos por nossa filha. Por causa de nossa ansiedade, nós a estávamos amarrando.

Não havíamos aprendido a soltá-la, e desse modo chegamos a constituir-nos em uma grande parte dos problemas que começaram a acumular-se em sua vida.

Procuramos arranjar as coisas para eles, tratamos de viver a vida deles. Porém nossas soluções para seus problemas fracassaram, e logo os jovens se encontravam à beira do divórcio.

Minha filha, à sua maneira Hill, escolheu um frasco de mil comprimidos de aspirina, como a solução para seus problemas, e começou a mastigá-los. Quando o descobrimos, ela tinha o suficiente desse produto em seu sistema para matar toda a vizinhança. Foi levada ao hospital da Academia Naval, e ao examiná-la, disseram:

— Não chegará a viver até amanhã. Não temos as instalações nem sequer para ajudá-la.

Depois de uma hora de viagem de ambulância, ela foi internada no Hospital Naval Bethesda. Ali os médicos  nos disseram:

— Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. Ela não tem condições de viver até amanhã.

Bem, agora, uma coisa é falar de oração em um grupo de oração, e outra coisa é procurar orar quando sua filha está morrendo. Isso chega a ser muito pessoal. -Então vem a oração típica de incredulidade, “Senhor, sara-a se for da tua vontade”. Justamente aí não estamos fazendo a vontade de Deus, mas a nossa, porque, quando nos está morrendo um filho, não pensamos na vontade de Deus, pois queremos que nosso filho viva. E assim o fizemos nós.

Minha esposa e eu não procuramos enganar-nos ou enganar a Deus. Dissemos: “Senhor, temos de ver isto do nosso ponto de vista. Não podemos fazê-lo de outra maneira. Vai ser necessária uma oração egoísta. Senhor, cura nossa filha. Livra-a, Senhor, pois ela é nosso único

rebento.”

Isso era o melhor que podíamos fazer. Oramos erroneamente, e nada aconteceu. Oramos com nosso entendimento, mas não entendemos nada. Por um momento havíamo-nos esquecido do que Deus diz em Romanos 8:28, que não sabemos como orar ou o que pedir. Passamos por alto o orar no Espírito, não deixando que o Espírito Santo intercedesse por nós. Finalmente, porém, provamos isso, e começamos a orar em línguas, e paramos de pôr tudo a perder ao injetar nossa própria opinião tendenciosa, nossa própria vontade.

E o Espírito intercedeu por nossa filha, de acordo com a vontade de Deus, com gemidos inexprimíveis. E enquanto orávamos no Espírito, o Senhor pareceu falar dentro de nós, perguntando: Pela filha de quem estão vocês orando?

“Pela nossa, Senhor.”

Então foi como se o Senhor dissesse: Se estão orando por sua filha, preparem-se para um funeral. Mas se estão orando por minha filha, preparem-se para um milagre. O que atarem na terra por meio de “meu isto’’, “meu aquilo”, está atado no céu, e nada posso fazer por vocês.

Mas o que desligarem na terra, o que vocês puserem sobre o altar e transferirem para mim, aí então eu opero um milagre, porque sou um Deus operador de milagres.

E tudo o que vocês têm de fazer é dar-me sua filha e reconhecer que são impotentes para fazer qualquer coisa.

Clinicamente falando, não havia a mínima esperança para nossa filha. Nenhuma possibilidade de viver vinte e quatro horas.

Sabíamos que éramos impotentes e o confessamos.

“Senhor, nada podemos fazer.” E lhe entregamos nossa filha. “Senhor, estamos contentes porque ela é tua. Tu no-la emprestaste por alguns anos, e atrapalhamos toda a vida dela. Se não tivéssemos feito isso, ela não estaria nesta condição. Como é que vais livrá-la dessa dificuldade?

Aleluia!”

E nesse instante ocorreu um milagre. O registro médico do Hospital Naval Bethesda contém o gráfico da deterioração inevitável, irreversível e de repente essa deterioração desapareceu. O nível de acidez parou de crescer e não subiu mais nem um ponto. Desapareceu, embora coisas assim não desapareçam.

Após a sua recuperação, Linda nos disse:

— No momento da crise, quando vários médicos trabalhavam para salvar-me, percebi que tinha uma decisão clara para tomar entre a vida e a morte. Senti a grande preocupação por mim em todas as pessoas que trabalhavam com afã para salvar-me a vida que eu já não desejava. E no meio do túnel escuro em que eu parecia andar, escolhi voltar à vida, muito embora tivesse determinado morrer.

Hoje Linda louva a Deus porque estivemos dispostos a liberá-la. Ela sabe que foi isso que capacitou Jesus a agir instantânea e miraculosamente, ainda que ela constituísse um caso clínico atendido “tarde demais”.

Os médicos estavam tão certos de que haviam lido mal os instrumentos ou algo assim, que a mantiveram  durante sete semanas na ala de psiquiatria, simplesmente em observação. Chamaram ao caso de “algo que não pode ser explicado em termos médicos, uma inexplicável reação a um veneno mortal”. Não sé considerará isto um milagre? Não podia ter acontecido enquanto não a soltamos.

Naquela noite perdemos nossa filha, porém ganhamos uma irmã. Perdi minha esposa naquela noite. Ganhei uma irmã. Ela perdeu o marido naquela noite. Ganhou um irmão. Não se pode crer na diferença de relacionamento em nosso lar quando aprendemos a soltar uns aos outros no altar perante Jesus e dizer: “Senhor, tu ministras a esta tua jovem.” Pensei que ela fosse minha possessão, e isso quase a matou. Fiquei tão contente por descobrir que ela era filha do Rei, e que certamente o Rei pode cuidar daquilo que lhe pertence. Aprendi a deixar que ele o faça. O direito de propriedade exige tudo o que somos . . . A mordomia nos liberta. Aleluia!