domingo, 2 de maio de 2021

Aprenda a viver como um filho do rei - Capítulo 24


 COMO VENCER NUMA DISCUSSÃO COM INTELECTUAIS

Todos nós sabemos que Deus sabe muito mais do que podemos jamais sonhar saber ou chegar a saber. Mas a maior parte do tempo somos um tanto lentos em dar a Deus uma oportunidade de que seu conhecimento chegue até nós de modo que seu nome possa ser glorificado. Toda vez, porém, que lhe pedi sabedoria ou conhecimento para que seu nome seja glorificado, ele nunca deixou de concedê-la.

Não faz muito tempo recebi um convite para falar a um grupo de cientistas em Trenton, no estado de Nova Jersey. Todos estes homens tinham seu título de doutorado em suas profissões, cientistas de primeira linha, a maior parte deles trabalhando em física ou química em alguma universidade ou laboratórios de pesquisa. Todos os meses eles convidam um conferencista para falar-lhes sobre qualquer assunto. Como as pessoas que Paulo encontrou no Areópago, estavam interessados em ouvir qualquer coisa nova. A filosofia era uma matéria muito interessante para eles e ocorria o mesmo com a religião.

Excetuando-se dois ou três homens, a maioria era constituída de pagãos dos mais devotos.

Haveria uns quinze cientistas reunidos em uma sala de recepção, nesta noite. Ao começar a falar-lhes de minhas experiências, dois deles pareciam especialmente interessados no que eu tinha para dizer. Não soube o por quê até que havia falado durante uns dez minutos, e então um deles me desafiou dizendo:

— Os senhores cristãos falam muito bem, tenho de reconhecê-lo, mas isso é tudo, visto que não fazem nada com respeito ao que crêem. Sou pacifista, e pelo que posso ver, os senhores cristãos são uma tropa de farsantes. Se têm o poder de mudar as circunstâncias que afirmam ter, por que não vão e não fazem algo para terminar as guerras, por exemplo?

Então seu amigo do outro lado da sala, que revelou comungar de suas idéias intrometeu-se na conversa, dizendo:

— Claro, se os senhores, os assim chamados cristãos, vivessem em vez de falar até morrer, não teríamos todos estes problemas, guerras, e todo esse tipo de coisas.

Eles continuaram com a conversa entre si e eu podia ver que toda a oportunidade fora perdida no que se referia ao Senhor, porque eu não era capaz de discutir com eles. Eram gigantes intelectuais em comparação comigo. O homem que falou em segundo lugar era professor de filosofia. Obviamente, teria sido perda de tempo de minha parte tratar de persuadi-lo, porque teria sido ele que me haveria persuadido a mim em dois minutos, se tanto.

Enquanto eles trocavam de argumentos ateístas e pacifistas entre si, comecei a orar: “Senhor, esta reunião está perdida, a menos que intervenhas.” Eu podia ver que meus outros amigos cristãos estavam em comunicação direta com o céu, como eu estava, orando em línguas.

Do ponto de vista do senso comum, devíamos ter arrumado nossas malas e voltado para casa. Liquidados.

Mas os filhos do Rei não sabem de derrotas. Tudo o que eles sabem é de vitórias. Sabemos que sempre estamos confrontando um adversário que já foi derrotado e somos especialistas em lidar com ele. Satanás não pode interceptar nossa oração em línguas. Para ele é incompreensível.

De modo que, uma oração perfeitamente não interferida, uma oração no Espírito Santo, subiu rapidamente ao trono da graça e Deus respondeu com uma palavra de conhecimento, uma missiva que veio tão clara como uma fotografia. De repente vi algo acerca do pacifista que falava tão enfaticamente, tão seguro de si mesmo, e tão dono da situação. Vi algo a respeito dele que ninguém mais na sala sabia, com exceção dele próprio. Deus me havia sintonizado com respeito à informação de modo sobrenatural, havia-me dado uma palavra de conhecimento.

Isto me deu a supremacia, mas Deus parecia dizer: Espere um pouco. Primeiro deixe que ele declare sua posição. Então você entra.

Foi muito emocionante enquanto eu permanecia ali sentado e procurei conter o riso esperando o momento exato. Assim, deixei que o pacifista corresse sua maratona verbal enquanto pudesse, e quando parou para tomar fôlego, eu disse:

— Perdoe-me, senhor. Poderia fazer-lhe uma pergunta?

Ele mostrou-se muito magnânimo, pronto para conceder-me qualquer desejo que meu coração anelasse. Ele e seu amigo estavam confiantes de que haviam levantado um formoso caso contra os cristãos, e contra mim em particular.

— O senhor afirma ser pacifista em todo o sentido da palavra, não é verdade? — perguntei.

— Ah, sim, é isso mesmo; isso mesmo.

— Não há nenhuma dúvida a esse respeito? Não existe nenhuma área na sua vida na qual o senhor não seja pacifista, certo?

— Inteiramente certo.

— Senhor, é certo que o senhor tem uma arma de fogo carregada, em sua casa?

Eu vi essa arma, no Espírito. Deus me havia deixado olhar no armário do corredor do pacifista e ele me mostrou um rifle carregado que havia ali.

O homem ficou tão pálido como cera, e começou a vociferar. Isso nada tem que ver com o assunto.

— Oh, não, senhor. Não se pode dizer que não tenha nada que ver com o assunto, pois isso está exatamente relacionado com o ponto. Estávamos falando acerca de pacifismo. Pacifismo significa que não deve haver armas.

Nenhuma arma.

E voltei a fazer-lhe a pergunta:

— Senhor, tem o amigo uma arma carregada em sua casa, no armário do corredor?

Ele tinha de responder, e respondeu, porém não em voz alta.

— Sim.

Ufa! Eu podia sentir como o poder de Satanás se encolhia.'

— Amigo, o senhor não é pacifista. O senhor é como nota falsa, tão falsificada quanto possível. Um farsante, falando de pacifismo com uma arma carregada em sua casa.

O homem encolheu-se em sua cadeira. Não pronunciou uma palavra sequer naquela noite. Falei de Jesus, e ouviram, impressionados por esta óbvia invasão da reunião pelo próprio Deus.

Mas este não é o fim da história.

No dia seguinte, o pacifista zombador telefonou para um casal de Princeton que me havia acompanhado à reunião. Disse ele:

— Deus estava naquela reunião ontem à noite.

— Essa é uma afirmativa muito extraordinária por parte de uma pessoa que não crê nos dons sobrenaturais de Deus — foi a resposta.

— Bem — disse ele, — eu não cria, mas agora estou seguro de que Deus estava ali, porque sou mestre em manter uma conversação. Ninguém pode caçar-me a palavra, especialmente esse estúpido engenheiro' Hill.

— Isso é absolutamente certo. Não gostaria de conhecer mais intimamente esse tipo de Deus? — foi a pergunta.

Pouco tempo depois, esse filósofo e professor encontrou-se com Cristo como seu Batizador pessoal no Espírito Santo.

Ele se havia encontrado anteriormente com Jesus como seu Salvador pessoal, mas seu cérebro instruído o impedira de experimentar o poder de Jesus em sua vida

para suprir as necessidades de outros.

Esse zombador chegou a ser um dos irmãos mais amorosos em Cristo que tenho conhecido, e da próxima vez que o vi ele me deu um forte abraço e disse: “Dou-te graças, Jesus.”

Contender em nível intelectual teria sido infrutífero.

Ninguém teria sido salvo ou transformado. Alguém podia ter dito: “Que mensagem maravilhosa.” E eu teria sabido que tudo fora posto a perder fazendo-me eu o centro de atração.

Mas quando, depois de minha palestra, alguém diz:

“Que maravilhoso Salvador!” sei que Jesus foi levantado para atrair a todos.

Porque não é por força nem poder mental, nem por um esboço de três pontos e mais um poema, mas “por meu Espírito” , diz o Senhor, que ele convence os incrédulos e os transforma em filhos do Rei.