Todos nós sabemos que Deus sabe muito mais do que podemos
jamais sonhar saber ou chegar a saber. Mas a maior parte do tempo somos um
tanto lentos em dar a Deus uma oportunidade de que seu conhecimento chegue até
nós de modo que seu nome possa ser glorificado. Toda vez, porém, que lhe pedi
sabedoria ou conhecimento para que seu nome seja glorificado, ele nunca deixou
de concedê-la.
Não faz muito tempo recebi um convite para falar a um grupo de
cientistas em Trenton, no estado de Nova Jersey. Todos estes homens tinham seu
título de doutorado em suas profissões, cientistas de primeira linha, a maior
parte deles trabalhando em física ou química em alguma universidade ou
laboratórios de pesquisa. Todos os meses eles convidam um conferencista para
falar-lhes sobre qualquer assunto. Como as pessoas que Paulo encontrou no
Areópago, estavam interessados em ouvir qualquer coisa nova. A filosofia era
uma matéria muito interessante para eles e ocorria o mesmo com a religião.
Excetuando-se dois ou três homens, a maioria era constituída
de pagãos dos mais devotos.
Haveria uns quinze cientistas reunidos em uma sala de recepção,
nesta noite. Ao começar a falar-lhes de minhas experiências, dois deles
pareciam especialmente interessados no que eu tinha para dizer. Não soube o por
quê até que havia falado durante uns dez minutos, e então um deles me desafiou
dizendo:
— Os senhores cristãos falam muito bem, tenho de reconhecê-lo,
mas isso é tudo, visto que não fazem nada com respeito ao que crêem. Sou
pacifista, e pelo que posso ver, os senhores cristãos são uma tropa de farsantes.
Se têm o poder de mudar as circunstâncias que afirmam ter, por que não vão e
não fazem algo para terminar as guerras, por exemplo?
Então seu amigo do outro lado da sala, que revelou comungar
de suas idéias intrometeu-se na conversa, dizendo:
— Claro, se os senhores, os assim chamados cristãos, vivessem
em vez de falar até morrer, não teríamos todos estes problemas, guerras, e todo
esse tipo de coisas.
Eles continuaram com a conversa entre si e eu podia ver que
toda a oportunidade fora perdida no que se referia ao Senhor, porque eu não era
capaz de discutir com eles. Eram gigantes intelectuais em comparação comigo. O
homem que falou em segundo lugar era professor de filosofia. Obviamente, teria
sido perda de tempo de minha parte tratar de persuadi-lo, porque teria sido ele
que me haveria persuadido a mim em dois minutos, se tanto.
Enquanto eles trocavam de argumentos ateístas e pacifistas
entre si, comecei a orar: “Senhor, esta reunião está perdida, a menos que
intervenhas.” Eu podia ver que meus outros amigos cristãos estavam em
comunicação direta com o céu, como eu estava, orando em línguas.
Do ponto de vista do senso comum, devíamos ter arrumado
nossas malas e voltado para casa. Liquidados.
Mas os filhos do Rei não sabem de derrotas. Tudo o que eles
sabem é de vitórias. Sabemos que sempre estamos confrontando um adversário que
já foi derrotado e somos especialistas em lidar com ele. Satanás não pode interceptar
nossa oração em línguas. Para ele é incompreensível.
De modo que, uma oração perfeitamente não interferida, uma
oração no Espírito Santo, subiu rapidamente ao trono da graça e Deus respondeu
com uma palavra de conhecimento, uma missiva que veio tão clara como uma fotografia.
De repente vi algo acerca do pacifista que falava tão enfaticamente, tão seguro
de si mesmo, e tão dono da situação. Vi algo a respeito dele que ninguém mais
na sala sabia, com exceção dele próprio. Deus me havia sintonizado com respeito
à informação de modo sobrenatural, havia-me dado uma palavra de conhecimento.
Isto me deu a supremacia, mas Deus parecia dizer: Espere um
pouco. Primeiro deixe que ele declare sua posição. Então você entra.
Foi muito emocionante enquanto eu permanecia ali sentado e
procurei conter o riso esperando o momento exato. Assim, deixei que o pacifista
corresse sua maratona verbal enquanto pudesse, e quando parou para tomar fôlego,
eu disse:
— Perdoe-me, senhor. Poderia fazer-lhe uma pergunta?
Ele mostrou-se muito magnânimo, pronto para conceder-me
qualquer desejo que meu coração anelasse. Ele e seu amigo estavam confiantes de
que haviam levantado um formoso caso contra os cristãos, e contra mim em particular.
— O senhor afirma ser pacifista em todo o sentido da palavra,
não é verdade? — perguntei.
— Ah, sim, é isso mesmo; isso mesmo.
— Não há nenhuma dúvida a esse respeito? Não existe nenhuma
área na sua vida na qual o senhor não seja pacifista, certo?
— Inteiramente certo.
— Senhor, é certo que o senhor tem uma arma de fogo
carregada, em sua casa?
Eu vi essa arma, no Espírito. Deus me havia deixado olhar no
armário do corredor do pacifista e ele me mostrou um rifle carregado que havia
ali.
O homem ficou tão pálido como cera, e começou a vociferar.
Isso nada tem que ver com o assunto.
— Oh, não, senhor. Não se pode dizer que não tenha nada que
ver com o assunto, pois isso está exatamente relacionado com o ponto. Estávamos
falando acerca de pacifismo. Pacifismo significa que não deve haver armas.
Nenhuma arma.
E voltei a fazer-lhe a pergunta:
— Senhor, tem o amigo uma arma carregada em sua casa, no
armário do corredor?
Ele tinha de responder, e respondeu, porém não em voz alta.
— Sim.
Ufa! Eu podia sentir como o poder de Satanás se encolhia.'
— Amigo, o senhor não é pacifista. O senhor é como nota
falsa, tão falsificada quanto possível. Um farsante, falando de pacifismo com
uma arma carregada em sua casa.
O homem encolheu-se em sua cadeira. Não pronunciou uma
palavra sequer naquela noite. Falei de Jesus, e ouviram, impressionados por
esta óbvia invasão da reunião pelo próprio Deus.
Mas este não é o fim da história.
No dia seguinte, o pacifista zombador telefonou para um
casal de Princeton que me havia acompanhado à reunião. Disse ele:
— Deus estava naquela reunião ontem à noite.
— Essa é uma afirmativa muito extraordinária por parte de
uma pessoa que não crê nos dons sobrenaturais de Deus — foi a resposta.
— Bem — disse ele, — eu não cria, mas agora estou seguro de
que Deus estava ali, porque sou mestre em manter uma conversação. Ninguém pode
caçar-me a palavra, especialmente esse estúpido engenheiro' Hill.
— Isso é absolutamente certo. Não gostaria de conhecer mais
intimamente esse tipo de Deus? — foi a pergunta.
Pouco tempo depois, esse filósofo e professor encontrou-se
com Cristo como seu Batizador pessoal no Espírito Santo.
Ele se havia encontrado anteriormente com Jesus como seu
Salvador pessoal, mas seu cérebro instruído o impedira de experimentar o poder
de Jesus em sua vida
para suprir as necessidades de outros.
Esse zombador chegou a ser um dos irmãos mais amorosos em
Cristo que tenho conhecido, e da próxima vez que o vi ele me deu um forte
abraço e disse: “Dou-te graças, Jesus.”
Contender em nível intelectual teria sido infrutífero.
Ninguém teria sido salvo ou transformado. Alguém podia ter
dito: “Que mensagem maravilhosa.” E eu teria sabido que tudo fora posto a
perder fazendo-me eu o centro de atração.
Mas quando, depois de minha palestra, alguém diz:
“Que maravilhoso Salvador!” sei que Jesus foi levantado para
atrair a todos.
Porque não é por força nem poder mental, nem por um esboço
de três pontos e mais um poema, mas “por meu Espírito” , diz o Senhor, que ele
convence os incrédulos e os transforma em filhos do Rei.