domingo, 2 de maio de 2021

Aprenda a viver como um filho do rei - Capítulo 13


 COMO ACHAR O DIA PERDIDO

Certa noite, depois que descobri que o batismo no Espírito Santo me havia dado novo poder para testificar, meu pastor recebeu uma profecia destinada a mim. Dizia ela que Deus me abriria portas para testemunhar como eu não seria capaz de imaginar. Eu estava preparado

para que isso acontecesse, mas não tinha ideia alguma de como viria a acontecer. Se eu tivesse tentado adivinhar, teria errado de muito.

Os começos remontavam à década dos anos 60, quando a NASA começou a funcionar para levar a cabo as instruções do presidente dos Estados Unidos com vistas a lançar um homem à lua. O programa teve início no Centro de Vôo Espacial de Goddard, em Greenbelt, estado de Maryland, não muito distante de onde moro.

Desde o começo eu estava envolvido no programa por via de arranjos contratuais com a minha companhia.

Durante os anos, enquanto se efetuavam as missões espadais da série Mercury/Gemini, visitei a estação rastreadora localizada nas Bermudas, como consultor. Não demorou muito para que minha caderneta de apontamentos estivesse cheia de dados interessantes que frequentemente eu transmitia quando fazia palestras a grupos de estudantes secundários e universitários acerca de meu tema predileto: “Ciência, Filosofia, Evolução e a Bíblia.”

Uma das histórias que eu contava frequentemente relacionava-se com a necessária preparação estatística antecedente à caminhada do homem na lua. Os cientistas de assuntos espaciais viviam conferindo a posição do sol, da lua e dos planetas no espaço exterior, calculando onde esses astros estariam daqui a 100 e a 1000 anos.

Além disso, examinavam as trajetórias dos asteroides conhecidos e dos meteoros, de sorte que não enviássemos astronautas e satélites ao espaço para se chocarem com tais elementos. As órbitas dos satélites tinham sido traçadas em termos de onde os corpos celestes estariam, de modo que não houvesse perigo de uma colisão no tráfego espacial.

Pois bem, quando as medições do computador iam e vinham através dos séculos, chegou-se a um ponto onde o computador empacou. Parou e deu o sinal vermelho, indicando que havia algo errado, ou com a informação introduzida no computador ou com os resultados obtidos quando postos em comparação com os padrões. Convocaram o departamento de serviço para uma verificação.

— Não há nada de errado com o computador — disseram os técnicos. — Funciona perfeitamente. Que é que os leva a pensar que algo esteja errado?

— Bem, o computador diz que está faltando um dia em algum ponto do tempo decorrido — disseram os operadores.

Verificaram de novo os dados que tinham, coçaram a Caixa Idiota Instruída. Não havia resposta alguma, nenhuma explicação lógica. Estavam num impasse.

Havia um colega religioso na equipe, e ele disse: — Sabem de uma coisa? Quando eu freqüentava a escola dominical, falavam de um dia em que o sol parou.

Riram-se dele, porque ninguém lhe dava crédito. Mas não tendo outra coisa para experimentar, convidaram-no a explicar-se melhor. Ele pegou uma Bíblia e buscou no

livro de Josué a narrativa em que este caudilho foi chamado para combater os reis dos amorreus, uma formidável linha de inimigos. No relato, os operadores encontraram uma declaração mais que ridícula para qualquer pessoa que tenha alguns gramas de senso comum. Encontraram o Senhor dizendo a Josué: “Não os temas, porque nas tuas mãos os entreguei; nenhum deles te poderá resistir.” A Bíblia prossegue e diz que o Senhor matou os inimigos de Josué com uma grande matança, e começaram a fugir de diante de Israel. E o Senhor lançou do céu grandes pedras, e mais foram os que morreram pela chuva de pedra do que os mortos à espada pelos filhos de Israel. Mas ainda sobraram alguns inimigos, e Josué orou para que o sol e a lua se detivessem até que os israelitas tivessem terminado sua vingança contra os inimigos.

“O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.”

— Está aí disse o cristão. Aí está o dia que lhes está faltando. Prossigam e verifiquem.

Bem, conferiram os computadores, percorreram todo o caminho de volta até ao tempo em que Josué derrotou os reis, e descobriram que a explicação estava próxima, mas não bastante próxima. O tempo decorrido no dia de Josué era de apenas 23 horas e 20 minutos, e não um dia completo. Ainda havia uma discrepância de quarenta minutos que precisava ser esclarecida. Consultando de novo o relato bíblico, verificaram que a Bíblia não diz que o sol havia parado por um dia todo, mas “quase um dia inteiro”.

De maneira que continuavam em dificuldade. Quarenta minutos se tornam extremamente significativos quando multiplicados muitas vezes no cálculo das órbitas.

Então o colega religioso lembrou-se de algo mais na Bíblia onde diz que o sol andou para trás. Naturalmente, seus colegas de estudos espaciais lhe disseram que ele não estava bom do juízo, porém não tinham outra alternativa na questão, e assim retornaram à Bíblia e leram em 2 Reis, capítulo vinte, como Ezequias, em seu leito de morte, recebeu a visita do profeta Isaías e este lhe disse que ele não ia morrer, mas Deus ia curá-lo, e dentro de três dias ele estaria em condições de ir ao templo.

Além do mais, Deus prometeu-lhe mais quinze anos de vida na terra. A notícia era tão boa que Ezequias não podia crer! Pediu um sinal como prova de que a palavra de Deus era verdadeira.

— Queres que a sombra se adiante de dez graus ou retroceda? — perguntou-lhe Isaías.

— Não — retrucou Ezequias. — É fácil demais que o sol se adiante dez graus. Ele faz isso todo o tempo. Ele vai para a frente todos os dias. Que acha de deixar que a sombra retroceda dez graus? Isso será uma coisa nova, e então poderei crer.

De modo que Isaías falou com o Senhor, e o Senhor fez a sombra retroceder dez graus. Dez graus são exatamente quarenta minutos!

Vinte e três horas e vinte minutos estavam explicados no dia de Josué, mais quarenta minutos explicados no dia de Ezequias — aí estavam as vinte e quatro horas completas, o dia que faltava e que os cientistas tiveram de levar em consideração em seu diário.

Tenho relatado este fato muitas vezes nas escolas e nas reuniões onde sou convidado a falar, usando-o apenas como exemplo de como a ciência vai provando que as coisas absurdas constantes da Bíblia são verdadeiras. E um dia isto chamou a atenção de uma mulher, Mary Kathryn Bryan, que escrevia uma coluna para um jornal de Spencer, no estado de Indiana. De alguma fonte não identificada ela recebeu uma cópia de minhas observações acerca do dia perdido. Provavelmente alguém havia preparado essa cópia depois de ouvir uma fita cassete de uma de minhas palestras, ou havia tomado notas de alguma preleção e as redigiu. Ninguém sabe onde se originou o relato escrito, mas de qualquer modo isso não importa. Era um relatório preciso, e a senhorita Bryan encheu-se de curiosidade por ele. Sem que eu tivesse dele conhecimento na ocasião, ela o transcreveu em sua coluna.

Anteriormente eu nada sabia acerca de seu jornal, mas logo descobri. Vários serviços noticiosos recolheram a história e ela apareceu em centenas de lugares. Minha caixa postal começou a abarrotar-se com cartas vindas de pessoas que desejavam saber mais acerca do dia perdido.

Vinham cartas de quase todos os países do mundo, e ainda continuam a chegar.

Era-me impossível dar uma resposta pessoal a cada uma, de modo que preparei uma carta circular explicando que o dia perdido está bem documentado nos escritos primitivos de muitas civilizações antigas. Para mais pormenores, eu lhe recomendava um livro chamado Joshua’s Long Day (O Dia Longo de Josué), escrito por um professor da Universidade Yale, Dr. C. A. Totten, em 1890. Na carta eu dava um breve testemunho do que tinha sido minha vida antes e depois de encontrar-me com Jesus, e eu estimulava meus correspondentes a experimentar Jesus por si mesmos. Com a carta eu incluía um resumo do livro de Totten e um folheto intitulado Did the Sun Stand Still? (O Sol Parou?)*

Quanto a algumas das pessoas, nunca mais tive notícias delas. Algumas têm-me escrito — ou telefonado — para dizer-me que sou um mentiroso, e com isso tenho tido oportunidade de exercitar o perdão. Numerosas outras me disseram que foram salvas quando o Espírito Santo as assistiu mediante sua Palavra de verdade. Aleluia! Era sobre isso que versava a profecia de meu pastor! Deus tinha aberto portas para testificar que eu jamais teria imaginado.

Pouco mais tarde, recebi um chamado da secretária de um jornal pagão, no meio-oeste, perguntando como um Deus mítico podia fazer tais coisas. Quando lhe respondi com o meu testemunho de um Salvador Vivo, ela desligou o telefone abruptamente. Mais tarde, alguém enviou-me um recorte da publicação para a qual aquela secretária trabalha, dizendo que eu havia admitido que tudo aquilo era um embuste. Logo depois disso, numerosas revistas religiosas, algumas delas cristãs, começaram a repetir a falsa “retratação”, e apresentando suas desculpas por sua participação anterior na reprodução do artigo. Nenhuma dessas publicações jamais me procurou para saber de mim quanto à verdade ou erro do artigo orginalmente publicado.

Para efeitos de registro: o relatório é verídico; a retratação é falsa. As conversões resultantes da obra do Espírito Santo por meio do artigo original, da carta e do folheto têm comprovado a verdade da palavra de Deus.

— “Pelos seus frutos os conhecereis.” Deus não salva pessoas por meio de relatórios falsos.

A sequência toda dos acontecimentos tem-me demonstrado como até mesmo os cristãos se inclinam a crer numa mentira em vez de numa verdade, quão prontos estão para cair numa armadilha de Satanás. Mas a Palavra de Deus é verdadeira, muito embora todos os homens sejam mentirosos.

E minha incapacidade de fornecer documentação do incidente do “Dia Perdido” de maneira alguma prejudica sua autenticidade. “Deus o disse, eu o creio e isso resolve a questão.” E ainda que eu não queira crer, o fato é que Deus o disse, e isso realmente liquida o assunto.

É compreensível que a NASA tenha relutado em responder ao dilúvio de cartas que lhe chegam tratando do assunto, das quais muitos indagadores me enviaram cópia. Uma carta da NASA alega desconhecer-me. Outra dá o endereço de minha casa para maiores informações, enquanto outra reconhece minha filiação com seu programa.

Deve ser um tanto incômodo tentar agradar a todos os grupos religiosos, políticos, científicos e étnicos aos quais a organização se acha exposta. Oremos por ela!

No começo de meu papel controverso neste incidente, quando começaram a chegar-me acusações de “mentiroso” , de “embuste”, de “impostor”, minha tendência foi colocar-me na defensiva e irritar-me com Deus. Afinal de contas, ele é que me havia colocado nesta posição embaraçosa de ficar sem defesa ou escusa. Em realidade, uma ou duas vezes estive às portas de exibir-me como mártir. Como podia essa gente atrever-se a duvidar de minha veracidade, honestidade e integridade!

Então o Senhor pareceu falar: Hill, você se preocupa com a boa reputação de quem?

“Perdoa-me, Senhor”, disse eu. “Sem ti sou um impostor completo e não apenas em parte. Mas, Senhor, tua reputação está em jogo”, continuei.

Ao que ele replicou: Não tem estado sempre? E é aí que você entra como minha testemunha. Você tem de dizer as coisas como realmente elas são e depender de meu Espírito como a única força convincente e salvadora no universo.

Assim, toda minha confiança está em Deus como minha testemunha de que tudo é verdadeiro conforme foi relatado. Os filhos do Rei são repórteres, e não pessoas que dão explicações. Aleluia!

E os filhos do Rei podem viver à semelhança de filhos do Rei enquanto seguirem o caminho dele e daí não se desviarem. Deus sempre honrará com frutos a palavra de nosso testemunho. Qual é o fruto dos cristãos? Novos cristãos! E somos dotados de poder para contar o fato como ele é.

A todos quantos têm solicitado maiores detalhes sobre o “Dia Perdido”. (Josué 10:13; 2 Reis 20:11.)

Queira desculpar-me por esta resposta em forma de carta-circular a seu pedido de mais pormenores sobre o Dia Perdido. Aproximadamente 5000 cartas e telefonemas impossibilitam-me de escrever a cada consulente uma carta pessoal. Não escrevi o artigo em questão, mas em numerosas oportunidades tenho falado sobre a harmonia que existe entre a Bíblia e a Ciência, e suponho que foi adaptado de uma dessas apresentações.

O jornal Evening World, de Spencer, no estado de Indiana, publicou-o pela primeira vez, e desse jornal deveria ser obtida permissão para reimprimi-lo. Desde que o incidente me chamou a atenção pela primeira vez . . . não sei onde tenho guardado pormenores concernentes a nomes e lugares, mas será com prazer que lhos remeterei tão logo os encontre. Entrementes, só posso dizer que se não tivesse considerado a informação digna de confiança, em primeiro lugar eu não a teria usado.

Os primitivos escritos de muitas civilizações antigas contêm documentação de um “dia longo”, um “dia duas vezes a duração normal” , etc. Tais declarações aparecem nas tradições históricas dos astecas, dos peruvianos, dos chineses, dos babilônios, etc. O eminente cientista, professor C. A Totten, da Universidade Yale, mediante sua descoberta de que faltava um dia no tempo solar, comprovou por processos astronômicos os pormenores conforme expostos no relato bíblico. Tomando por base o procedimento pormenorizado constante de seu livro Joshua’s Long Da\; (O Dia Longo de Josué), que pode ser adquirido em Destiny Publishers, Merrimac, Mass., 1860, qualquer pessoa especializada na arte estaria em condições de escrever seu próprio programa de computador.

Conquanto seja gratificante ver a perfeita harmonia entre a Bíblia e a classe científica, o cristão não tem necessidade de provar a existência de Deus em termos de seu universo físico; o entendimento do cristão deve alicerçar-se no sólido fundamento de “Assim diz o Senhor”. Antes de meu encontro com Deus mediante seu Filho Jesus Cristo, há cerca de dezesseis anos, minha vida era sombria, vazia, enfadonha, e a religião era um absurdo seco, sem vida, beato, à medida que passava de um grupo para outro sem alteração na monotonia mortal do “igrejismo” árido de frustrados buscadores da Realidade.

Embora exteriormente eu fosse um êxito, dentro de mim eu tinha uma ansiosa e terrível incerteza, uma inquietude vazia que não podia ser satisfeita por nenhuma soma de atividade ou realização. Sendo eu produto de um sistema educativo extremamente estúpido, que ensina somente como ganhar a vida mas deixa completamente fora qualquer preparo para viver, eu estava mal preparado para enfrentar com êxito a inflexível realidade da vida, cuja base é selvagem e irracional sem um Deus Pessoal. Após quase cinquenta anos de busca de inteireza e realização, conheci um homem que havia descoberto que Deus tem um primeiro Nome e esse Nome é Jesus, e que se eu o convidasse a fazê-lo, ele entraria e passaria a residir em mim. Foi o que fiz, e foi o que Jesus fez. E agora o antigo vazio e a inquietante ansiedade foram substituídos por uma paz interior e por uma segurança que mesmo o mais violento torvelinho exterior não pode perturbar e sua Presença permanente é uma contínua Realidade.

Nasci de novo mediante o Espírito de Deus e recebi de seu próprio Filho a Vida Eterna.

Toda aquela carga atormentadora de culpa e de remorso que eu sentia em meu íntimo foi completamente removida como se por um rio caudaloso, e agora sinto aquela maravilhosa paz que só temos quando vivemos retamente com Deus. Logo depois que aceitei a Jesus Cristo como meu Salvador, ele me batizou em seu Espírito Santo, e agora a vida é uma aventura contínua nesta nova dimensão em que os Dons do Espírito produzem resultados surpreendentes em meus negócios quotidianos, conforme promessa contida em 1 Coríntios 12 a 14.

Das muitas coisas interessantes que aprendi sobre pessoas religiosas desde que comecei a receber suas cartas aos montões, há alguns meses, a mais surpreendente é a prontidão de alguns cristãos de serem negativamente influenciados por escarnecedores. Umas poucas observações ridículas de um escamecedor pagão parecem enviar muitos de vocês correndo em busca de cobertura teológica! Devia ocorrer exatamente o contrário se andamos no poder do Espírito de Deus. Somos advertidos de que nos últimos dias o mundo estará cheio de zombadores, mas devemos ter nossa fé solidamente ancorada na Palavra de Deus, o fundamento inabalável de todo filho de Deus nascido de novo. Meu Deus está muito vivo e prontamente acessível a todos quantos o buscam para obter respostas acerca da vida. Tente o Experimento de Baltimore durante sessenta dias simplesmente pedindo a Jesus Cristo, cada manhã, que se encarregue de sua vida e de seus negócios apenas por esse dia. Então, como prova de que você confia no Novo Gerente para lidar com todos os pormenores, reconheça o fato e dê graças ao Senhor por tudo quanto acontece, a despeito das aparências. Sei que todos quantos tentaram esta experiência têm ficado altamente satisfeitos com os resultados. Ouse colocar sua confiança em Deus; ele promete satisfazer os desejos de seu coração.

Deus o abençoe,

Harold Hill.