sábado, 1 de maio de 2021

A quarta dimensão - 05 - A escola de André



Capítulo 5

A ESCOLA DE ANDRÉ

Ao receber a Jesus Cristo como seu Salvador pes­soal, seu espírito nasce de novo instantaneamente. Recebe, num instante, a vida de Deus, e nesse mesmo instante, seu ser espiritual ganha a vida eterna. Mas sua mente, seus pensamentos, devem ser renovados segundo seu espírito renascido; e essa renovação é obra que requer uma vida toda, tempo, energia e luta. Essa renovação é necessária se a pessoa desejar re­ceber adequadamente as palavras rhema concedidas por Deus, e agir segundo elas, permitindo que a criatividade poderosa da palavra falada permaneça vital.

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Muitas pessoas experimentam o renascimento espi­ritual, mas não renovam a mente a fim de verdadeira­mente compreender os pensamentos de Deus. Não levam a vida segundo os pensamentos de Deus. Por esse motivo, Deus, que neles habita, não pode mover--se livremente através do canal de sua vida de pensamento. Permita-me dar-lhe um exemplo.
Certo dia, meu filho mais velho, que nessa época estava no quarto ano primário, veio procurar-me no escritório. Era evidente que ele queria perguntar-me algo, mas hesitava em fazer a pergunta. Finalmente eu disse:
— Filho, que você está tentado perguntar? Ele sorriu.
— Papai, se eu lhe fizer uma pergunta estranha, o senhor vai ficar com raiva?
— É claro que não vou ficar com raiva — assegurei--lhe. — Vamos. Diga.
— Bem — continuou ele — o senhor tem permissão de mentir para sua congregação?
  Quando foi que eu menti? — perguntei. Ele sorriu.

— Já o ouvi dizer uma mentira repetidas vezes à sua congregação.
Eu estava chocado. Se meu filho desconfiava de mim, então quem confiaria em mim?
— Filho — disse eu — sente-se e diga-me quando foi que eu disse uma mentira.
— Papai, tantas vezes o senhor diz à sua congrega­ção que se encontra com Deus, de modo que fiquei curioso. Todo sábado eu ficava fora da porta de seu escritório ouvindo quando o senhor preparava seus sermões, e às vezes abria a porta um pouquinho para ver se o senhor realmente estava conversando com Deus aí.
— Mas nunca vi o senhor realmente se encontran­do com Deus em seu escritório. Ainda assim, nos domingos o senhor sobe ao púlpito e ousadamente declara que se encontrou com Deus. Isso é mentira, não é? Não tenha receio de me dizer a verdade. Sou seu filho. Não vou contar para os outros.
Como ele era ainda tão jovem eu sabia que ele não compreenderia se eu lhe explicasse meus sentimen­tos com termos teológicos. "Senhor", orei, "preciso de sabedoria. Como é que posso explicar a esta jovem mente o meu relacionamento contigo?"
Subitamente um pensamento tremendo fluiu de meu coração e olhei para meu filho, dizendo:
—  Filho, deixe-me fazer-lhe uma pergunta. Você já viu seus pensamentos?
Ele ficou em silêncio por instantes.
—  Não, nunca vi meus pensamentos.
—- Então você tem a cabeça vazia — respondi. — Você não tem pensamentos.
—  Não, papai, eu tenho pensamentos. Eu posso falar porque tenho pensamentos.
— Mas, — ressaltei — eu nunca vi seus pensamentos.
—  Como é que o senhor poderia ver meus pensa­mentos? — perguntou ele. — Eles estão em algum lugar no meu cérebro e o senhor não pode vê-los.
— Bem, então — disse eu — embora você não possa vê-los, você realmente tem pensamentos, não tem?
— É claro, papai — respondeu ele.
—  Bem, — expliquei — encontro-me com Deus embora você não possa vê-lo com os olhos. Deus é como seus pensamentos. A Bíblia diz que Deus é o Verbo.
— Filho, o que é o Verbo ou a palavra? O Verbo é o pensamento vestido com vocabulário. Se Deus é pensamento vestido com o chinês, o povo chinês compreende os pensamentos de Deus; quando os pensamentos de Deus estão vestidos com o inglês, então o povo norte-americano o compreende. Quan­do os pensamentos de Deus vêm a nós vestidos em coreano, o povo da Coréia compreende.
— Filho, encontro-me com Deus ao ler a Escritura, a Palavra de Deus; e os pensamentos de Deus tocam meus pensamentos num reino invisível e converso com o Pai celestial através da Palavra de Deus. Deus é como o pensamento.
Meu filho imediatamente compreendeu o significa­do e assentiu com a cabeça.
—  Não posso ver meus pensamentos, contudo sei que os possuo. Sim, Deus é como o pensamento. Não posso vê-lo, mas ele está aí. Estou satisfeito. Sinto muito, papai, por tê-lo compreendido mal.
Quando meu filho saiu, levantei-me e louvei ao Senhor: "Pai, temia que ele não compreendesse, mas compreendeu; entretanto, sei que não mi eu, mas o Espírito Santo que me ajudou a ter as palavras com que explicar sua maravilhosa presença."
Agora deixe-me fazer-lhe uma pergunta. Com que se parece Deus? Deus possui forma? Ele se parece com o ser humano? Como se pode explicar a presen­ça de Deus?
Deus é como o pensamento. Se você não tiver nenhum pensamento, então Deus não terá o canal através do qual falar a você. Você não pode tocai- Deus com as mãos, você não pode respirar Deus como se respirasse o ar; Deus não pertence ao mundo dos sentidos. Você somente pode encontrar-se com Deus através da arena de sua vida de pensamento.
Os pensamentos de Deus vêm mediante sua Pala­vra, ou através do seu Espírito Santo. Os pensamentos de Deus tocam os seus pensamentos e é aí que você se encontra com ele. De modo que se você não renovar sua vida de pensamento e se não renovar sua mente após a conversão, então Deus não pode realmente manifestar-se a você.
Muitas pessoas ainda vivem com suas mentes antigas depois da conversão. Esta maneira antiga de pensai- é limitadora; desta forma Deus fica limitado pelo tipo errado de vida de pensamento. A fim de andar intimamente com Deus é preciso que você renove sua mente e seus pensamentos. Se você não renovar seus pensamentos, Deus não pode descer e ter comunhão com você. Deus não habitará uma mente poluída, assim como peixes e pássaros não permanecem num lago poluído.
É preciso que você renove seu pensamento para que a fé possa surgir através de sua vida de pensa­mento. A fé simplesmente não surge de seu espírito interior. A fé vem em cooperação com seus pensa­mentos, pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus.
Primeiro é preciso que a pessoa ouça; e através do ouvir, a Palavra de Deus chega-lhe aos pensamentos: mediante a vida de pensamento, os pensamentos de Deus entram em seu espírito e produzem fé. Portanto, se a pessoa não renovar seus pensamentos, não poderá compreender completamente a Palavra de Deus; e sem a renovação da mente e sem o ouvir da Palavra, a pessoa não pode ter fé, pois a fé vem pelo ouvir.
E o que ouvimos? Ouvimos os pensamentos de Deus. A arena de seu pensar enxerta os pensamentos de Deus e produz a fé, e através da fé, Deus pode fluir de você para os outros. A sua vida de pensamento é demasiadamente importante; você deve renovar sua mente. Há três passos que você pode usar para renovar sua mente; e é preciso que você os siga a fim de conseguir uma renovação de sua vida de pensa­mento.

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O primeiro passo é mudar seu pensamento de uma atitude negativa para uma positiva. Para termos um exemplo, demos uma olhada em Pedro, o discípulo de Jesus Cristo.
Os discípulos de Jesus estavam em um barco no mar da Galiléia. Era noite escura e tempestuosa, e as ondas eram tão altas que o barco estava a ponto de virar. Lutavam desesperadamente para manter o barco flutuando quando repentinamente viram Jesus Cristo andando sobre as águas indo em sua direção.
Naquela época havia uma crença popular- que ao ver o marinheiro um fantasma no mar, seu barco afundaria. Por isso, quando os discípulos pescadores viram a Cristo ficaram  paralisados de medo, pensando que seu barco ia afundar e que iriam afogar-se. Mas Jesus falou:
— Sou Cristo. Não tenhais medo. Pedro gritou:
— Se és Jesus, ordena que eu vá a ti.
Pedro sempre falava sem pensar. Era um homem terrivelmente emocional; mas tinha o dom da audácia, de modo que Deus o usou.
Cristo então disse que ele fosse. Ao ouvir esta ordem, imediatamente aceitou a palavra de Jesus e seu pensai' foi renovado.
Humanamente falando, Pedro jamais poderia andar sobre a água, mas ao aceitar a palavra de Jesus Cristo, instantaneamente sua mente foi renovada. Pedro mudou seu pensai- de uma atitude negativa para uma positiva. Pedro jamais acreditaria poder andar sobre as águas, mas ao ouvir o mandamento de Jesus e ao aceitar essa ordem, mudou seu pensamento; creu que podia andar sobre as águas. Mudou seu pensar, e os homens sempre agem de acordo com seus pensa­mentos.
Quando Pedro renovou seus pensamentos; quando creu que podia andar sobre as águas, agiu de acordo com isto e saltou fora do barco. A noite continuava escura e tempestuosa e as ondas muito altas. Mas Pedro arriscou audazmente sua vida, lançando-se ao mar pela fé, e começou a andar sobre as águas.
Os milagres sempre seguem uma mente renovada Quando percebeu que podia andar sobre as águas, Pedro enfrentou as ondas. Seus pés molharam-se com a espuma; deu passos sobre a crista das ondas. Estava andando sobre as águas!
Mas subitamente olhou ao seu redor. Viu os negros vales criados pelas ondas e começou a voltar a seu antigo modo de pensar: Olhem para mim", pensou ele, "não sou eu um ser humano? Estou andando sobre as águas e não podemos fazer isso. Nós, os seres humanos, devemos andar na terra, não na água. Não sou um peixe, mas olhem para mim. Estou andando sobre as águas. Isto está errado; é-me impossível fazer isto."
Ele mudou seu padrão de pensamento. Pensou que não podia andar sobre as águas, e instantaneamente começou a afundar-se.
Deus relaciona-se com cada um de nós através de nossa vida de pensamento. Quando Pedro recebeu a palavra rhema de Cristo, renovou seu pensamento e por isso pensou que podia andar sobre as águas e andou. Mas ao mudar seu pensamento e pensar ser isso impossível, imediatamente começou a afundar--se.
Este é um conceito muito importante, pois segundo o pensar dos homens também será sua ação. Se você pensa ser um rei ou uma rainha agirá como rei ou como rainha. Se pensa ser indigno e não ter valor nenhum, então agirá como se fosse indigno e não tivesse nenhum valor.
De modo que é vital que renovemos nossos pensa­mentos e pensemos positivamente. Permita-me ilus­trar este ponto com um exemplo real.
Conheci, certa vez, um médico que se dizia ateu. Muito sofri por causa dele; por muito tempo ele se opôs a meu ministério, desafiando-me a fé, atacando minhas palavras e crenças.
Então um dia esse médico sofreu um derrame e ficou paralítico. E por causa de sua paralisia ia morrendo lentamente. Então o médico veio à minha igreja pedindo que eu orasse por sua cura.
Muitas pessoas se gabam de seus pontos de vista ateus; entretanto, quando estas mesmas pessoas ex­perimentam a noite escura e se encontram com as ondas tempestuosas, seu ateísmo toma-se muito fraco.
De modo que esse médico veio à minha igreja e orei por ele. Ele recebeu a oração da fé e levantou-se de sua cadeira e saiu andando com passadas fortes. Todo mundo batia palmas e gritava, louvando a Deus.
No domingo seguinte foi à igreja andando sem ajuda de ninguém. Novamente pediu que eu orasse por ele, mas eu estava ocupado demais e não pude orar. Ao ver que eu não podia orar pessoalmente por ele, mudou seu modo de pensar; seus pensamentos regrediram e ele voltou ao seu antigo estado. Por não poder receber a oração da fé, tornou-se descrente de novo. Ao sair de meu escritório em direção ao carro, caiu e sua esposa teve de chamar uma ambulância a fim de levá-lo para o hospital.
Regrediu por ter mudado seus pensamentos. O poder de Deus o deixou e assim como Pedro começou a duvidar e afundar-se no mar da Galiléia, assim o fez o médico, perdendo-se para seus temores e de novo tomando-se paralítico.
Os pensamentos são importantes, de modo que não negligencie em renovar sua vida de pensamento. Seja totalmente positivo em seu pensar. Não pense negati­vamente. Deus é luz e nele não há treva nenhuma; não há nada negativo em Deus, pois em Deus só reside o positivo. Coisas positivas estão acontecendo; de modo que para ter comunhão com Deus é preciso que você renove sua mente e pense positivamente. Alimente sua mente com a Escritura, pois a Palavra de Deus está cheia de vida positiva.
Tenha também cuidado ao alimentar-se da Palavra de Deus para que não restrinja sua maneira de pensar aos padrões tradicionais de pensamento.
Seja revolucionário. Muitas pessoas estão presas por pensarem somente da maneira tradicional, da maneira ortodoxa. Portanto, Deus é incapaz de reali­zar as grandes obras que deseja realizar através delas. Mas se você receber a Palavra de Deus e revolucionar sua maneira de pensar, então alcançará alturas muito além de suas limitações atuais.
Quando estou na Coréia tenho uma reunião com meus cem pastores associados todas as manhãs. Todas as manhãs, das 9:00 às 9:30 desafio-os a revolucionarem seu modo de pensar.
— Não pensem somente da maneira tradicional — exorto-os. — Não sejam levados pelo pensar e ensino de Cho. Vão pela Palavra de Deus. Alimentem-se da Palavra de Deus. Revolucionem sua vida de pensa­mento! Expandam sua vida de pensamento de acordo com a Escritura; então Deus poderá ter liberdade absoluta de expressar-se através de seus pensa­mentos.
Depois de eu dizer estas palavras, meus pastores assistentes tornam-se grandemente motivados. Rece­bem a Palavra, e se tiverem um pensamento realmente revolucionário, o executam. Então eu vejo resultados. Não intervenho em sua obra, a não ser que estejam tendo problemas.
Uma vez que delego a autoridade, essa autoridade permanece delegada. Já não me preocupo com ela. E mediante este método positivo que trabalho com meus assistentes, ministros de sucesso, responsáveis pelas necessidades de  certa parte dos 50.000 mem­bros adultos de nossa igreja.

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Tendo mudado sua atitude negativa de pensamento para a positiva, o segundo posso será treinar-se constantemente a fim de pensar em termos de mila­gres. Esta atitude de pensamento pode ser vista na vida dos discípulos de Cristo.
Certa vez Jesus saiu para o deserto com 5.000 pessoas seguindo. Além dos 5.000 homens provavel­mente também havia mulheres e crianças. Na realida­de, então, devia haver cerca de 20.000 pessoas ao todo. Aproximando-se a tarde, o povo teve fome. Estava ficando escuro e frio e as mulheres e crianças começa­ram a ficar para trás ao longo do caminho.
Cristo chamou Filipe:
—  Filipe, posso ver que todo este povo está com fome. Alimente-o.
Filipe, pois, recebeu a ordem de nosso Senhor Jesus Cristo para alimentar essa grande multidão. Se fôsse­mos apresentar este acontecimento em termos de hoje, podemos muito bem imaginar Filipe tentando organizar uma comissão para estudar a maneira de alimentar esse povo todo. Podemos vê-lo recrutando membros para sua comissão. Os escolhidos seriam discípulos com alto grau de inteligência.
Filipe daria abertura à reunião da comissão, como relator que era, dizendo:
— Cavalheiros, nosso Senhor Jesus Cristo ordenou--me que alimentasse estas 20.000 pessoas no deserto. Assim, nossa comissão tem a responsabilidade de encontrar uma maneira viável de fazer tal proeza. Os senhores têm alguma idéia?
Certo indivíduo levantaria a mão, e depois de Filipe ter-lhe dado a palavra, diria:
— Você não sabe que estamos num deserto? Não estamos no centro de Jerusalém. É absolutamente impossível até mesmo pensar em alimentar estas pessoas.
—   Também  penso  assim  —  Filipe  poderia  ter respondido. — Secretário, por favor, anote isto. Outro cavalheiro levantaria a mão:
—  Senhor relator, desejo fazer uma pergunta. Te­mos dinheiro suficiente? Precisaríamos de pelo me­nos duzentos denários para alimentar uma pequena parte desta multidão. Temos dinheiro suficiente?
— Não — responderia Filipe — não temos nem um centavo.
—   Bem, então o senhor está louco pensando alimentá-los — retorquiria o homem.
— Sim, concordo com você — responderia Filipe. — Senhor secretário, anote isto, também.
Um terceiro cavalheiro tomaria a palavra:
— Senhor relator, sabe de alguma padaria que pode produzir pão suficiente paia todo este povo de uma vez só?
—   Não — diria Filipe. — não conheço padaria alguma por estas redondezas.
— Bem, então levaria semanas para alimentai* esse povo e isso é impossível!
—  Sim — concordo com você — diria Filipe. — Senhor secretário, anote isso também.
Então outro discípulo falaria:
—  Desejo expressar minha opinião, também, se­nhor relator. Como vêem, já está ficando tarde. Por que não os espalhamos dizendo-lhes que vão e encontrem um lugar onde passar a noite e comer?
Então seria concluída a reunião e Filipe juntaria a informação conseguida. Mas esta informação seria somente de natureza negativa e impossível. Informa­ção que iria contra os ensinos de Jesus Cristo e que se oporia diretamente à sua ordem.
Filipe então iria informar Jesus. Mas ao começar a falar, André chegaria com cinco pães e dois peixinhos.
— André! — exclamaria Filipe — deixe de brinca­deira! Você tem cinco pães e dois peixinhos para alimentar 20.000 pessoas! Você perdeu o juízo!
Mas André não lhe deu resposta. Simplesmente trouxe os cinco pães e os dois peixinhos a Jesus.
— Jesus, isto não é suficiente para alimentar tanta gente, mas o trouxe, de qualquer maneira.
André tinha ouvido a ordem de Jesus; sua mente aceitou o mandamento, e embora duvidasse, trouxe a Cristo o alimento que encontrou. André possuía o planejamento da possibilidade, e mediante seu pensa­mento, apanhou a visão de Jesus Cristo.
Então Jesus abençoou o pão e os peixes, multipli­cou-os e a grande multidão foi alimentada.
Todos os cristãos pertencem a Jesus Cristo. Mas em Cristo há duas escolas de pensamento: a escola de Filipe e a escola de André. Infelizmente, muitas igrejas pertencem à escola de Filipe. Falam somente acerca do impossível. Clamam que estamos num deserto e que é tarde demais e que as pessoas não podem ser alimentadas. Falam com pouca fé. Falam do impossível.
A que escola pertence você? Sei que muitos vão a escolas e universidades diferentes, mas a que escola pertence você no que diz respeito à sua vida de pensamento? Você pertence à escola de Filipe ou à de André?
Quando Deus me falou ao coração em 1969, dizendo-me que construísse uma igreja para acomodar 10.000 pessoas fiquei apavorado. Em todos os instan­tes sentia-me como Filipe. Conversei com o corpo diaconal e todos pensavam como os discípulos de Filipe. Diziam-me ser impossível.
Ao falar, novamente, com meus 600 diáconos, des­cobri que todos eles pensavam da mesma maneira. De modo que eu também me uni à escola de Filipe, fui a Jesus e disse-lhe que não podia construir a igreja. Mas em meu coração Jesus ordenou: "não pedi que você fosse conferenciar com os anciãos e diáconos. Disse--lhe que construísse a igreja."
"Senhor", respondi, "sabes que nada tenho com que construir. Será preciso muito mais dinheiro do que disponho no presente."
Então, através do Espírito Santo, Jesus falou-me ao coração:
"O que tem você que podia dar pessoalmente?"
Em meu coração sabia o que ele estava pedindo, mas recusava-me a reconhecer seu pedido e disse:
"Jesus, não peça que eu faça isso. Casei-me com trinta anos de idade e por todos estes anos tenho economizado dinheiro a fim de construir uma linda casa e dá-la à minha esposa."
Mas o Senhor respondeu:
"Dê o que você possui."
"Pai, são somente 20.000 dólares", clamei. "Isso não pode construir a igreja e o complexo de apartamen­tos. São precisos cinco milhões. A quantia que poderia conseguir pela  casa não será suficiente."
Mas Deus disse:
"Venda sua casa e traga esse dinheiro a mim com fé."
"Oh, Deus, isso é terrível!", respondi. "Como posso fazer isso?"
"Se algum dia você vai crer em minha Palavra", admoestou-me o Senhor, "primeiro deve estar dispos­to a dar o que possui e o que tem."
Para a mulher coreana o lar é tudo. É o lugar onde cria os filhos; é o lugar onde constrói sua vida; é uma posse preciosa para ela. Por isso temia dizer à minha esposa, e comecei a orar com dor de coração. Orei para que minha esposa consentisse em vender nossa casa.
Nessa noite trouxe presentes para minha esposa. Flores e xales.
— Por que você está me dando estes presentes? — perguntou ela. — Você está preocupado que não o ame mais?
Mas ficou contente e preparou a refeição vespertina alegremente.
— Oh, louvado seja o Senhor — respondi. — estou tão feliz por tê-la escolhido. Se Deus me pedisse que escolhesse outra garota, ainda escolheria você. A cada dia que passa você se torna mais linda para mim.
Depois de alguns instantes, pensando ter chegado o momento certo, disse:
  Querida, tenho um grande problema. Olhou para mim preocupada e disse:
  Conte-me.
— Vamos construir essa enorme igreja com assen­tos para 10.000 pessoas — disse-lhe. — Vai custar cinco milhões de dólares e estive orando a esse respeito e o Espírito Santo falou-me ao coração, dizendo que eu devo conseguir o dinheiro para a construção. E que devo começar com meu próprio lar. Deus deseja que lhe entreguemos cinco pães e dois peixinhos ... e esses cinco pães e esses dois peixinhos são nossa casa!
Minha esposa ficou pálida; depois olhando-me dentro dos olhos, disse:
— Esta casa é minha, não sua. Não ouse tocar nesta casa. Pertence a mim e a meus filhos. Você não pode abrir mão dela.
Sua reação foi a que eu temia. Então fui ao Senhor em oração: 'Senhor, fiz o que podia. O resto é com o Senhor. Envia teu Espírito Santo a fim de transformar--lhe o coração para que ela se renda.
Nessa noite, enquanto orava, podia ver minha esposa revirando-se no seu sono. Soube então que o Espírito Santo estava operando. Disse ao Senhor: "Ó Deus, continua a tocá-la."
E o Senhor a tocou; ela não pôde dormir por quase uma semana. Seus olhos ficaram inchados e vermelhos. Finalmente veio a mim, dizendo:
  Não posso suportar mais. Não posso recusar o desejo do Espírito Santo. Desistirei da casa.
Então ela trouxe a escritura da casa, e juntos pegamos essa escritura e demos nosso lar para a construção da igreja. Agimos como André que, embo­ra tivesse somente cinco pães e dois peixinhos, creu que Jesus podia pegar este pouco de alimento e com ele alimentar toda a multidão. Nós, também, perten­cíamos à escola de André.
Certo dia, entretanto, surgiu um problema com respeito ao terreno no qual pretendíamos construir a igreja. Ü governo coreano estava desenvolvendo um terreno chamado Ilha Yoido. Esta propriedade seria modelada à maneira da Ilha de Manhattan em Nova Iorque. Nesse terreno estavam construindo edifícios do governo e somente permitiriam ali uma igreja. Iodas as igrejas da Coréia fizeram pedido de constru­ção: presbiterianos, metodistas, batistas, católicos, budistas e confucionistas. Todos esses pedidos foram examinados e entregues ao Congresso para a decisão final.
Eu também fiz um pedido. O encarregado olhou-me e disse:
— A que denominação pertence o senhor?
— Assembléias de Deus — respondi.
  O senhor quer dizer aquela igreja onde gritam louvores a Deus de uma maneira alta e barulhenta? E oram pelos doentes e falam em línguas estranhas?
— Exatamente — respondi. Ele sacudiu a cabeça:
— O senhor sabe que esta igreja vai ficar bem em frente do edifício do Congresso. Esta igreja tem de ter aparência digna e a sua não tem. Não podemos aceitar sua inscrição.
Fiquei alegre no coração, contudo, pois isto me daria a desculpa para não construir a igreja. Voltei ao Senhor em oração: "Senhor, tu ouviste o que ele disse, não ouviste? Não temos dignidade suficiente para construir aqui.''
Você pode levar ao Senhor toda a desculpa que puder arranjar, mas o Espírito Santo sempre tem a resposta. O Espírito Santo respondeu, dizendo:
"Quando foi que lhe disse que pedisse permissão para construção?''
"Então não tenho de fazer a inscrição?" perguntei.
"Meu filho", respondeu ele, "você não deve seguir o caminho em que agora trilha. Deve andar em direção oposta, no caminho da oração e da fé."
Sendo assim, comecei a jejuar e a orar. Então em meu coração a sabedoria do Espírito Santo disse: "Vá e descubra quem está a cargo do projeto de desenvolvi­mento dessa ilha."
Fui e logo descobri que o vice-prefeito estava a cargo do desenvolvimento daquela área toda. Comecei a indagar de sua vida pessoal e familiar. Descobri que a mãe dele era membro da igreja presbiteriana. Portanto, fui visitá-la, orei com ela e ela recebeu o batismo no Espírito Santo. Então começou a assistir à minha igreja.
Na Coréia, a sogra tem muito poder e autoridade sobre a nora. Disse a esta senhora que trouxesse a nora para sua igreja, dizendo-lhe:
— Sua nora tem de ser salva.
Assim, ela orou e eu também orei. Ela trouxe a mulher do filho para a igreja. Depois de ouvir o sermão, entregou o coração a Cristo e foi cheia com o Espírito Santo.
Então comecei a trabalhar por intermédio delas, pensando comigo mesmo: "Se consegui a esposa, sei que conseguirei o marido/' Por isso lhe dei a instru­ção:
— Você tem de trazer seu marido para a igreja.
— Mas ele é ocupado demais — respondeu ela.
— Você não quer que ele vá para o inferno, não é mesmo? — perguntei com severidade. — Portanto, traga-o para a igreja.
Quando, afinal ela o trouxe à igreja, preguei uma mensagem poderosa. Embora não olhasse diretamen­te para o rosto dele, estava, em verdade, pregando para ele. E miraculosamente ele entregou o coração para o Senhor.
No domingo seguinte ele entrou em meu escritório.
—  Pastor, o senhor sabe que estou encarregado do desenvolvimento da Ilha Yoido. Estamos dando per­missão para que uma igreja coreana construa seu templo ali. Gostaria que levássemos nossa igreja para lá.
Eu queria gritar, mas o Espírito Santo não mo permitiu. Às vezes o Espírito Santo opera de modo muito misterioso; o Espírito Santo deu-me a impres­são que eu devia dizer "não". Mas argumentei: "Não Dei o duro para isto." Embora meu coração clamasse para dizer "sim", respondi:
—  Não, senhor vice-prefeito. Para levai' esta igreja seria preciso uma soma exagerada de dinheiro e teríamos de comprar pelo menos três ou quatro acres de terra. Isso custaria mais de cinco milhões de dólares. Acho impossível. Para piorar as coisas, nossa igreja é considerada uma igreja pentecostal não digna e eles nem mesmo aceitariam minha inscrição.
Ele sorriu e disse:
—  Acho que tenho um jeito. Ore durante uma semana e depois voltarei. Dê-me a resposta depois de uma semana, para que eu me desincumba do assunto rapidamente.
Orei durante uma semana e na semana seguinte ele voltou a meu escritório.
—  Pastor, se o senhor tomar a decisão de levar a igreja para lá, farei todos os arranjos para que te­nhamos o melhor local. Também cuidarei de todos os papéis e as despesas ficarão por conta de meu escritório. Enviarei meu representante ao Congresso a fim de conseguir todos os acordos necessários e farei todo o trabalho burocrático. Farei tudo pelo senhor. Garanto-lhe que conseguirá o terreno. Mais que isso, farei todos os arranjos para que a igreja compre o terreno a crédito.
Então o Espírito Santo disse-me ao coração: "GRITE!"
— Senhor vice-prefeito — disse eu; — aceito. Deus impediu-me de dizer "sim" por uma semana, e como resultado não somente conseguimos o terreno de um modo miraculoso mas também não tivemos de preparar toda a papelada.
Então fui assinar o contrato com uma construtora. Logo depois lançaram os alicerces e começaram a construção da igreja e do complexo de apartamentos. Esse vice-prefeito agora é um dos anciãos de minha igreja.
De maneira similar, sua fé poderá ser testada. Se você tem um projeto pequeno, será testada de um modo pequeno; se tiver um projeto grande, será testada de uma maneira grande. Jamais pense que sua fé sempre irá por jardins de rosas. Você passará por turbulência, mediante a qual Deus prova sua fé.
Até este ponto da construção da igreja eu ainda pertencia à escola de André, e com grande fé orava por cada problema que ia surgindo.
Mas então o dólar foi desvalorizado, e o construtor rescindiu o contrato dizendo que precisava aumentai o preço da construção do prédio da igreja. Chegou a crise do petróleo, e todos os bancos fecharam as portas para mim. Meu povo começou a perder os empregos, e o orçamento da igreja mal dava para pagar os juros dos empréstimos. Não somente não podia pagar os que trabalhavam na igreja mas eu também não recebia meu salário.
Então a companhia tentou processar-me porque eu não podia pagar o aumento necessário. E as contas começaram a chegar uma após a outra: conta de luz, conta de esgoto, conta de construção. Contas empi­lhavam-se sobre minha escrivaninha, mas eu não tinha o dinheiro com que pagá-las. Não tinha dinheiro nem para contratar um advogado. Os construtores começaram a desistir porque não podia pagar-lhes o salário. Ninguém quer ficar num barco que se afunda, e eu me afundava rapidamente.
Uma vez que tínhamos vendido nossa casa e não tínhamos para onde ir, levei minha família para um apartamento inacabado no sétimo andar do complexo de apartamentos da igreja. Não tínhamos água encarnada nem aquecimento, e estava fazendo muito frio.
Todas as noites eu ia para o apartamento vazio e todas as noites tremíamos de frio. Não tínhamos alimento, e tudo parecia tão escuro. Estava chegando ao fundo, logo me tornando um discípulo de Filipe. Disse a mim mesmo: "Sim, cometi um erro. Eu nunca devia ter acreditado em Deus dessa maneira. Devia ter pensado com o padrão tradicional. Eu não devia ter começado a andar sobre as águas. A coisa toda a respeito da fé é falsa. Iodas as vozes que ouvi em minha vida de oração devem ter sido vozes da própria consciência e não do Espírito Santo. Sim, cometi um erro." Comecei a ter comiseração de mim mesmo.
As pessoas começavam a deixar minha igreja. Todos os relatórios eram negativos; minha família até mesmo começou a ter dúvidas a meu respeito. Tudo parecia impossível; eu estava cansado e com fome.
"É isso  aí", disse eu. "É o fim. Esta é a assim chamada vida de fé. Vou pôr fim à minha vida."
Vou matar-me", continuei. "Vou morrer. Mas não desejo ir para o inferno. Tenho trabalhado para ti, Senhor, todos estes anos, e pelo menos devia receber alguma coisa em troca. Se o inferno for pior do que isto, por que devo ir para lá?"
"Não posso viver num mundo como este. Vou suicidar-me, mas por favor, Deus, aceita minha alma e envia-me para o céu!"
O impacto da oração foi mais poderoso do que eu pensava, e enquanto orava ouvi uma voz que dizia:
"Você é um covarde. Deseja matar a si mesmo e tornar-se objeto de escárnio para meu povo. Você vai permanecer covarde? Ou você é um homem de fé?" "Sim", admiti, "sou covarde.
Novamente a voz falou:
"Não somente você irá para o inferno, mas também levará consigo muitos de seus membros que confiam em você! Você tomou dinheiro emprestado de alguns dos anciãos e de alguns membros. Lembre-se dos milhares de dólares que tomou emprestado das preciosas irmãs da igreja. Todos eles confiaram em você. Agora você quer se matar, cometer suicídio.
"Você causará uma reação em cadeia. Por causa de sua covardia muitos perderão a fé. Terão lares desfei­tos, e alguns também cometerão suicídio. Que reper­cussão você fará sentir no mundo cristão!"
Estas palavras derramaram-se em meu coração. Caí de joelhos, chorando:
"Ó Deus, então que posso fazer? Por que não me deixas morrer?"
Deus respondeu:
Você não pode morrer, pois precisa perseverar. Precisa ver todas as dívidas pagas; todas as dívidas do povo devem ser saldadas.
Levantei-me; deixei o sétimo andar e fui para o meu escritório. Ajoelhei-me, clamando e chorando. As novas de  minha condição desesperada começaram a espalhar-se por entre o povo. Subitamente experimen­taram o reavivamento da fé, inclusive os que tinham saído da igreja.
—  Salvemos nosso pastor! — clamaram. — Salve­mos o homem de Deus!
Assim teve início um grande movimento chamado "Salvemos Nosso Pastor". Era um inverno muito frio e não tínhamos aquecimento. Mas as pessoas começa­ram a lotar, aos milhares, o primeiro andar da igreja inacabada, milhares também oravam e jejuavam mui­tos dias em seguida. Clamavam e oravam: "Salvem o homem de Deus. Salvemos nosso pastor!"
Então Deus começou a mover-se. As senhoras cortavam seus longos cabelos, traziam-no ao altar a fim de fazer perucas que podiam ser vendidas. Certo dia, em uma cena especialmente comovedora, uma senhora de oitenta anos de idade, que não tinha filhos, nenhum sustento, mal podendo viver com a ajuda do governo, veio à plataforma chorando e tremendo. Ela trazia uma velha tigela de arroz, dois palitos e uma colher. Em pé, chorando, disse:
— Pastor, quero vê-lo sair desta situação. Quero vê--lo receber ajuda, pois seu ministério foi uma bênção tão grande para mim por tantos anos. Quero fazer algo, mas não tenho dinheiro. Eis tudo o que tenho — esta velha tigela, estes dois palitos e esta colher. Desejo dar tudo para o serviço do Senhor. Posso usar papelão como prato e posso comer com as mãos.
Meu coração foi despedaçado.
—  Senhora— disse eu —, não posso aceitar essa oferta. É tudo o que a senhora tem! A senhora precisa desses utensílios a fim de tomar suas refeições. Não os posso aceitar.
Ela começou a chorar, dizendo:
—  Será que Deus não aceitaria este presente de uma velha que está a morrer? Será que ele não aceitaria? Sei que isto não poderá ajudá-lo muito, mas desejo dar algo.
Subitamente um industrial levantou-se e disse:
— Pastor, quero comprar esses objetos.
Ele pagou quase 30.000 dólares pela tigela velha, dois palitos e uma colher.
Isto acendeu o fogo. As pessoas começaram a vender sua casas espaçosas e a mudar para aparta­mentos pequenos. Houve jovens casais que deram todo o salário de um ano para a igreja, decidindo a viver pela fé.
Esse grande movimento deu resultados. Logo o dinheiro começou a chegar e pude pagar os juros do empréstimo. Os bancos começaram a abrir as portas para mim. O que é mais espantoso, em menos de um ano tudo começou a se encaixar nos seus devidos lugares. Paguei todas as dívidas e ficamos livres até 1973. Não somente pude pagar o juro, mas também consegui os cinco milhões de dólares para terminar a construção da igreja e do complexo de apartamentos.
E Deus novamente provou que a escola de André é melhor; que pensar em termos de milagres é ter o pensamento que Deus deseja que tenhamos.
Muita gente pensa que quando temos fé tudo vai fluir facilmente, e encontraremos poucos problemas. Mas é importante lembrar que tal não acontece. Veja Abraão. Ele tinha fé mas suportou tribulações por 25 anos. Jacó sofreu agruras por vinte anos, José por treze e Moisés por quarenta. Os discípulos de Cristo passaram por tribulações e tentações toda a sua vida.
Não se deixe desanimar depois de passar por algumas semanas de dificuldades ou alguns meses de tribulação. Não deixe cair as mãos em derrota, cla­mando:
"Oh, onde está Deus?
Deus está sempre presente, sempre testando-o. Às vezes Deus deseja fortalecer e fortificar-lhe a medula; e às vezes, enquanto está sendo fortalecido, quase que pode ouvir os ossos estalando. Mas se firmar-se na palavra de Deus e tiver fé, então Deus jamais o desapontará. A fim de ilustrar este ponto, contarei outra de minhas experiências.
Certa vez assinei um cheque de 50.000 dólares com data adiantada. O cheque devia ser pago no dia 31 de dezembro. Comecei a buscar fundos de todas as fontes possíveis mas não consegui nem um centavo. Se eu não depositasse esse dinheiro no banco na data certa, os jornais iam dizer que o pastor da maior igreja evangélica da Coréia havia passado um cheque sem fundos.
Eram doze horas do dia em que o dinheiro tinha de ser depositado e eu orava:
"Oh, Deus, gastei todo o meu dinheiro; mais do que eu tinha. Tomei dinheiro emprestado de muita gente. Pai, para onde irei? Não tenho lugar algum para onde ir."
Continuei a orar. O relógio marcou uma hora, duas, três. Minha esposa perguntou:
— Querido, você ainda não conseguiu o dinheiro?
— Não — respondi.
— Você não sabe que o último avião sai de Seul às 4 horas? Essa é sua oportunidade de fugir para os Estados Unidos.
—  Não posso fazer isso. Não posso evitar minha responsabilidade — disse-lhe. — Não posso fugir. E se o fizesse mancharia o nome de Jesus Cristo. Prefiro enfrentar o que quer que aconteça aqui na Coréia a fugir do país.
O banco fechava-se às 6 horas, e já eram cinco. Estava desesperado. Não podia ficar sentado nem de pé. Ficava a andar para cima e para baixo como urn leão enjaulado. Orei de novo:
"Ó Deus, por favor, vem ajudar-me."
Subitamente o Espírito Santo fez com que uma idéia fluísse através de minha mente. Eu devia ir ao presidente do banco e ousadamente pedir-lhe que me desse um cheque de 50.000 dólares.
"Pai!", respondi. "Devo estar perdendo o juízo. Esquentei tanto a cabeça que devo ter sobrecarga demasiada. Não tenho nada para dar em garantia ou hipotecar. Não preenchi nenhum pedido de crédito. E tu queres que eu vá ao presidente do banco e peça um cheque de 50.000 dólares? Isso não faz sentido algum!"
Mas o Espírito Santo insistia:
"Sim, realizo as coisas que não pertencem à ordem natural percebida pelos homens. Vá e faça o que lhe digo."
Chamei meu tesoureiro.
— Sr. Park, por favor, quer ir ao banco comigo? Vou pedir um cheque de 50.000 dólares ao presidente.
Ele olhou para mim e começou a rir.
— O senhor realmente perdeu o juízo, não é? Hoje é o dia 31 de dezembro. São cinco horas e o senhor não tem encontro marcado com ele e deve existir uma fila enorme esperando para vê-lo. Além disso, não temos capital algum, nenhum avalista nem garantia de ninguém. Não preenchemos nenhum formulário. É loucura! Eu não vou com o senhor. Se o senhor deseja passar por bobo, que vá só. Eu não vou.
—  Está bem — disse-lhe. — Vou com a mente  renovada. Você fica com sua mente tradicional.
Entrei no carro e corri para o banco. O estaciona­mento estava lotado mas consegui encontrar uma vaga e estacionei o carro. Entrei no banco.
Humanamente falando não tinha nenhuma oportunidade de falar com o presidente. O escritório da secretária dele estava cheio de gente.
"Querido Espírito Santo", disse eu, "vim até aqui. Por favor, dá-me mais instruções."
O Espírito Santo respondeu:
"Ande corajosamente. Seja audaz. Haja como se fosse uma pessoa importante. Não preste atenção a ninguém mais, mas entre direto no escritório do presidente."
De modo que me fiz de valente e caminhei com toda a resolução. A secretária me viu e disse:
—  Senhor, aonde vai?
Olhei diretamente em seu olhos sem dizer nada. Ela perguntou de novo:
— Quem é o senhor? Tem encontro marcado com o presidente? Qual é seu nome?
De repente tive uma inspiração.
—  Venho de parte da mais alta autoridade — respondi.
Eu queria dizer que vinha de parte de Deus, mas ela entendeu que eu vinha de parte do presidente da Coréia, porque na Coréia o presidente é chamado de "a mais alta autoridade". Pensando que eu fosse um emissário especial do presidente, ela mudou de atitude. Tornou-se toda amabilidade e me disse:
—  De parte da mais alta autoridade? Então pode entrar.
Dirigindo-se às pessoas que estavam esperando, disse.
— Deixem esse senhor passar.
Ela mesma levou-me à frente de todos os outros, até o escritório do presidente. Ao transpor a porta, orei de novo.
"Querido Espírito Santo. Cheguei até aqui. Agora o que devo fazer?"
O Espírito do Senhor veio sobre mim, assim como tinha vindo sobre outros homens de fé, e senti-me forte e audaz. O Espírito continuava a repetir:
"Você é um filho do Rei, uma pessoa importante. Continue a agir como o grande personagem que é." Assim, entrei ousadamente, sentei-me no sofá e cruzei as pernas.
O presidente do banco entrou, veio para mim com a mão estendida, perguntando sorridente:
—  Que tipo de negócios tem o senhor? Com que propósito veio? Será que o conheço?
Não respondi a essas perguntas, mas disse:
—  Senhor, vim aqui com um projeto tremendo e vou fazer-lhe um grande favor.
— Um favor? — perguntou ele estranhando.
—  Sim. Se o senhor me fizer um pequeno favor, posso trazer-lhe dez mil contas novas para o princípio do ano — disse-lhe.
— Dez mil contas novas? — exclamou ele.
—  Apanhe o telefone e peça informações a meu respeito. Sou o Dr. Yonggi Cho, pastor da maior igreja evangélica da Coréia. Nossa igreja possui mais de dez mil membros e tenho grande autoridade sobre todos esses cristãos. Posso fazer com que todos eles transfi­ram suas contas para o seu banco no ano que vem. Far-lhe-ei esse tremendo favor se o senhor me fizer um pequeno.
Ele chamou a secretária e pediu que fizesse as averiguações necessárias. Quando todos os dados foram confirmados, o presidente dirigiu-se a mim, dizendo:
— Qual o favor que posso prestar-lhe?
— Dê-me um cheque de 50.000 dólares — disse-lhe. — Não tenho tempo de preencher todos os papéis. Mas o senhor é um homem de negócios e eu estou no negócio do Rei. Muitas vezes o homem de negócios assume um grande compromisso sem nada, guiado somente por sua fé e confiança de que tudo sairá bem. Quando se trata de pequenos negócios temos de usar assinaturas e papeladas, mas quando se trata de grandes negócios, passamos por cima dessas coisinhas e confiamos que o negócio seja coroado de êxito. Se o senhor for um grande homem de negócios — e creio que o seja — então fará isso por mim.
O presidente chamou o vice-presidente que disse:
— O senhor não pode fazer isso. Estará colocando o pescoço na guilhotina. Não são simplesmente 5.000 dólares, são 50.000! Ele não tem garantia nem avalista. O senhor não pode fazer isso.
—  Se o senhor não fizer — interrompi —, então tenho outros lugares aonde ir. Eu podia fazer esse favor ao banco Cho Heung.
O homem assentou-se sacudindo a cabeça. Então disse:
—  Senhor, tenho um sentimento estranho. Nunca senti esse tipo de emoção antes. Confio no senhor. Se não confiasse tanto no senhor jamais faria isso. Mas gosto de sua ousadia e de sua fé. Ao assinar este cheque estarei colocando toda a minha carreira e vida em suas mãos, e esta será a primeira e última vez que o farei. Mas desta vez exporei meu pescoço. Traga-me um cheque de 50.000 dólares — disse ele ao vice--presidente. — Confio em que o senhor cumprirá sua promessa — disse-me ele enquanto preenchia um cheque de 50.000 dólares de sua conta pessoal.
Ao sair do escritório com o cheque nas mãos, parecia que eu tinha três metros de altura. Uma vez mais eu estava na escola de André. Depositei o dinheiro justamente às 6 horas, enquanto o banco se fechava e me salvei.
Muitas vezes Deus espera até ao último instante. Uma vez que você renove sua mente e aprenda a andar com Deus, então deve persistir até ao último momento. Não se deixe apavorar. Renove sua vida de pensamento. Não fique restringido pelo pensar tradi­cional, estude a Palavra de Deus. Esse é o livro-texto com o qual você pode renovar a mente e enchê-la de pensamento positivo, e aprender a pensar em termos de milagres.

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 O terceiro passo para uma mente renovada é que ela seja orientada paia o êxito. Você deve permear sua mente com  a consciência  da vitória,  e com uma  abundância de consciência. Deus jamais falha. De modo que se você estiver recebendo os pensamentos de Deus, sempre terá êxito.
Deus jamais perde uma guerra. Ele é o vencedor eterno; você deve ter a consciência da vitória. Deus jamais tem falta de coisa alguma. Você deve ter a abundância da consciência.
Esta conscientização é importante. Se você tiver a conscientização de inferioridade, pobreza, doença e fracasso, Deus nunca poderá operar.
Deus é seu socorro, sua abundância, seu êxito. Deus é sua vitória. Se duas pessoas não estiverem de acordo, como poderão trabalhar juntas? Para andar e trabalhar com Deus  você deve, pois, enxertar os tipos de consciência de Deus à sua própria.
Renove sua mente. Pense constantemente em ter­mos de sucesso, vitória e abundância. Tendo renova­do completamente seu processo de pensamento, então receberá a palavra rhema de Deus. Ousadamen­te assimile a Palavra de Deus em sua vida de pensa­mento. Por meio da oração produza a fé; por meio da fé poderá andar com a cabeça erguida.
Olhe somente para o Senhor. Embora possa não sentir nada, embora possa não tocar nada, embora seu futuro possa parecer escuro, ainda assim não tenha medo. Você está vivendo pelo conhecimento revelado. Está vivendo com novos pensamentos, pen­samentos de Deus, pensamentos de sua Palavra, a Bíblia.
Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Deus Jeová jamais muda. A Palavra de Deus jamais cai ao solo sem cumprimento.
Não podemos viver só de pão, mas pela Palavra de Deus. Somos os filhos justificados de Deus, e devemos viver pela fé. Em Jesus Cristo não há diferença de cor ou raça. Todos nós pertencemos a uma única raça, a raça de Jesus Cristo. Vivemos pelo seu pensar. Portan­to, renove sua mente e reeduque sua vida de pensa­mento.
Pense grande. Tenha grandes objetivos. Você tem uma única vida para viver, por isso não se arraste no pó. Não viva com a consciência de fracassos. Sua vida é preciosa para o Senhor; você deve alguma boa contribuição a este mundo. Jesus Cristo habita glorio­samente cada cristão; portanto, você tem recursos inesgotáveis em seu íntimo.
Cristo é tão poderoso hoje quanto o foi dois mil anos atrás. Você pode renovai1 seu pensamento enxertando os pensamentos de Jesus Cristo em seu cora­ção; pensando positivamente; pensando em termos de milagres; desenvolvendo uma orientação ao êxito, à vitória e a uma consciência de abundância. Isto dá--lhe o fundamento no qual ver a Palavra de Deus em sua mente, renovando-o por completo. Então você verá ocorrer grandes milagres.
Efésios 3:20 diz; "Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.'' Chamo a isto de "A Lei do Pensar e Pedir". Muitas pessoas pensam que receberão pelo simples pedir. Deus dá resposta mediante sua vida de pensa­mento "infinitamente mais do que tudo quanto pedi­mos, ou pensamos".
O que você pensa? Você pensa pobreza? Você pensa doença? Pensa impossibilidade? Pensa negativamen­te? Pensa fracassos? Se orar dessa maneira Deus não terá o canal pelo qual fluir.
Qual é sua vida de pensamento? Você renovou sua vida de pensamento? Deus está disposto a obrar abundantemente em sua vida, mas será por meio da renovação de seu pensamento.
Você deve ler a Bíblia. Não ler a Bíblia por costume ou prescrição religiosa. Não ler a Bíblia procurando novas formas legalistas de viver. Não leia a Bíblia por tradição histórica. Leia-a para alimentai' a sua mente e mudar por completo toda a ordem de seus pensa­mentos, para renovar, totalmente, sua vida de pensa­mento. Encha seu pensamento com a Palavra de Deus. Então Deus poderá fluir livremente através de sua vida e fazer, por seu intermédio, grandes coisas para sua glória.