Capítulo 6
O ENDEREÇO DE DEUS
Ao tornarmo-nos cristãos não somente
precisamos educar nossa vida de pensamento através do pensar positivamente, do
pensar em termos de milagres e de desenvolver uma orientação ao êxito, mas
também precisamos estar côncios de nossa fonte de poder e capacitação.
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Em 1958 comecei minha primeira obra de
evangelização na pior e mais pobre zona de nossa cidade. Eu não tinha nem o
treinamento nem a capacitação para esse tipo de ministério. Em menos de três
meses meus sermões tinham-se acabado e eu não tinha sobre o que pregai".
Você pode dizer facilmente que tratando de você,
simplesmente sairia e contaria a história da salvação. Mas não se pode falar
somente de salvação noite e dia. Para fazer um único sermão eu passava toda a semana
lendo a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, consultando uma pilha de comentários
bíblicos mas não conseguia preparar nenhum sermão que valesse o nome. Esse
problema fez-me sentir que não tinha sido chamado para o ministério.
Os pobres de meu bairro não estavam muito
preocupados com o céu ou com o inferno. Viviam procurando subsistir e sua
preocupação e angústia era a sobrevivência. Não tinham tempo para pensar no
futuro. Aonde quer que eu fosse pediam-me arroz, roupas ou algum dinheiro para
construir uma choça para se abrigarem. Mas eu não estava em melhores condições
do que eles, e também vivia em
uma choça. Vistia-me mui humildemente e muitas vezes passava sem alimento. Nada
tinha paia oferecer-lhes.
Esta é uma situação desesperadora. Sabia
que Deus tinha todos os recursos imagináveis, mas nessa época ainda não sabia
como obter tais recursos. Havia momentos em que parecia estar muito perto do
Senhor. Era como se o estivesse tocando. No dia seguinte sentia-me
completamente desamparado.
Muitas vezes sentia-me muito confuso e
perguntava-me se realmente estava vivendo a vida do Espírito. Dizia muitas
vezes:
"Oh, Senhor, sei que estou em Cristo
Jesus!"
Mas no final de um dia difícil, ao
tentai" orar descobria que estava completamente fora de contato com ele.
De modo que eu dizia:
"Pai, estou confuso. Estou tantas
vezes dentro e fora de tua pessoa, que não sei conservar-te sempre
comigo." Foi então que começaram minhas lutas a fim de encontrar a
presença permanente de Deus.
Os orientais, particularmente, requerem
de sua fé religiosa o conhecer a habitação, o endereço do deus que adoram. A
maior parte dos orientais crescem sob a influência da adoração paga, e precisam
da localidade, do endereço de seu deus a fim de ir adorá-lo. Quando eu era
pagão e necessitava encontrar meu deus, ia a um templo dedicado a ele e me
ajoelhava perante sua imagem e dirigia-me a ele pessoalmente. No paganismo, a
pessoa tem de saber o endereço de seus deuses.
Mas ao entrar para o Cristianismo, não
pude localizar o endereço de nosso Deus. Isso sempre me trazia dificuldades ao
coração. Na oração do Pai-Nosso sempre dizemos: "Pai nosso que estás no
céu." Pensava eu: "Onde é o céu?" Bem, uma vez que a terra é
redonda, para os que vivem no lado de cima, o céu está acima deles; mas para os
que estão no lado de baixo, o céu deve ficar abaixo deles."
Por isso, sempre que se mencionava
"Pai nosso que estás no céu" eu ficava confuso.
"Pai, onde estás?" perguntava.
"Estás aí? Aqui? Onde? Pai, por favor, dá-me teu endereço!"
Portanto, quando os orientais vêm para o
Cristianismo, têm uma luta real, pois não conseguem encontrar o endereço de
Deus. Muitos vinham a mim perguntando:
— Pastor Cho, dá-nos pelo menos uma visão
geral, ou até mesmo uma imagem de a quem nos dirigir. O senhor pede que
acreditemos em um Deus, mas onde está ele?
Na primeira parte de meu ministério
respondia--lhes:
— Simplesmente falem com o Pai celestial.
Não sei o seu endereço nem localidade. Às vezes ele vem a mim e outras vezes
não.
Clamava a ele muitas vezes, pois não
podia continuar esse tipo de pregação. Precisava ter um endereço definido. De
modo que comecei a procurar o endereço de nosso Deus.
Em minha imaginação cheguei a Adão e
disse: "Senhor Adão, tenho certeza de que é o nosso primeiro pai. Sei que
o senhor tem o endereço. Por favor, dê-me o endereço de nosso Pai
celestial." Então ele me diria com bastante alegria: "Bem, ele mora
no jardim do Éden. Se você for lá encontrará a localidade do Pai."
"Quando o senhor caiu da
graça", perguntei, "foi tirado do jardim do Éden. Qual é o endereço
desse jardim?"
"Bem, acho que não sei",
respondeu Adão.
Então, através da imaginação, decidi ir
visitar Abraão. Estava desanimado, mas cheguei a Abraão e disse:
"Senhor Abraão, o senhor é o pai da
fé, e muitas vezes encontrou-se com Deus. Por favor, diz-me onde é o endereço
do Pai."
Abraão respondeu:
"Bem, sempre que precisei de Deus erigia
um altar, sacrificava um animal e esperava por ele. Às vezes ele vinha a mim e
às vezes não. Não conheço, pois, seu endereço."
Então deixei Abraão e fui a Moisés,
dizendo:
"Senhor Moisés, certamente que o
senhor conhece o endereço do Pai. O senhor teve a presença dele
continuamente."
"É claro que o conheço",
respondeu Moisés, "ele estava no tabernáculo construído no deserto. De dia
ele se encontrava na coluna de nuvem e de noite ele estava na coluna de fogo.
Vá lá e encontrará Deus. É lá que ele mora."
"Mas", disse eu, "quando
os israelitas entraram em Canaã, o tabernáculo do deserto desapareceu. Onde
está esse tabernáculo, hoje?"
"Não sei", respondeu Moisés.
Novamente desanimado, cheguei-me ao rei
Salomão. Disse:
"Rei Salomão, o senhor construiu um templo
magnífico com pedras e granito coloridos. Tem o endereço de Deus agora?"
"É claro. Deus habita no maravilhoso
templo de Salomão" disse-me ele. "Quando uma maldição ou uma doença
se espalhava por meu país, o povo orava ao Deus que estava no templo, e Deus os
ouvia e respondia às suas orações."
"Onde está o templo?"
perguntei. Bem, sinto muito", retorquiu Salomão. "Esse templo foi
destruído 600 anos antes de Cristo pelos babilônios. Não temos o endereço desse
templo hoje."
Então fui a João Batista e disse:
"Senhor João Batista, certamente o
senhor sabe o endereço de Deus,
"Sim", respondeu João. "Vá
ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Jesus Cristo. Ele é o endereço
de Deus."
De modo que em minha viagem à procura do
endereço de Deus cheguei a Jesus. Certamente que em Jesus encontraria Deus.
Mediante Jesus Deus falou, e através de seu único Filho, realizou milagres.
Onde quer que Jesus habitasse, ali Deus também habitava.
Meu coração se regozijou ao encontrar o endereço de
Deus. Entretanto, ainda tinha uma grande pergunta. Jesus morreu, ressurgiu e
subiu aos céus. Mas onde é o endereço de Jesus Cristo? Uma vez mais, voltei ao
ponto de partida.
Perguntei;
"Jesus, onde está o senhor? Não
tenho seu endereço e não posso dizer a meu povo onde o senhor habita."
Então me veio a resposta. Jesus disse:
"Morri e ressuscitei. Enviei o Espírito Santo a cada um de meus
seguidores. Disse-lhes que jamais os deixaria órfãos. Disse-lhes que oraria ao
Pai e que ele lhes mandaria o Espírito Santo e que nesse dia vocês saberiam que
eu estou no Pai e o Pai em mim e que eu estou em vocês e vocês estão em mim.'
Gradativamente comecei a ver que através
do Espírito Santo, Deus Pai e Deus Filho habitavam dentro de mim. Li em 2
Coríntios que Deus nos selou e enviou o seu Espírito Santo para dentro de nosso
coração.
Encontrei o endereço de Deus. Descobri
que seu endereço é o meu endereço.
Então saí aos meus cristãos e comecei a
pregar com audácia:
— Podemos encontrar a localidade de Deus.
Agora descobri seu endereço. Seu endereço é meu endereço, ele habita em mim com
todo o poder e autoridade. Através do Espírito Santo Deus Pai e Deus Filho
habitam em mim, e vão comigo aonde quer que eu vá.
—
Ele também mora dentro de vocês; o endereço dele é o seu endereço. Se
vocês ficarem em casa, ele estará lá; se forem para o trabalho ele estará lá;
se seu trabalho for na cozinha, ele está lá. Deus habita em seu coração, e seus
recursos estão dentro de vocês.
— Irmãos — continuava eu —, não tenho
prata nem ouro. Não tenho alimento, nem arroz, nem roupa, mas tenho algo a
oferecer-lhes. Deus habita dentro de vocês. Aqueles que não possuem Deus em seu
coração, venham a Jesus Cristo, recebam-no como seu Salvador pessoal e o
Criador do céu e da terra, com todos os seus recursos, habitará em seu coração.
Ele satisfará a todas as suas necessidades.
Ao ouvir esta mensagem, eles começaram a
desenvolver sua fé.
Esse foi o ponto de partida de meu
ministério, e o fundamento sólido de minha vida de pregação. Até essa época
estava tentando encontrar Deus indo de um lugar para outro. Quando evangelistas
famosos vinham à minha cidade, corria para ouvi-los a fim de encontrar Deus. As
vezes ia orar em uma montanha ou em um vale. Procurei Deus em toda parte, mas
depois de encontrar a verdade não mais vaguei. Tinha encontrado o endereço e a
morada de Deus.
Digo a meu povo:
— Deus não está longe; ele não é um Deus
de dois mil anos atrás, e também não é somente o Deus do futuro. O seu Deus
habita em vocês com todos os seus recursos, poder e autoridade; o endereço dele
é o seu coração. Por isso vocês podem falar com ele e orar a ele todos os dias,
e a qualquer hora. Podem tocá-lo e receber seus recursos mediante a oração e a
fé. Quando vocês clamam em voz alta, Deus ouve. Quando falam suavemente, Deus
ouve. Quando meditam, Deus ouve, pois mora dentro de vocês e pode suprir todas
as suas necessidades.
Depois da guerra coreana, quando os
missionários saíram para trabalhar para o Senhor, assisti a muitas reuniões de
missão. A maioria dos ministros coreanos tinha todo o tipo de projetos
diferentes. Queriam construir igrejas, levantar institutos bíblicos. Discutiam
muito a maneira de solucionar seus próprios problemas. Mas nem bem começavam a
falar de finanças, diziam:
— Para tal coisa será melhor que venha um
missionário que se encarregue disso.
Para eles os missionários não passavam de
financistas.
Senti muita pena e disse-lhes:
— Irmãos, por que vocês sempre se voltam
para os missionários?
Eles responderam:
— Porque Deus sempre nos envia dinheiro
através dos missionários e não através de nós mesmos.
Entretanto, desde o dia em que me formei
no instituto bíblico decidi fazer de Deus minha fonte única. Descobri que Deus
habitava meu coração com todos os recursos necessários. Descobri a maneira de
receber os recursos de Deus e através destes vinte anos de ministério jamais
dependi de nenhuma outra pessoa.
Já atravessei o oceano Pacífico mais de
quarenta vezes a fim de pregar em outros países. Nunca pedi nem um centavo de
igreja alguma. Gostaria de expressar meu agradecimento pelo envio de
missionários à Coréia, mas jamais pedi ajuda financeira de igrejas fora de meu
país.
Sempre dependi de Deus; e em todos os
transes ele supriu as minhas necessidades: na construção da igreja, no envio de
missionários de nossa igreja a outros países, na construção do instituto
bíblico.
Neste instante estamos construindo nosso
novo instituto bíblico das igrejas Assembléias de Deus coreanas, e minha igreja
está contribuindo com meio milhão de dólares. Deus, deveras, supre todas as
nossas necessidades.
Desejo imprimir em seu coração o fato de
que você possui os recursos de que precisa dentro de você neste instante — não
amanhã, não ontem, mas neste instante; você possui Deus habitando dentro de
você. Deus não está dormindo dentro de você. Deus não vem só para acampar-se e
passar férias. Deus está aí para operar a salvação. E ele jamais opera a não
ser mediante sua visão, sua fé. Você é o canal.
Você pode dizer:
"Ó Deus, por favor opere
misteriosamente no universo e faze todas as coisas.
Deus responderá:
"Não! Estou habitando em você.
Jamais me apresentarei ao mundo com poder a não ser que me manifeste através
de sua vida."
Você é o canal. Você tem toda a
responsabilidade. Se não desenvolver sua maneira de crer a fim de cooperar com
Deus, ele será limitado. Deus é tão grande quanto você lhe permitir que o seja.
Ele também é tão pequeno quanto você o obrigar a ser.
Quando os pecadores vêm a Jesus,
alquebrados e infelizes, primeiramente lhes ensino que Deus habita em seu
interior e que possuem todo o recurso em Jesus Cristo. Então procuro
reeducá-los para que desenvolvam seu coração a fim de cooperar com Deus. Todos,
sem exceção, partem com nova fé e levam uma vida milagrosa e vitoriosa.
Como é que este povo, se todos fossem
realmente pobres e cheios de fracasso, pôde dar mais de vinte milhões de
dólares à sua igreja de 1969 a 1977? Todos os anos damos cabo de nossos
projetos que geralmente custam de um milhão e meio a dois milhões de dólares.
Estes membros podem dai' porque foram enriquecidos e são sucessos tremendos
porque sabem como obter o recurso da Fonte. Mas primeiro devem ser limpados
dos pecados da carne.
A maioria das pessoas luta com quatro
pecados da carne, pecados estes que devem ser vencidos antes que o cristão
possa operar ativamente com Deus. Se não se livrarem destes pecados seus canais
serão tão entupidos que Deus não terá a oportunidade de fluir através deles.
Descobri esses pecados durante meus vinte anos de aconselhamento.
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As pessoas sofrem por causa do ódio, o
primeiro pecado que examinaremos. Se conservar o ódio em seu coração Deus
jamais poderá fluir através de você. E esse ódio, esse espírito não perdoador,
será o inimigo número um de sua fé. Cristo Jesus destaca esse fato em Mateus
6:14, 15: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso
Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas
ofensas], tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas."
Depois de pregar o quarto sermão no
domingo de manhã, estou tão cansado que não desejo ver ninguém. Se alguém
deseja falar comigo, primeiro tem de passar por minhas secretárias. Elas
examinam cuidadosamente os pedidos. Se alguém consegue chegar ã minha porta é
porque está em grande necessidade.
Certo dia, depois do meu quarto sermão,
um senhor bateu à porta do meu escritório.
Abri a porta e ele entrou. Pensei que ele
estivesse bêbado porque andava cambaleando. Sentou-se e tirou algo do bolso. Um
punhal afiado; fiquei atemorizado. Pensei: "Como é que as secretárias
deixaram-no entrar aqui? Ele carrega um punhal e assim mesmo o deixam
entrar!"
Eu estava realmente assustado e quando
ele empunhou a arma, preparei para defender-me, dizendo:
— Não use essa faca. Diga-me por que veio
aqui. Respondeu ele:
— Senhor, vou cometer suicídio. Mas
primeiro vou matar minha esposa, meu sogro, minha sogra e todos os que se
encontrarem ao meu redor. Um amigo meu aconselhou-me a vir assistir a um de
seus cultos antes de fazer todas estas coisas. Vim e assisti ao quarto culto.
Escutei com atenção mas não pude entender nenhuma de suas palavras por causa de
seu forte sotaque provinciano sulista. Não pude entender seu sotaque e não
consegui compreender nada do que o senhor disse. De modo que depois de ouvir o
que o senhor tem a dizer vou sair para realizar todos os meus planos. Estou
morrendo. Tenho tuberculose, e tenho acessos de tosse o tempo todo. Estou morrendo.
— Acalme-se — disse-lhe —; sente-se aqui
e conte--me a sua história.
— Bem — respondeu ele —, durante a última
etapa da guerra do Vietnã eu servi como mecânico e dirigia um buldôzer.
Trabalhei em todas as linhas de frente construindo trincheiras e estradas,
arriscando a vida a fim de ganhar mais dinheiro. Enviava todo o dinheiro para
minha mulher e quando a guerra acabou mal tinha o suficiente para sair do
Vietnã.
Mandei-lhe um telegrama de Hong Kong e
esperava vê-la com as crianças no aeroporto de Seul. Mas ao chegar lá não vi
nem sombra deles. Pensei que talvez não tivessem recebido meu telegrama, mas
quando cheguei correndo a casa, descobri estranhos morando lá.
'Descobri que minha mulher tinha fugido
com um jovem. Ela me havia deixado, levando todas as minhas economias. Morava
em outra parte de cidade. Fui até lá e implorei-lhe que voltasse para mim. Ela
se negou terminantemente.
"Fui ver meu sogro e minha sogra a
fim de expor--lhes o caso. Deram-me 40 dólares e me escorraçaram de sua casa.
Em menos de uma semana eu tinha um ódio ardente em meu coração, e comecei a
vomitar sangue. Agora a tuberculose acaba comigo rapidamente e não tenho
esperança alguma. Vou destruí-los, um por um, e então matarei a mim mesmo.
—
Cavalheiro — disse-lhe eu —, essa não é a maneira de fazer vingança. A
melhor maneira de se vingar é encontrar um novo emprego, construir um lar mais
lindo e melhor e mostrai' a eles do que é capaz. Desta maneira você realmente
poderá vingar-se. Mas matá-los e depois matar a si mesmo não lhe trará
satisfação alguma.
— Odeio-os — clamou ele.
— Enquanto os odiar vai destruir-se —
disse eu. — O ódio destrói mais a pessoa que odeia do que aos outros. Por que
não experimenta Jesus? — perguntei. — Quando Jesus entra em seu coração, todo o
poder de Deus vem e habita em você. O poder de Deus fluirá através de você.
Deus o tocará, o curará e restaurará sua vida. Você pode reconstruir sua vida e
isso seria vingança verdadeira contra seus inimigos.
Enviei-o à Montanha da Oração, onde ele
aceitou a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal. Contudo, ele não podia
perdoar de todo sua esposa. Pedi-lhe, pois, que bendissesse sua esposa.
—
A melhor maneira de perdoar sua esposa é bendizê-la. Abençoe-lhe o
espírito, alma, corpo e vida. Ore para que Deus abra as portas do céus e
derrame bênçãos sobre ela.
— Não posso abençoá-la! — exclamou ele. —
Não a amaldiçoarei, porém não a bendirei!
Respondi:
— Se não a abençoar, não será curado. Ao
abençoar, as bênçãos começam em você, você vai aproveitar mais de suas bênçãos
do que ela. Temos um ditado que diz: "Se desejas sujai' o rosto dos outros
com barro, terá primeiro de sujar suas mãos.'' De modo que se amaldiçoar sua
mulher, a maldição primeiro tem de sair de sua boca e você será amaldiçoado
primeiro. Mas se abençoar sua esposa, a palavra de bênção procederá de seu
coração, saindo-lhe pela boca e você será abençoado primeiro. Assim sendo, vá
em frente e bendiga-lhe.
Ele começou a abençoá-la. A princípio por
entre os dentes. Orou: "Ó Deus, abençoa ... minha mulher. Abençoa-a ... E
... dá-lhe a salvação. Ó Deus, dá-lhe ... a bênção.''
Ele continuou a bendizer-lhe e em menos
de um mês foi completamente curado da tuberculose e sua vida foi transformada.
O poder de Deus começou a emanar dele e sua face brilhava.
Ao encontrá-lo, um mês mais tarde, ele
exclamou excitadamente:
— Oh, Pastor Cho, regozijo-me no Senhor!
Louvo a
Deus porque agora realmente aprecio de verdade
a minha esposa. Foi por ela ter-me deixado que encontrei Jesus. Oro por ela
todos os dias. Renovei minha licensa para dirigir tratores. Tenho um novo
emprego; estou construindo um novo lar e espero que minha esposa volte paia
mim.
Este homem louvava ao Senhor. Ele
reconstruía sua vida através do poder de Deus que tinha começado a emanar de
sua vida. Ele estava curado de espírito e corpo.
Se não se livrar de seu ódio não poderá entrar em
contato com o Senhor. Quando você sair a pregar o
evangelho deve ajudar as pessoas a compreender isto.
Certo dia uma professora veio ver-me. Ela
era diretora de uma escola e sofria de artrite. Tinha ido a todos os hospitais
mas não tinha sido curada. Impus as mãos sobre ela, orei, repreendi a doença,
gritei, fiz tudo o que podia, mas Deus não a tocou.
Muitas pessoas tinham sido curadas na
igreja, mas a despeito de tudo, ela não era curada. Afinal comecei a desistir.
Mas certo dia o Espírito Santo disse:
"Não grite. Ore e repreenda. Não
posso fluir através dela porque ela odeia o ex-marido."
Eu sabia que ela se tinha divorciado dez
anos antes. Então, enquanto ela estava sentada à minha frente, eu disse;
—
Irmã, por favor, divorcie-se de seu marido. Ela olhou para mim e disse:
— Pastor, o que o senhor quer dizer com
divorciar--me de meu marido? Nós estamos divorciados há mais de dez anos.
—
Não, não estão — respondi-lhe.
— Oh, sim! — insistiu ela.
— Sim — respondi —, é claro que estão,
legalmente. Mas mentalmente você nunca se divorciou dele. Você o amaldiçoa
todas as manhãs. Todos os dias você o amaldiçoa e odeia; em sua imaginação
nunca se divorciou de seu marido. Em sua mente ainda vive com ele, e esse ódio
está-lhe destruindo e secando-lhe os ossos. Por causa disto sua artrite não tem
cura. Médico algum poderá curá-la. Retorquiu ela:
—
Mas ele causou-me tanto prejuízo. Quando me casei com ele, ele nunca
arrumou um emprego. Esbanjou todo o meu dinheiro. Destruiu minha vida e depois
foi viver com outra mulher. Como é que posso amá-lo?
Respondi:
—
Amá-lo ou não é problema seu; mas se não o amar, morrerá de artrite. A
artrite somente será curada pelo poder de Deus. O poder de Deus jamais cairá do
céu como um meteoro a fim de tocá-la e curá-la.
— Não! — continuei. — Deus habita dentro
de você, e ele vai emanar de seu interior e curá-la. Mas seu ódio impede o
fluxo do poder de Deus. Por favor, comece a bendizer seu marido. Bendiga seu
inimigo e faça o bem a ele. Então aprenderá a amá-lo e criará um canal pelo
qual o Espírito de Deus vai fluir e tocá-la.
Ela tinha o mesmo problema do homem que
sofria de tuberculose. Chorando, ela disse:
— Não posso amá-lo. Pastor, por favor,
perdoa-me. Não o odiarei, mas não o amarei.
— Você não pode parar de odiá-lo se não o
amar — respondi. — Veja seu marido através da imaginação. Toque-lhe e diga-lhe
que o ama e abençoe-o.
Uma vez mais ela relutava. De modo que
fiz uma oração por ela. Ela chorava mordendo os dentes. Mas afinal começou a
sentir amor por ele e orando, pediu a Deus que o abençoasse, que o salvasse e
que lhe desse todas as boas coisas. O poder de Deus começou a fluir através
dela e ela foi tocada. Em menos de três meses foi libertada de sua artrite.
Sim, Deus habita em você. Mas se você não
se livrar do ódio, esse arquiinimigo, o poder de Deus não poderá fluir por seu
intermédio.
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Muitas pessoas vivem em temor, É nossa
responsabilidade como cristãos ajudar essas pessoas a livrar-se deste medo, o
segundo pecado neste grupo de quatro.
Também já sofri de tuberculose. Sofri de
tuberculose porque estava constantemente vivendo sob o temor da tuberculose.
Na escola secundária, eu tinha uma aula na qual devia lidar com garrafas de
álcool com ossos e intestinos humanos. A simples vista destas garrafas
enchia-me de pavor.
Certa manhã o professor de biologia
falava sobre a tuberculose. Naquela época não havia drogas miraculosas, e o
professor disse que se contraíssemos tuberculose estaríamos perdidos, e nossos
intestinos teriam a aparência dos que estavam naquelas garrafas, para o resto
de nossa vida.
Falou dos perigos da tuberculose e no
final da aula disse:
— Há pessoas que nascem com tendência
para a tuberculose. Homens com ombros estreitos e pescoço comprido são mais
propensos a contrair tuberculose. Todos os alunos começaram a esticar os
pescoços e a medi-los, como se fossem cegonhas. Olhando para meus companheiros,
vi que eu tinha o pescoço mais comprido de todos. Imediatamente tive o
pressentimento de que contrairia tuberculose. O temor oprimia-me o coração.
Quando cheguei a casa, olhei no espelho. Medi o pescoço a tarde toda. O temor
invadiu-me e comecei a viver sob o agudo temor da doença.
Quando completei dezoito anos de idade
sofri de tuberculose. O semelhante atrai o semelhante, e o igual produz seu
igual. Se a pessoa tiver medo, o diabo tem um canal aberto pelo qual atingi-la;
temor é fé negativa. De modo que como eu tinha medo da tuberculose, contraí
tuberculose, e à medida que vomitava sangue, dizia a mim mesmo: "Sim, é
exatamente isto o que eu esperava.'
Eu tinha lido em certo periódico médico
da Coréia que muita gente morre por hábito. Pensava comigo mesmo: "Como é
que a gente pode morrer por hábito?" Então reli o artigo.
Esses médicos, não-cristãos, falavam do
importante papel que o medo tem em nossa vida. Por exemplo, um homem de apenas
50 anos de idade, já avô, morreu de pressão alta. Seu filho, chegando aos 50
anos também morreu de pressão alta. Agora o neto vive em constante temor de
morrer de pressão alta.
Ao chegar aos 50 anos de idade, no
instante em que sentir alguma tontura ele há de pensar: "Oh, isso é um ataque
de coração." Se sentir alguma dor no peito espera imediatamente outro
ataque; vive cada dia com seu temor e expectativa. O medo cria esta situação em
seu corpo, e logo ele há de morrer de um ataque cardíaco.
Muitas mulheres morrem por causa do medo do
câncer. Certa mulher poderia dizer:
—
Bem, minha tia morreu de câncer, minha mãe morreu de câncer, de modo
que, com toda certeza, também morrerei de câncer.
Quando essa mulher chegar à mesma idade
com a qual sua tia e sua mãe faleceram, e sentir qualquer tipo de dor, poderá
dizer:
— Oh, isto é o câncer. Certamente está
chegando o meu tempo —. Ela há de esperar todos os dias, dizendo a si
mesma que vai sofrer de
câncer, e repetirá esse
pensamento muitas vezes. É desta maneira que os médicos diziam que as pessoas
morriam por hábito. Se a pessoa tiver um temor específico, então o poder da
destruição começa a fluir.
Em 1969, quando Deus me pediu que
renunciasse ao pastorado de minha segunda igreja, eu tinha 10.000 membros
batizados com uma assistência regular de 12.000. Eu vivia feliz, sentia-me bem
e satisfeito. Tinha uma linda casa, uma esposa maravilhosa, filhos, carro do
último modelo e até chofer. Então eu disse:
"Deus, vou ficar nesta igreja até
que meus cabelos se tornem brancos."
Mas certo dia, enquanto orava em meu
escritório, o Espírito Santo veio e disse:
"Cho, seu tempo aqui terminou. Você
deve preparar-se para mudar."
"Oh, Senhor", disse eu,
"mudar-me? Já comecei uma igreja, e esta é a segunda que começo e edifico.
Desejas que eu vá abrir um terceiro trabalho? Por que deve ser sempre eu quem
dê início a novas obras? Estás escolhendo a pessoa errada. Dize a outro que
vá."
Assim comecei a discutir com o Senhor.
Ninguém, entretanto, deve argumentar com
Deus, porque ele sempre tem razão. Finalmente, Deus persuadiu-me, dizendo:
"Você deve ir e edificar uma igreja
com espaço para 10.000 pessoas. Uma igreja que possa enviar pelo menos 500
missionários."
"Pai", repliquei, "não
posso fazer isso. Tenho pavor mortal de edificar uma igreja desse tamanho."
Mas Deus disse:
"Não; disse-lhe que vá e você tem de
ir."
Consultei um construtor acerca dos
custos. Disse--me ele por alto que eu ia precisar pelo menos de dois milhões e
meio de dólares, só para a igreja. Para o terreno precisava de outro meio
milhão e para o terreno contíguo a fim de construir o complexo de apartamentos
outros dois milhões. Um total de não menos cinco milhões de dólares.
Perguntou-me quanto dinheiro eu tinha.
Disse-lhe que possuía dois mil e quinhentos dólares. Ele olhou para mim estupefato,
sacudiu a cabeça e não disse nada.
Então fui a uma reunião dos anciãos da
igreja e contei-lhes o plano. Certo ancião disse:
—
Pastor, quanto dinheiro o senhor vai conseguir nos Estados Unidos?
— Nenhum centavo — disse-lhe eu.
Disseram:
—
O senhor é um bom homem, um ministro genuíno, mas não é homem de
negócios. Não é assim que se constrói uma igreja e um complexo de apartamentos.
Então reuni meus 600 diáconos. Quando
lhes contei o plano, começaram imediatamente a agir como coelhos assustados, como
se eu fosse impor-lhes um tributo de sangue.
Senti-me desnorteado. Estava cheio de
medo. Fui ao Senhor.
"Senhor, ouviste todas as palavras
dos anciãos e dos diáconos. Estão todos de acordo, de modo que o senhor tem de
pensar sobre este assunto de novo."
Então o Espírito falou ao meu coração:
"Filho, quando foi que lhe pedi que
fosse falar com os anciãos e com os diáconos?
"Então eu não devia?"
perguntei.
O Espírito respondeu:
"Mandei que você construísse uma
igreja, não que a discutisse. Essa é minha ordem."
Levantei-me, dizendo:
"Sim, se essa é tua ordem,
cumpri-la-ei."
Fui à Prefeitura e comprei a crédito
quase dois hectares no bairro mais caro, situados em frente do edifício do
Congresso, um dos lugares mais cobiçados de toda a Coréia. Depois fui ao construtor
e assinei um contrato com ele para a construção da igreja e do complexo de
apartamentos, tudo a crédito. Pensei com meus botões: 'Eles construirão a
igreja. Eu confiarei em Deus e verei o que acontece."
No dia em que começaram as obras fizemos
um culto especial. Finalizado o culto, fui ver como as coisas andavam. Pensei
que os trabalhadores abririam umas poucas valas e que ali começariam a colocar
o cimento para os alicerces e que em pouco tempo o edifício estaria terminado.
Mas havia dúzias de buldôzeres trabalhando e cavando a terra como se fossem
fazer um lago.
Fiquei louco de medo e perguntei:
"Pai, vês como estes homens estão
cavando? Eu terei de pagar por tudo isso? Não posso."
Fiquei paralisado de medo. Meus joelhos
começaram a tremer. E pela imaginação me vi sendo levado num carro da polícia.
Ajoelhei-me e orei:
"Oh, Deus, que posso fazer? Onde
devo me enfiar? Onde estás tu? Sei que és o Recurso total, e coloco minha
confiança em ti."
Enquanto orava, tive uma visão de Deus
trabalhando, e o medo me deixou. Quando abri os olhos e de novo vi as obras,
voltei a sentir-me cheio de medo. Por isso, durante o tempo que a construção
durou, vivi mais com os olhos fechados do que com eles abertos.
O mesmo princípio é verdadeiro em muitas
situações. Se você olhar para suas circunstâncias com seus olhos, e com seus
sentidos, Satanás o destruirá com o temor. Mas se fechar os olhos e olhar para
Deus, então poderá crer.
Há dois tipos diferentes de conhecimento:
Conhecimento sensório e conhecimento revelado. Devemos viver pelo conhecimento
revelado encontrado do Gênesis ao Apocalipse, não por nosso conhecimento
sensório.
Devemos instruir as pessoas a desistirem
do temor do seu ambiente e de suas circunstâncias. Se não o fizerem, não
poderão desenvolver a fé, nem Deus poderá fluir através delas. Peça-lhes que
entreguem seus temores ao Senhor; ensine-lhes a colocar sua fé somente na
Palavra de Deus.
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Muitas pessoas vivem com complexos de
inferioridade e estão constantemente frustradas: esse sentimento de
inferioridade è a terceira área problemática que discutirei.
Se as pessoas sentirem-se inferiores por
viverem numa área de favelas, você não as poderá tirar dali. Talvez tenham
fracassado em seus negócios e se resignaram a ser fracassos. Mas enquanto tiverem
essa atitude, você não as pode ajudar. Você deve pedir que cada um entregue seu
complexo de inferioridade a Deus e permita-se ser reconstruído pelo amor de
Deus.
Certo dia um menino matou o irmão menor com uma faca.
A notícia causou sensação imediata. Os pais amavam o menino falecido com grande
ardor. Louvavam-no constantemente na presença do irmão maior. O irmão maior
começou a sentir-se desprezado e inferior. Certo dia quando os pais estavam
fora, o irmão menor chegou da escola e o mais velho o matou. O complexo de
inferioridade é muito destrutivo.
Uma vez sofri de um complexo de
inferioridade. Depois de lutar durante dois anos em meu primeiro trabalho
pioneiro, a igreja começou a crescer. Mas era uma igreja muito barulhenta, uma
verdadeira igreja pentecostal. Muita gente recebia o batismo no Espírito Santo
e muitos eram curados de diversas doenças. Certo dia o executivo principal de
nossa denominação mandou chamar-me. Nessa época eles estavam em meio caminho
entre os pentecostais mais ardorosos e os presbiterianos mais conservadores.
Perguntaram-me:
—
Você realmente está orando pelos enfermos e fazendo com que as pessoas
gritem e falem em outras línguas em seus cultos?
— Sim — respondi.
— Você é um fanático — asseveraram.
—
Não sou fanático. Faço tudo de acordo com o ensino bíblico — defendi-me.
Depois de discutirem este assunto,
cassaram minha licença ministerial e me mandaram embora. Fui expulso de minha
própria denominação. Depois de algum tempo o missionário John Hurston veio e me
levou de volta.
Ao ser expulso fui atingido por
sentimentos de inferioridade. Esse complexo de inferioridade produziu em mim
um sentimento de destruição. Foi-me difícil sair dessa situação.
Na época em que os membros da Comissão
Executiva me expulsaram, entretanto, não sabiam que certo dia eu seria
Superintendente Geral dessa mesma denominação. Esse foi um cargo que ocupei até
recentemente. Quando fui eleito para esse cargo tínhamos somente 2.000 membros.
Aplicando as leis da fé e ensinando-as aos pastores, tivemos um rápido
crescimento. Quando pedi demissão do cargo, as estatísticas revelaram que a
denominação contava com um total de 300 igrejas com mais de 200.000 membros.
Devemos lidar com os que se sentem
incapazes de vencer na vida. Devemos tirá-los de sua depressão e pessimismo.
Edificá-los no amor de Jesus Cristo e dar--lhes fé, dizendo-lhes que nada é
impossível ao que crê. Devemos curá-los e treiná-los. Logo eles se desfarão de
seu sentimento de inferioridade.
Certo domingo de manhã, enquanto pregava
no segundo culto, vi um homem que eu sabia estar mentalmente doente. Ele foi
trazido com os pés e mãos amarrados. Nesse dia estávamos fazendo compromisso
para terminarmos com êxito a quinta etapa da construção. Muitas pessoas estavam
preenchendo cartões de compromisso. Quando esse homem recebeu um cartão ele o
preencheu com a quantia de 100 dólares.
Sua esposa riu quando os diáconos
passaram para recolher as ofertas.
— Não acredite nele — disse ela. — Ele
está doido. Mas depois do culto, quando o fui ver, ele estava completamente
curado pelo poder do Espírito Santo. Estava de novo em perfeito juízo,
plenamente consciente do que fazia e dizia. Tinha sofrido de um profundo
complexo de inferioridade. Explicou:
—
Eu tinha um fábrica de fertilizantes, mas fui à falência. Fiquei tão
preocupado que perdi a razão. Então levaram-me para um hospital psiquiátrico
onde recebi uma série de eletrochoques. Mas nunca me curaram.
"Mas enquanto estava sentado ali
ouvindo as suas palavras, subitamente saí de meu estado mental e tive
consciência da realidade. Perdi meus amigos, meu prestígio e meu crédito. Tenho
uma montanha de dívidas. Não posso fazer nada. Não sou ninguém.
— Você é alguma coisa — disse-lhe eu. —
Você não é inferior. Você veio a Jesus e agora todo o poder de Cristo e todos
os seus recursos residem em você. Você
é um homem de Deus. Levante-se
vitoriosamente. Você tem dentro de si todo o poder e todos os recursos de Deus,
a espera de serem liberados.
— Que tipo de trabalho posso fazer? —
perguntou--me.
—
Não sei — respondi —; mas continue a ler a Bíblia e a orar.
Certo dia ele voltou cheio de entusiasmo.
—
Pastor, li o versículo da Bíblia que diz sermos o sal e a luz do mundo.
Que lhe parece eu entrar no negócio de vender sal a varejo?
— Se você acredita nisso, vá em frente —
disse-lhe eu. — Faça-o!
Ele se foi e começou a vender sal em
pequena escala. Pagou seus dízimos. Pagou a promessa que tinha feito e
regozijava-se muito no Senhor. Deus começou a abençoá-lo e seu negócio de
vender sal prosperou muito. Com o passar do tempo ele construiu um grande
armazém à beira do rio, onde colocou um capital de 50.000 dólares em sal.
Mas certa noite de verão choveu
torrencialmente e pela manhã quando me levantei a área toda estava inundada. O
armazém dele estava inundado. Fiquei apreensivo. Nessa tarde, depois de parada
a chuva, corri à casa dele.
Outros artigos e materiais podem ser
recuperados depois de uma inundação, mas o sal é muito amigo da água. Ao entrar
no seu armazém vi que todo o sal tinha desaparecido. O homem, agora ancião de
minha igreja, estava assentado no meio do depósito, cantando e louvando a
Deus. Entrei, sem saber se ele estava em perfeito juízo ou não. Cheguei-me a
ele e perguntei:
— Você está bem ou está louco?
— Pastor, estou perfeitamente bem —
sorriu ele. — Não estou louco. Não se preocupe. Perdi tudo. Deus o levou. Mas
como o senhor sempre me tem dito, os recursos todos estão dentro de mim. A água
pode levar-me o sal, mas não pode desfazer os recursos da presença de Deus que
em mim habita. Posso fazer brotar esses recursos novamente através da fé e da
oração. Espere só. Dê-me tempo. Levantarei meus negócios de novo.
Já não sofria de nenhum complexo de
inferioridade. Estava cheio de confiança. Hoje ele é um multimilionário e
continua a vender sal. Também começou a fabricar relógios e tem sua fábrica
própria. Ele já me acompanhou a Los Angeles, a Vancouver e a Nova Iorque.
Recentemente fez uma viagem à Europa.
Este homem é somente um exemplo de como
podemos ajudar as pessoas a se livrarem de seus sentimentos de inferioridade,
dando ênfase a todos os recursos de Deus que lhes estão à disposição.
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Muitas pessoas também sofrem de sentimentos
de culpa. Esse é o quarto problema que deve ser vencido antes que o cristão
possa trabalhar ativamente com Deus; pois enquanto a pessoa sofrer de culpa,
Deus jamais poderá fluir através dela.
Precisamos ajudar as pessoas a se
livrarem de seus sentimentos de culpa. Precisamos fazê-las compreender que
quando se sentem indignas e cheias de culpa, simplesmente poderão vir ao Senhor
e ele as limpará.
Certo dia eu estava em meu escritório
quando entrou um lindo casal. O homem era uma pessoa muito elegante e a esposa
uma senhora adorável. Embora essa adorável senhora tivesse mais ou menos trinta
anos de idade, parecia velha, emaciada e quase nem podia abrir os olhos.
O marido disse:
—
Pastor, minha mulher está morrendo. Já tentei tudo: psicologia,
psiquiatria e todos os remédios imagináveis. Sou rico. Já gastei milhares e
milhares dólares com ela, mas os médicos nada puderam fazer. Agora
desenganaram-na. Ouvi dizer que o senhor realmente tem ajudado muita gente e
que muitos foram curados.
Disse-lhe que tudo isso era verdade e
olhei para ela procurando o discernimento e a sabedoria de que ela precisava
nesta situação. Orei silenciosamente: "Senhor, ela veio até aqui. Agora o
que faço?"
Imediatamente a voz suave de Deus falou:
"Ela sofre de uma doença psicossomática. Não é uma doença orgânica, é
mental." Pedi que o marido saísse do escritório e voltando-me para a
mulher, disse:
—
A senhora deseja viver? É preciso que viva por causa de seu marido, pelo
menos. Se a senhora tivesse de morrer, já devia tê-lo feito, pois agora tem
três filhos. Se morrer agora, deixando os filhos para seu marido cuidar,
realmente atrapalhará a vida dele. Portanto, de uma maneira ou de outra é
preciso que a senhora viva para seu marido e seus filhos.
— Gostaria de viver — disse-me ela.
—
Então posso ajudá-la, mas somente com uma condição. Deve contar-me sua
vida passada — respondi.
Ela se aprumou na cadeira e com ira nos
olhos respondeu:
— Será que estou na delegacia de polícia?
O senhor é um ditador? Por que me pede isso? Isto não é um interrogatório e não
tenho de revelai' meu passado.
— Então não poderei ajudá-la — respondi.
— Se a senhora persistir nesse curso de ação, vou pedir que Deus revele
diretamente as áreas problemáticas de seu passado.
Ela ficou espantada e tirando um lenço da
bolsa começou a chorar. Depois de um longo suspiro, disse:
—
Pastor, vou revelar meu passado, mas não acho que seja esse o meu
problema.
—
Sim, é — disse eu. — Essa é a causa de seus problemas.
— Meus pais morreram quando eu era bem
jovem è praticamente fui criada por minha irmã mais velha. Minha irmã era como
uma mãe para mim. e meu cunhado como um pai. Tomaram conta de mim e morei com
eles durante meu tempo de ginásio, colegial e faculdade.
"No meu terceiro ano de faculdade
minha irmã foi para a maternidade a fim de dar à luz seu último filho. Durante
o tempo em que ela esteve lá eu tomei conta da casa e das crianças. Sem saber o
que estava acontecendo, meu cunhado e eu nos apaixonamos.
"Não sei o que aconteceu comigo, mas
caímos num relacionamento imoral; logo a culpa alojou-se em meu coração. Desse
momento em diante eu morria de culpa. Mas meu cunhado continuava a telefonar-me
de seu escritório e constantemente nos encontrávamos em motéis, hotéis e
estações de água.
"Tive vários abortos e ainda assim
não podia recusai" os pedidos de meu cunhado. Eu morria de medo de minha
irmã descobrir, por isso meu cunhado intimidava-me continuamente. Eu estava
sendo destruída aos poucos.
"Ao formar-me, decidi que me casaria
com o primeiro homem que me propusesse casamento Encontrei um emprego e o jovem
que agora é meu marido pediu-me que me casasse com ele. Nada perguntou do meu
passado. Aceitei porque assim me afastaria de meu cunhado. Casei-me com ele e
com o correr do tempo ele se tornou muito rico. Demitiu-se de seu antigo
emprego e começou o seu próprio negócio. Agora está rico. Temos um bom lar,
dinheiro, tudo.
"Mas desde o dia que caí com meu
cunhado, tenho sofrido destes fortes sentimentos de culpa. Sempre que tenho
relações com meu marido sinto-me como se fosse uma prostituta. Não tenho o
direito de receber o seu amor. Por dentro choro amargamente. Meus filhos são como
anjos. Gostam de me abraçar, dizendo: "Mamãe!" E odeio a mim mesma.
Sei que sou uma prostituta. Não sou digna de receber este tipo de amor de meus
filhos. Não gosto de ver meu rosto no espelho e é por isso que me visto de
maneira tão desleixada. Perdi o apetite e não sinto nenhuma felicidade ou
alegria no coração.
— A senhora deve perdoar-se a si mesma —
disse--lhe. — Tenho boas-novas para a senhora. Jesus Cristo veio e morreu na
cruz pela senhora e pelos seus pecados.
— Nem mesmo
Jesus pode perdoar os meus pecados — clamou ela, chorando. — Meus pecados são
grandes e profundos demais para serem perdoados. Fiz de tudo. Todo mundo pode
ser perdoado, menos eu! Enganei minha irmã e não posso confessar--lhe o que
fiz! Isso prejudicaria sua vida toda.
Indaguei silentemente:
"Senhor, como posso ajudá-la agora?
Tens de ajudar-me."
Então ouvi um suave cicio em meu coração
e subitamente ocorreu-me uma idéia.
—
Irmã, feche os olhos — pedi-lhe, fazendo o mesmo. — Vamos até um lago
lindo e silencioso. Agora estamos assentados à margem do lago. Há muito
cascalho ao nosso redor. Tenho na mão uma pedrinha de cascalho. Por favor,
apanhe uma pedra grande. Joguemos o cascalho e a pedia dentro do lago.
Vou jogar primeiro. Segura a pedrinha e
jogo-a no lago. Ouviu o barulho da água? Um leve murmúrio e umas ondas. Onde
está minha pedrinha agora?
—
Foi para o fundo do lago — respondeu ela.
— Certo — respondi. — Agora é sua vez.
Jogue a sua pedra. Sim, a senhora pode jogá-la ... muito bem. Qual foi o
barulho dela?
—
Foi grande e formou grandes ondas — respondeu ela.
— Mas onde está sua pedra? — perguntei.
— No fundo do lago — respondeu ela.
— Bem, parece que ambas as pedras foram para o fundo
do lago quando as jogamos. A única diferença foi ò ruído e as ondas. A minha
fez um barulhinho e a sua produziu um grande ruído. A minha produziu pequenas
ondas, a sua produziu ondas enormes. As pessoas vão
para o inferno com pecados pequenos e grandes, pois estão sem Jesus Cristo. E
qual é a diferença? O ruído e a sua influência na sociedade. Todo mundo
precisa do perdão de Jesus Cristo. O sangue de Jesus cura todos os pecados,
grandes ou pequenos.
Isto tocou-lhe a alma e ela despertou
para a verdade.
— Quer isso dizer que Deus pode perdoar
os meus pecados?
— É claro — respondi.
Ela afundou-se na cadeira chorando e
estremecendo-se. Tentei encorajá-la, mas ela continuou a chorar. Então coloquei
a mão sobre sua cabeça e levei-a a fazer a oração do pecador.
Depois da oração, quando ela levantou o
rosto vi seus olhos brilhando como estrelas. De sua face começou a irradiar
glória. Ela levantou-se, exclamando:
— Pastor, estou salva! Todos os meus fardos foram desfeitos!
Comecei a cantar e ela a dançar. Até este momento ela
nunca tinha dançado de alegria perante o Senhor, mas neste dia ela pulava e
dançava fazendo tanto Barulho que o marido escutou e correu para ver o que se
passava em meu escritório.
Ao vê-lo, ela correu para ele e abraçou-o com força.
Ela nunca tinha feito isto antes e seu marido estava
assombrado.
Perguntou:
— O que o senhor fez com ela?
— Deus realizou um milagre! – respondi alegremente. E
voltando-me para a esposa, disse:
— Deve entregar todo o seu coração ao Senhor. Ele fez
grandes coisas por você
Em breve ela tinha livrado totalmente o seu sentimento de
culpa. O poder de Deus emanou de seu Interior e ela foi curada por completo.
Esse casal agora é membro de minha igreja e sempre que olho
para o rosto dessa senhora, não posso deixar de pensar no amor de Jesus Cristo.
Agora ela não tem doença alguma. Foi completamente curada. Ao soltar seu
sentimento de culpa, o poder de Deus pôde fluir.
Irmãos e irmãs em Cristo, neste instante vocês têm todo o
poder de Deus dentro de coes. Podem recorrer a esse poder para seus gastos,
suas roupas, seus livros, sua saúde, seu negócio, tudo!
Quando saírem para pregar o evangelho não estarão pregando
um objetivo vago, uma teoria, uma filosofia ou uma religião humana. Na verdade
estarão ensinando as pessoas a destapar o manancial inesgotável dos recursos
morais e espirituais.
Estarão dando Jesus para as pessoas e por meio de Jesus,
Deus vem e habita em seus corações.