sábado, 24 de abril de 2021

Vaso para honra - 03 - Memórias



Capítulo 3

Memórias


            Rebecca pôs mais um pedaço de madeira no fogo que estalava alegremente na lareira. Chamas azuis, verdes e alaranjadas envolve­ram o novo pedaço de lenha enquanto ela cuidadosamente recolocava o anteparo na lareira.
            - Isso deve dar para algum tempo" - disse ela, sentando-se na pol­trona próxima à de Joyce (não é este o seu nome real).
            A casa estava em silêncio, pois todos os demais já dormiam. O ven­to frio do inverno soprava ao redor da casa, do lado de fora, e as som­bras das chamas dançavam no aposento. Tudo estava confortável e calmo, enquanto Joyce e Rebecca se assentavam com canecas cheias de café, para uma tranqüila conversa. Elas tinham muito para compar­tilhar. Porém não tinham idéia de quão rápido sua paz seria abalada pelos acontecimentos da noite que rapidamente se aproximavam.
            Joyce era uma mulher jovem, com seus trinta e tantos anos de idade, que estivera envolvida com bruxaria por 12 anos. Ela escalara a hie­rarquia da WICCA, tornando-se uma suma sacerdotisa, e, por fim, um "correio" entre a WICCA e uma grande rede de grupos de feitiça­ria. Ela tinha aceito a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador por volta de seis meses atrás, antes de conhecer Rebecca, que a ajudou a livrar-se de todos os demônios. Agora, cerca de um mês depois da sua libertação, Joyce tinha vindo visitar Rebecca e Elaine. (Joyce, no momento em que este livro foi escrito, estava fora da bruxaria há pouco mais de dois anos.)
            - Rebecca, você não pode imaginar o impacto que a capa do seu primeiro livro teve em mim - Joyce comentou. - Eu recebi Cristo, e então quase fui morta pelos demônios, que me espancaram. Pensei que não sobreviveria. Um homem na igreja falou-me das Publicações Chick, eu telefonei para eles e perguntei se eles tinham algo sobre Satanismo. Eles disseram que sim, e eu pensei "Será?!..." Pensei que fosse algo superficial. Mas, quando vi a capa daquele livro, estremeci. Dava para ver, sem sombra de dúvida, que alguém conhecia a verdade acerca do Satanismo. Então, quando comecei a ler sobre a irmã Cora­gem, eu mal podia acreditar em meus olhos! Haviam-me dito que ela estava morta. Eu mal podia acreditar que ela estava viva.
            - Você quer dizer que conheceu Elaine quando ela ainda estava na feitiçaria? - perguntou Rebecca, surpresa.
            - Oh, sim. E conheci Sedona, a associada de Elaine. Sedona (seu nome de bruxaria) era totalmente odiosa. Ela parecia odiar-me de for­ma especial. Puxa, como fiquei feliz quando Sedona perdeu a sua po­sição, pouco tempo depois de eu receber a Cristo!
            - Eu também já tive uns poucos encontros com Sedona - disse Rebecca sorrindo. -Isso foi anos atrás, quando Elaine tinha acabado de sair da bruxaria. De fato, Elaine levou-me à casa dela uma vez. Puxa, que lugar maligno! Recentemente fiquei sabendo, através de uma pessoa que está abandonando a bruxaria, que Sedona ainda está mui­to furiosa comigo.
            - O que você quer dizer com isso? - perguntou Joyce.
            - Bem, sabe, um dia Sedona veio em projeção astral à minha casa, para tentar matar-me. Ao invés disso, eu acabei forçando-a a dobrar-se a Jesus, com o seu nariz bem no chão. Eu descrevi esse incidente em meu primeiro livro, Ele Veio Libertar os Cativos, só que eu dei a ela o. nome de Sally naquele livro, em vez de utilizar o seu nome de bruxaria.
            - Eu me lembro - disse Joyce, e sorriu. - Você quer dizer que aquela era Sedona? Não me admira que ela a odeie tanto! Dobrar-se diante de Jesus seria para ela um insulto de que nunca poderia esquecer-se! Eu fiquei surpresa quando li sobre o incidente. A projeção astral para dentro de uma outra pessoa é muito rara.
            - Eu sei disso agora, - continuou Rebecca - mas não sabia na época do incidente. As pessoas que desenvolvem esse grau de habilidade na projeção astral pagam um preço muito alto em seu corpo físico. Sedona envelheceu muito rapidamente como resultado disso.
            - Sim - confirmou Joyce, movendo a cabeça. - Eu levei muito tem­po aprendendo afazer projeção astral. Meu cabelo começou a embran­quecer, quando eu ainda tinha vinte e poucos anos, por causa disso. - Joyce riu de novo. - Então você fez Sedona curvar-se diante de Jesus! Não me espanta que ela a odeie tanto!
            - Bem, creio que é bom que ela comece a acostumar-se com isso; ela certamente irá dobrar-se perante ele e, no final, terá que confessar que Jesus é o Senhor! - disse Rebecca, rindo. Mas em seguida ficou séria e continuou:
            - Sabe, Joyce, eu não tenho nenhuma dúvida de que Sedona teve uma participação na estratégia que os satanistas armaram contra mim, quando eles destruíram a minha carreira como médica e tudo o que eu tinha. Sei que um membro bastante proeminente da feitiçaria tentou recentemente armar um novo plano, acusando-me de vender drogas ou algo do gênero. Ele conseguiu alguma proeminência a nível nacional no meio judicial, viajando por toda parte e atuando na avaliação de crimes relacionados com o ocultismo. Ele faz isso para proteger sua rede de grupos de ser exposta, e para manter as pessoas acreditando que os satanistas não têm, de fato, poder algum.
            - Há uma outra pessoa atuando dentro desse esquema, que se faz passar por pastor "evangélico"- continuou Rebecca. - Ele também está envolvido na CIA. Sei também que Sedona está na Califórnia atualmente. Se ela continuar a vir contra nós, irá aprimorar o seu apren­dizado, experimentando o poder de Jesus Cristo.
            Joyce acenou com a cabeça, pensativamente, e disse: - Infelizmente, o que esses satanistas não entendem é que eles não podem tocar-nos a menos que o Senhor permita.
            - Sim, e algumas vezes ele de fato permite - prosseguiu Rebecca. - Sou um bom exemplo disso. Tenho certeza de que eles pensaram que haviam obtido uma tremenda vitória quando eu perdi o direito de exer­cer a medicina e conseguiram ver todas aquelas mentiras sobre mim sendo publicadas. Mas o que eles não entendem é que o meu Deus estava no controle de tudo. O que Satanás tencionou fazer para o meu mal, Deus fez com que se transformasse em bem. Eu estava num mi­nistério escondido e um pouco restrito na época, e, apesar de ter al­cançado muitos no Satanismo enquanto exercia a medicina, agora es­tou literalmente num ministério mundial, alcançando muitos milhares a mais do que poderia ter alcançado se tivesse permanecido em minha extenuante prática médica.
            - Esse foi um dos testes mais difíceis por que eu jamais tive que passar, - continuou Rebecca, depois de um suspiro - mas é maravi­lhoso poder descansar no fato de que o Pai é todo-poderoso e infini­tamente sábio. Tudo o que acontece conosco tem um propósito.
            - O que me irrita é que toda a comunidade cristã está tão ansiosa por passar adiante essas falsas acusações contra você, sem nem mes­mo parar para perguntar por que os documentos submetidos em sua defesa não são incluídos no pacote de acusações. As pessoas sim­plesmente não param para pensar! - disse Joyce.
            - Eu sei, - comentou Rebecca, vagarosamente - mas Deus é o meu defensor. Estou tentando alcançar os que estão no Satanismo, ganhá-los para Cristo. Os que estão envolvidos no Satanismo sabem sobre a ar­mação e sabem que as acusações contra mim são falsas. Eles sabem que eu sou uma serva de Jesus Cristo. Isso para mim é o bastante, porque os satanistas são as pessoas a quem Deus me chamou para ministrar.
            As duas ficaram em silêncio. Após uma pausa pensativa, Rebecca falou de novo:
            - Você sabe, Satanás apela às pessoas com tais promessas glamourosas de poder e riquezas. Muitas pessoas engolem a isca com a linha, vara e tudo! Alguns, de fato, ganham incrível poder e riqueza por meio de seu serviço a Satanás. Mas, na realidade, o preço que têm que pa­gar para conseguir a cooperação dos demônios é enorme! O so­frimento, a degradação e a corrupção que os demônios trazem à vida deles é terrível.
            - Você está completamente certa - Joyce comentou estremecendo.
            - E, falando de escravidão, a feitiçaria é uma terrível escravidão! Eu sempre tinha que me preocupar se estava realizando cada encanta­mento corretamente, em todos os mínimos detalhes. Um pequeno des­lize e os demônios espancavam-me horrivelmente. Eu estava totalmente escravizada a toda sorte de rituais, festivais e dias cerimoniosos. E, além de tudo isso, eu sempre tinha que estar atenta. Havia sempre alguém que desejava a minha posição e estava disposto a me matar para consegui-la. Eles me levavam cada vez mais fundo no pecado. Pouco antes de eu aceitar a Cristo, eles me forçaram a participar de sacrifícios de sangue. Eu não podia suportar isso, mas parecia não haver escapatória. Todo dia havia rituais que eu tinha que fazer. Como é diferente agora que eu sirvo a Jesus!
            - Sim, e você realmente pode apreciar aquele versículo em Mateus 11, não é? - comentou Rebecca. - Em voz baixa citou então essa maravilhosa passagem:
            "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarre­gados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de cora­ção; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve."(Mateus 11:28-30)
            Joyce moveu a cabeça, em concordância, e disse:
            - Todo aquele que sai do ocultismo sabe realmente apreciar esta promessa. É difícil expressar o alívio que senti ao compreender que não tinha mais que fazer rituais, observar dias especiais, estar sempre atenta se era dia de lua cheia ou lua nova, ou um milhão de outras coisas. Esta é a diferença básica entre bruxas brancas ou pagãs, e os satanistas. Os satanistas fazem sacrifícios de sangue para estimular os demônios, para fazê-los cooperar com eles e dar-lhes poder. As cha­madas bruxas "brancas" e pagãs têm que realizar intermináveis rituais para conseguir a mesma coisa. E vestem os demônios com nomes fantasiosos e os chamam de entidades espirituais, ou deuses, ou energias e vibrações, ao invés de demônios.
            - Basicamente, - continuou - os satanistas não têm paciência e dis­ciplina para gastar tanto tempo e esforço realizando rituais meticulo­sos. É muito mais rápido e mais fácil para eles fazer sacrifícios. Assim eles conseguem a cooperação de demônios mais poderosos. Os ou­tros lidam com os demônios menos poderosos, mas são demônios da mesma forma, não importa como se queira chamá-los. Aprende-se muito rápido, na feitiçaria, que não existem energias impessoais. Todas elas são muito pessoais. Ou você está lidando com demônios ou com o poder de Deus, e os humanos não podem controlar o poder de Deus. Assim, todo aquele que estiver controlando uma "energia" ou "poder", de qualquer tipo, está lidando com demônios. É simples assim. É com­pletamente diferente servir um Senhor que vai perdoá-lo, ao invés de ter grande deleite em puni-lo por qualquer coisa mínima. Jesus dá a vida. Os demônios sempre trazem a morte.
            Rebecca, pensativa, encarava o fogo que oscilava suavemente.
            - Que diferença enorme entre servir a Jesus e servir a Satanás! - disse ela. - Se já houve alguém nesta terra tendo o poder para fazer tudo o que Satanás e seus demônios podem fazer, e muito mais, esse tal foi Jesus. Ele criou tudo. Mas quando veio à terra, nunca quis aparecer. Quando fez milagres, freqüentemente os realizou de uma forma tão mo­desta que as pessoas algumas vezes questionaram se de fato havia ocor­rido um milagre. Que exemplo Jesus deixou para nós seguirmos!
            Rebecca fez uma pausa, e então continuou a falar bem devagar:
            - Todos os satanistas gostam de se mostrar e de estar no centro das atenções. Mas qual o ser humano que não gosta disso? Naturalmente, todos nós gostaríamos de estar em evidência, e todos nós gostaríamos de ter poder. Qualquer um de nós usaria o poder para aparecer e para fazer-nos parecer grandes. Não tenho dúvida alguma quanto a isso. O desejo de se mostrar e de parecer ser grande é a própria raiz da nossa natureza pecaminosa. Satanás teve esse problema também, e foi lan­çado fora do céu por isso. Os demônios cooperam com as pessoas para fazê-las parecer poderosas diante dos outros, apenas para fazê-las cair na armadilha e na destruição eterna. Mas o nosso Deus nos conhece muito bem. É por isso que Jesus nos deu tamanho exemplo de humildade. Se vamos servi-lo, temos que seguir o seu exemplo. Em que pecados terríveis cairíamos se nos fosse dado o tipo de poder que os demônios dão aos seus servos!
            - Quando nos tornamos servos de Jesus, - continuou dizendo -rapidamente reconhecemos que nada somos além de pecadores sal­vos pela graça! Nós não temos nenhum poder em nós mesmos, nem tampouco controlamos o poder do nosso Senhor.
            - Há uma mudança radical para quem abandona a feitiçaria - Joyce falou seriamente. - Eu estava acostumada a ter o poder de fazer o que quisesse, no momento em que desejasse. Agora sou completamente dependente do Senhor, sem nenhum poder em mim mesma. Oh, eu via que os demônios cooperavam comigo, mas imaginava que o poder deles estava sob o meu controle, isto é, enquanto eu fosse obediente a eles. Agora que o meu Senhor é Jesus, e não Satanás, estou apren­dendo o que é esperar que se cumpra a vontade de uma outra pessoa, em vez de fazer o que eu quero.
            - Sim, - disse Rebecca - mas, infelizmente, sendo a natureza huma­na pecaminosa como é, muitos cristãos tentam desenvolver formas de forçar Deus a fazer o que eles querem. Veja quantos líderes assim chamados cristãos reúnem milhares de pessoas para dar um espetáculo. Se o Senhor realmente cura por meio deles, por que não vão discreta­mente de pessoa a pessoa, ao invés de chamar tanta gente para assistir a um espetáculo? Eu me sinto muito pouco à vontade com essas lon­gas assim chamadas "filas de oração para receber a cura" e coisas como tais. Ir à frente como indivíduos para dobrar-se diante do altar e tratar com Deus sobre um assunto é uma coisa; mas enfileirar um mon­te de gente diante de uma multidão e então orar sobre todos e fazer com que todos caiam é outra. Parece-se muito com um show, para o meu gosto. Isso chama demais a atenção sobre a pessoa que está ministrando a oração e a cura. Todos olham para ela como sendo "um poderoso homem, ou mulher, de Deus".
            - Jesus, por outro lado, - continuou - passava quieto por entre as multidões, curando. Muitas vezes, a pessoa nem mesmo sabia quem a havia curado. Freqüentemente, nos evangelhos, Jesus evitou a aparição pública, e certamente nunca deu um espetáculo. Nosso Deus sim­plesmente não vai atuar quando somos nós que queremos que ele faça isso ou aquilo! Quando as pessoas pensam que podem controlar o poder de Deus, ou mesmo usá-lo quando são elas que querem alguma coisa, elas acabam por ver demônios realizando-lhes os supostos mi­lagres, empurrando-as cada vez mais para dentro do engano. Depois de um momento Rebecca falou de novo:
            - Sabe, nos dez anos em que estive nesta terrível batalha, nem uma vez sequer estive "no controle", por assim dizer. Eu sou somente uma serva, e isso é tudo. Eu não tenho poder algum, e nenhum controle. Simplesmente faço o que o meu Senhor me diz para fazer. Às vezes fico impaciente e gostaria de ter o controle de uma determinada situa­ção, mas no final das contas fico contente que o Senhor opere dessa forma. O tremendo poder de Deus é tão maior do que tudo que Sata­nás, ou os demônios, ou qualquer um de nós, seres humanos, podería­mos pensar em ter. Sabe, Joyce, estou orgulhosa do meu Senhor! Ele é tão profundamente maravilhoso, sábio, poderoso e glorioso que sim­plesmente não tenho as palavras para descrevê-lo! O meu coração qua­se arrebenta quando paro para pensar nele. Ele é tão incrivelmente forte, e ainda assim pode ser tão gentil e terno. Que combinação! Estou tão orgulhosa dele! Em Isaías 42:8, Deus diz que não dará a sua glória a ninguém, e isso me satisfaz! Como me alegro com isso! Deus é tão tre­mendamente glorioso, que estou grata do mais profundo do meu ser, porque ele nunca muda e não dará a sua glória a quem quer que seja!
            Lágrimas escorreram pela face de Rebecca. Então ela prosseguiu dizendo:
            - É difícil dizer a você como eu me sinto privilegiada por este grande Deus permitir que eu seja serva dele! Como sou grata por ele me ter criado com o objetivo de me dar este glorioso privilégio de experi­mentar o seu agir na minha vida! Não importa que eu não seja nada. Não importa que eu não tenha poderes. O meu Senhor tem tudo isso! Posso descansar completamente na segurança total de saber que ele é profundamente sábio e que sempre atua na minha vida da forma certa, da melhor forma. Ele está com o controle total de cada situação. Você sabe que Satanás tem ardis bastante complicados, e complexas cons­pirações. Nós nem podemos fazer idéia dessas coisas. Mas, para o meu Senhor, é tudo muito simples. Oh, como anseio por aquele dia em que finalmente poderei ir para a morada celestial e vê-lo face a face!
            - Digo amém a isso! - disse Joyce com um profundo sentimento.
            Depois de ficarem em silêncio por alguns minutos, Joyce disse:         
            - Infelizmente, são poucos os cristãos que de fato apreciam o mara­vilhoso privilégio que Deus nos deu, de estarmos a seu serviço; muitos recusam-se a admitir a realidade do mundo espiritual, não se impor­tando com o que diz a Bíblia!
            - Sim, o meu coração realmente se entristece pelo número de cris­tãos que querem enterrar a cabeça na areia como faz o avestruz, recu­sando-se a acreditar que todas essas coisas são reais - comentou Rebecca. - A Bíblia tem tanto a dizer sobre o mundo espiritual, e sobre Satanás e seu reino. É espantoso ver quantas pessoas preferem ignorar isso, em vez de aprender como vencer tudo isso por meio do poder e da autoridade de Jesus Cristo.
            - Eu bem que sei - disse Joyce. - Como vim da feitiçaria, tenho me espantado com a resistência de tantos cristãos a coisas simples, tais como a realidade da infiltração satânica nas igrejas evangélicas. A Bí­blia tem muito a dizer sobre isso, mas eles não querem escutar. Você sabia que os associados da WICCA também são treinados para in­filtrar-se e destruir as igrejas cristãs?
            - Sim, sabia. De fato, conheço uma pessoa que acessou um dos computadores centrais da WICCA. Foi encontrada uma lista cheia de cristãos a quem eles querem desacreditar e destruir.
            - Maria (não é este o seu nome real), foi uma das pessoas que me treinaram para que eu me infiltrasse nas igrejas. Essa era a sua especi­alidade. Estive também num dos numerosos acampamentos especiais para bruxas, onde se ensina como destruir igrejas. O professor que ministrou aquelas lições é um dos "cristãos" bem conhecidos na TV.
            - Realmente, isso não me surpreende, - disse Rebecca. - Paulo escreveu que os servos de Satanás alcançariam posições de liderança dentro das igrejas. Disse aos anciãos de Éfeso que do meio deles, dos líderes da igreja, sairiam lobos ferozes para destruir as ovelhas [ver Atos 20:30]. Mas, diga-me, o que Maria lhe ensinou?
            Joyce riu.
            - Eu nunca vou me esquecer da primeira vez em que Maria me man­dou ir a uma certa cidade em Kansas, onde estava havendo uma gran­de campanha evangelística. O evento estava sendo realizado por uma determinada denominação. Maria orientou-me dizendo que usasse mangas compridas, uma longa saia, e me apresentasse com o cabelo comprido. Tive que colocar uma peruca de cabelos naturais porque o meu cabelo estava bem curto na época. Eu nunca tinha vestido roupas tão recatadas em minha vida. Pensei que a minha aparência estava horrorosa! Naturalmente minhas idéias sobre como vestir-me muda­ram muito desde que comecei a servir a Jesus.
            - De qualquer forma, - prosseguiu - eu tinha que encontrar Maria em seu quarto do hotel. Ela conhecia algumas das pessoas importantes envolvidas na organização daquela campanha e estava ali para certifi­car-se de que elas seguiriam suas ordens. Quando cheguei no quarto dela, pensei que eu estava muito bem com as roupas que vestia. Eu nunca havia estado numa igreja daquela denominação antes. Quando Maria abriu a porta, ela deu uma olhada em mim e pegou o meu braço, dizendo: "Venha cá, garota. Você não pode ir desse jeito! Lembre-se, você deve vestir-se e agir como eles ou eles não a aceitarão". Ela arrastou-me até o banheiro e pegou um pano limpo, lavando então todo vestígio de maquiagem do meu rosto. Eu fiquei horrorizada. "Mas Maria", protestei, "eu fico horrível sem maquiagem, eu nunca vou a lugar nenhum sem colocar pelo menos um pouco".
            Maria estava muito impaciente. "Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que você tem que se vestir e agir de acordo com as expectativas deles? Se você se pare­cer com eles e agir como eles, ninguém irá questioná-la querendo sa­ber se você é cristã ou não."
            - E, - continuou - você sabe, ela estava certa. Nós podíamos mo­ver-nos livremente entre as muitas pessoas que estavam na campanha evangelística, e todos nos aceitavam como sendo cristãs, sem nos questionar de forma alguma. Foi durante aquele fim de semana que Maria me ensinou mais sobre "cair no espírito". Oh, eu já podia fazer as pesso­as caírem inconscientes apenas por tocar nelas; mas Maria disse-me que isso não era suficiente. Ela me disse que, como eles estavam violando as suas próprias Escrituras (Tiago 5:14), ao permitir que qualquer um im­pusesse as mãos sobre eles e orasse por eles sem ao menos procurar saber se eram verdadeiros servos de Deus ou não, nós estávamos portanto livres para fazer o que quiséssemos. O Deus deles não os protegeria porque eles estavam em desobediência direta à sua Palavra.
            Joyce continuou:
            - Maria compreendeu que quando as pessoas se ajoelhavam diante de nós, ou apenas curvavam a cabeça diante de nós, estavam ativamente se submetendo a nós, e aceitando tudo o que quiséssemos dar a elas. Naturalmente, pensavam que estávamos orando por elas, mas a sua submissão deu-nos o direito legal de colocar demônios nessas pessoas. Elas também abriram diretamente a porta para isso, permitindo que sua mente ficasse passiva, sem provar o espírito que as deixava inconscien­tes. Maria mostrou-me os encantamentos apropriados e como fazer com que as pessoas levantassem as mãos assim. [Ver a figura 3-1.]... Então ela tocava, primeiro numa das mãos e depois na outra, e em seguida na testa, fazendo o sinal da cruz invertida. [Ver a figura 3-1.]... Todas as vezes eles caíam. Ela então fez isso comigo e eu caí inconsciente. Acho que fiquei assim por uns cinco minutos. Quando despertei, notei que havia adquirido um novo demônio. Maria disse-me que esse demônio especial colocaria mais demônios nas pessoas por quem eu orasse. E assim ele o fez. E estou certa de que esta não é a única forma pela qual as pessoas colocam demônios em outros, fazendo-as levantar as mãos daquela forma, mas era assim que nós fazíamos.
            Rebecca então disse:
            - Sabe, eu sempre indaguei sobre a larga aceitação desse "cair no espírito" pelos cristãos. Você já parou para pensar que todos eles caem para trás? Na Bíblia, em todas as ocasiões, quando o povo de Deus caía diante da sua presença, eles caíam para a frente, prostrados sobre suas faces em uma atitude de adoração. Por exemplo, João 18:6 diz:
            "Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra."


A palavra grega correspondente a "terra" neste versículo é "chamai" (n°. 5476 na concordância de Strong), que significa prostrado. Uma definição de prostrar-se num dicionário contemporâneo é: "Manter-se com o rosto voltado para baixo em demonstração de grande humilda­de ou submissão abjeta".

             - A impressão que tenho é a de que este versículo está dizendo que os homens realmente recuaram e então caíram para a frente sobre sua face. Eu nunca vi ninguém "cair no espírito" para a frente" - comentou Rebecca, pensativa. - Eu não tenho as respostas para esta questão, mas posso dizer a você que estou realmente buscando. Sinto-me mui­to pouco à vontade com essa prática. Não estou surpresa quanto aos servos de Satanás tirarem vantagem dessa prática.
            - Sim, você está certa - disse Joyce. - Eu fico horrorizada agora quando olho para trás e penso no número de cristãos em que coloquei demônios através dessa prática! Eles estavam tão dispostos e ansio­sos por ficar inconscientes que aceitavam tudo que eu quisesse colo­car dentro deles. Eu freqüentemente colocava demônios de falsas lín­guas neles. Então eles despertavam falando em línguas e pensavam que haviam sido batizados pelo Espírito Santo.
            - Sim, isso é triste - concordou Rebecca. - Todos os dons do Espí­rito Santo são reais, e operam hoje. O dom de línguas é real. Mas muitos cristãos tentam colocar Deus numa caixa, exigindo que ele atue quando e como eles pensam que deveria atuar, e assim aceitam toda forma de engano demoníaco como sendo obra do Espírito Santo. Na­turalmente, Satanás vai tentar reproduzir os dons do Espírito Santo. Satanás conhece o poder que eles têm. Que vitória Satanás obtém quando consegue fazer com que um cristão aceite as contrafações de­moníacas em lugar dos verdadeiros dons!
            - Isso é uma grande verdade - disse Joyce. - E também aqueles a quem eu dei demônios de adivinhação recebiam toda espécie do que pensavam ser "palavras de conhecimento" do Espírito Santo. Aquelas assim chamadas "palavras de conhecimento" nada mais eram que in­formações dadas por um demônio de adivinhação. Eram precisas, naturalmente, mas afinal de contas os demônios têm muita informação sobre as pessoas!
            - Sim, eu sei - disse Rebecca. - Fico algumas vezes estupefata por ver quantos cristãos aceitam falsas palavras de conhecimento como sendo de Deus, simplesmente porque a informação é acurada. Eles ignoram completamente esta passagem de Deuteronômio:
            "Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para sa­ber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o Senhor, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus manda­mentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da ser­vidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus, para andardes nele. Assim eliminarás o mal do meio de ti." (Deuteronômio 13:1-5)
            - Esta passagem mostra claramente que os servos de Satanás po­dem realizar toda sorte de sinais e maravilhas, e profetizar profecias que se tornem realidade. Isso não os valida como servos de Deus. Como deve entristecer o coração de Deus Pai ver seus filhos correndo atrás de sinais e milagres e aceitando toda sorte de sinais demoníacos e milagres como vindos dele - disse Rebecca.
            - Sim, - disse Joyce - e as Escrituras mostram que Deus permitiu que pessoas como eu e Maria agíssemos dentro da sua igreja para testar seus filhos e ver onde estava o coração deles. Eles literalmente exigiam sinais e milagres do Senhor. Nós tínhamos todo o prazer em dar-lhes esses sinais e milagres. Eles nunca nos testaram. Se podíamos fazer os sinais, então concluíam que tínhamos que ser de Deus. Isso apenas demonstrou que eles desejavam tanto um milagre que estavam dispostos a aceitar um milagre demoníaco, ao invés de testar para des­cobrir a verdadeira origem do milagre. Nós servimos de fato a um Deus de milagres, mas ele nunca os realiza quando nós os exigimos. Esta é a grande diferença entre servir a Satanás e ao único Deus ver­dadeiro. Satanás e os demônios freqüentemente nos davam os mila­gres que nós queríamos, quando nós queríamos, para encorajar o nos­so egoísmo, o nosso orgulho, e a vida centrada no nosso "eu". Deus sempre opera para disciplinar a nossa carne (natureza pecaminosa) e ajuda-nos anos tornarmos semelhantes a Jesus Cristo.
            Rebecca acenou em concordância, com seriedade, e disse:
            - Eu sei, e o trágico é que muitos cristãos só estão dispostos a servir a Jesus Cristo enquanto isso os beneficiar. Eles se negam totalmente a sofrer de qualquer forma, especialmente física ou financeiramente.
            - Você sabe - disse Joyce - foi nesse ponto que Maria foi tão útil a Satanás. Ela procurava estudar a Bíblia para descobrir os lugares onde os cristãos estavam indo contra a Palavra de Deus. Ela era suficiente­mente inteligente para saber que no instante em que os cristãos fossem desobedientes a Deus, nós, feiticeiros, poderíamos ir contra eles com eficácia. Satanás ensinou-nos que ele tinha direito legal, ou base legal, como ele dizia, para colocar demônios neles, ou afligi-los com demônios, quando eles andassem em desobediência ao seu Deus. Esta é uma ocasião em que sei que ele estava dizendo a verdade. Eu vi isso acon­tecer repetidas vezes. É algo muito sério para se pensar, agora que sou cristã. Como eu gostaria que mais pessoas ouvissem os testemunhos daqueles que deixaram de servir a Satanás.
            -Sim, - disse Rebecca, sacudindo a cabeça - nunca vou entender por que tantos cristãos pensam que estão automaticamente protegidos de Satanás e de seus demônios mesmo pecando contra Deus! Igno­ram completamente a passagem em Gálatas 6:7-8, que diz que colhe­remos o que semearmos. Há uma outra prática nas igrejas que é muito comum, porém contrária às Escrituras. Eu a considero muito perigosa. E a prática de qualquer pessoa na congregação poder levantar-se e impor as mãos, e orar por aqueles que estão no altar. Em algumas igre­jas, não importa se alguém é um visitante pela primeira vez, mesmo assim eles permitem que todos, inclusive aquele visitante, façam o que quiserem. Isso dá plena liberdade aos satanistas infiltrados.
            -Você sabia que foi assim que eu consegui o poderoso demônio de adivinhação que eu tinha? - perguntou Joyce.
            - Não sabia; conte-me como foi.
            - Bem, eu estava justamente numa igreja que permitia essa prática. Eles ignoravam completamente a passagem de Tiago 5, que diz que devemos chamar os anciãos para ungir com óleo e orar pelos outros. Havia uma mulher na congregação que era cristã. Ela havia herdado um demônio muito poderoso de adivinhação. Eu o reconheci imedia­tamente, é claro. Então, um dia ela foi ao altar para receber oração. Eu fui à frente e disse ao pastor que "deus" havia me dito para orar por essa senhora, e que ela estava tendo um problema com um demônio de adivinhação. A senhora sabia que estava tendo problemas, e então eles prontamente concordaram comigo. Eu coloquei as mãos sobre ela e ordenei ao demônio que a deixasse. O que eles não sabiam é que eu tinha, com meu espírito, chamado o demônio para vir para mim porque eu o queria. O demônio prontamente a deixou e entrou em mim. Eles pensaram que eu era uma cristã muito poderosa porque a mulher sentiu um grande alívio quando o demônio saiu. Eles nunca vieram a saber que eu, na verdade, era uma bruxa que queria o demônio de adivinhação que estava nela! Com certeza não fazemos idéia de quantas vezes tais coisas ocorrem, todos os dias, nas igrejas cristãs.
            As duas moças ficaram em silêncio por alguns minutos, cada uma ocupada com seus pensamentos. O fogo já estava apagando, deixan­do apenas a luz de uma pequena lâmpada que havia no aposento. Subitamente o relógio começou a bater... bong, bong, bong...
            - Oh, meu Deus, já é meia-noite e esqueci-me de telefonar para casa para avisar meu marido que cheguei aqui em segurança - excla­mou Joyce, pondo-se de pé com um salto. - Preciso deixar pelo me­nos uma mensagem em nossa secretária eletrônica. Posso usar o seu telefone?
            - Claro, - respondeu Rebecca - use o telefone do dormitório. Quando Joyce deixou o aposento, Sheba subitamente se levantou e começou a dar um grunhido de alerta.
            "Hummmm, o que estará acontecendo?", pensou Rebecca. Logo em seguida a voz de Joyce veio do dormitório:
            - Rebecca, o seu telefone normalmente não dá um sinal para discar? Perguntou.
            - Claro que sim. Tente com o telefone da cozinha.
            O pelo de Sheba eriçou-se nas costas. Ela começou a correr entre a porta, uma janela e outra, apressadamente. Uma presença maligna começou a invadir o aposento. Rebecca levantou-se de um salto.
            - Este telefone também não funciona! - exclamou Joyce.
            Então Rebecca foi até o interruptor de luz, desligando-a, colocando a casa em completa escuridão.
            - E agora, o que está acontecendo?! - murmurou, dirigindo-se para as janelas da frente da casa. - Raios! - exclamou em voz baixa, ao olhar para o lado de fora.
            No gramado em frente da casa havia cinco figuras escuras. Duas pareciam estar carregando fuzis. Uma sexta figura veio rastejando dos fundos da casa.
            "Este deve ser o que cortou a nossa linha telefônica", pensou Rebecca. "Isto quer dizer que planejam entrar para uma visita e aposto que o propósito dessa visita não é nada amistoso."
            Elaine despertou-se de seu sono, levantando-se da poltrona da sala de estar, onde dormia.
            - O que está acontecendo? - sussurrou.
            - Não acenda a luz, - avisou Rebecca - eles estão com fuzis. Elaine uniu-se a ela na janela.
            - O quê?
            - Cortaram a linha telefônica - disse Rebecca em voz baixa.
            - Oh! Que ótimo! E agora?
            Rebecca orou rápida e silenciosamente: "Oh, Senhor, qual é a tua von­tade? A tua vontade é que entreguemos a nossa vida neste momento?" "Não!" foi a resposta imediata. "Permaneçam firmes". Rebecca soltou um grande suspiro de alívio.
            - Ouça, Elaine, eu sei que você está doente. Volte a dormir e eu vigiarei. O Pai está dizendo que ele vai nos proteger.
            Elaine acenou com a cabeça em concordância e voltou, sonolenta, para a poltrona.
            A esta altura, as figuras no lado de fora haviam colocado cinco velas pretas acesas no gramado da frente, em forma de pentagrama. En­quanto pronunciavam suavemente os seus encantamentos, demônios foram entrando na casa. Rebecca sentiu a presença maligna deles. Su­bitamente pensou em Joyce e nas duas outras moças: "É melhor eu ver se elas estão bem".
            Ela foi apalpando, no escuro, até a cozinha.
            - Joyce, - sussurrou - onde está você?
            Ouviu então um gemido em voz baixa e tropeçou em Joyce, que estava presa ao chão da cozinha, por um demônio. Rebecca ajoelhou-se ao lado dela e colocou as mãos sobre os ombros de Joyce.
            - Demônios, eu os repreendo no nome de Jesus Cristo, meu Senhor - disse ela, com firmeza. - Vocês não têm direito algum sobre Joyce. Saiam daqui agora. Eu ordeno em nome de Jesus.
            Joyce começou a mover-se e esforçou-se para colocar-se de pé.
            - Aquela gente está enviando contra nós chumbo grosso! - Rebecca sussurrou.
            - Eu sei - respondeu Rebecca - mas o Pai prometeu proteger-nos. Vá para a sala e espere lá. Tenho que ver o que está acontecendo com as outras moças.
            Rebecca encontrou Sue (não é este o seu nome real) presa ao chão no corredor, e Rita (não é este o seu nome real) presa ao chão no outro dormitório. Ambas estavam extremamente assustadas. Ela as ajudou a repreender os demônios que as prendiam e as levou à sala. Reuniram-se todas em oração, pedindo ao Pai que as protegesse. Ficaram em silêncio. A presença do mal continuava a aumentar. Rita e Sue estavam tremendo de medo.
            - Ouçam, isto não faz sentido! - exclamou Rebecca. - Não há razão para ficarmos sentadas aqui com medo. O Pai prometeu proteger-nos, portanto nós temos muito mais poder em nosso favor do que eles. Vamos usá-lo!
            - Isso me soa bem, mas como? - perguntou Sue.
            Sue e Rita estavam morando com Rebecca e Elaine havia dois meses.
            - A Palavra de Deus, esta é a nossa força - respondeu Rebecca. -Vamos ver quantos versículos bíblicos podemos recitar. Não nos ar­risquemos a acender as luzes para ler, e portanto vamos ter que citá-los de memória.
            Joyce logo compreendeu.       
            - Boa idéia, - disse - nós já repreendemos os demônios e ordena­mos que saíssem daqui, mas eles não estão se movendo. Se vão ficar por aqui, então terão que escutar a Palavra de Deus.          
            - Só uma coisa, Joyce, não ouse recitar nenhum versículo sobre "ir para a cova". Se você fizer isso, eu agarro o seu pescoço... - disse Rebecca, rindo.
            E assim elas começaram a recitar as Escrituras, versículo após versí­culo. Rita e Sue não tinham memorizado nenhum versículo, mas Joyce havia começado um programa intensivo de memorização das Escrituras sob a orientação de Rebecca e havia memorizado bastante. A medida que as duas moças permaneciam sentadas e recitavam as maravilhosas palavras das Escrituras em voz alta, todas podiam sentir a densa presença da maldade retrocedendo, recuando, recuando até as janelas da frente e, finalmente, saindo completamente da casa.
            De repente o Espírito Santo falou a Rebecca: "Vá até a janela agora, quero que você veja o meu poder." Ela compartilhou isso e todas foram de um salto espiar nas janelas da frente. As seis figuras estavam de pé com suas velas. Subitamente, todas as cinco velas apagaram ao mesmo tempo! As figuras tentaram reacendê-las, mas em vão. Nada funcionava. Não podiam reacender as velas. Começaram a olhar em volta e de repente todos eles começaram a correr para fora da propriedade. Correram pela rua e desapareceram dobrando a esquina. As moças gritaram de alegria, louvando e agradecendo ao Senhor por sua maravilhosa operação.
            Então elas foram para a cama e dormiram em paz no restante daquela noite.
            Rita e Sue aprenderam uma dura lição. Elas haviam se recusado a memorizar as Escrituras. Na hora em que mais precisaram, não as tinham à disposição, para poderem utilizá-las. E não podiam acender as luzes para ler a Bíblia.
            A Palavra de Deus é uma espada. É muito poderosa. A única forma de tê-la constantemente à sua disposição é memorizá-la.
            Você, leitor, teria tido a Palavra de Deus em sua memória, se tivesse estado lá?