13 - A Batalha de Oração Intercessória
Muito
freqüentemente as pessoas nos perguntam: "O que se pode fazer em favor de
quem obviamente está amarrado por Satanás, mas não aceita, de modo algum, o
ministério de libertação?"
Em
primeiro lugar, respondemos com outras perguntas: "Como é o seu estado
espiritual?" "O cativo já nasceu de novo?" "Ele está firme
no Senhor?" Precisamos nos lembrar de que a salvação também é libertação.
É a libertação do espírito humano. Antes de ser salva, a pessoa está morta em
suas transgressões e seus pecados (Efésios 2:1).
"Como
é que ela está morta?" É claro que não é morte física, porque continua
respirando e se mexendo. Sabemos que sua alma (personalidade) não está morta,
porque ela ainda pensa, sente e toma decisões, mas seu espírito está morto. Ela
não compreende as coisas espirituais nem está interessada nelas. A ressurreição
do espírito humano depende do poder vivificado!' do Espírito Santo. Ele tem de
nascer de novo (João 3:3). Isso acontece pela graça de Deus, mediante a fé
(Efésios 2:8). A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo
(Romanos 10:17). Salvação é libertação.
A
palavra grega para salvação, "soteria", significa libertação. Desta
forma, a salvação do espírito humano é a primeira etapa de sua libertação e é a
base para qualquer ministério adicional.
Então,
a prioridade, em libertação, é de levar o cativo a um relacionamento pessoal
com Jesus Cristo. Se a pessoa não estiver disposta a aceitar Jesus Cristo como
seu Salvador, então, os que se preocupam pela vida espiritual do cativo devem
interceder por ele e se colocarem na brecha. Devem orar para que a venda dos
olhos espirituais seja removida. O poder satânico cega o homem perdido.
"Mas,
se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está
encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos,
para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é
a imagem de Deus." (2 Coríntios 4:3, 4.)
Enquanto
o evangelho está sendo apresentado a essa pessoa, ore para que o mesmo Deus que
mandou a luz resplandecer das trevas ilumine seu coração, e Jesus lhe seja
revelado como Salvador. O apóstolo Paulo confirma que foi assim que ele se
converteu. E dá-se o mesmo com qualquer pessoa que se converte: é salva pela
graça soberana de Deus.
"Porque
Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em
nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de
Cristo." (2 Coríntios 4:6.)
Oração Intercessória
A
pessoa já convertida precisa de intercessores tanto quanto o incrédulo. Quem
não quer saber de, ou se recusa a receber do Senhor melhoria de sua condição
através da libertação, é porque está preso pelo engano. Qualquer desculpa que
seja dada para rejeitar a oração de libertação representa uma forma de engano
(satânico). Satanás, o enganador, fica levando vantagem, e o cativo continua
preso.
Jesus
nos ensinou a interceder uns pelos outros para que sejamos libertos das
armadilhas do demônio. Ele nos ensinou a orar: "E não nos deixes cair em
tentação, mas livra-nos do mal...", literalmente: "livra-nos do
maligno". É importante notarmos o pronome "nos". Devemos incluir
os outros em nosso pedido de libertação do maligno.
Em sua
poderosa exortação sobre a armadura espiritual do cristão, o apóstolo Paulo
enfatiza a importância da oração intercessória de luta espiritual a favor de
outros cristãos. A oração intercessória é, ao mesmo tempo, uma arma ofensiva e
defensiva contra as estratégias do demônio.
"Com
toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando
com toda perseverança e súplica por todos os santos." (Efésios 6:18.)
A Luta Espiritual
Às
vezes, o Espírito Santo nos leva a entrar em luta espiritual em favor das
pessoas que não estão abertas para receber ministração. A vontade da pessoa
pode estar tão dominada por forças demoníacas que ela é incapaz de reagir à
ajuda que lhe é oferecida. Nada que se diga irá convencê-la a abrir-se à
ministração. Sua vontade está sob o controle do inimigo.
É
preciso nos lembrarmos de que "a nossa luta não é contra o sangue e a
carne e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes" (Efésios 6:12).
Os
espíritos que controlam o cativo habitam nas regiões celestes onde reina o
príncipe da potestade do ar. Jesus deu à sua Igreja o poder de "amarrar
Satanás". Temos de levar a batalha até a porta do inferno e derrotar a
estratégia que Satanás tem lançado contra Jesus.
"Também
eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos
céus: o que ligares na terra, terá sido ligado nos céus, e o que desligares na
terra, terá sido desligado nos céus." (Mateus 16:18, 19.)
Os
verbos "amarrar" e "libertar" estão no tempo perfeito,
particípios passivos. Traduzindo o que esses tempos expressam, vemos que querem
dizer o seguinte: "O que quer que seja que amarremos ou libertemos na
terra é o que está no estado de ter sido amarrado ou libertado no céu."
Conseqüentemente, para podermos amarrar ou libertar as coisas na terra, é
necessário primeiro amarradas (ligadas) e libertadas (desligadas) no reino dos
céus.
Certa
vez, os pais de uma moça de 24 anos nos pediram para que intercedêssemos por
ela. A moça tinha aceitado Jesus anos antes e havia estudado numa faculdade
teológica, mas nessa época tinha-se desviado do bom caminho. Estava morando com
um rapaz, sem ser casada com ele, e também estava envolvida em espiritismo. E
recusava a toda oferta de ajuda de seus pais.
Juntos
com seus pais, minha esposa e eu amarramos o demônio controlador e ordenamos
aos espíritos imundos que estavam nela a desligarem-se dela para que ela
pudesse receber a ministração direta. A moça estava longe de nós, mas estávamos
operando no reino espiritual, onde distância não é barreira.
Em
poucos dias, a filha fez uma volta de 180°. Ela telefonou para seus pais
pedindo socorro, deixou seu lugar de pecado e aceitou nosso convite para ficar
conosco e receber o ministério de libertação e aconselhamento. Dentro de poucas
semanas ela estava restaurada e começou a tomar parte ativa em nosso ministério
de libertar outros cativos de Satanás. Tudo isso foi o resultado de guerra
espiritual nas regiões celestes.
Perguntamos
à moça o que ela havia experimentado no exato momento em que nós estávamos
amarrando os demônios que a controlavam. Ela nos contou que, naquele momento, a
sua mente tinha-se tornado clara.
Quando
a opressão mental foi destruída, ela instantaneamente se conscientizou de que
seus pais a amavam e ficariam felizes em ajudá-la. Então, ela tomou a decisão
de cooperar com a ajuda espiritual que estava a seu dispor.
Porém,
cuidado! Temos de estar cientes de que não podemos controlar a vontade de outra
pessoa. O objetivo da luta espiritual é libertar a vontade da pessoa para que
ela possa responder diretamente ao Senhor Deus e receber o socorro que Deus lhe
oferece. Nos casos em que a pessoa escolheu, por sua própria e livre vontade,
submeter-se ao poder do pecado e de Satanás, amarrá-lo não adianta coisa
alguma. Quando os poderes demoníacos são amarrados, por terceiros, à pessoa,
então, ela tem a capacidade de escolher a Cristo e Seu Reino.
Porém,
cuidado! Muitas coisas tolas e perigosas têm sido feitas em nome da oração
intercessória de luta espiritual. Conhecemos casos em que o intercessor
concordou em receber os demônios residentes em outra pessoa. A idéia é que os
demônios que estão na pessoa rejeitando o ministério de libertação deixarão o
cativo, entrarão no intercessor e, com mais facilidade, serão expulsos do
intercessor.
Satanás
está mais do que pronto para entrar nesse jogo. Não existe base nenhuma na
Palavra de Deus para dizer que devamos receber demônios em nosso próprio corpo,
seja qual for a hora ou a razão. Permitir que os demônios entrem é abrir-se ao
influxo de espíritos malignos, sem garantia nenhuma, da parte de Satanás, de
que os demônios automaticamente sairão de outra pessoa. Assim, o arque
enganador vence novamente!
Em
outra ocasião, passamos quase um dia inteiro na libertação de alguém com
centenas de espíritos imundos que tinham entrado, e ali estavam por causa de
seu envolvimento tolo de "aceitar os demônios dos outros". A senhora
havia concordado em ser a substituta a receber ministração até mesmo em lugar
de pessoas que estavam dispostas a receber ajuda direta. De novo, enfatizo que
não há base nas Escrituras para tal tipo de ministério.
A Arma do Amor
Ao
ajudar alguém que se recusa a receber ministração direta, não se esqueça do amor.
No mais íntimo do seu ser, essa pessoa tem sede de ser amada. Podemos ter a
certeza de que, no seu passado, ela foi ferida ou rejeitada.
O olho
do amor é capaz de distinguir entre a verdadeira pessoa e os habitantes
demoníacos que se manifestam em ódio, rebelião, suspeita ou o que quer que seja
que a impede de ser libertada.. Tal discernimento de amor nos capacita a amá-la
e não a nos retrairmos por causa da fúria da tempestade gerada por sua
personalidade instável. Ainda que o cativo não reconheça nem corresponda ao
amor oferecido, podemos estar certos de que o amor incondicional é uma técnica
de luta espiritual que põe uma pressão intolerável nos poderes das trevas.
Os
espíritos malignos são comparados com o fôlego e o ar. A palavra grega para
espírito (pneuma) significa fôlego ou ar. Da mesma forma que monóxido de
carbono é fatal à nossa vida, assim é o amor para um espírito maligno. Ele não
pode existir ou operar quando envolvido em amor.
Nosso
amor ágape forja uma arma que derruba os poderes de antiamor na vida dos
outros. É por isso que Jesus nos ensinou a amarmos nossos inimigos. Assim,
amontoamos brasas de fogo sobre a cabeça deles, isto é, isso purifica a mente
deles.
São
justamente os que mais necessitam de libertação que, muitas vezes, são os mais
difíceis de se amar. Pode ser que eles se rebelem e nos firam quando lhes
oferecemos compaixão e amor. Mas recebemos a ordem de amar, mesmo àqueles que
parecem ser menos dignos de amor. (Veja Mateus 5:43-48.)
Aliás,
essa é exatamente a maneira como Deus nos libertou. Ele nos amou apesar de
nossa vileza. (Veja Romanos 5:8.) Seu amor quebrou as barreiras: o amor tem o
poder de remover todo impedimento. É uma poderosa arma nas mãos de um hábil
combatente espiritual.
Orar as Escrituras
Temos
de ser guiados pelo Espírito Santo em nossa luta de oração intercessória. O
Espírito Santo dará ao guerreiro espiritual as passagens específicas das
Escrituras de que ele necessita. Use esses trechos vivos como guia em sua
oração. Assim, você estará usando "a espada do Espírito, que é a palavra
de Deus".
Por
exemplo, ao orar pelo marido que não está seguindo o Senhor, a esposa poderá
orar o seguinte tipo de oração dada pelo apóstolo Paulo, personalizando-a
assim:
Não
cesso de orar por meu marido José e de pedir que José transborde de pleno
conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a
fim de que José viva de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado,
frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo
fortalecido com todo o poder, segundo a força da Sua glória, em toda a perseverança
e longanimidade, com alegria. (Colossenses 1:9-11.)
O Líder é o Espírito Santo
Temos
destacado vários princípios espirituais a serem seguidos na luta de oração
intercessória, mas cada situação é única. O Espírito Santo conhece todos os
fatores e circunstâncias em relação ao caso. Ele ajustará a direção certa em
que o intercessor deve ir. A luta a favor dos outros é uma luta espiritual, não
pode ser vencida na carne. A estratégia dessa luta não pode ser planejada por
sabedoria humana. Permita que o Espírito Santo seja o líder.