12 - Autolibertação
A
pergunta surge com freqüência: "Pode uma pessoa fazer autolibertação?"
Minha resposta é "sim", e estou convicto de que uma pessoa não pode
ficar livre dos demônios até ela estar andando nessa dimensão do ministério,
isto é, a autolibertação.
Como é
que alguém pode libertar-se? Como crente, ele tem a mesma autoridade do crente
que está sendo usado no ministério de libertação de outros. Ele tem a
autoridade em nome de Jesus! E Jesus claramente prometeu àqueles que crerem:
"em meu nome expelirão demônios" (Marcos 16:17).
Geralmente,
a pessoa só precisa saber como agir para efetuar sua própria libertação. Depois
que alguém tenha experimentado uma libertação inicial, nas mãos de um ministro experimentado,
ele pode começar a prática de autolibertação.
Devemos
lembrar que a libertação é um processo. Seria ótimo se pudéssemos ficar livres
de todos os demônios habitando em nós e esquecê-los para o resto da vida. Mas
quantos de nós podemos ficar libertos por completo? Se nunca pecássemos por
pensamentos, palavras ou ações, nunca precisaríamos de libertação. O pecado
abre a porta aos demônios. Isso não quer dizer que toda vez que a pessoa comete
pecado, um demônio vai entrar. Mas de qualquer modo, pecado é uma maneira pela
qual a porta é aberta aos demônios, mesmo que essa abertura não seja muito
grande.
O maior
problema que o autolibertador vai enfrentar é o do discernimento certo dos
espíritos. Muitas pessoas têm a tendência de confundir a atividade demoníaca em
sua vida com meras expressões de personalidade humana. É comum alguém reagir ao
discernimento de certo espírito dizendo: "Oh! pensei que tosse eu!"
Há aqueles que desejam seguir o caminho de "faça-o você mesmo", de
modo que seus pecados continuem ocultos. Este não é um motivo recomendável para
iniciar sua própria libertação. A Palavra de Deus nos ensina que há lugar para
confissão.
"Confessai,
pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo." (Tiago 5:16.)
Há
casos em que um forte espírito de engano controla a pessoa a ponto de ela não
ver nada errado em si mesma. Lembro-me de uma senhora que veio a mim com o
pretexto de desejar libertação. O verdadeiro motivo apareceu logo. Ela veio
para propagar uma doutrina falsa em que estava envolvida. Disse-me que tinha
"o dom de abrir sua Bíblia" para responder às suas próprias perguntas
e às de outros.
Antes
de sair de sua casa, naquele dia, ela tinha aberto a Bíblia, e apontado o dedo
em um versículo e recebido esta mensagem: "Vai, tua fé te salvou".
Ela interpretou isso como significando que não necessitava de libertação. Durante
nossa conversa ela revelou que quando era pequena morou com uma necromante. A
influência dessa experiência abriu-a para receber um espírito de adivinhação
que operava nessa prática de abrir a Bíblia ao acaso, em busca de respostas.
De vez
em quando um cristão pode receber uma palavra de Deus desta maneira, mas quem
depende unicamente disso como a maneira primária de ouvir Deus está pisando em
terreno perigoso.
Não há
necessidade de ficar preocupado com demônios. Devemos ficar atentos a Jesus e
àquilo que é verdadeiro, honesto, puro e de boa fama. Mas quando as
perturbações satânicas vierem, não deveremos hesitar em reconhecê-las e
tratá-las com a autoridade que nos deu nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso objetivo
em lutar contra Satanás é tirar todo o impedimento à nossa comunhão espiritual
e ao nosso ministério.
A
autolibertação é experimentada da mesma maneira como a libertação ministrada
por um terceiro. A única diferença entre as duas formas é que a pessoa liberta
é, também, o ministro de libertação. O sujeito fará, orando, sua própria
confissão a Deus: que ele não quer nada do diabo e deseja que o Senhor o
liberte.
Os
demônios deverão ser confrontados e chamados por nome, um por um. Depois de
várias vezes que um certo demônio tenha sido mandado embora em nome de Jesus, a
pessoa deve começar a respirar o mais profundamente possível ou provocar uma
tosse das profundezas do corpo.
Uma vez
que as manifestações variam de pessoa para pessoa, não é possível explicar, de
antemão, o que vai acontecer. Do mesmo modo que as libertações, a manifestação
que acompanha a saída dos espíritos imundos pode variar muito. Em minha própria
experiência, logo que confrontei o demônio, senti uma pressão em minha garganta
e em seguida tossi e vomitei muco. Houve, então, um sinal de que a coisa tinha
saído. Algumas pessoas têm mais capacidade que outras para efetuar sua própria
libertação.