14 - O
Ministério e as Crianças
Já foi demonstrado que os demônios
podem ganhar entrada num feto e nas crianças; é óbvio, pois, que deve existir
libertação para elas. Os demônios podem ser expulsos de crianças, da mesma
maneira como dos adultos". 'Haverá manifestações dos espíritos saindo pela
boca e nariz, tanto quanto em outras libertações.
Geralmente é fácil libertar as
crianças. Desde que os espíritos não tenham passado muito tempo nelas, os
demônios estão ainda na superfície. Há exceções com as crianças que foram expostas
ao ataque demoníaco por circunstâncias severas. As manifestações dos demônios
podem ser dramáticas, tanto nas crianças quanto nos adultos.
Um jovem casal cristão trouxe seu
filho de 3 meses para nossa ministração. Era seu primeiro bebê e os pais não
estavam concordando sobre a disciplina que lhe dariam, até que apareceu um
forte argumento.
Durante a briga a criança começou a
gritar e, desde então, parecia que a criança estava sofrendo de espíritos de
tormento. Minha esposa segurou a criança nos braços e mandou os espíritos
embora em nome de Jesus. Enquanto o primeiro demônio saía, a criança ficou
rígida e deu um grito. Mais dois demônios saíram da mesma maneira. O bebê
acalmou-se e logo estava dormindo tranqüilamente.
Uma menina de quatro anos foi
liberta enquanto estava sentada no meu colo, folheando um livro de histórias
bíblicas. O Espírito Santo dirigiu meus comentários sobre as figuras, usando-os
na identificação dos espíritos e nas ordens para saírem. Eles saíram tossindo.
Duas outras crianças da mesma
família, de seis e sete anos, receberam nossa ministração, de modo informal.
Estas duas crianças maiores tinham sido a causa de grande consternação para os
pais. Elas eram teimosas demais. Depois de serem libertas, houve nelas uma
transformação tal que chamou a atenção de pessoas de fora da família.
Para a maioria das crianças de 5 ou
6 anos, podemos dar uma simples orientação sobre aquilo que vai acontecer antes
de começar a ministração. Elas têm de saber que você não está falando com elas,
pois ficariam assustadas ou ofendidas pelas palavras de ordem dirigidas aos
espíritos.
Em geral, as crianças cooperam muito
bem. Como elas geralmente se sentem melhor com os país, é melhor que um dos
pais segure a criança durante a ministração. O ministro de libertação tem de
discernir as reações da criança que são atribuídas aos demônios que estão sendo
agitados. Os espíritos podem fazer a criança não gostar de ficar com a mãe nem
com o pai. Ela pode chorar, gritar ou mostrar sinais de grande medo.
Os demônios usam várias táticas para
fazer a pessoa pensar que é a criança que está sendo prejudicada, de modo que o
ministro, ou o pai, estará com tanta pena da criança que fará parar a
libertação, e os demônios ficarão.
Especialmente na ministração às
crianças, é necessário lembrar que não é a altura da voz que faz o demônio
obedecer, mas a autoridade no nome e sangue do Senhor Jesus Cristo. As ordens
podem ser dadas com muita calma, e a criança entenderá muito pouco o que está
acontecendo.
Como é que as crianças e os bebês
conservam sua libertação, uma vez libertados? Não é responsabilidade da
criança, mas da pessoa responsável por ela. Sei que você encontrará nas
Escrituras que, quando Jesus ministrou às crianças, um dos pais ou ambos
estavam presentes. É responsabilidade dos pais serem os protetores espirituais
de seus filhos.
O caso seguinte é apresentado por
minha esposa e ilustrará a maioria dos fatores envolvidos na libertação de uma
criança:
"A mais vivida libertação
infantil que já vi foi a de uma menina de seis anos. Vamos chamá-la de Maria. O
pai de Maria veio à procura de libertação. Durante a entrevista, falou da sua
dificuldade em disciplinar a filha. Ele e sua esposa eram desquitados e ele
estava criando a menina. Disse que ela dava muito trabalho, e era teimosa e
rebelde. Ele ficava muito sentido com isso, pois a natureza da menina criara
nele uma raiva excessiva, e ele acabava castigando-a severamente. Nós dissemos
que Maria precisava de libertação tanto quanto ele, ou até mais, e insistimos
para que ele a trouxesse.
"Uns dias mais tarde, Maria
veio à igreja diretamente da escola. Devo mencionar aqui o fato de que,
enquanto estava fazendo amizade com ela e explicando que queria orar por ela,
Maria tomou meia garrafa térmica de laranjada. Ela era hiperativa, pulando no
banco da igreja, absolutamente incapaz de ficar quieta durante nosso bate-papo.
"Eu disse: Maria, seu pai me
disse que você sabe que espíritos maus existem. Os olhos dela abriram-se e ela
contou que todas as noites tinha de verificar se todas as portas estavam
trancadas, antes de dormir. Ao levantar-se uma noite, para tomar água, ela
ficou com medo e teve de verificar, as portas novamente. Eu disse: 'Sim, isso é
medo, Maria. Você está perturbada por um espírito de medo. É ele que faz você
ficar com medo, e quero orar por você e fazer com que ele deixe seu corpo. Ele
entrou em você, e, quando eu orar, ele sairá pela boca.' Ela aceitou minhas
palavras com a fé simples e pura de uma criança.
"Convidei-a a sentar-se junto a
mim, enquanto eu estava orando. Ela o fez, mas ficou tão inquieta que eu tive
de colocá-la no meu colo para que ela ficasse perto de mim. Ela sentou-se
encostada em mim. Comecei a orar com fé e confiança que Jesus ia libertada. O
Espírito Santo claramente me disse para falar em voz baixa — mais baixa ainda
do que a que usei para conversar. Disse-me também para considerar cada palavra
que agora ia sair da sua boca como sendo inspirada por demônios.
"Comecei a confrontar os
demônios. Eu disse: 'Vocês, demônios que habitam no corpo de Maria, vocês têm
de Saber que Maria está coberta pelo sangue de Jesus, pela relação que seu pai
tem com Jesus. Tal como o pai que nos dias de Moisés colocou sangue no batente
da porta para proteger a família, assim está Maria sob a cobertura do sangue. Demônios,
também quero que vocês saibam que o pai de Maria ouviu e aceitou a verdade da
Palavra de Deus a respeito de vocês. Ele sabe agora que tem sido vocês contra
quem ele tem lutado e não contra Maria.'
"Percebi que Maria estava
murmurando e inclinei a cabeça para ouvir melhor. Ela estava dizendo: 'Não
gosto daquilo que você está dizendo'. Repliquei: 'Sei que vocês não gostam,
pois estou expulsando vocês. Maria tem sido atormentada por vocês desde antes
de seu nascimento; ainda no ventre da mãe, alguns de vocês entraram. Mas Deus
disse que vocês não podem mais habitar nela.' Novamente o demônio em Maria
começou a murmurar.
Desta vez, em palavras forçadas e
rebeldes, eles reagiram: 'Não... gosto... do... que... você... está...
dizendo!' Com muito cuidado, respondi em voz baixa: 'A situação não vai melhorar
para você, demônio, mas vai piorar porque você será expulso dela hoje. Você
está perdendo sua casa'.
Com isso, o demônio gritou, dizendo:
'Não gosto do que você está dizendo, cala a boca, viu!' Respondi: 'Não. Não vou
calar-me, mas vou continuar a falar até você deixar o corpo dela.'
"Continuei confrontando-os.
'Agora, demônios, comecem a se manifestar, em nome de Jesus.' Imediatamente
Maria começou a sussurrar de novo: 'Você não me ama; se me amasse, não iria me
segurar.' Respondi: 'Certo, demônio de rejeição, você impedia o amor que era
dado à Maria. Você a fez pensar que ninguém a ama — até mesmo Deus. Você vai
sair dela agora, rejeição, em nome de Jesus.' Um por um, os demônios começaram
a manifestar sua natureza. Eles vinham tão rápido que eu mal tinha tempo para
identificar um, e lá vinha outro.
"Os demônios estavam forçando
Maria a sair do meu colo, apesar de eu poder segurá-la em meus braços, sem
problema nenhum. No fim, tive de prender uma perna dela entre as minhas. O
demônio de ódio pôs o rosto dela no meu e, com o nariz dela no meu, gritou:
'Odeio você.'
Ainda falando com voz suave, mandei
o demônio de ódio sair. Ela começou a gritar: 'Quero uma faca, quero uma faca!'
O demônio apertou os dentes de Maria e disse: 'Quero uma faca para matar você.'
'Você, demônio de homicídio, mando você sair em nome de Jesus.'
"Em seguida, Maria levantou-se,
colocou as mãos nos quadris, dizendo: 'Ninguém NUNCA me disse o que fazer!'. Eu
disse: 'Provocação, saia!'.
"Houve uma mudança distinta em
sua voz quando o próximo demônio falou. Ele disse: 'Eu faço só aquilo que
quero.' Eu disse: 'Vontade-própria, saia!' Houve outra mudança na voz ao dizer:
'Você nunca me fará sair.' 'Teimosia, você tem de sair também', insisti. Maria
levantou as mãos como se fossem umas patas com unha afiadas e atacou meu rosto;
seus olhos estavam salientes, e ela gritava. Eu disse: 'Loucura, saia de Maria
em nome de Jesus.'
Ela começou a arrancar os cabelos e mover
a cabeça violentamente. Eu disse: 'Enfermidade mental e loucura, saiam'. Em
seguida era esquizofrenia, pena-de-si, rejeição, rebelião e amargura. 'Nenhuma
dessas personalidades é a verdadeira Maria. Eu desligo a verdadeira Maria para
ser aquilo que Jesus deseja.' Com isso, ele arranhou meu braço, me mordeu e
rasgou minha blusa.
Neste ponto, ela olhou para mim
muito surpreendida porque não bati nela. Percebi que era a verdadeira Maria que
ficou surpreendida. Confrontei os demônios, dizendo: Não, demônios, não vou
castigar Maria por ter feito isto, porque posso separá-la de vocês. Por tempo
demais ela tem sido castigada na carne pelas coisas que vocês têm feito por
meio dela. Hoje é diferente. Vocês são os castigados e Maria está livre.'
Maria descansou por um segundo, e
daí outros demônios começaram a agir.
"Finalmente, depois de 20 ou 30
minutos de ministração, Maria começou a gritar implorando para ser largada,
dizendo: 'Não segure minha perna!' O Espírito Santo indicou-me que agora ela
podia sentar-se no banco ao meu lado. Ela estava chorando quietinha. 'Não gosto
que você me segure assim.' Eu culpei os espíritos malignos por aquilo, e ela
gostou da idéia de que finalmente eles eram os culpados e não ela.
"Maria sentou-se bem quietinha,
e o Espírito Santo indicou que eu poderia mandar o resto sair, e eu o fiz com:
'Todo o resto de vocês, demônios, saiam em nome de Jesus!' Imediatamente, Maria
ficou com náusea, e, antes que eu pudesse pegar uma toalha, ela vomitou uma
bola de muco, enchendo suas pequenas mãos e as minhas. Ela olhou para mim
sorrindo e banhada em paz.
"Lembre-se de que no começo
contei que Maria havia tomado laranjada ao chegar para nossa ministração. Não
houve nada de laranjada no vômito, pois não procedeu do estômago.
"Ficamos conversando uns 15
minutos. Maria ficou quietinha, em contraste à natureza hiperativa demonstrada
antes. O seu pai ficou pasmado. Ele observou tudo com sentimentos mistos, sem o
discernimento e experiência que eu tinha. Ele pensava que Maria estava sendo
maltratada, mas resistiu ao impulso de interferir na ministração.
"Embora eu não tenha tido
contato pessoal com Maria, as notícias dela são maravilhosas, como: 'Ela está
tão diferente! Nem parece a mesma menina.' 'Ela responde ao amor', etc.
"Meus olhos se enchem de
lágrimas quando me recordo dessa libertação. Foi a primeira libertação que me
fez chorar. A luta foi tão tumultuada, e a paz tão maravilhosa, que eu não pude
deixar de chorar. A Deus seja a glória."