quinta-feira, 29 de abril de 2021

Desmascarando o espírito de Jezabel - 09 -O cerne da questão



CAPÍTULO 9 - O CERNE DA QUESTÃO

 Ao que tudo indicava, Brenda e Brad formavam um casal bem-sucedido. Eram jovens, vestiam-se impecavelmente, tinham porte atlético e dirigiam carros luxuosos. Depois que se tornaram cristãos, os dois canalizaram a sede de sucesso para as atividades da igreja e se envolveram profundamente. Assumiram vários ministérios, organizando jantares e reuniões de oração. A personalidade cativante dos dois atraía as pessoas. Parecia que ambos tinham nascido para o ministério.
Brenda e Brad atraíram a atenção de Henry, o pastor titular. A amizade entre os três cresceu e se fortaleceu. Logo, Brad tornou-se pastor auxiliar. No entanto, os problemas já estavam germinando abaixo da superfície.
Exteriormente, Brenda e Brad pareciam ter um casamento  perfeito. Brad era equilibrado e firme, mas, com sua nova posição, Brenda, sua esposa, começou a se tornar cada vez mais ameaçadora. Às vezes, ela apavorava emocionalmente as outras pessoas. Depois de quatro anos, o pastor titular começou a notar que as opiniões dela pareciam suplantar os desejos do marido. Ele simplesmente cedia a todos os seus caprichos e à sua vontade forte.

Assim como fazia com o marido, Brenda começou a impor sua vontade forte também sobre Henry. Quando não conseguia algo que queria, ficava amuada e externava todo o seu desapontamento por ter sido desprezada. Esse tipo de rebelião não foi tratado e começou a se transformar em ira e amargura. Embora ela mantivesse um ar de lealdade perto de Henry, começou a espalhar mentiras, afirmando que ele tinha profundo ódio pelas mulheres. Embora jamais tivesse conversado com Henry sobre essas questões, ele começou a ouvir rumores sobre o que ela dizia longe dele.
Em várias ocasiões, Henry comentou com Brad sobre os boatos. Essa estratégia pareceu aquietar Brenda, mas a calma foi apenas momentânea. Periodicamente, sua cólera explodia nas reuniões da liderança. Nesses momentos, ela confrontava o pastor titular de forma hostil e desrespeitosa. Logo começou a fazer reuniões privativas com outras esposas de líderes, promovendo divisões. Como resultado, dois membros da liderança se exoneraram.

Por trás de tudo, Brenda tinha esperança de encabeçar um levante e nomear seu marido como pastor titular. Ela acreditava que ele seria um líder muito melhor do que Henry. No entanto,antes que a rebelião ocorresse, as pessoas começaram a se afastar, c o número de membros caiu pela metade. Então, quando Brenda sentiu que as coisas iriam piorar, que Henry se dera conta de que ela era o verdadeiro problema, convenceu Brad a pedir sua exoneração. Ele, porém, jamais percebeu o que sua esposa tinha feito.

TEMPO DE GESTAÇÃO
Conforme vimos na história acima, o espírito de Jezabel se fortalece com o tempo. Esse processo de desenvolvimento inclui o indivíduo gradualmente aceitar pensamentos inspirados por demônios. Com o passar do tempo, esses pensamentos se tornam razoáveis em sua mente e o levam a tomar atitudes que acredita serem dirigidas por Deus.
Quando o espírito amadurece, produz uma grande quantidade de frutos espinhosos, venenosos e mortais, os quais muitas vezes são disfarçados como sedutores e espirituais. Aqueles que tocam nesses frutos são feridos pelos espinhos escondidos, que fazem com que sangrem, e aqueles que os ingerem são envenenados.

VOZES IMITADORAS
O espírito de Jezabel é um impostor perigoso dentro da Igreja. Ele imita o verdadeiro ministério profético e distorce a função apropriada da profecia. Outras imitações tenebrosas do ministério profético (clarividência, adivinhação, mediunidade, etc.) se levantaram nos últimos anos para falar de coisas sobrenaturais. Você pode se surpreender ao saber que o espírito de Jezabel é ainda mais enganador do que essas outras imitações, simplesmente porque é menos óbvio aos olhos inexperientes.
Embora o indivíduo dominado pelo espírito de Jezabel possa não praticar a magia negra ou estar diretamente envolvido com o satanismo, compartilha com eles as mesmas raízes demoníacas. De fato, seus portadores às vezes produzem frutos maiores, porque suas ações são mais sutis e suas raízes se tornam mais profundas antes de serem notadas.

Toda igreja que abraça o ministério profético terá de enfrentar o espírito de Jezabel, porque ele imita o dom profético e o chamado de Deus. Esse espírito entra em ação para destruir a profecia. Desde que ele trabalha sob disfarce, suas atividades são extremamente ameaçadoras.
O indivíduo entregue a esse espírito muitas vezes tenta ampliar e fortalecer sua base de poder atraindo e controlando outras pessoas, agindo como um ímã espiritual. Pastores e líderes precisam reconhecer a operação desse espírito oculto porque ele busca dividir as congregações e instigar as contendas, a confusão e o engano dentro das igrejas.

DISTINÇÕES NECESSÁRIAS 
Devemos estabelecer uma clara distinção entre uma pessoa imatura com dom profético e alguém com o espírito de Jezabel. Os profetas imaturos precisam apenas encontrar o lugar certo no Corpo. Podem não ter sabedoria e humildade, mas sua intenção não é destruir a igreja. Profetas muito imaturos e afoitos podem fazer coisas tolas e desprovidas de sabedoria. No entanto, assim como não matamos nossos filhos porque são imaturos, também não devemos matar aqueles que estão na fase infantil do ministério profético. Pastores e líderes devem ter paciência com os jovens profetas e vencer a própria intolerância para com os jovens que precisam ser treinados.

Quando nós - na sabedoria e na direção do Senhor - aprimoramos e afiamos as habilidades daqueles que têm dom, trazemos pureza e qualidade ao ministério profético. No final, tais indivíduos trarão revelação, conhecimento e sabedoria a todo o Corpo de Cristo. Assim, todas as dificuldades insignificantes desse período de gestação mostrarão que valeu a pena, bem como o tempo que foi gasto.
Durante a fase de desenvolvimento, é especialmente importante não atrofiarmos nem abortarmos os dons dos jovens profetas, acusando-os de terem o espírito de Jezabel. Os pastores e líderes devem aprender como corrigir e alimentar o dom profético sem ferir ou matar o espírito da pessoa.
Às vezes, a diferença entre um profeta imaturo e alguém que opera sob o espírito de Jezabel é bem sutil em seus primeiros estágios. A identificação das diferenças envolve olhar para o cerne da questão. Um jovem profeta começa com um coração disposto a servir a Deus.
Embora o espírito de Jezabel também possa ter começado com um coração disposto a servir ao Senhor, em algum ponto ele se afastou do caminho e enveredou para a autopromoção. Vários outros pontos de afastamento serão descritos com mais detalhes abaixo.

1. AMBIÇÃO EGOÍSTA 
A Bíblia nos adverte:
Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. — Filipenses 2.3 Como gosta de ser aclamado, muitas vezes o indivíduo com o espírito de Jezabel atribui títulos a si próprio ou faz tudo para alcançar posições de liderança. Tendo uma atitude elitista, ele considera certa posição como "mais abençoada" e despreza outra como "menos abençoada" ou como não sendo importante nas questões espirituais da igreja.
O espírito de Jezabel também se empenha para lucrar com seu dom e para ampliar sua esfera de influência. Muitas vezes, tais indivíduos não consultam ao Senhor sobre onde e quando ministrar. Simplesmente cedem à necessidade pessoal de mais publicidade. À medida que o sucesso deles aumenta, vão pronunciando mais profecias, embora Deus não os tenha enviado. Podem chegar até a acreditar que o Reino de Deus cresce na mesma medida que a reputação deles. No entanto, estão lamentavelmente enganados. Por outro lado, os jovens profetas inicialmente podem ser afetados pela atenção e reverência que recebem das pessoas. No entanto, quando amadurecem, a maioria rejeita qualquer exaltação pessoal ou publicidade. Eles se dão conta de que estar sob os holofotes só serve para ficarem cegos em relação ao chamado mais elevado de Deus e que a fama na verdade impede as pessoas de dedicarem mais tempo a sós com Deus.

Os indivíduos chamados para o ministério profético também devem prestar contas a alguém por suas palavras e ações. Devem ter uma atitude positiva quando outros apontam seus erros e debilidades. Devem aprender a se submeter à autoridade espiritual. No processo de submissão, aprendemos a morrer para a nossa vontade própria. Esse processo é incrivelmente doloroso, mas todo cristão deve pagar o preço e crucificar a natureza humana com seus desejos carnais. A disposição de submeter todos os aspectos da vida e do ministério ao Senhor deve ser evidente naqueles que se levantam como líderes na Igreja. Uma das marcas de alguém com coração sincero diante de Deus é como responde à correção. Quando é repreendido, o espírito de Jezabel fica indignado. O homem espiritual, porém, se arrepende.

2. LUCRO PESSOAL 
Enquanto o indivíduo portador de dom profético tem de passar por um duro processo de quebrantamento (Ne 5.14-19), o espírito de Jezabel raramente faz algum tipo de sacrifício. Em geral, pessoas com esse espírito demonstram um desejo ardente de mostrar sua "visão profética". Ao fazerem isso, deixam claro que têm motivos ocultos e insistem em obter algum tipo de retribuição - reconhecimento, fama, dinheiro, roupas ou vários privilégios concedidos por indivíduos facilmente impressionados com sua visão do sobrenatural.

Rapidamente, o indivíduo egocêntrico nota que sua visão profética pode abrir portas. Daí, cai na tentação de usar o dom genuíno, misturado com prognosticação e opinião pessoal. Tais indivíduos aprendem a ler a alma das pessoas e apresentar suas revelações humanas como se fossem profecias divinamente inspiradas.
Quando essas revelações corrompidas são pronunciadas, fazem com que aqueles que estão em real sintonia com o Espírito Santo se desviem. Novamente, o espírito de Jezabel busca separar, enquanto o ministério profético busca servir e encorajar outros. Mesmo quando a palavra profética é dura, deve deixar o ouvinte com sentimento de esperança, e não de condenação.

3. COBIÇA
Apetites sensuais com freqüência ficam soltos nos indivíduos dominados pelo espírito de Jezabel. Um espírito de cobiça os consome interiormente, até que assume o controle total.
Tal cobiça não é somente sexual. Dinheiro, favor ou reconhecimento podem alimentar a ambição e oferecer resultados desejáveis. Cresce no interior do indivíduo uma sede insaciável por prazeres. Como resultado, a obra de Cristo na cruz, deixa de se manifestar em sua vida.

4. EMBARAÇO DEMONÍACO 
Quando o indivíduo atinge o nível intermediário de embaraço demoníaco, seus propósitos vão ficando mais sutis e deliberados. Ele tentará controlar as ações dos amigos, parentes e irmãos em Cristo. Sempre que a falsa humildade, mentira e bajulação não geram reconhecimento e estima, o indivíduo apela para a ira, a acusação e o domínio. Ele vai se tornando uma pessoa cada vez mais problemática. Nesse estágio, já se tornou hábil e capaz de racionalizar e justificar seu comportamento estranho empregando uma intrigante terminologia espiritual. Qualquer um que tentar confrontá-lo sem estar bem preparado se afastará meneando a cabeça, confuso, descartando a possibilidade de suas tendências demoníacas - apesar de seu discernimento inicialmente contrário.

Se a obstinação e a insubordinação desse indivíduo não forem confrontadas, ele se rebelará contra qualquer autoridade que não concordar com ele. Além disso, aconselhará outras pessoas a se rebelarem contra a autoridade pastoral, muitas vezes apresentando aqueles que discordam como espiritualmente cegos ou ingênuos. A rebelião não tratada abrirá a porta para outros espíritos malignos na vida do indivíduo e dos seus seguidores, ou até sobre toda a igreja. No final, um ataque verbal súbito e violento pode ser dirigido especificamente contra aqueles que não demonstram lealdade ou submissão a Jezabel. Enquanto isso, os membros da igreja que parecem indiferentes ou complacentes a esta rebelião acabarão servindo como peões num jogo demoníaco. Tragicamente, o resultado final geralmente é a divisão na igreja.

5. ESPÍRITO DE INIQÜIDADE 
Há um excessivo espírito de iniqüidade em nossa sociedade atual. Iniqüidade é um termo usado para descrever pessoas que não são restringidas nem controladas pela lei, especialmente a Palavra de Deus. Em essência, toda rebelião contra Deus é iniqüidade (1 Jo 3.4). Os responsáveis pela morte de Jesus foram caracterizados como iníquos (At 2.23). O líder da rebelião escatológica, o Anticristo, é chamado de "homem da iniqüidade" (2 Ts 2).
O espírito de iniqüidade lança seu ataque contra o Reino de Deus e leva os indivíduos a se rebelarem e se oporem aos líderes divinamente instituídos. Ele inspira insinuações, rumores, mentiras, calúnias, manipulação e controle, criando divisões -ou pelo menos tentando. Assim, quando desafiamos pastores piedosos e outros ministros e os caluniamos, violamos as regras do Reino estabelecidas pelo Senhor. Tal atitude é rebelião e pecado.

Qualquer que comete o pecado também comete iniqüidade, porque o pecado é iniqüidade. — 1 João 3.4, ARC. Nosso Deus é onisciente e conhece com antecedência a teologia, os dons, as experiências e a personalidade de cada pastor. Com infinita visão, ele sabe exatamente como um líder desempenhará suas idéias e planos para a igreja.
Provavelmente, as qualidades do líder se evidenciarão primeiro, seguidas das debilidades, mas que nenhuma delas será surpresa para Deus. Assim, o pastor conhecido por ferir pessoas, consciente ou inconscientemente, terá permissão de liderar uma igreja a despeito de suas debilidades. Deus é paciente e observa os líderes irem amadurecendo em caráter e dons. Se o seu pastor costuma ofender você, será que Deus não está permitindo isso para tratar com o seu coração?

PROTOCOLO CORRETO 
Quando falamos contra os líderes apontados por Deus, semeamos nossa própria destruição. E bom lembrar o que a Bíblia diz:
Não aceites denúncia contrapresbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. -1 Timóteo 5.19 O texto de Mateus 18 nos oferece uma visão do protocolo apropriado para tratar com qualquer membro da igreja, inclusive pastores ou outro líder que tenha pecado ou cometido um erro.
Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. 

— Mateus 18.15-18 Mesmo que seu pastor seja iracundo e controlador como Saul, você deve ter o coração de Davi. Não deve aproveitar as oportunidades para "matar" o ungido de Deus (1 Sm 24). Davi esperou a intervenção de Deus e suportou Saul. Que ninguém jamais se refira a você, como ocorreu com Absalão, como alguém que roubou o coração do povo, traindo seu pastor (2 Sm 15.4-6).
Permita que Deus julgue seu pastor. Se você o julga, Deus terá razão ao dizer: "Desde que os homens estão tomando providências, vou recuar." Assim, Ele permite que convivamos com os resultados de nossas ações. Além disso, tomando a justiça em nossas próprias mãos, damos à arena demoníaca um direito legítimo de julgar, argumentar, atrapalhar e se levantar contra nós, simplesmente porque fomos presunçosos e nos afastamos de nossa defesa. Portanto, é melhor mudar de igreja em silêncio do que se levantar contra os ungidos do Senhor.

Algumas pessoas pensam erroneamente que, uma vez que seus dons continuam em operação, suas ações são sancionadas por Deus. Lembre-se do que o Senhor disse: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. —Mateus 7.21-23 Alguns cristãos podem achar que expulsar demônios, curar enfermos, ressuscitar mortos ou profetizar corretamente são indicações do selo de aprovação de Deus.

Podemos achar que estamos dentro da vontade de Deus quando criticamos o pastor, mas, para Deus, tal atitude é iniqüidade. Jesus, certa vez, disse: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Mt 15.8). Um coração dedicado e consagrado ao Senhor honra as autoridades espirituais estabelecidas por Ele. Um coração que rejeita essas autoridades permite que a iniqüidade influencie sua percepção e sua decisão.

Por favor, entenda que não estamos dizendo que não podemos discordar de um líder espiritual que tem autoridade sobre nós. O questionamento é um elemento importante no processo de amadurecimento. No entanto, o mais importante é como reagimos depois que discordamos. Se nossa conversa se torna velada, secreta e maliciosa, estamos penetrando na área da iniqüidade. Nossas ações demonstram a intenção do coração, especialmente quando tencionamos remover o líder. Os Pais da Igreja primitiva sentiram que havia apenas quatro razões que justificariam a remoção de um pastor: imoralidade, improbidade financeira, ensino herético e explosões de ira ou descontrole emocional.

O MISTÉRIO DO ENGANO 
Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém. — 2 Tessalonicenses 2.7 A palavra mistério é definida como "verdade religiosa que só pode ser conhecida mediante revelação". Assim, o mistério da iniqüidade envolverá a condição de engano. Quando os indivíduos são envolvidos em ações iníquas, muitas vezes não tomam consciência da sua rebelião. São enganados por uma fortaleza mental de justiça própria e são induzidos a pensar que estão fazendo um favor a Deus e à igreja. Assim, eles se consideram superiores, entendendo que estão tentando corrigir alguém que Deus colocou como autoridade sobre eles. Essas ações demonstram que na verdade desprezam a autoridade.

O mistério da iniqüidade sempre esteve e continua estando em poderosa operação em nossa cultura. Além disso, Satanás é sutil e consegue persuadir muitas pessoas a acolher o conceito do relativismo, que encara as verdades éticas como sendo definidas pelo indivíduo, grupos, circunstâncias e situações. Atualmente, muitos acreditam que não existem absolutos universais. Cada pessoa define suas próprias regras. Muitos acreditam que "o que é errado para uma pessoa, pode ser certo para outra". Assim, a tolerância tornou-se a palavra da moda, que desarma todo aquele que adota os absolutos bíblicos.
Pessoas enganadas pela iniqüidade desejam se despojar de toda restrição e controle. 

Não entendem, porém, que ao rejeitar as leis de Deus, são induzidas a maior licenciosidade e escravidão no pecado. Quando praticamos iniqüidade, fica fácil repetir. Assim, a iniqüidade conduz a mais iniqüidade.
Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.-Romanos 6.19 Historicamente, descobri que muitas pessoas que tentam derrubar o pastor de uma igreja acabam repetindo a ação em outras igrejas. Assim, desenvolvem um histórico de causar problemas nas igrejas. Também é verdade que igrejas que são fundadas a partir de divisões acabam se dividindo também. Nessas situações, o espírito de Jezabel tem plena liberdade de se desenvolver.

Na Escritura, o espírito de iniqüidade está vinculado ao espírito de cobiça e de impureza. Juntos, eles corrompem a alma humana. Aqueles que praticam a iniqüidade andam de acordo com seus próprios desejos impuros. São chamados de "pessoas sensuais" por Judas (v. 19). A iniqüidade resulta em esterilidade e em orações não respondidas. Faz com que o cristão se extravie e busque benefícios pessoais (Jd 4.3). A iniqüidade também leva o indivíduo a amaldiçoar o ser humano criado por Deus. Quando faz isso, está inferindo que Deus não conhece aqueles que Ele próprio criou.
Com [a boca], bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. — Tiago 3.9 Em toda a Bíblia, somos exortados a não vivermos de acordo com este mundo, mas a buscarmos a paz com todos os homens (Hb 12.14). A Bíblia também deixa claro o tipo de relacionamento que devemos ter com as figuras de autoridade. Devemos tratá-las com respeito (Rm 13.1-7). Quando fazemos isso, Deus nos unge com o óleo da alegria e nos concede a vida para sempre (SI 133).

Deus concede a cada indivíduo a opção de se tornar um vaso de honra ou de desonra - ser poderosamente usado por Ele ou ser expulso de sua presença (2 Tm 2.20,21). Nossa disposição de escolher a obediência, mesmo quando não concordamos com alguém, é a chave para andarmos como vasos de honra.
Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio conhece o tempo e o modo. Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem.— Eclesiastes 8.5,6

RESPOSTA CORRETA À AUTORIDADE
Desde que foi Deus quem instituiu as autoridades que tão acima de nós, temos de nos submeter a elas. Também devemos fazer com que nossos líderes zelem pela nossa alma e alegria.
Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros. Orai por nós, pois estamos persuadidos de termos boa consciência, desejando em todas as coisas viver condignamente. — Hebreus 13.17,18 
A sua disposição para se submeter às autoridades não significa que você não possa ter idéias diferentes. Podemos experimentar profunda unidade, mesmo no meio de grande diversidade. No entanto, uma vez que a liderança decidiu adotar um curso de ação, é preciso que todos acatem e dêem apoio. Quando o indivíduo questiona constantemente as decisões tomadas pelos líderes, deve pensar em procurar outra igreja que esteja mais alinhada com seus ideais e seu chamado. Além disso, se chegar a ter que tomar tal atitude, deve fazer isso com graça e humildade, nunca com discórdia e conflito. Se não, a Bíblia diz que a situação torna "prejuízo".

Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina. — Provérbios 21.1.Ao examinar seu próprio coração, faça esta pergunta: Eu realmente acredito que Deus pode mudar o coração do meu pastor? Em caso afirmativo, então por que não recuo e oro por ele? Nós servimos a um Deus fiel e poderoso, que é capaz de mudar o coração de um pastor. Se suas convicções e opiniões sobre a igreja estão de acordo com os pensamentos de Deus, você poderá testemunhar o pastor respondendo à revelação divina, o que certamente afetará suas decisões e ações. Se Deus não operar as mudanças que você deseja, talvez o problema real esteja em você mesmo, e não no pastor! Então, a pergunta deverá ser esta: "O que Deus está desejando mudar em mim?”
Aceitar as respostas honestas a essas perguntas pode mostrar áreas em sua vida que Deus deseja modificar. Neste processo, você pode adquirir uma compreensão mais profunda de si próprio. Também se aproximará mais do Senhor, ao pedir a Ele que influencie o pastor.
Algumas pressuposições básicas Antes de irmos adiante, seria bom considerarmos as seguintes pressuposições:

PREMISSA 1:  Deus é onisciente. Seu conhecimento é completo e abrange o passado e o futuro.
PREMISSA 2:   Deus estabelece toda autoridade em sua posição adequada.
PREMISSA 3: Deus permitiu e controlou a circunstância que colocou seu pastor na posição em que ele está e sabia exatamente o que ele faria.
PREMISSA 4: Deus não se surpreende pelo que seu pastor faz ou deixa de fazer.
PREMISSA 5: Deus é todo-poderoso e, segundo a sua vontade, pode fazer seu pastor parar qualquer curso de ação. Se Deus julgar importante, Ele pode visitar o pastor e lhe dizer para parar.
PREMISSA 6: Se Deus não está corrigindo seu pastor, talvez esteja usando a situação para operar na sua vida, bem como na vida do próprio pastor.
PREMISSA 7: Se Deus está operando em sua vida e na vida do pastor, então será sábio lembrar: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5.7). Mostrando misericórdia para com seu pastor, você receberá misericórdia de Deus.
PREMISSA 8: Desafiar a autoridade pastoral (exceto em casos de imoralidade, improbidade financeira, ensino herético ou descontrole emocional) é agir com presunção, como se fosse Deus. As conseqüências de tal atitude podem ser muito graves.