I. “...depois destas coisas”. O capítulo 7 deste livro do Apocalipse é um parêntese da graça. Neste capítulo temos duas visões distintas: a primeira referente a Israel (7.1-8); a segunda refere-se aos gentios salvos na Grande Tribulação (7.9-17). O leitor deve já estar familiarizado com algum “episódio” que são intercalados no decorrer deste livro. O Sr. Mc Conkey, se refere aos mesmos como “inserções”. O leitor pode perguntar: essas “inserções” fazem parte do conteúdo do livro? respondemos que sim! Há certa diferença no método de apresentação. A secção celestial é cronológica: cada acontecimento é numerado. Mas a secção terrena é tópica, e algumas vezes há emprego de símbolos. No caso de acontecimentos numerados, como por exemplo os selos e as sete trombetas, a regra é: quando os acontecimentos são numerados, têm lugar obedecendo a ordem numerada. Assim a secção celestial é contínua. Nada está fora de lugar; tudo está em sua própria ordem.
1. O trecho de Ap 6.17 promete a ira divina
contra os rebeldes. Este sétimo capítulo mostra que essa “ira” não poderá ser
descarregada contra os “assinalados”, os quais estão justificados em Cristo. No
presente versículo João contempla: “quatro anjos que estava sobre os quatro
cantos da terra”. Os antigos povos pensavam que a terra fosse quadrada, e,
portanto, dotada de quatro cantos. Os filósofos gregos e jônicos (600 a.C.)
modificaram esse conceito, pensando ser a Terra um disco. O profeta Daniel (607
a.C.), teve uma visão sobre “os quatro ventos do céu” (Dn 7.2); o profeta
Zacarias (520 a.C.) viu também em sua futurística visão algo semelhante (Zc
6.5). No presente texto, porém, os ventos são dos “quatro cantos da terra” e
não do céu. Isso significa: os quatro ventos dos quatro pontos cardeais (Norte,
Sul, Leste e Oeste). Os quatro ventos cardeais simbolizam também os poderes
celestiais e esses poderes põem em movimento as nações do mundo.
1. O Deus Vivo. O Deus Eterno está em foco
nesta passagem. Russell Norman: ressalta: “temos aqui um título dado
freqüentemente a Deus no Antigo Testamento; também nos escritos judaicos e
helenistas, salientando o fato de que Deus é a única deidade verdadeira, em
contrate com os “ídolos mortos” do paganismo, que não têm vida, e, portanto,
não têm poder”. O leitor deve ainda consultar as seguintes passagens sobre “O
Deus Vivo” no Novo Testamento (Jo 6.69; At 14.15; Rm 9.26; 2Co 3.3; 1Ts 1.9;
1Tm 4.10; Hb 3.12; 10.31; 12.22). O Deus vivo confere vida aos homens, a saber,
a sua própria modalidade de vida, de tal modo que os remidos virão a participar
da imagem e natureza do Seu Filho Jesus que também é a vida.
1. É evidente que, mesmo havendo estes
textos que colocam Abraão na condição de “pai de todos os que crêem” (cf. Rm
4.11); mesmo assim, os crente cristãos não pertencem às doze tribos de Israel,
ainda que alguns eruditos os comparem com o “Israel de Deus” (Gl 6.16), porém,
nessa passagem isso não tem sentido. Os 144.000, pois, são, necessariamente
israelita: estes constituem o remanescente do povo terrestre de Deus – são
eles, sem dúvida, os pregadores do “Evangelho do Reino” durante a Grande
Tribulação. Alguns teólogos têm procurado ver neste texto e nos que se seguem
apenas um número simbólico, e não literal, dizendo que esse número se derivaria
do conceito dos “setenta”; que simbolizaria a totalidade de Israel (Gn 46.27)
ou se derivaria da Igreja, representada em seus líderes (Lc 10.1); comparam,
ainda com as setenta nações” do livro de Gênesis. A forma mais completa poderia
ser “setenta e dois” e seria simbolicamente representado por 72 x 2.000 =
144.000. Nós aceitamos a interpretação literal oferecida pelo texto divino; os
144.00 são israelitas, e conseqüentemente, 12 mil de cada tribo. Não nos
deixemos levar por preconceitos contra os judeus, a pensar que os 144.000 não
serão israelitas. Lembremos-nos de que todos os profetas eram judeus. Jesus era
judeu. O escritor do Apocalipse era judeu. Todos os Apóstolos (com exceção de
um?) eram judeus. A própria salvação vem dos judeus (cf. Jo 4.22).
1. Judá significa confissão ou louvor a
Deus; Rubem quer dizer eis um filho; Gade, uma companhia ou fortuna.
Observemos, pois, as significações especiais:
(a) JUDÁ: O leitor deve observar que Judá é
mencionado em primeiro lugar na lista dos assinalados, mormente porque, Cristo,
o Messias prometido, era desse tribo. Judá foi o quarto filho de Jacó, por Lia
(Gn 29.35). Bem como o primeiro ponto, acima, seu nome significa “louvor de
Deus” e é através de seu Filho maior (Jesus) que esse louvor se torna possível
entre as nações do mundo. O louvor é apreciado por todos os verdadeiros discípulos
de Cristo, especialmente pelo grupo selecionado de judeus, que são
representados durante o tempo da Grande Angústia por esse nome.
(b) RUBEM: Foi o primogênito de Jacó, por
Lia (Gn 29.32). Por causa se seu pecado, perdeu direito à primogenitura. Seu
nome significa: Eis o filho! Nisso se pode perceber certa lição espiritual
porque é ao Filho que nos convém contemplar. A instabilidade de Rubem encontrou
cura no Filho maior de Israel, Jesus Cristo. Deus não se repele aos instáveis,
antes, oferece-lhes o remédio da transformação segundo a imagem de Cristo (Rm
8.29), mediante o poder espiritual (2Co 3.18; Gl 5.22-23).
(c) GADE: Seu nome significa “tropa” (Gn
30.11). Espiritualmente falando, talvez denote o número incomensurável dos
santos, especialmente, no presente texto, no caso do grupo de selecionados.
Esses são aqueles que Deus reservou para si mesmo, com fidelidade precípua,
visando ao bem-estar de toda a humanidade. Foi ele o sétimo filho de Jacó,
através da criada de Lia, Zilpa.
1. Aser, bendito; Naftali,
lutando ou lutando contra; Manassés, esquecimento: e ss. Isso indica que,
olhando para o Filho, é organizada uma companhia de benditos, lutando contra o
esquecimento, com significação especial:
(aa) ASER: Seu nome significa “bendito” (Gn 30.13). Espiritualmente
significa as bênçãos do Messias sobre todos os discípulos, mas, sobretudo,
sobre os mártires e testemunhas do período da Grande Tribulação. Foi ele o
oitavo filho de Jacó, por meio de Zilpa, criada de Lia.
(bb) NAFTALI: Seu nome significa “luta” ou
“lutando contra” (Gn 30.8). Espiritualmente, pode designar o conflito dos
santos, escatologicamente falando, isso pode apontar para os tempos da Grande
Tribulação, que certamente será também um tempo de “luta” entre o mal e o bem.
Isso é especialmente veraz no que diz respeito às tremendas perseguições
religiosas prometidas pelas profecias e promovidas pelo Anticristo. Naftali foi
o sexto filho de Jacó, nascido de Bilha, criada de Raquel, a filha mais nova de
Labão, o arameu (Gn 29.26).
(cc) MANASSÉS: Foi o filho mais velho de
José, nascido no Egito e de mãe egípcia, Asenate, filha de Potífera, sacerdote
de On (Gn 41.5). Substituiu a tribo de Dã na lista dos assinalados, e o
possível motivo disso, é que seu nome significa “esquecimento” (Gn 41.51).
Espiritualmente falando, isso talvez queira ensinar-nos a esquecer-nos do que
fica para trás, buscando novas vitórias em Cristo, o alvo precioso. Os mártires
e assinalados do período da Grande Tribulação terão de fazer isso, por cuja
razão vitoriosos em tempos tão adversos (cf. Fl 3.13-14).
I. “...da tribo de Simeão, etc”. Observemos o significado especial de cada nome e analisemos
cada detalhe: tópico do Dr. Joseph A. Seiss:
1. Simeão, significa
ouvindo e obedecendo; Levi, união, reunindo ou apego; Issacar, recompensa:
ouvindo e obedecendo a Palavra, apegados à recompensa futura, etc:
(aaa) SIMEÃO: Seu nome significa “ouvindo” ou “audição”. Espiritualmente,
isso pode significar que devemos “ouvir” a fim de obedecer, e também que as
ovelhas de Cristo ouvirão a sua voz e o seguirão, até mesmo sob as mais
difíceis circunstâncias (Jo 10.16), como sucederá durante a Grande Tribulação,
em que o Anticristo martirizará a muitíssimos seguidores de Cristo.
(bbb) LEVI: Foi ele o terceiro filho de Jacó, por meio de Lia (Gn 29.34).
Seu nome significa “reunido”, e, espiritualmente falando, isso pode indicar
como o amor de Cristo nos confere união no bem-estar, de tal modo que nada é
capaz de separar-nos do amor de Deus em Cristo (cf. Rm 8.39). Isso será algo
necessário quando o Anticristo perpetrar suas violências ímpias e lançar o caos
no meio da comunidade (os santos da Grande Tribulação). Nada pode separar-nos
da graça de Deus, que opera por meio do amor em qualquer tempo ou circunstâncias.
A tribo de Levi era a tribo sacerdotal. Os assinalados foram comprados com “o
precioso sangue do Cordeiro”, por cuja razão são constituídos “reis e
sacerdotes para Deus” (Ap 1.6 e 14.4).
(ccc) ISSACAR: Foi o nono filho de Jacó, por meio de Lia (Gn 3.17, 18).
Seu nome significa “salário” ou “recompensa”. Talvez indique, espiritualmente
falando, os benefícios e galardões que Deus confere aos seus servos,
especialmente para os fiéis sofredores durante os tempos difíceis da Grande
Tribulação.
1. Ora, ponham-se todos esses nomes em
ordem, como os anteriores, e teremos a seguinte descrição: abrigo ou lar
(Zebulom); uma adição (José); filho da mão direta de Deus (Benjamim), gerado no
fim dos dias:
(aaaa) ZEBULOM: Foi o décimo filho de Jacó,
por meio de Lia (Gn 30.20). Seu nome significa “habitação”. Lia tinha esperança
de quem em face de ela ter dado seis filhos a Jacó, obteria o seu favor; que
ele continuaria a habitar com ela, favorecendo-a diante de Raquel.
Espiritualmente, Cristo habita conosco e nos favorece por meio do Espírito
Santo, ao ponto de fazer de nós a própria habitação ou templo de Deus (Ef 2.21,
22). O Senhor “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”. (Cf Hb
13.8), e durante o tempo da aflição, Ele se postará ao lado dos assinalados e
mártires, no período sombrio da Grande Tribulação, de tal modo que nenhum dano
real e duradouro lhes poderá sobrevir.
(bbbb) JOSÉ: Foi o décimo-primeiro filho de
Jacó, por meio de Raquel, sendo o primeiro filho desta (Gn 30.24 e 35.24). José
foi o filho favorecido e mais estimado de Israel, foi mimado por Jacó e amado
por Raquel; Vendido à servidão, por seus próprios irmãos mais velhos, conseguiu
vencer em meio à adversidade e Deus postou-se ao seu lado, fazendo redundar em
bem o que parecia ser mal. Isso ele fará novamente no caso dos assinalados do
período sombrio da Grande Tribulação. O nome José significa “adição” (Gn 3024).
Seu nascimento retirou o opróbrio de Raquel por não ter desistido de sua
confiança em que Deus ainda lhe “adicionaria” outro filho. Seu nome podia ser
traduzido também por “aumentador”, e em breve seria mudado para ZAFENATE-PENEÁ
(salvador do mundo. Homem sábio que foge da contaminação, e ainda revelador de
segredos). Ver a significação especial na língua egípcia. Cf. Gn 41.45.
(cccc) BENJAMIM: Foi mais novo de Jacó,
nascido de Raquel, que faleceu ao dá-lo à luz. Após o desaparecimento de José,
Benjamim obteve o favor especial de Jacó. Seu significado “filho da mão
direita” (Gn 35.18). Isto simboliza a importância que Jacó atribuiu ao seu
nascimento, pois, assim, ele obtivera um filho especial. Raquel, quando já
faleceu, deu-lhe o nome de Benoni, que significa “filho da minha dor” (Gn
35.18). Jesus foi apresentado ao mundo com ambos os significados, porquanto Ele
é o “Homem de dor” (Is 53.3), mas também é o Filho especial de Deus, Filho da
“Mão Direita”, o Filho do Seu Poder. Em Cristo, através de ambos esses
aspectos, os assinalados e testemunhas da Grande Tribulação aprenderão lições
espirituais necessárias. Passarão por grande tristezas e dores, à semelhança de
Cristo, mas triunfarão em Cristo e por Cristo, não obstante todos os
sofrimentos.
2. O leitor deve observar que a tribo de Dã
foi excluída desta lista. Irineu, escrevendo perto do fim do segundo século de
nossa era, informa-nos sobre uma antiga tradição muito divulgada entre os
judeus e ensinada pelos rabinos, que supunham que o Anticristo viria dessa
tribo. Na presente lista dos assinalados os nomes de Levi e José são postos no
lugar de Dã encabeçará as tribos do Senhor no novo governo de Cristo 9Ez 48.1).
Ficará ao norte da cidade de Damasco, bem ao norte da Síria. Efraim é excluído
também dessa lista e substituído por José. O profeta Oséias durante o
desaparecimento dessa tribo durante um tempo de apostasia, dizendo: “Efraim
está entregue aos ídolos; deixa-o”. Este pronome final do presente texto é
muito significativo (Os 4.17). Continua: “Efraim com os povos se mistura” (Os
7.8): “Efraim, a sua glória como ave voará” (Os 9.11): “Efraim foi ferido, secou-se
a sua raiz” (Os 9.16): “Efraim... fez-se culpado em Baal, e morreu” (Os 13.1),
etc. Durante o Reino Milenial de Cristo essa tribo voltará a existir novamente
(Ez 48.5, 6).
3. “O Antigo Testamento encerra vinte lista
diferentes das tribos dos Filhos de Israel, e nenhuma ordem especial é ali
seguida. Três destas listas têm sentido profético, e dezessete são
genealógicas. Quanto às várias listas de tribos, no Antigo Testamento, (ver Gn
35.22 e ss; 46.8 e ss; 49.3 e ss; Êx 1.1 e ss; Nm 1.2 e ss; 13.4 e ss; Dt 27.11
e ss; 33.6 e ss; Js 13 ao capítulo 22; Jz 5.1 Cr capítulo 2 e 8; 12.24 e ss;
27.16 e ss; Ez 48)”. Podemos analisar as listas proféticas referentes a Israel
em três períodos diferentes; o primeiro período pode sofrer duas aplicações:
uma, logo com sua entrada na Terra Santa, a segunda, durante o período sombrio
da Grande Tribulação. A lista das tribos do presente texto terá seu lugar de
aplicação durante esse tempo de angústia; a de Ezequiel 48, somente no Milênio:
(a) A profecia de Gênesis 49 fala do bem-estar das trios da terra dentro da
terra da promissão; (b) A de Apocalipse 7 fala da preservação da integridade
física e moral dos 144.000 tomados de cada tribo dos filhos de Israel; (c) A de
Ezequiel 48, fala da salvação final de Israel e da divisão escatológica da
Terra Santa durante o Milênio de Cristo. Daremos aqui um resumo das doze tribos
em cada uma das três listas:
A. |
Gênesis 49: |
B. |
Ezequiel 48: |
C. |
Apocalipse 7: |
|
Rubem (v.3) |
|
Dã (v.1) |
|
Judá (v.5) |
|
Simeão (v.5) |
|
Aser (v2) |
|
Rubem (v.5) |
|
Levi (v.5) |
|
Naftali (v.3) |
|
Gade (v.5) |
|
Judá (v.8) |
|
Manassés (v.4) |
|
Aser (v.6) |
|
Zebulom (v.13) |
|
Efraim (v.6) |
|
Naftali (v.6) |
|
Issacar (v.14) |
|
Rubem (v.5) |
|
Manassés (v.6) |
|
Dã (v.16) |
|
Judá (v.7) |
|
Simeão (v.7) |
|
Gade (v.19) |
|
Benjamim (v.23) |
|
Levi (v.7) |
|
Aser (v.20) |
|
Simeão (v.24) |
|
Issacar (v.7) |
|
Naftali (v.21) |
|
Issacar (v.25) |
|
Zebulom (v.8) |
|
José (v.22) |
|
Zebulom (v.26) |
|
José (v.8) |
|
Benjamim (v.27) |
|
Gade (v.27) |
|
Benjamim (v.8) |
9. “Depois destas coisas olhei, e eis
aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e
povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando
vestidos brancos e com palmas nas suas mãos”.
1. Com palmas nas suas mãos. De acordo com a
simbologia profética das Escrituras, as palmas simbolizavam vitória e paz. Esta
foi a interpretação quando entrou em Jerusalém o Príncipe da Paz (Jo 12.12-13).
As palmas ou ramos de palmeiras são citados em caráter cerimonial com a festa
dos tabernáculos (cf. Lv 23.40), e é curioso observar que esta festa durava
“sete dias” (em caráter profético, equivale a sete anos). Cf Lv 23.40; Nm
14.34; Ez 4.6). No texto em foco, as palmas são dadas em lugar de coroas para
simbolizar a vitória daqueles crentes e a paz que desfrutarão no céu.
1. prostraram-se diante do trono. O quadro
aqui descrito parece completar o do versículo 9. No centro da cena, o trono de
Deus; diante dele, os quatro seres viventes e, em disposição concêntrica como
as fileiras de um anfiteatro grego, os vinte e quatro anciãos; depois a grande
multidão e, por fim, rodeando todos, em círculo, os anjos em pé fecham o grande
coro de louvor e adoração àquele que vive para todo o sempre. O clamor é um só:
a Salvação pertence não só ao Cordeiro mas também ao Pai: clama a grande
multidão. E os anjos amém! Que reunião maravilhosa!
12. “Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e
sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo
o sempre Amém”.
1. Do texto em foco, concluímos que o
“anciãos” não era um dos integrantes daquela inumerável multidão (os mártires),
fazia parte de um outro grupo especial (o arrebatamento), reforçando a idéia de
que os vinte e quatro anciãos sejam representativos dos remidos de Israel e da
Igreja arrebatada, pois a multidão cuja contagem foge à possibilidade humana,
pertencia ao grupo “vindo da Grande Tribulação”. Este grupo não está assinalado
com o selo da proteção porque já não precisava mais dela. Estavam já fora do
mundo e na presença de Deus. Não estava “assentado no trono” como a Igreja
(3.21), mas diante do trono e ali, adorando a Deus e ao Cordeiro.
1. E lavaram os seus vestidos e os
branquearam no sangue do Cordeiro. Durante a “Dispensação da Graça” em sua plenitude,
três dispositivos divinos eram usados na salvação do pecador: (a) A Graça. Ef
2.8; (b) A Fé. Lc 18.42; (c) O sangue do Cordeiro. 1Jo 1.7; Ap 12.11, etc. Porém
o arrebatamento da Igreja a Graça terminou sua missão (cf Mt 25.10); porém,
Deus, em sua justiça e retidão, continuará usando dois dispositivos ainda: a Fé
e o sangue do Cordeiro (ver Ap 7.14; 12.11 e 14.13). Assim, a Grande
Tribulação, segundo Scofield “será, porém, um período de salvação. A eleição de
Israel é selada para Deus (7.4-8), e, com uma grande multidão de gentios (7.9),
é declarada ter vindo “da grande tribulação”. Esta secção revela que, mesmo
fora da dispensação da graça, pode haver salvação, mas sempre baseada na morte
expiatória de Cristo. A justiça de Deus se exerceu sobre o Cordeiro, e só
através da Cruz pode o homem, em qualquer circunstância, alcançar o perdão.
1. E Deus limpará de seus olhos toda a
lágrima. O texto em foco lembra as palavras de Jesus, em Lc 7.13 quando disse a
pobre viúva: “Não chores”. Os que choraram na terra, serão consolados no céu
(cf. Mt 5.4), e os que aqui choraram; choraram numa eternidade sem Deus, sem
haver quem os console! A figura bondosa e protetora do pastor palestino não
encontra similar nos dias de hoje. Tão considerado naquela época de João, pela
devoção, pelo espírito de sacrifício, que Cristo fez dele a imagem de Si mesmo:
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”. (Cf. Jo 10.11).
Este último versículo revela-nos a proteção, a bondade, o gozo, a companhia do
Filho na presença do Pai. Ali os remidos o servirão “de dia e de noite” no seu
santuário (v.15). A linguagem aqui usada, tem forma antropomórfica (forma
humana para ser entendida pela mente natural), pois “ali não haverá noite...”
(22.5). “A metáfora mista deste versículo, que combina com diversos elementos
da pessoa de Cristo, e o que Ele significa para seus discípulos de todas as
épocas, tenciona transmitir a idéia de que Cristo é “tudo em todos” agora e na
eternidade!”.