domingo, 2 de maio de 2021

Aprenda a viver como um filho do rei - Capítulo 07


 COMO FAZER O DINHEIRO RENDER MAIS

No início de minha vida como cristão, pelo fato de ser um homem de ciência e interessado em obter resultados máximos, comecei a ler a Bíblia como o “Manual do Fabricante”. Vi-o como o Originador de todas as coisas, Deus, o Criador, o Fabricante, falando à traição, seu produto, gente, dizendo-lhes como usar o que ele havia feito para eles. E eu disse: “Senhor, vou experimentar todos os princípios para os quais me chamares a atenção neste livro. Vou fazer experiências com ele. Tudo o que funcionar, eu o farei como dizes. Qual será a primeira coisa a fazer?”

Não há dúvida alguma em minha mente de que Deus ouviu, uma vez que de imediato defrontei-me diretamente com o maior problema que pode apresentar-se a um escocês — o dízimo.

Deus disse: Os primeiros dez por cento me pertencem.

Eu disse: “Mas, Senhor, eu mesmo não recebo os primeiros dez por cento. Tu sabes que nestes dias descontam do indivíduo uma grande parte de seu pagamento ao reterem o imposto de renda na fonte, previdência social, seguros em grupo e uma série de coisas mais. Pensei que fosse lógico deduzir todas estas coisas e depois dar a Deus os primeiros dez por cento do que restasse. Pensei que isto fosse muita generosidade de minha parte e que Deus saberia avaliar. Ou se talvez não fosse do agrado dele, ele não perceberia o que eu procurava fazer.

Eu não conhecia o texto bíblico que diz que tudo está descoberto aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. E todo esse tempo ele estava olhando para meu íntimo, vendo todos os meus raciocínios, toda a minha recusa em concordar.

Depois de haver praticado esse tipo duvidoso de dar o dízimo por cerca de dez meses, Deus começou a mostrar-me que eu não estava confiando nele. Eu tinha uma das mãos aferrada ao meu bolso para minha segurança, e tinha a outra na mão de Jesus, e essa era uma posição

um tanto precária.

Certa manhã, quando tentava orar, pareceu-me que não conseguia estabelecer contacto. Tudo o que podia ver eram cifrões flutuando no ar. Depois de permanecer em forma incômoda por tanto tempo quanto pude, sendo minha carteira a parte mais fraca de minha anatomia, pensei que ouvia Deus dizer-me: A quem está você enganando? A quem você está fazendo de bobo?

De certo não é a mim. Não será você mesmo?

Sentia-me tão aliviado de ouvi-lo que lancei um grande suspiro de desafogo, e disse: “Senhor, de agora em diante vais receber os primeiros 10%, os 10% integrais, antes de fazer qualquer outro desconto. Não compreendo o por quê de teres de receber tudo isto, porém não é preciso que eu o compreenda. Vou experimentá-lo confiando em ti.”

Sentia-me satisfeito e pensei que isto seria o fim do assunto. Deus estava satisfeito, também, não era assim?

Mas não o era; era como se ele tivesse dito algo mais como parte de um assunto por terminar.

£ que diremos acerca de tudo o que me negaste por cerca de dez meses? Como ficará?

“Bom”, disse eu, enquanto sentia subir-me um nó pela garganta e ouvia minha voz guinchar como a de um adolescente, “Bem, Senhor, mas isso significa uma grande soma de dinheiro” .

Ele não disse que não era. Nessa ocasião ele nada mais disse. Deixou o assunto em minhas mãos. Porém, eu não podia deixar de perguntar-me: “Bem, e que dizer disso?

E que dizer daquilo?”

Finalmente, fiz-lhe uma proposta: “Senhor, sabes o que vou fazer? Embora eu não tenha o dinheiro, quando o tiver vou pagá-los.” Isso completou a transação. Deus aceitou minha palavra. Ele estava satisfeito, e eu também.

A realização deste negócio era só incidental, agora que eu havia tomado a decisão.

Duas semanas mais tarde, recebi um cheque referente a uma bonificação completamente inesperada, e correspondente a duas vezes maior que aquela que eu devia a Deus. A metade para mim e a metade para ele, como para demonstrar-me que se eu fosse mesquinho, ele não

o era.

Eu estava começando a experimentar a verdade do texto de Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro . . . e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.”

Na realidade, seu cheque é o recebimento pela parte de sua vida que você entrega a seu patrão ou empregador.

Quando o recebe e o guarda para si está asfixiando sua própria vida. Guardar o dinheiro para si mesmo é sinal de que não entregou sua vida a Jesus, mas ao desatá-la na terra, está desatada no céu, e isso abre as comportas para que Deus derrame uma bênção tão grande que você não terá espaço suficiente para recebê-la.

Quando Deus diz: Provai-me. Fazei-me provar o que estou dizendo, ele sempre nos está convidando, não a sacrificar, mas a sermos obedientes, de modo que possa abençoar-nos com abundância.

De quando em quando, alguém me diz: “Quando você fala de dar o dízimo, está procurando colocar-nos outra vez sob a lei.” Eu pensava a mesma coisa antes, e quando o pregador dizia: “Se der o dízimo, toda a sua vida será beneficiada”, eu dizia com os meus botões:

“Ah, ah, ah, já está mendigando dinheiro.” Eu não ia desperdiçar 10% de meus rendimentos. Mas agora sei que Deus deseja que demos o dízimo, para nosso benefício. E mais bem-aventurado, mais benéfico, mais ditoso dar que receber. A lei é nosso servo quando nascemos de novo como filhos do Rei, e como filhos do Rei vivemos.

Deus estabeleceu o princípio do dízimo dando a ele os primeiros 10% com o fim de livrar-nos da escravidão de nós mesmos. É a maior bênção que poderia ocorrer a um escocês como eu. Nos velhos tempos, quando eu ia à igreja duas vezes por ano, necessitasse ou não, no Natal e

no domingo de Ressurreição, quando colocava um dólar na salva de coletas, podia sentir que as entranhas me dilaceravam. E era preciso ver as falsidades que eu incluía em minha declaração de impostos, na qual apareciam meus generosos donativos à igreja. É extraordinário

que não descobrissem minhas falcatruas. Agora, revisam minhas contas quase todos os anos e apresento os recibos e os cheques cancelados para comprovar minhas contribuições. Que maravilhosa oportunidade tenho com os funcionários do imposto de renda para falar-lhes acerca de Jesus todos os anos! Eles têm a oportunidade de ouvir estas coisas porque me fazem

perguntas, e sempre termino por perguntar-lhes:

— Cavalheiro, já considerou a possibilidade de aceitar a Jesus como seu Salvador?

Que alívio senti ao abrir minha carteira e dizer:

“Senhor, é toda tua. Qual a parte dela desejas que eu coloque, e onde?” É tudo dele. Sou apenas um canal para que flua, um administrador. Nem um centavo é realmente meu. O Senhor permite que essa parte dela que eu necessite me chegue às mãos e meus desejos e

necessidades cada dia se aproximam mais entre si porque tudo está nas mãos de Jesus, meu Senhor e Mestre.

Ouvi R. G. LeTorneau falar sobre este assunto, há alguns anos, em um retiro de homens de empresa no Wheaton College. Disse-nos ele que se não dava 90% de suas rendas, ele se veria afogado pelas notas. E eu disse:

“Eu gostaria de viver afogado desta maneira. Como sou escocês, sou assim. E se para ele é assim, também o é para mim.” Na atualidade, não posso dar-me ao luxo de dar o dízimo, dar duas vezes, triplicá-lo, porque os 8 décimos ou sete décimos vão muito mais longe do que os

dez décimos poderiam ir, de modo que não há termo de comparação.

Um pouco depois que comecei a fazê-lo como Deus ordena, certa noite um homem me telefonou e disse:

— Poderia passar por aí e conversar com o senhor sobre como economizar dinheiro em sua hipoteca?

— Não, não estou interessado — disse-lhe eu.

— Quer o senhor dizer-me que não deseja economizar dinheiro?

— Qual é o escocês que não o deseja? Mas sucede que não tenho nenhuma hipoteca — respondi-lhe.

Ele pensou que eu não sabia o que significava a palavra “hipoteca”, de modo que formulou a pergunta

em outros termos:

— Quanto dinheiro o senhor deve pela sua casa?

— Compreendi o que o senhor me disse na primeira vez, porque venho pagando toda a minha vida desde que sou adulto, desde que me casei e adquiri uma casa.

Mas agora não tenho hipoteca. Em realidade, não devo um centavo a ninguém.

Ele reagiu como se não acreditasse no que eu dizia, e acrescentou:

— Sabia o senhor que somente uma de cada oitocentas pessoas que possuem casa não tem hipoteca?

— Bem, se é isso que o senhor me diz, creio. Esse é seu ramo. Mas eu sou uma delas.

— Bem — disse ele — como o explica?

Ele havia feito uma pergunta. Merecia receber a resposta.

Então lhe disse:

— Agradeço-lhe que me tenha feito a pergunta. Tudo quanto fiz foi começar a viver como Deus manda e a viver para ele e colocá-lo em primeiro lugar, e comecei a dar dízimos e ofertas, e não devo nem um centavo do preço de nossa casa. Nem de nenhuma outra coisa que temos. Esta é a razão de assim ser.

Então ele disse:

— Oh — e pendurou o fone. Senti pena por ele.

Os filhos do Rei podem dar abundantemente porque recebem em abundância quando vivem como Deus manda. Se você se coloca em uma posição onde pode receber a bondade de Deus, não tem de ficar com a segunda oportunidade. Pode libertar-se. Pode viver como um filho do Rei se observar as instruções do “Manual do Fabricante”.