sábado, 1 de maio de 2021

A quarta dimensão - 01 - Incubação. Uma lei da fé



Capítulo 1

INCUBAÇÃO: UMA LEI DA FÉ

Deus jamais produzirá nenhuma de suas grandes obras a menos que a realize por meio de sua fé, da fé que deu a você. Supõe-se que você tenha fé porque a Bíblia diz que Deus deu a todos nós uma medida de fé. Você deve ter um pouco de fé, quer o sinta quer não. Você pode tentar sentir a fé, mas quando você necessita de fé, ela se faz presente. Está presente para seu uso, como o possuir dois braços; quando deles necessita é só movê-los e usá-los. Não é necessário sentir que meus braços estejam pregados aos meus ombros para saber, que os possuo.
Há, contudo, certos modos pelos quais sua fé opera e o liga ao Pai celestial que habita em você. A Bíblia diz que a fé é a substância das coisas que esperamos, substância que possui uma primeira etapa de desenvolvimento — de incubação — antes que seu uso possa ser completo e eficaz. Agora você poderá perguntar: "Quais são os elementos necessários para tornar minha fé usável?" Há quatro passos básicos no processo da incubação.

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Primeiro, a fim de usar sua fé é preciso que você tenha a visão de um objetivo claro. A fé é a substância das coisas — coisas nítidas — que se esperam. Se tiver uma idéia vaga de sua meta, então estará fora de contato com Aquele que pode responder à sua oração. É preciso que você tenha uma meta clara e definida. Aprendi esta lição de uma maneira muito especial.
Tinha estado no ministério pastoral durante alguns meses e era tão pobre que não possuía bens materiais nenhuns. Era solteiro e vivia num quarto pequeno. Não tinha escrivaninha nem cadeira nem cama. Co­mia no chão, dormia no chão e estudava no chão. Tinha de andar quilômetros e quilômetros todos os dias para poder desempenhar meu ministério de ganhar almas.
Mas um dia, enquanto lia a Bíblia, fiquei tremenda­mente impressionado pelas promessas de Deus. A Bíblia dizia que se tão-somente eu colocasse minha fé em Jesus e orasse em seu nome, eu receberia tudo que pedisse. A Bíblia também me ensinava que eu era filho de Deus, filho do Rei dos reis, e Senhor dos senhores!
De modo que então orei, dizendo:
"Pai, por que deve um filho do Rei dos reis e Senhor dos senhores viver sem escrivaninha, sem cadeira, sem cama e andar quilômetros todos os dias? Pelo menos eu poderia ter um escritório humilde, uma cadeira em que sentar, e uma humilde bicicleta a fim de sair a fazer visitas."
Achava que segundo as Escrituras eu podia pedir estas coisas ao Senhor. Ajoelhei-me e orei:
"Pai, agora estou orando. Por favor, envia-me uma escrivaninha, uma cadeira e uma bicicleta."
Pus toda a minha fé no pedido e dei graças a Deus.
A partir desse momento comecei a esperar a entrega dessas coisas. Passou um mês e não recebi resposta alguma. Passaram dois, três, quatro, cinco, seis meses e ainda continuava a esperar; e nada acontecia. Certo dia chuvoso eu estava realmente deprimido. Não tinha comido nada, estava com muita fome, cansado, deprimido e comecei a reclamar:
"Senhor, pedi-lhe uma escrivaninha, uma cadeira e uma bicicleta vários meses atrás, e não me deste nenhuma destas coisas. Tu vês que estou pregando o evangelho para as pessoas pobres deste bairro pobre. Como posso pedir-lhes que exercitem a fé quando eu mesmo não posso praticá-la? Como posso pedir-lhes que coloquem a fé no Senhor e vivam pela Palavra, e não pelo pão?
"Meu Pai, estou tão desanimado. Não estou muito certo disso, mas sei que realmente não posso negar a Palavra de Deus. A Palavra deve permanecer, e tenho certeza de que vais responder-me, mas desta vez eu simplesmente não tenho certeza do quando e como. Se vais responder à minha oração depois que eu morrer, de que me aproveitará isso? E se vais respon­der à minha oração, faze-o rapidamente, por favor!"
Então, sentei-me e comecei a chorar. Subitamente senti uma serenidade, uma tranqüilidade invadindo--me a alma. Toda vez que me vem esse tipo de sentimento, sentimento da presença de Deus, ele sempre fala; de modo que esperei. Então aquele cicio suave ressoou em minha alma e espírito, dizendo:
"Meu filho, ouvi sua oração muito tempo atrás."
Exclamei abruptamente:
"Então, onde estão minha escrivaninha, minha cadeira e minha bicicleta?"
Disse-me o espírito:
"Sim, esse é o seu problema, o problema de todos os meus outros filhos. Imploram exigindo todo tipo de coisas, mas o fazem com termos tão vagos que não posso responder. Será que você não sabe que há dezenas de tipos de escrivaninhas, cadeiras e bicicle­tas? Mas você simplesmente pediu-me uma escrivani­nha, uma cadeira e uma bicicleta. Não pediu uma escrivaninha específica, nem uma cadeira nem uma bicicleta específicas."
Este foi um ponto crítico de minha vida. Nenhum professor do instituto bíblico me havia ensinado estas coisas. Eu tinha cometido um erro que resultou num abrir de olhos para mim.
Então disse eu:
"Senhor, realmente desejas que eu ore em termos específicos?"
Desta vez o Senhor me levou para Hebreus. capítulo 11: "A fé é a certeza de coisas", coisas bem específicas, "que se esperam."
Ajoelhei-me de novo e disse: Pai,  sinto  muito.  Cometi um grande erro e  te compreendi mal. Cancelo todas as minhas orações passadas. Começarei tudo de novo."
Então dei o tamanho da escrivaninha, que devia ser de mogno das Filipinas. Queria o melhor tipo de cadeira, uma cadeira de escritório, de aço, com rodinhas para que pudesse mover-me de um lado para outro, como um manda-chuva.
Falei-lhe, depois, da bicicleta. Dei muita considera­ção a esse assunto, porque há tantos tipos de bicicle­tas: coreanas, japonesas, formoseanas e alemãs. Mas naqueles dias as bicicletas coreanas e japonesas geralmente eram muito franzinas e eu queria uma bicicleta forte e maciça. E como as bicicletas de fabricação norte-americana são muito boas, orei di­zendo:
"Pai, desejo uma bicicleta fabricada nos Estados Unidos, com algumas marchas para que eu possa regular a velocidade."
Encomendei estas coisas em termos tão específicos que Deus não poderia cometer erro algum em en­tregá-las. Então realmente senti a fé fluir do coração e regozijei-me no Senhor. Nessa noite dormi como uma criança.
Mas ao despertar, às 4:30 da manhã seguinte, a fim de preparar-me para a reunião de oração matinal, repentinamente descobri que meu coração estava vazio. Na noite anterior eu tinha toda a fé que há no mundo, mas enquanto dormia a fé bateu asas e me deixou, Não sentia nada no coração. Disse:
Pai, isto é terrível. Uma coisa é ter fé, mas é totalmente diferente conservar essa fé até receber a resposta."
Este é um problema comum a todos os cristãos. Podem escutar por algum tempo a um pregador excelente e ter toda a fé que há no mundo enquanto o ouvem. Mas antes que cheguem a casa já perderam tudo. Sua fé bate asas e voa.
Nessa manhã, lendo a Bíblia à procura de uma passagem especial para pregar, repentinamente meus olhos caíram em Romanos 4:17; "Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem." Meu coração pegou-se a esta passagem, e ela começou a queimar-me as entranhas. Disse a mim mesmo: "Acho que podia simplesmente chamai- à existência aquelas coisas que não existem como se existissem, como se já as possuísse." Eu tinha recebi­do a resposta ao problema de como conservar minha fé.
Corri para a tenda que nos servia de igreja, onde as pessoas já haviam começado a orar, e depois de cantarmos alguns hinos comecei a pregar. Expus-lhes essa passagem bíblica e disse:
— Irmãos, pela bênção de Deus já tenho uma escrivaninha de mogno das Filipinas, uma linda cadeira de aço com rodinhas, e uma bicicleta com marchas de fabricação norte-americana. Louvado seja o Senhor! Já recebi todas estas coisas!
As pessoas ficaram a olhar-me de boca aberta, pois  sabiam que eu era totalmente pobre e gabava-me destas coisas, e não podiam acreditar no que ouviam.
Pela fé, realmente louvava a Deus, fazendo justamente o que a Palavra de Deus ordena.
Depois do culto, enquanto saía, três rapazes segui­ram-me e disseram:                                 
— Pastor, queremos ver suas coisas.
Fiquei aterrado porque não tinha contado com a possibilidade de ter de mostrar minhas coisas. Todos os membros da igreja moravam em um dos bairros mais pobres e se percebessem que seu pastor lhes havia mentido, meu ministério ali estaria terminado. E os jovens não estavam dispostos a voltar atrás. Acha­va-me em uma terrível situação, e comecei a orar:
"Senhor, desde o princípio essa não foi idéia minha. Foi tua idéia que eu lhes dissesse isso. Simplesmente te obedeci, e agora estou em apuros. Falei-lhes como se fosse dono das três coisas. Que explicação posso dar-lhes agora? Tu precisas ajudar-me, como sempre tens feito."
Então o Senhor veio em meu auxílio, e uma idéia começou a flutuar em meu coração. De modo que lhes disse resolutamente:
— Venham a meu quarto e as verão.
Todos foram e começaram a olhar ao redor procu­rando a bicicleta, a escrivaninha e a cadeira. Disse eu:
—  Não procurem essas coisas. Eu lhas mostrarei mais tarde.
Apontei o dedo para o Sr. Park, que agora é pastor de umas das maiores igrejas das Assembléias de Deus na Coréia, e disse:
—   Far-lhe-ei algumas perguntas. Se você puder responder às minhas perguntas, mostrar-lhe-ei todas essas coisas. Por quanto tempo você esteve no ventre de sua mãe antes de vir ao mundo?
Ele cocou a cabeça e disse:
—  Bem, nove meses. Respondi então:
— O que fez você durante nove meses no ventre de sua mãe?
— Cresci.
— Mas — prossegui —, ninguém o via.
— Ninguém podia ver-me porque eu estava dentro de minha mãe.
Então eu disse:
— Ainda no ventre de sua mãe você era o mesmo bebê que nasceu para o mundo. Você respondeu corretamente. A noite passada ajoelhei-me aqui e orei ao Senhor pedindo a escrivaninha, a cadeira e a bicicleta e pelo poder do Espírito Santo concebi essas coisas. É como se estivessem dentro de mim, crescen­do neste momento. E são tanto escrivaninha, cadeira e bicicleta como quando forem vistas pelas pessoas na época de sua entrega.
Eles começaram a rir a mais não poder. Disseram:
—  Esta é a primeira vez que já vimos um homem grávido de uma bicicleta, uma escrivaninha e uma cadeira — e saindo do meu quarto começaram a espalhar por toda a cidade o rumor de que o ministro estava grávido de uma bicicleta, uma cadeira e uma escrivaninha. Mal podia andar pela cidade; as mu­lheres se juntavam olhando para mim e davam risadinhas. E alguns jovens travessos de minha igreja chegavam a mim no domingo, tocavam-me o estôma­go e diziam:
— Pastor, quantos meses faltam?
Mas naqueles dias todos eu sabia que tinha tais coisas crescendo dentro de mim. Leva tempo, assim como a mãe leva tempo para dar à luz o filho. Sem dúvida alguma, as coisas que você pediu hoje levarão algum tempo antes que cheguem, mas você já está grávido delas, e no devido tempo as terá.
Mantive-me louvando ao Senhor constantemente e no tempo devido as três coisas chegaram. E chegaram exatamente como encomendadas: a escrivaninha era de mogno das Filipinas, a cadeira era japonesa, fabricada pela companhia Mitsubishi, e tinha rodinhas para que eu pudesse mover-me e a bicicleta, de segunda mão, era norte-americana e tinha várias marchas, tinha sido de um filho de um casal de missionários norte-americanos.
Trouxe para casa essas três coisas pelas quais tinha esperado tanto tempo, e isso mudou por completo minha maneira de orar.
Até então tinha orado em termos vagos; mas desse dia em diante jamais orei em termos vagos. Se Deus respondesse às suas orações vagas, você jamais reco­nheceria seu pedido como sendo resposta de Deus. Você deve pedir definida e especificamente.
O Senhor não se agrada de orações vagas. Quando o cego Bartimeu, filho de Timeu, veio correndo em pós de Jesus Cristo, clamou: Filho de Davi, tem compai­xão de mim." Embora todo mundo soubesse que ele estava pedindo a cura de sua cegueira, Cristo pergun­tou: "Que queres que te faça?" Cristo deseja pedidos específicos. Disse Bartimeu: "Senhor, desejo ver." Jesus respondeu: "Seja feito segundo a tua fé." os olhos de Bartimeu foram abertos.
Mas até que ele pedisse especificamente a cura de sua cegueira, Cristo não pronunciou a cura. Ao trazer sua petição ao Senhor, venha com um pedido especí­fico, com um objetivo definido, com uma meta clara.
Certa vez eu visitava um igreja, e depois da pregação a esposa do pastor pediu-me que fosse ao escritório. O pastor perguntou:
— Cho, você poderia orar por esta senhora?
—  De que necessita ela — perguntei.
— Bem, ela deseja casar-se e ainda não encontrou marido.
—  Peça-lhe que entre.
De modo que uma solteirona de mais de trinta anos entrou. Perguntei-lhe:
— Irmã, por quanto tempo tem orado pedindo um marido?
— Por mais de dez anos — respondeu ela.
— Por que Deus não respondeu à sua oração nestes dez anos? — perguntei. — Que tipo de marido você tem solicitado?
—  Bem, isso fica com Deus. Ele sabe de tudo — respondeu ela, sacudindo os ombros.
—  É esse o seu erro. Deus jamais opera por si mesmo, mas somente por nosso intermédio. Deus é a fonte eterna, mas ele somente opera por meio de nossos pedidos. Você realmente deseja que eu ore por você?
— Sim.
— Muito bem; traga-me papel e lápis e sente-se à minha frente.
Ela sentou-se e eu disse:
— Se você escrever as respostas às minhas pergun­tas  orarei por você. Pergunta número um: Você realmente deseja um marido, mas que tipo de marido quer: branco, asiático ou preto?
— Branco.
—  Muito bem. Escreva isso. Número dois: Você deseja que seu marido tenha l,80m de altura ou pode ele ser mais baixo?
— Oh, desejo um marido alto.
—  Escreva isso. Número três: Você deseja que seu marido seja esbelto e de boa aparência ou simples­mente agradável e gordo?
— Quero que seja magro.
—  Escreva: magro. Número quatro: Que tipo de passatempo deseja que seu marido tenha?
— Bem, gostaria que fosse musical.
— Muito bem. Escreva: musical. Número cinco: Que tipo de emprego você quer que seu marido possua?
— Professor.
— Muito bem. Escreva: professor.
Fiz-lhe mais ou menos dez perguntas e então disse:
— Por favor, leia a sua lista em voz alta.
Ela leu todos os pontos, de 1 a 10, em voz alta. Então eu disse:
— Feche os olhos. Você pode ver seu marido agora?
— Sim, posso vê-lo claramente.
— Muito bem. Encomendemo-lo agora. Enquanto não vir seu marido claramente com os olhos da imaginação você não pode fazer o pedido, porque Deus jamais responderia. É preciso que você o veja claramente antes de começai" a orar. Deus nunca responde a orações vagas.
Ela ajoelhou-se e impus as mãos sobre ela.
"Ó Deus, agora ela conhece o marido que deseja. Vejo seu marido. Tu conheces o marido dela. Pedimo-lo em nome de Jesus Cristo." Continuei, dirigindo-me a ela:
— Irmã, leve este pedaço de papel para casa e cole--o no espelho. Todas as noites, antes de ir para a cama, leia estes dez pontos em voz alta, e todas as manhãs, ao se levantai1, leia em voz alta estes dez pontos, e louve a Deus pela resposta.
Passou-se um ano. E aconteceu de eu estar passan­do por essa cidade novamente quando a esposa do ministro me telefonou. Disse ela:
—   Pastor, será que o senhor pode vir almoçar conosco?
— É claro que posso —. Fui almoçar com eles. Assim que cheguei ao restaurante ela disse:
— Ela se casou! Ela se casou!
— Quem é que se casou?
—  Lembra-se daquela moça por quem o senhor orou? Aquela a quem o senhor pediu que escrevesse os dez pontos? Ela se casou!
__. Sim, agora me lembro. O que aconteceu?
__  Naquele  verão  um   professor  de   música  de ginásio veio à igreja com um quarteto a fim de realizar um reavivamento de uma semana. Ele era solteiro e todas as moças estavam doidas por ele; queriam sair com ele, mas esse camarada não lhes dava a menor atenção. Entretanto, ficou fascinado por aquela solteirona. Estava sempre com ela e antes de ir embora, pediu-a em casamento. Ela, sem muita relutância, deu-lhe o seu consentimento. Casaram-se naquela igreja, para a alegria de todos, e no dia de seu casamento a mãe dela pegou aquele pedaço de papel, leu os dez pontos para a congregação, rasgando-o em seguida.
Parece história, mas realmente é assim que funcio­na. Desejo lembrar-lhe uma coisa: Deus está dentro de você. Deus nunca opera nada que se refira à sua vida independentemente de você. Deus só operará me­diante seu pensai*, sua fé; de modo que sempre que desejar receber respostas do Senhor, apresente objeti­vos claros.
Não diga:
"Ó Deus, abençoa-me, abençoa-me!"
Você sabe quantas bênçãos a Bíblia contém? Mais de 8.000 promessas. Se você disser:
"O Deus, abençoa-me" — então Deus pode pergun­tar-lhe: "Que tipo de bênção você deseja dentre as 8.000 promessas?"
Portanto, seja bem definido. Pegue um caderno, anote, veja sua meta claramente.
Sempre pedi que Deus concedesse um reavivamen­to à minha igreja segundo um número definido. Em 1960 comecei a orar:
"Deus, dá-me 1.000 membros todos os anos."
E até 1969 mil membros foram acrescentados à igreja todos os anos.
Mas em 1969 mudei meu coração. Pensei: "Se Deus pode dar 1.000 membros por ano, por que não pedir que me dê 1.000 por mês? De modo que desde 1970 comecei a orar:
"Pai, dá-me 1.000 membros por mês."
A princípio Deus me deu 600, depois começou a dar-me mais de 1.000 por mês. No ano passado recebemos mais de 12.000 membros em nossa igreja. Neste ano elevei meu alvo, e agora esperamos ter 15.000 novos membros; no ano que vem posso facil­mente pedir 20.000. Se você tem um pedido definido, e realmente o vê, então pode consegui-lo.
Na época em que estava construindo o templo da igreja, que tem capacidade para 10.000 pessoas, mesmo antes de os construtores derramarem o con­creto, vi-o claramente em minha imaginação. Andei centenas de vezes pelo edifício, e senti a presença magnífica do Espírito Santo ali. Senti a magnitude daquela igreja, e minha alma se emocionou. Você deve ver tão viva e graficamente que possa em realidade senti-lo em suas emoções. Se você não exercitar esta lei da fé, jamais poderá conseguir uma resposta a tudo que pedir.
Agora, em minhas orações, sempre tento ver com clareza. Desejo ver meu objetivo tão vivamente que sinta na alma a emoção dele. Só então, esta primeira condição é cumprida.
Em segundo lugar, se você tem uma imagem vivida, deve também possuir um desejo ardente de alcançar esses objetivos. Muita gente ora casualmente: "Deus, responda à minha oração", e antes de sair da igreja já se esqueceu das coisas pelas quais oraram. Esse tipo de atitude jamais trará a fé nem a resposta de Deus. É preciso que você tenha um desejo ardente.
Provérbios 10:24 diz: "O anelo dos justos Deus o cumpre.'' Salmo 37:4 diz: "Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração." Você deve ter um anelo ardente por um alvo e deve continuar vendo esse alvo cumprido.
Quando comecei meu ministério em 1958 tinha um desejo ardente em minha alma, uma meta ardente de construir a maior igreja da Coréia. Esse desejo quei­mava dentro de mim tanto que eu vivia com ele, dormia com ele e andava com ele. Agora, depois de vinte anos, ouço dizer que minha igreja é a  maior do mundo.
É preciso que a pessoa tenha esse anelo ardente no coração. Se não o tiver, então espere e peça que Deus lho conceda. Deus não gosta das pessoas tíbias, pois ele se especializa somente nos bem quentes; se você tiver o desejo ardente, então terá resultados.

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Em terceiro lugar, você deve ter a substância ou a segurança. No grego, substância é hypostasis. Na linguagem comum a palavra pode significar "título ou papel legal". Quando a pessoa tem uma meta bem definida, e um desejo ardente no coração, desejo que chega ao ponto de ebulição, então pode pôr-se de joelhos e orar até conseguir a substância ou segu­rança.
Um dia em que pregava no Havaí, uma japonesa veio e me perguntou quanto tempo devia ela orar a fim de adquirir a substância. Disse-lhe que às vezes são necessários somente alguns minutos, e se ela conseguisse a substância ou segurança nesse instan­te, não precisava orar mais.
— Mas —, disse-lhe — às vezes pode levar dois minutos, duas horas, duas semanas, dois meses ou dois anos; todavia, qualquer que seja o tempo que leve, a pessoa deve orar até que consiga a substância.
Os ocidentais vivem às voltas com o problema de viver dentro de um horário. Tudo é correria. Logo, não têm tempo para passar com a família, para visitar os amigos e até mesmo para ficar quietos perante o Senhor. Tudo tem de ser instantâneo: o desjejum instantâneo, comida pré-cozida, alimentos enlatados, café solúvel instantâneo. Tudo tem de estar pronto em menos de cinco minutos. De modo que quando vão à igreja oram dizendo: "Ó Deus, responde-me. Não tenho muito tempo — cinco minutos. E se não responderes rapidamente, esquece-te." Não estão es­perando no Senhor.
Os norte-americanos converteram as igrejas em lugares de entretenimento. Na Coréia acabamos com todo o entretenimento nas igrejas. Fazemos alguns avisos bem curtos e damos toda a preeminência à Palavra de Deus. Depois da pregação da Palavra, geralmente temos dois ou três números especiais e então concluímos. A Palavra de Deus sempre ocupa o lugar de preeminência.
Certa vez fui convidado para pregar num culto vespertino em uma igreja no estado de Alabama, nos Estados Unidos. O culto começou às 7 horas da noite, e com anúncios, cânticos e números especiais foram gastas mais ou menos duas horas. Eu já estava quase dormindo na plataforma. As pessoas também já esta­vam começando a ficar cansadas. O pastor veio a mim e disse:
— Pregue somente dez minutos esta noite, porque temos um magnífico programa de televisão e gostaría­mos que você pregasse somente dez minutos. Eu tinha vindo da Coréia, convidado por eles, para falar--lhes somente dez minutos!
Numa igreja como essa não se pode esperar a plena bênção de Deus. Tal igreja necessita de esperar muito tempo perante o Senhor, o que também é válido para uma pregação sólida da Palavra de Deus. Isto é o que edifica a fé. A pessoa deve esperar na presença do Senhor até conseguir a segurança.
Quando necessitava de cinco milhões de dólares para terminar a construção da igreja, tive uma visão muito clara, uma meta bem visível e um desejo mui ardente de ter pronta essa igreja com lugares para dez mil pessoas. Mas meu coração estava cheio de medo. Estava trêmulo, assustado e não tinha nenhuma segurança. Esses cinco milhões pareciam uma mon­tanha e eu era como um coelho assustado. Para os ricos estrangeiros, cinco milhões de dólares não significam muito, mas para os coreanos pobres, era uma soma gigantesca. Comecei a orar como uma pessoa que está morrendo. Disse;
"Senhor, já começamos a construção. Ainda não temos nenhuma segurança. E não sei onde conseguir esse dinheiro."
Comecei a preocupar-me. Passou um mês, e ainda não tinha paz nem segurança. Passou o segundo mês, e ainda continuava orando até a meia-noite. Podia sair da cama e ir para um canto chorar, com o coração despedaçado. Minha esposa pensava que eu estava ficando doido, mas eu estava era mentalmente cego. Ficava em pé, parado, sem falar nem pensar, somente fazendo girar na cabeça os cinco milhões de dólares.
Certa manhã, depois de orar intensamente por três meses, minha esposa me chamou:
— Querido, o desjejum está pronto.
Ao sair do escritório, e quase no preciso momento em que me sentava à mesa, na sala de jantar, os céus se abriram e uma tremenda bênção derramou-se sobre mim. A substância e a segurança me foram concedidas à alma. Saltei da cadeira e comecei a gritar:
— Consegui! Consegui! Consegui!
Minha esposa saiu correndo da cozinha e quando olhei para seu rosto percebi que ela estava toda pálida. Ela estava espantada e, levando-me de lado, disse:
—  Querido, que aconteceu com você? Você está bem? Sente-se.
— Consegui!
— Conseguiu o quê?
— Consegui cinco milhões de dólares — assegurei--lhe com firmeza.
— Você está realmente louco. Realmente louco. — disse ela.
— Mas, querida, tenho estes cinco milhões de dólares dentro de mim. Estão crescendo agora! Oh, dentro de mim estão crescendo!— Subitamente estes cinco milhões de dólares tinham-se transformado em um pequeno pedregulho na palma de minha mão. Orei com segurança. Minha fé os agarrou e nada fiz além de lançar mão deles. Eram meus.
Eu já tinha a substância. Uma vez que a pessoa tem a substância — o título legal, quer ela veja essas coisas ou não, elas virão a ser legalmente suas, porque as coisas que pertencem legalmente à pessoa têm de chegar a ser suas completamente. De modo que orei até conseguir essa segurança.
Durante a primeira parte deste ano orei e Deus deu--me a segurança de um total de 50.000 membros em minha igreja. Esses membros estavam dentro de mim, crescendo da mesma maneira que iam crescendo fora de mim. Este é o segredo: orar até que tenha a substância, a segurança.
Quarto, é preciso dar mostras da fé. A Bíblia diz que Deus ressuscita os mortos. Isso significa que Deus realiza milagres, chamando "as coisas que não são como se já fossem".
Abrão era um velho de cem anos e Sarai uma velha de noventa. Ambos tinham um desejo muito claro: ter um filho. Sentiam um desejo ardente de ver esse filho e oraram durante 25 anos. Certo dia Deus lhe fez uma promessa e quando eles tiveram a segurança, Deus imediatamente lhes mudou os nomes: "Abrão já não será o teu nome, e, sim, Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí.... A Sarai, tua mulher, já não lhe chamarás Sarai, porém Sara" (Gênesis 17:5, 15). Abraão protestou um pouco. "Pai, as pessoas se rirão de mim. Em casa não temos nem sequer um gatinho, e tu dizes que vais trocar meu nome para pai de numerosas nações, e vais chamar a Sarai de princesa. O povo todo vai dizer que estou louco!"
Mas Deus disse:
"Se desejas trabalhar comigo terás de fazer as coisas como as faço. Eu chamo à existência coisas que antes não existiam, e se tu não falas claramente como se já tivesses o que ainda não é, não serás de minha categoria."
De modo que Abrão trocou de nome. Chegando-se à esposa, disse:
—  Esposa minha, meu nome foi mudado. Já não sou mais Abrão, mas Abraão, pai de numerosas nações. E você também já não se chamará Sarai, porém Sara.
Nessa mesma noite Abraão caminhava em direção ao vale. Sara, que já tinha aprontado a janta, chamou o marido:
— Abraão, a janta está pronta.
Essas palavras ressoaram por todo o povoado. Os aldeões pararam de trabalhar e olharam uns para os outros:
— Escutem só isso, chamam-no de Abraão, o pai de numerosas nações! Pobre Sarai, está tão ansiosa por um filho, sendo já velha de 90 anos, que começou a chamar o marido de "pai de numerosas nações". Deve ter perdido o juízo. Que pena!
Então ouviram uma forte voz de barítono que dizia:
— Querida Sara, já estou indo.
— Quê? — tornaram a perguntar os aldeões — Sara, a princesa, a mãe de muitos filhos?! Aconteceu o mesmo a Abraão. Os dois ficaram loucos.
Mas Abraão e Sara não fizeram caso dos comentá­rios dos vizinhos. Chamaram um ao outro de "Pai de numerosas nações" e "princesa". E exatamente como chamaram um ao  outro, exatamente como deram testemunho de sua segurança, tiveram um filho muito formoso ao qual chamaram Isaque, que significa "riso".
Irmãos e irmãs, desejam vocês ver um sorriso nos seus rostos? Desejam ver sorrisos nos de sua casa? Desejam ver sorrisos em seus negócios e em suas igrejas? Usem a lei da fé! Então poderão ver o nascimento de muitos "Isaques" em suas vidas.
Os milagres não são produzidos por meio de uma luta cega. Há leis no reino espiritual e você tem no coração recursos inesgotáveis. Deus mora dentro de você. Mas Deus não vai fazer nada por você a menos que o faça por intermédio de sua própria vida. Deus quer cooperar com você para a obtenção de grandes coisas. Deus é o mesmo, porque Jeová nunca muda. Mas enquanto a pessoa não mudar, Deus não pode manifestar-se a ela. Deus usou Moisés, Josué e outros homens de fé gigantesca. Mas ao morrerem Moisés e Josué e não nascerem outros homens como eles, o povo começou a desviar-se e Deus parou de manifes­tar seu poder.
Deus  deseja  manifestar-se  mediante  você  hoje, assim como ele se manifestou mediante Cristo 2.000 anos atrás. Ele é tão poderoso quanto o era antes, e depende de você. Afirmo que posso construir uma igreja para dez mil pessoas na Coréia, no Japão, na Alemanha, nos Estados Unidos ou em qualquer outra parte, porque a visão de uma igreja tão grande não está no exterior, mas no interior da pessoa.
O que é engendrado em seu coração e mente está pronto para realizar-se em seu ambiente e circunstân­cias, vigie seu coração e mente mais do que qualquer outra coisa. Não procure encontrar a resposta de Deus em outra pessoa, porque essa resposta vem a seu espírito, e por meio de seu espírito ela se materializa em suas circunstâncias.
Clame pela palavra de segurança e a proclame, pois sua palavra se espalha e cria. Deus falou e todo o universo se formou. Sua palavra é o material que o Espírito Santo usa a fim de criar.
Portanto, ordene, pois isto é muito importante. A igreja hoje perdeu a arte de dar ordens. Nós, os cristãos, estamo-nos tornando mendigos perenes, pois mendigamos constantemente. Às margens do mar Vermelho Moisés implorou:
"Ó Deus, ajuda-nos! Os egípcios estão chegando!" Deus o repreendeu dizendo:
"Moisés, por que clamas a mim? Ordena e as águas do mar se dividirão."
Há tempo de orar mas também há tempo de dar a ordem. Deve orar em seu quarto secreto, mas ao sair para o campo de batalha, você sairá a fim de proferir a palavra de ordem de criação.
Quando lemos a vida de Jesus Cristo, vemos que ele sempre estava dando ordens. Orou a noite toda, mas ao sair para a linha de frente mandou que o povo fosse curado. Mandou que o mar se acalmasse. Ordenou que o diabo saísse das pessoas.
E seus discípulos fizeram exatamente a mesma coisa: ao mendigo, Pedro ordenou: "Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!" (Atos 3:6). Ao cadáver de uma senhora Pedro ordenou: "Apruma-te direito sobre os pés" (Atos 14:101. Eles deram a palavra criadora.
A Bíblia manda curar os doentes. Diz-nos a Bíblia em Tiago: "E a oração de fé salvará o enfermo." Deus pede-nos claramente que curemos os doentes; de modo que em minha igreja curo os enfermos, guiado pelo Espírito Santo. Apresento-me perante os irmãos e clamo:
— Estais curados! Levantai-vos!
Peço que a saúde se manifeste e às dezenas e centenas as pessoas recebem a cura.
Alguns meses atrás estava dirigindo uma reunião na Austrália. Certa noite tínhamos reunidas cerca de 1.500 pessoas em um lugar pequeno, e bem à minha frente estava uma senhora numa cadeira de rodas. Ela estava tão deformada que me senti deprimido. Per­guntei: "Senhor, por que a colocaste à minha frente? Depois devê-la não posso exercitar a fé. "Assim sendo tentei evitar olhar para ela enquanto pregava. Olhava para outro lado e então subitamente voltava a olhar para outra direção; pois a vista desta mulher tinha derramado água fria em meu coração.
No final do sermão o Espírito Santo de repente falou-me ao coração, dizendo: "Desce e levanta-a."
Respondi: "Querido Espírito, realmente queres que eu desça e a levante? Ela está tão deformada, e me pergunto se o próprio Jesus a poderia levantar. Não posso fazê-lo. Estou  apavorado."
Mas o Espírito Santo disse: "Vai e levanta-a."
Recusei-me dizendo: "Oh, não, estou com medo."
Então comecei a anunciar os tipos de cura que o Espírito Santo me mostrava estarem acontecendo nas outras pessoas mas não nesta mulher. Primeiro foi curada uma senhora cega. Ela estava tão apavorada quando pronunciei sua cura que gritou e caiu desmai­ada logo depois de seus olhos se abrirem. Então as pessoas começaram a ser curadas por todo o auditó­rio. Anunciava as curas sem parar, mas o Espírito Santo continuava a dizer-me: "Desce e levanta-a."
Respondi: "Pai, ela está tão deformada e estou apavorado.
Nos últimos momentos do culto cedi, e quando o pastor pediu que todos se levantassem para cantar o hino final, desci e falei em sussurro para que os outros não me ouvissem:
— Senhora, se desejar, pode levantar-se dessa cadeira.
Depois levantei-me e saí apressadamente. Quando me voltei todos tinham começado a gritai- e a bater palmas, pois aquela mulher tinha-se levantado de sua cadeira de rodas e começado a andar ao redor da plataforma. Fui tolo, pois se a tivesse levantado no começo eu poderia ter trazido o céu àquele culto; mas eu estava apavorado.
Muitos perguntam-me se tenho o dom da fé, ou o dom da cura. Tenho examinado meu coração e até agora não encontrei dom algum em mim. Creio que isso acontece porque é o Espírito Santo que possui os dons, todos os nove dons são dele. Ele habita em nós, e em mim. O Espírito Santo manifesta-se por meu intermédio; eu não possuo os dons, somente o Espírito Santo os possui; simplesmente lhe obedeço e creio nele.
Que tipo de dom possuo? Vou-lhe dizer qual o único dom que tenho — o dom da ousadia. Com o dom da intrepidez simplesmente saiamos pela fé; então o Espírito Santo nos segue. A Bíblia não diz que o sinal seguirá à frente de nós; mas que o sinal seguirá depois de nós. É preciso que a pessoa vá em frente para que o sinal possa seguir-se. Permaneça na lei de incubação, e por toda a vida observe sinal após sinal seguindo seu caminho de fé.
Os recursos estão dentro de você, e agora você conhece os elementos necessários na incubação a fim de tornar sua fé usável. Consiga uma meta e um objetivo claros. Tenha um desejo que queime ao ponto da ebulição, e então ore até que tenha a substância, a segurança. Depois comece a proferir a palavra de ordem pela qual recebeu a segurança.