sábado, 24 de abril de 2021

Vaso paras honra - 13 - Libertação de Pessoas Envolvidas no Satanismo



Capítulo 13

Libertação de Pessoas Envolvidas no Satanismo


          O Satanismo é um problema que não irá simplesmente "desapare­cer". É muito maior do que tudo que já foi noticiado pela imprensa.
          Cada cidade e vilarejo tem grupos locais, ou grupos de pessoas que adoram e servem diretamente a Satanás. Muitas das escolas de nível médio ou superior têm seu próprio grupo local, até mesmo algumas escolas cristãs. Além disso, temos sido inundados por religiões asiáti­cas que são uma outra forma de Satanismo, e cultos egípcios e caribenhos (tal como a Santeria), todos sendo formas de Satanismo.
          Toda religião que adora e serve a demônios - tais como a Umbanda e o Candomblé no Brasil - é uma forma de Satanismo, não importa como os demônios sejam chamados: energias, vibrações, deuses pagãos, entidades espirituais, etc.
          Em uma conferência da polícia, em fevereiro de 1986, em Las Vegas, estimou-se ter havido de 40.000 a 60.000 "homicídios rituais" (sacri­fícios humanos) nos Estados Unidos no ano anterior. Considero essa estimativa extremamente conservadora.
          A cobertura, por parte da imprensa, dos sacrifícios humanos rea­lizados em Matamoros, no México, logo tornou-se notícia diária na mídia. Em todo lugar, os departamentos de polícia estão tentando educar os policiais no campo dos crimes relacionados ao ocultismo. Psicólogos e psiquiatras estão realizando conferências médicas para tentar instruir-se sobre como lidar com pessoas envolvidas no Satanismo.
          Abuso ritual de crianças está tornando-se palavra comum nestes dias. Astros da música rock e seus álbuns estão pregando o Satanismo de forma escancarada em suas apresentações, em todas as lojas de discos e na popular MTV, todos os dias. Um clamor público está sendo suscitado mais e mais a cada dia; é necessário deter a difusão do Satanismo entre nossos jovens. Infelizmente o mundo, e muitos cristãos, estão se voltando para os psiquiatras e psicólogos em busca de respostas. A maioria não percebe que o campo da psiquiatria e psicologia tem provavelmente a mais alta saturação de satanistas praticantes, dentre todos os ramos de atividade. Os primeiros fundadores do campo da psicologia foram, eles próprios, profundamente envolvidos com o ocultismo!
          Temos de voltar a nossa atenção para a Palavra de Deus em busca de respostas. Jesus predisse que isso aconteceria, assim como Paulo e mui­tos outros. Estamos vivendo nos "últimos dias". Paulo escreveu na segun­da carta a Timóteo uma descrição precisa dos dias em que vivemos:
          "Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, calu­niadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, trai­dores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes."(2 Timóteo 3:1-5)

          Este simples parágrafo dá uma descrição sucinta de toda pessoa que adora e serve Satanás. Paulo então continua, dizendo:
          "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cris­to Jesus serão perseguidos. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que, desde a infância, sabes as sagradas le­tras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." (2 Timóteo 3:12-17)

          Creio que um ano após a publicação deste livro em inglês, as igrejas cristãs já estarão sob ataque direto e aberto dos satanistas.
          Recente­mente, estávamos na Carolina do Sul e pegamos um jornal local. Na primeira página havia uma foto duma pequena igreja cristã daquela cidade. Na parede da frente da igreja, com spray de tinta preta, esta­vam escritas as palavras "Satanás é Deus!" Não demorará muito, e aqueles que servem a Jesus Cristo terão que se deparar diretamente com os que servem a Satanás, em confrontações face a face.
          No mês de maio de 1989 estive com um pastor evangelista itinerante. Ele falou-me de seis igrejas que conhecia pessoalmente nos estados de Texas e Oklahoma, cujas portas tinham sido fechadas por causa de ameaças dos satanistas locais. Nem os pastores nem os membros da­quela igreja se dispuseram a resistir face às ameaças satânicas de mor­te.
          Esse mesmo evangelista também me falou de uma igreja no Texas em que o pastor foi abordado pelo sumo sacerdote do grupo satânico local, o qual exigiu o uso do prédio da igreja. Neste caso o pastor disse ao sumo sacerdote que ele não poderia fazer uso do prédio. A pronta resposta foi uma ameaça de morte. O pastor respondeu:
          - Na vida ou na morte, eu servirei a Jesus. Eu não tenho medo da morte. Você não pode usar este prédio!
          Cerca de duas semanas depois, os satanistas invadiram a igreja e sa­crificaram um bebê no altar à frente da igreja e o profanaram, deixan­do o bebê morto ali para que fosse encontrado pelos membros da igreja. Mesmo assim, o pastor e parte da igreja permaneceram fiéis a Cristo.
          Como resultado, cerca de três semanas depois, um reaviva­mento ocorreu naquela cidade, e muitos vieram a Jesus. Soube também de uma igreja na Carolina do Sul que foi fechada e várias pessoas dessa igreja foram mortas em estranhos acidentes. Tinham recebido ameaças dos satanistas locais. Isto, creio, vai se tornar um acontecimento muito comum nos próximos anos.
          Desde que o meu primeiro livro foi publicado, no outono de 1986, cartas me têm chegado, em grande quantidade, enviadas por pessoas que sofreram todo tipo de atrocidade imaginável nas mãos dos servos de Satanás.
          Meu coração parte-se quando leio essas histórias. Um ser humano não pode tratar do sofrimento de outra pessoa. Somente o Senhor pode ajudar uma pessoa a suportar todo o terrível sofrimento por que passa em sua vida. Mas, em meio a tudo isso, temos de lem­brar-nos de que Jesus amou e morreu até mesmo por gente assim.
          Já há vários anos tenho tido o hábito de clamar ao Senhor pela alma de cada servo que Satanás envia para me ferir. Penso que, se Satanás usar seus servos contra mim, pelo menos vou ter a oportunidade de compartilhar o evangelho a eles. O que tenho visto é que muitos sata­nistas, endurecidos de coração, que foram enviados para nos fazer mal, ficaram completamente quebrantados e se voltaram para Jesus! Este deve ser sempre o nosso objetivo.
          Recentemente comecei a receber muitas críticas pelo fato de não dar os nomes específicos das pessoas e dos lugares em meus livros e por não relatar os incidentes a autoridades seculares. Uma coisa precisa ficar bem clara. Meu chamado do Senhor é para retirar pessoas, do cativeiro de Satanás, para o reino de Jesus Cristo. Foi de propósito que deixei de lado esses detalhes em meus livros. Se eu quisesse que eles fossem conhecidos, eu os teria publicado. Satanás é um espírito e o seu reino está no mundo espiritual. Minha batalha não é contra "o sangue e a carne" (Efésios 6:12). Mas, mais do que isso, fui chama­da especificamente pelo Senhor para usar somente armas com poder divino, não armas deste mundo.
          "Pois embora andando na carne, não milhamos segun­do a carne. As armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das forta­lezas." (2 Coríntios 10:3-4 - EC)

          A única resposta ao Satanismo e aos crimes que lhe são associados está no poder do evangelho de Jesus Cristo e na sua obra consumada na cruz do Calvário. Meu chamado é para retirar pessoas do Satanismo e libertá-las por meio de um compromisso total com Jesus Cristo.
          Dou meus aplausos aos esforços da polícia, mas eles têm sérias limitações, em virtude de duas coisas. Primeiro, eles não acreditam na realidade do mundo espiritual, nem que os satanistas tenham qualquer poder real.
          Segundo, eles não terão a menor condição de lidar com o que está ocorrendo, sem o poder de Jesus Cristo e sem o discernimento do Espírito Santo. As prisões estão cheias de satanistas.
          Segundo um recente documentário que passou na TV, aqui na Califórnia as prisões estão tão cheias que a maioria dos criminosos volta às ruas em poucos dias porque simplesmente não há espaço suficiente para acomodá-los. Qual será a solução para esse terrível estado de coisas? É hora de nós, cristãos, levantarmo-nos e começarmos a obedecer ao mandamento de Cristo: compartilhar com poder o evangelho a todos os homens.
          Esta é toda a razão de ser do Satanismo: poder. Cada um que nele se envolve o faz por um só propósito central: conseguir poder. Isso é tão antigo quanto o jardim do Éden. Por que Adão e Eva desobedeceram a Deus? Porque pensaram que obteriam um conhecimento especial e, portanto, poder para tornar-se como o próprio Deus.
          A rebelião está no âmago da vida de todas as pessoas envolvidas com o Satanismo. Isso também ocorre na vida daqueles que sofreram abusos no Satanismo. Não importa o quanto tenham sido abusados, ou quão passivos pareçam, cada um deles tem em si uma rebelião tão forte e profunda que cada vez mais fico surpreendida por isso.
          "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria." (1 Samuel 15:23-EC)

          Essa tendência à rebelião é algo que todos nós temos que enfrentar, mas especialmente as pessoas que foram envolvidas no Satanismo. Lembre-se sempre, a passividade é a pior forma de rebelião possível. Deus odeia a passividade, mais do que qualquer outra coisa. Ele tor­nou isso bem claro em Apocalipse 3, na carta à igreja de Laodicéia. Como os laodicenses eram mornos, isto é, passivos, o Senhor disse que estava a ponto de vomitá-los de sua boca (Ap 3:15-16).
          As procriadoras são algumas das pessoas que, no Satanismo, são mais difíceis para se trabalhar. São mulheres que geram bebês para serem usados em sacrifícios. É muito difícil trabalhar com elas porque optaram por rebelar-se, por meio da passividade. Elas se recusaram a fazer qualquer coisa contra os terríveis pecados que lhes pedem para cometer.
          Uma das primeiras coisas que tenho de fazer, sempre que alguém me procura dizendo que quer sair do Satanismo, é orar! Tenho de buscar o Senhor em oração para ter a certeza de que é da vontade dele eu trabalhar com tal pessoa. Tenho também de conversar com a pessoa, não somente para ver se ela está disposta a aceitar Jesus como o Se­nhor total da sua vida, mas também para ver se está disposta a pagar o preço envolvido no compromisso total com Jesus.
          A maioria das pes­soas envolvidas no Satanismo não está disposta a pagar o preço de um compromisso total com Jesus. Elas apenas buscam um alívio para o problema que as atormenta. Elas são tal como todos os seres huma­nos, incluindo nós, os cristãos.
          Praticamente a única coisa que nos faz virar as costas para o pecado em nossa vida é o fato de que, por fim, tornamo-nos tão miseráveis que nos dispomos a abandonar o pecado para obter algo melhor. O filho pródigo na parábola ensinada por Je­sus é um exemplo típico disso. Ele teve que descer até ao ponto de comer com os porcos que ele alimentava, antes de se dispor a aban­donar a sua vida de pecado.
          Muitas vezes, em situações de aconselhamento, tenho que chegar ao ponto de simplesmente orar com a pessoa e pedir ao Senhor que trate dela da forma que julgar necessário para trazê-la ao ponto de se dis­por a desistir completamente do Satanismo. Enquanto sente que o Satanismo vai beneficiá-la mais do que prejudicá-la, a pessoa não se disporá a abandoná-lo. Talvez isso soe duro, mas é verdade.
          A maio­ria das pessoas sai do Satanismo somente quando percebe que, muito provavelmente, perderá a vida se continuar. Nos casos verídicos con­tidos neste capítulo, você verá que este é, quase sempre, o ponto em que ocorre a mudança.
          Trabalhar com pessoas que saem do ocultismo não é fácil. Eu mes­ma já cometi todos os erros possíveis. Tenho de alertar os obreiros cristãos que atuam nesta área com respeito a dois aspectos problemá­ticos bastante sérios. Primeiro, a dura verdade é que a maioria das pessoas está em busca de uma "carona grátis". Isto é, elas querem que uma outra pessoa lute por elas e resolva tudo para elas.
          A maioria das pessoas que ingressa no ocultismo, em primeiro lugar, o faz porque pensa que poderá ganhar muito sem ter que trabalhar. Tenho aprendi­do, a duras penas, que é necessário estabelecer um prazo definido durante o qual se vai ajudar e dar apoio a alguém. Você não pode ficar ajudando e dando até apoio financeiro às pessoas indefinidamente. E, enquanto você estiver ajudando alguém, em geral a pessoa não faz nenhum esforço para dar conta de si mesma. Paulo abordou esta ques­tão de forma bem direta em 2 Tessalonicenses:
          "Porque, quando ainda conosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pes­soas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, de­terminamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão."
(2 Tessalonicenses 3:10-12)
         
          Em segundo lugar, há um número crescente de pessoas que fingem ser ex-satanistas, ou que fingem terem sido abusadas em rituais satâni­cos quando crianças. Este é um problema que, sem dúvida, crescerá à medida em que o Satanismo for sendo mais exposto pela imprensa. Essas pessoas vêm até nós, pedindo ajuda e atenção. Algumas vezes fico surpresa sobre quanta informação elas podem obter simplesmente mediante a leitura e por meio dos demônios que permitiram entrar ne­las, quando afirmam que estão endemoninhadas e que foram satanistas.
          Algumas vezes o Senhor parece deliberadamente impedir o discer­nimento nesses casos. Só posso imaginar que ele age dessa forma para que a pessoa tenha uma chance incondicional de receber a salvação. Entretanto, a longo prazo elas acabam revelando o seu embuste, recu­sando-se a trabalhar, e por contínuas tentativas de chamar a nossa atenção, a maioria das vezes fingindo doenças e ataques demoníacos. Nenhum ministério está livre desses problemas.
          Qualquer um pode infiltrar se, Posso atestar que essas pessoas trazem tristeza e problemas incontáveis. Mas não ouso dar a mim mesma a permissão para ficar ressentida. Tenho que me lembrar sempre de que Cristo as ama, mesmo assim.

Medo
          O obreiro cristão deve sempre entender que as pessoas que estão verdadeiramente saindo do Satanismo são governadas pelo medo. O medo é o instrumento número um de Satanás.
          O reino de Satanás é governado sob o princípio da competição absoluta. Os satanistas não podem confiar em ninguém - é cada um por si. Eles cooperam uns com os outros somente por serem forçados a isso pelos demônios, através do medo. O mundo do Satanismo é também um mundo de mentiras.
          Satanistas são mentirosos e atores consumados. É a única forma de sobreviver. Quando saem do Satanismo, são extremamente temerosos, e mentirosos habituais. Leva tempo para que vejam que o poder do Senhor é maior do que qualquer coisa que Satanás e os demônios tenham. Leva tempo, igualmente, para que percam o hábito de mentir por qualquer coisa. É necessário muito amor, paciência e perseverança da parte do obreiro cristão que os estiver ajudando.
          Os satanistas rejeitam tudo e, conseqüentemente, sentem-se rejeita­dos por tudo e por todos. Nos nove anos em que tive um fluxo cons­tante de pessoas que saíram do Satanismo e que vieram morar em minha casa, pude notar continuamente que elas interpretam tudo como rejeição.
          Se eu peço a uma dessas pessoas para matar uma mosca na parede, ela interpretará isso como rejeição. É necessário muito amor e paciência para ajudá-las a reconhecer e a superar isso.

Convicção
          A convicção do pecado não vem imediatamente àqueles que estão saindo do Satanismo. Nosso Senhor é tão misericordioso e gracioso! Ele sabe muito bem que, se trouxesse sobre eles, de uma só vez, toda a convicção da terrível natureza de suas ações, eles ficariam fora de si.
          À medida em que a pessoa se fortalece no Senhor, o Espírito Santo lhe traz a convicção do erro de seus atos. Nós, obreiros cristãos, temos de entender que essas pessoas ex-satanistas passaram por situações tão terríveis que não podem se lembrar de todas essas coisas de uma vez. É normal que pessoas recém-saídas do Satanismo tenham uma amnésia significativa.
          A libertação total geralmente não é possível ime­diatamente, porque haverá muitas coisas de que elas não se lembra­rão. Isso ocorre especialmente no caso de inserções subcutâneas e de episódios de sexo ritual. Nós somos seres humanos frágeis. Nossa mente só pode lidar com um pouco de cada vez. Nosso Senhor sabe disso. Ele não força de nós além do que possamos suportar. E, à me­dida em que elas se tornam mais fortes e seguras em Cristo, então ele gradualmente vai liberando mais um pouco da sua memória.
          Tenho visto que é necessário pelo menos um ano para que uma pessoa que deixou o Satanismo se estabilize. Durante esse ano, o Senhor trará à memória dessa pessoa mais e mais dos rituais e contratos com que ela se envolveu. A maioria de seus demônios poderá ser expulsa no início, mas outros mais serão revelados à medida em que a pessoa for se lembrando de outras coisas de que participaram.
          É importante que, à medida em que essas coisas forem sendo lembradas, a pessoa se arrependa delas, confesse-as como pecado e peça ao Senhor o perdão e a sua purificação.
          Uma grande cura ocorre quando nos arrependemos e confessamos os nossos pecados. Os que vieram do ocultismo são cordeiros feridos no rebanho do Senhor, e devem ser cuidados com uma terna firmeza e com muito amor.
          Vou apresentar dois casos reais completos neste capítulo, objetivando mostrar com maior clareza como abordo tais situações. Não só expul­so os demônios, mencionando os pecados pelos quais eles entraram, mas, no caso de uma pessoa que teve envolvimento com qualquer forma de adoração a demônios, temos também que lidar diretamente com seus "espíritos familiares", ou demônios com os quais ela traba­lhava intimamente. As pessoas que tiveram tal envolvimento sempre sabem os nomes dos demônios com que trabalhavam.
          Se lhe disserem que não sabem, estarão mentindo. Você terá que perguntar a elas os nomes de seus espíritos familiares. Com freqüência, como você verá nos casos verídicos que estarei relatando, haverá vários, e não apenas um ou dois espíritos familiares.
          Não é necessário saber os nomes de nenhum dos demais demônios em tais pessoas. Você não deve perguntar aos próprios demônios o seu nome. Converse com a pessoa sobre a vida dela, em busca das portas de entrada.
          Nos casos que relato a seguir, apresento primeiro as histórias e indico as portas de entrada. Em seguida menciono os espíritos familiares. Então, por último, apresento como conduzimos a libertação da pessoa.
          Considere, numa libertação, os cinco pontos seguintes:
·    Espíritos familiares.
·    Contratos de sangue
·    Episódios de sexo ritual
·    Inserções
·    Portas de entrada

Caso Número 1: Marie
          Marie (não é este o seu nome real) tinha 21 anos de idade quando abandonou a feitiçaria e voltou a sua vida para Jesus Cristo. Esta é sua história:
          A mãe de Marie estava no Satanismo, e, de fato, havia atingido uma alta posição. Casou-se com um satanista, mas os dois separaram-se e divorciaram-se um mês antes do nascimento de Marie.
          O pai de Marie era considerado mentalmente retardado, apesar de ser capaz de trabalhar. Ele nunca alcançou qualquer posição de im­portância na feitiçaria. Ele deixou a mãe de Marie por causa de uma outra bruxa do grupo. Na época do nascimento de Marie, Satanás disse à mãe dela que a menina seria mentalmente retardada, como o pai. Infelizmente, a mãe de Marie aceitou essa mentira de Satanás sem questionar.
          O interessante é que Marie foi não somente dedicada a Satanás, quando ainda nenê, mas também a Jesus Cristo. Isso ocorreu porque, na época do seu nascimento, sua mãe tinha uma posição significativa na igreja cristã em que havia se infiltrado. Não tenho dúvida de que o Senhor levou aquela dedicação a sério, e, 21 anos mais tarde, concre­tizou-a trazendo Marie para Si.
          Com a idade de quatro anos, Marie foi levada por sua mãe a um encontro especial do grupo satânico, onde ela assinou o seu primeiro pacto de sangue, vendendo-se a Satanás. Marie lembra-se muito clara­mente de que, no momento de assinar o pacto, Satanás apareceu e lhe deu um demônio chamado Komaer.
          Satanás disse a ela que Komaer lhe daria a habilidade de fingir-se mentalmente retardada, o que lhe per­mitiria fazer com que sua mãe fizesse tudo o que ela quisesse. Infelizmen­te, Marie usou esse demônio com perfeição nos dezessete anos seguin­tes. Ela é na verdade uma moça muito inteligente.
          Mas ela continuamen­te fracassava em tudo na escola; era considerada mentalmente retarda­da em todas as avaliações psiquiátricas e convencia a todos de que de fato era mentalmente retardada. Agora ela está diante da vida sem ne­nhuma instrução e com poucas chances de conseguir um emprego.
          A mãe de Marie levou-a a alguns encontros do grupo satânico, mas a mantinha geralmente longe deles, sempre temendo que Satanás exi­gisse o sacrifício dela. Marie era uma criança incrivelmente mimada. Ninguém jamais dizia "não" a ela, nem mesmo seus avós. Ela tinha tudo o que o dinheiro podia comprar. Seus avós tentaram compensar Marie pelo abuso que tinham cometido com a mãe dela quando crian­ça. Ela foi criada quase que sem nenhuma disciplina.
          Quando Marie estava com 11 anos de idade, sua mãe deixou a feiti­çaria e aceitou Jesus Cristo. Foi aí que os problemas começaram. Como é comum com pessoas que saem da feitiçaria, a mãe de Marie perdeu tudo. Acabou mudando-se para um outro estado, deixando para trás os avós. Subitamente, Marie descobriu que não era mais adorada por sua mãe, mas que uma outra pessoa tinha tomado aquele lugar que era dela - Jesus. E Marie passou a odiar Jesus e os cristãos que ajudavam sua mãe, de todo o seu coração! Ela rebelava-se contra tudo e contra todos permanentemente.
          Quando elas se mudaram de um estado para outro, Marie manteve contato com a suma sacerdotisa que assumiu o lugar de sua mãe. Tra­balhou com aquela mulher até seus 21 anos de idade.
          Marie associou-se com as crianças que estavam envolvidas em Satanismo nas diversas escolas públicas que freqüentou. Participava freqüentemente de sacrifícios de animais, e, com mais idade, de sacrifíci­os humanos também - galgando os degraus dentro da feitiçaria, assim como sua mãe havia feito, antes dela.
          Marie também se adestrou na leitura de mãos, na leitura de cartas de tarô, e recrutou muitos jovens para a feitiçaria, mostrando-lhes como jogar com o tabuleiro de ouija. Ela tornou-se fascinada pelos horósco­pos e seguia o seu fielmente.
          Com a idade de 17 anos envolveu-se com uma gangue que rapida­mente a levou a tomar drogas, a beber e a ter múltiplos contatos sexu­ais. Ela se exibia aos outros jovens praguejando contra Deus em cada oportunidade que tinha. Com dezessete anos, teve um bebê, sendo solteira. Sua mãe não lhe permitiu abortar e, como ela era menor de idade, forçou-a a entregar o bebê para adoção. Ainda bem que sua mãe fez isso, porque Marie provavelmente teria sacrificado a criança se tivesse ficado com ela.
          Apesar de não ter permissão para escutar música rock em casa, Marie a ouvia constantemente quando estava fora de casa. Com 18 anos, após o nascimento do bebê, Marie voltou à sua cidade natal pa­ra visitar os avós, e também seu pai. Foi então que ela e seu pai tive­ram uma relação sexual.
          Marie mentia quanto a tudo o que fazia. Ela se deleitava em assistir a todos os filmes sobre ocultismo ou terror que pudesse. E envolveu-se ainda com o jogo Calabouços e Dragões (Dungeons and Dragons), e com outros videogames ocultistas.
          Finalmente, aos 19 anos, depois de ter terminado o nível médio em um programa especial para os mentalmente retardados, sua mãe a mandou de volta aos avós, pois não tinha mais condições de ficar com Marie em casa.
          Marie repetidas vezes tentou matar sua mãe, tanto por bruxaria, como fisicamente. Ela persistia em acreditar que Satanás era mais forte do que Jesus Cristo, apesar de tudo o que sua mãe dizia ou tentava fazer para persuadi-la de outra forma. Marie odiava todo o mundo, e sentia que todo o mundo a odiava. Ela odiava sua mãe com muita ira, principalmente por ter deixado a bruxaria e pela mudança que isso acarretou nas circunstâncias de sua vida.
          Quando Marie voltou ao seu estado natal, começou a ter um treinamento formal no grupo satânico. Ela recebeu um novo e poderoso espirito chamado Malaquias, e um demônio "porteiro", ou "demônio de poder", que atendia por Gosser. Foi a própria Marie que deu a este demônio o nome Gosser.
          Ela resolveu tomar-se o que se conhece como "caçadora", que vem a ser uma assassina profissional. Ensinaram-lhe como usar toda sorte de armas, estrelas, dardos envenenados, lanças, espadas, etc. Começou a aprender artes marciais - Kung Fu e Caratê. Entretanto, ela era excessivamente preguiçosa para perseverar em qualquer tipo de treinamento físico realmente rigoroso, e assim o que fez foi principalmente receber mais esses outros demônios. Passou ainda a usar e vender drogas.
          Marie recusou-se a trabalhar, e foi colocada em um programa do governo pelo bem-estar dos mentalmente retardados. Foi colocada sob os cuidados de dois psiquiatras que trabalhavam para o governo, os quais eram satanistas.
          Esses homens lhe ensinaram muita coisa so­bre as artes do ocultismo, especialmente na área da hipnose, da projeção astral e da ioga. Ela morava em uma casa comunitária mantida pelo governo. Isso não deteve suas atividades, pois a maior parte das pes­soas que trabalhava nos programas de serviços sociais naquela locali­dade era constituída de satanistas do seu próprio grupo satânico local, que era muito grande.
          Foi durante esse período de dois anos que ela entrou mais fundo nos sacrifícios humanos e no canibalismo, ao lado de freqüentes sacrifícios de animais. Finalmente, com 21 anos, foi-lhe dada uma grande incum­bência. Foi-lhe prometida a posição de suma sacerdotisa (de um gru­po local) se ela tivesse êxito numa missão, e a morte, se falhasse. Na realidade, Marie era uma perdedora, tanto dentro da bruxaria como fora dela. Ela nunca completou o seu treinamento na feitiçaria, por causa da sua preguiça. Ela ficava sempre procurando o caminho mais fácil e como pegar uma "carona" de alguém. A missão que lhe deram: ela foi enviada à Califórnia para se infiltrar e matar-me.
          Eu tenho há anos, como norma, sempre pedir ao Pai pela alma de cada servo que Satanás envia para nos fazer mal. Penso que se Satanás tem o propósito de enviar tais pessoas para nos ferir, então eu devo ter pelo menos a mesma oportunidade para compartilhar o evan­gelho de Jesus Cristo com elas. O Pai parece estar de acordo com este meu ponto de vista, pois ele quase sempre me permite comparti­lhar o evangelho com tais pessoas. Satanás tem que enviar seus servos contra nós a seu próprio risco: o risco de perdê-los para Jesus Cristo, o meu Senhor! Afinal, isto me parece mais do que justo.
          Por ordem do Senhor, levei Marie a nossa casa. Ela ficou conosco durante duas semanas sem quebrantar-se e confessar todo o esquema para nós. Mas ela percebeu que o poder de Jesus Cristo era forte demais, e viu que ela nunca teria sucesso em me matar. Então ela te­meu por sua vida - e com boas razões.
          Um pouco antes de ser envia­da para cá, ela tinha sido forçada a assistir ao brutal assassinato de um rapaz de 17 anos de idade que havia fracassado em uma incumbência semelhante para o seu grupo satânico. Disseram a ela que, se ela fa­lhasse em nos matar, ela também seria sacrificada da mesma forma.
          Temendo por sua vida, Marie dispôs-se a entregar-se a Jesus Cristo e abrir mão de seus demônios. Entretanto, seu caminhar tem sido mui­to difícil. Ela continua a ser preguiçosa e rebelde. Marie simplesmente não quer trabalhar ou assumir responsabilidades por si mesma.
          Ela não quer servir a Jesus nos termos dele. Ela quer tudo à sua maneira. Marie morou comigo durante seis semanas. Então eu a forcei a mudar-se e procurar trabalho. A luta pela alma de Marie continua no momento em que este livro está sendo escrito. Mas, eis como conduzimos a sua libertação inicial.

O envolvimento de Marie
          Adicionalmente às portas de entrada dadas abaixo, eu pedi a Marie que fizesse uma lista dos demônios que ela conhecia bem e com quem trabalhava freqüentemente. O Senhor mostrou-me que pessoas envol­vidas profundamente na feitiçaria têm de repreender pelo nome e ex­pulsar esses demônios com que trabalharam de perto.
          Esses demônios estão listados abaixo, com a função que tinham. Alguns desses nomes podem estar escritos de forma incorreta, pois Marie nunca se preocu­pou com a grafia desses nomes; apenas sabia como eles eram pronun­ciados. Como é comum na feitiçaria, a muitos dos demônios ela mesma foi quem deu o nome. Os demônios não ligam muito para o nome pelo qual são chamados. Eles querem apenas entrar e controlar as pessoas.

Malaquias: Espírito-guia.
Gosser: "Porteiro" ou "demônio do poder", que lhe dava a habilidade da projeção astral.
Dozzer: "Mestre de chaves". Este demônio abria qualquer porta de casas, carros, ou cofres. Ele também o enviava para confundir e cegar motoristas para provocar acidentes de carros e de caminhões.
Morte: Um demônio colocado em cada pessoa que assina um pacto com Satanás. A função deste demônio é trazer a morte física da pessoa em que habita, no caso de a pessoa voltar-se de Satanás para Jesus Cristo.
Konee: Dava a Marie a habilidade de "desmaiar", mas continuar percebendo o que acontecia ao seu redor.
Kefflay: Recebido através do primeiro contato sexual. Atuava grande­mente em lascívia e na sedução de parceiros sexuais.
Symuse: Dava-lhe a habilidade de beber tanto quanto quisesse sem perder a consciência. Este demônio também podia afetar o instrumen­to de detecção alcoólica de forma que ela podia ter altos níveis de álcool e ainda assim passar nos testes de análise do hálito.
Keumma: Usado para influenciar vendedores de drogas, de forma que ela conseguia baixar o preço. Assim, obtinha drogas a um preço muito abaixo do valor normal e então conseguia um lucro maior.
Susky: Recebido do psiquiatra na primeira vez em que ele a hipnoti­zou. Este demônio colocava "luz rosa" em torno dela para proteger seu cordão de prata quando ela realizava projeções astrais.
Selumea: Entrou por meio de uma tentativa de suicídio. Seu propósito era permanecer nela de forma que, se ela decidisse cometer suicídio novamente, ele faria o seguinte: (1) Manteria afastados todos os outros demônios, para que não a impedissem de tirar a sua vida. (2) Notificaria outros satanistas, de forma que seu suicídio tornar-se-ia um sacrifício ao estilo "Ninja". Um suicídio em "estilo Ninja" consiste em dependurar-se de cabeça para baixo, pegar uma espada ou punhal e retirar o coração e as entranhas. Se ela no último momento não quisesse fazer isso, os outros satanistas o fariam por ela. Uma vez que Selumea se pusesse em ação, nada poderia detê-lo, nem mesmo a própria Marie. Foi prometido a ela que, se ela se sacrificasse dessa maneira a Satanás, ela teria uma posição mais alta no inferno, no reino de Satanás.
Lanerker: Usado em todas as formas de previsão do futuro. Um de­mônio de adivinhação.
Desae: Recebido na primeira vez em que ela blasfemou contra Deus. Este demônio fez um mantra com palavras de praguejamento, e lhe deu algum conhecimento de espanhol para que pudesse praguejar em espanhol na frente de outros que não entendiam este idioma. Assim ela não ficaria em "situação difícil" por praguejar. Este demônio a fazia usar linguagem extremamente baixa de forma quase contínua.
Demee: Entrou através do primeiro filme que ela assistiu, "Nightmare on Elm Street - Assassinato da Rua Elm". Ele e outros demônios davam a ela a habilidade de assistir a toda sorte de horror e tortura sem sentir emoção nenhuma exceto uma espécie de "êxtase". Esses filmes também se tornaram filmes de treinamento à medida em que ela aprendia as ha­bilidades de um assassino.
Kimlumlu: Demônio de música rock. Demônio-chefe que entrou ao escutar música rock. Este demônio, e seus subalternos, permitiam-lhe entender as letras, a mensagem subliminar, e escutar a música em níveis muito altos sem nenhum dano auditivo.
Labue: Recebido numa cerimônia especial para dar-lhe força e guiar suas mãos em assassinatos em rituais. (Muitas pessoas recebem o que é chamado "luxúria por sangue", através de sacrifícios. Uma vez que tenham matado, elas sentem um desejo impulsivo de derramar sangue de novo e de novo.)
Conveno: Demônio vampiro de energia. Marie podia, com este demô­nio, drenar a força de qualquer pessoa que quisesse. A menos que eu amarrasse esse demônio nela, sentando-se Marie a meu lado, em menos de 10 minutos eu ficava tão fraca que não podia levantar-me. Ela recebeu este demônio aos quatro anos de idade e o utilizava cons­tantemente para afligir outros por toda a sua vida.
Silenciador: Demônio de silêncio usado em treinamento de artes marciais. Ele poderia ter capacitado Marie a mover-se com absoluto silêncio se ela tivesse continuado seu treinamento em artes marciais.
Keaseme: Demônio de fuga. Ela o conseguiu de algum outro jovem em seu lar comunitário. Ele a ajudava a fugir e correr para longe do lar comunitário sempre que ela quisesse, e podia usá-lo para afligir outros jovens e fazê-los desejar fugir da casa de seus pais.
Komaer: Demônio de retardamento mental. Marie agia como uma pessoa mentalmente retardada com grande habilidade. Ela é na verda­de muito inteligente e tem habilidade normal de leitura.
Keelma: Marie freqüentemente enviava este demônio para destruir o emprego de uma pessoa. Qualquer um que a aborrecesse normalmen­te terminava perdendo o emprego em poucos meses por causa desse demônio. Ela o recebeu com a idade de seis anos e o usou regularmente dali em diante.
Dova: Demônio de doença. Entrou em Marie aos seis anos. Ela o usa­va com muita freqüência para afligir outras pessoas e animais com toda a sorte de doenças.
Jermona: Recebido como parte de seu treinamento para tornar-se caçadora. Dava a ela habilidades com toda sorte de armas. Mais uma vez, por causa de sua indolência, ela não progrediu muito em seu trei­namento e não aprendeu a utilizar bem este demônio.
Ouka: Demônio de controle emocional. Entrou através da prática de posições de ioga. Ela lhe deu entrada porque tinha um temperamento violento. Este demônio a ajudava a controlar o seu emocional quando precisasse, em seu próprio benefício, de forma a manter a cabeça fria em situações em que, de outra forma, não teria mantido.
Kafa: Marie pediu a este demônio para ter a habilidade de ganhar em qualquer jogo, especialmente em videogames. Depois que se libertou, ela é incapaz de jogar esses jogos com destreza.
Legião: Marie convidou este demônio a entrar nela num dos rituais da gangue, quando era membro do grupo "demônios de Satanás", no ensino médio. A figura do demônio, conforme ele aparece no mundo espiritual, está nas costas das jaquetas usadas pelos membros dessa gangue. Ele é uma espécie de mascote da gangue e habita em todos os membros.

Resumo da libertação de Marie
          A libertação de Marie foi conduzida da seguinte forma:

·    Ela pôs-se de joelhos e pediu a Jesus Cristo para perdoar os seus pecados e tornar-se o seu Senhor e Salvador.
·    Ela renunciou todo o seu envolvimento com o Satanismo e fez uma clara declaração a Satanás e seus demônios de que nunca mais os serviria novamente e que agora ela era serva de Jesus Cristo.
·    Ela pediu perdão ao Pai por utilizar um espírito-guia. Então ordenou a Malaquias que a deixasse imediatamente, em nome de Jesus. Esse demônio causou-lhe grande dor, apesar de todas as ordens para que fosse amarrado. Marie teve que se dispor a sofrer essa dor para libertar-se.
·    Ela repreendeu esse demônio e ordenou-lhe que saísse por várias vezes durante cinco minutos até que finalmente ele saiu.
·    Marie pediu perdão por seu contato com o mundo espiritual e então expulsou Gosser, o porteiro.
·    Marie expulsou o demônio de morte para que ele não interferisse no restante da libertação. Na libertação de alguém que tenha se envolvido com o Satanismo normalmente procedo assim. O demônio de morte deve sair logo no  início da libertação ou causará muito dano físico e situações desagradáveis.

          Depois de expulsar Malaquias, seu espírito guia, e Gosser, seu por­teiro, e o demônio da morte, Marie ficou em condições de lidar com todos os outros demônios de espíritos familiares com os quais ela ha­via trabalhado tantas vezes.
          Cada demônio específico de sua lista de espíritos familiares foi repreendido individualmente e expulso. Marie orava primeiro, pedindo ao Senhor que a perdoasse por ter permitido àquele demônio em particular morar nela e trabalhar com ela. Então ela ordenava ao demônio que saísse.
          O demônio que lhe deu mais trabalho foi Komaer. Isso ocorreu por­que ela permitiu que Komaer tivesse muito controle sobre sua mente, de forma a agir como uma pessoa mentalmente retardada. Komaer a pôs inconsciente duas vezes, e a fez ficar muito confusa algumas vezes. Cada vez, nós a ajudávamos a restabelecer o controle, e então reque­ríamos que ela controlasse aquele demônio com o poder e a autorida­de que lhe haviam sido dados por Jesus Cristo. Quando Marie conse­guiu amarrar Komaer, em nome de Jesus, e conseguiu impedi-lo de controlar a sua mente, então ele teve que sair.
          Então, depois que cada um desses demônios foi expulso, voltamos atrás e começamos a lidar com as portas de entrada. Novamente, Marie orou primeiro pedindo perdão, e então ordenou a cada demônio que entrou através de cada porta de entrada que a deixasse imediatamente.

As portas de entrada tinham sido:
·    Herança
·    Incesto
·    Jogo Calabouços e Dragões
·    Leitura de mãos
·    Jogos de ocultismo em geral
·    Ioga
·    Sacrifícios de animais
·    Música rock
·    Filmes de ocultismo e de terror
·    Assassinato
·    Horóscopos
·    Rebelião
·    Contratos de sangue
·    Embriaguez
·    Relações sexuais múltiplas
·    Feitiçaria
·    Drogas
·    Canibalismo
·    Kung Fu
·    Projeção astral
·    Caratê
·    Blasfêmia
·    Sacrifícios humanos
·    Cartas de tarô
·    Beber sangue (de animais e humano)
·    Hipnose
·    Sexo ritual

          Por fim, com as orações abaixo, fizemos uma limpeza geral final nas seguintes áreas:
·    No espírito.
·    Cortando a ligação entre a alma e o espírito.
·    Na mente.
·    Na vontade.
·    Nas emoções
·    No corpo físico.

No Espírito
          Oração: Pai, em nome de Jesus, eu te peço perdão pelo uso pecami­noso do meu espírito e peço que o purifiques completamente de quais­quer demônios que ainda restem. Peço-te que seles o meu espírito de forma que, além de ti, de agora em diante ninguém mais possa ter controle sobre ele. Eu te agradeço, em nome de Jesus.
          Declaração: Agora, em nome de Jesus Cristo meu Senhor, eu ordeno a cada demônio que ainda esteja no meu espírito, ou afligindo o meu espírito, que vá embora imediatamente! Nunca mais o meu espírito será usado para servir a Satanás ou qualquer um de vocês, demônios.

Cortando a Ligação Entre a Alma e o Espírito
          Oração: Pai, em nome de Jesus, eu te peço que removas completa­mente e para sempre a minha habilidade de comunicar-me com o mundo espiritual de qualquer forma, exceto o que o Espírito Santo queira que eu receba. Assim, peço-te que cortes de uma vez e para sempre a ligação entre a minha alma e o meu espírito, conforme Hebreus 4:12, e que removas todos os demônios que me davam a habilidade de con­trolar o meu espírito e de comunicar-me com o mundo espiritual.
          Declaração: Agora, em nome de Jesus Cristo, eu ordeno a todos os demônios que ligam a minha alma e o meu espírito, que me davam a capacidade de comunicar-me com o mundo espiritual e realizar projeção astral, que vão embora imediatamente!

Na Mente
          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que purifiques, cures e renoves completamente a minha mente. Eu quero usar minha mente para servir e honrar a ti. Perdoa-me por viver a mentira do retardamento mental e por usar a minha mente para servir a Satanás.
          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, ordeno a todo demônio remanes­cente em minha mente, ou afligindo a minha mente, que vá embora, agora!

Na Vontade
          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me perdoes por ter me rebelado contra ti por tantos anos. Purifica a minha vontade e envia o teu Santo Espírito para operar na minha vontade para que eu deseje agradar-te (Filipenses 2:13).
          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, eu ordeno a cada demônio atuando em minha vontade, ou afligindo a minha vontade, que vá em­bora, agora!

Nas Emoções
          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, eu te peço que me perdoes por todo ódio, amargura, lascívia e qualquer outra emoção pecamino­sa. Purifica as minhas emoções e cura-as de forma que elas sejam agradáveis a ti.
          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, meu Senhor, eu ordeno a todo demônio em minhas emoções, ou que esteja afligindo minhas emoções, que vá embora imediatamente!

No Corpo Físico
          Oração: Pai, em nome de Jesus Cristo, arrependo-me sinceramente de todas as coisas terríveis que fiz com o meu corpo, pecando contra ti. Perdoa-me, e purifica e cura o meu corpo físico.
          Declaração: Em nome de Jesus Cristo, ordeno a cada demônio que ainda esteja em meu corpo físico que vá embora, imediatamente!

          Quando Marie foi finalmente liberta, nós a levamos a orar e pedir a Deus Pai que a enchesse com o Espírito Santo. Ela foi colocada num programa de estudo intensivo da Bíblia e de memorização.
          Infelizmen­te logo ela recusou-se a continuar o estudo porque ela não queria dis­ciplinar-se.
          Marie morou conosco durante seis semanas e então se mudou. Nós ainda temos contato com ela, mas Marie ainda não deci­diu de uma vez por todas servir a Jesus Cristo totalmente. Ela está numa posição muito perigosa. Não se pode sentar em cima do muro com Deus por muito tempo. As Escrituras dizem: "Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:31).

Caso Número 2 : Jane
          Jane (não é este o seu nome real) tinha quatorze anos de idade quan­do eu a conheci. Sua história é muito impressionante, e demonstra claramente o poder do tabuleiro de ouija, que a maioria das pessoas considera apenas um jogo. É ainda mais espantoso quando você pára para pensar que quase todas as escolas nos Estados Unidos têm um clube de prática com o tabuleiro de ouija. De fato, o tabuleiro de ouija tornou-se o "jogo" mais vendido aqui Estados Unidos.
          Tenho conversado com muitos, muitos adolescentes que estão envolvi­dos com o tabuleiro de ouija. Freqüentemente eu lhes pergunto se alguma vez eles já quiseram parar de jogar, mas os espíritos querem continuar. Vez após vez eles me dizem que sim, mas que, se desobedecem os espíritos, eles ficam muito bravos e lançam o tabuleiro pelo quarto ou ferem os jovens de alguma forma. A pergunta que faço em seguida é:
          - Então, por que você mexe com esses espíritos?
          Eles sempre me dizem que eles têm "espíritos bons" para protegê-los dos espíritos "baixos e maus". Que tragédia!
          Jane foi trazida a mim por sua tia que era, felizmente, uma cristã verdadeira. Sua tia, a quem eu chamarei Débora (não é este o seu nome real), encontrou Jane e sua amiga de quatorze anos tentando sacrificar a filha dela, que tinha apenas 10 meses.
          Louvado seja Deus, pois em vez de correr para a polícia, Débora correu para o Senhor e levou Jane a um compromisso com Jesus Cristo! Ela então me trouxe Jane para que eu ajudasse na expulsão dos demônios.

A História de Jane
          Jane sabia muito pouco sobre a sua herança. Seu pai e sua mãe divorci­aram-se quando Jane era bem pequena. Como é muito comum, Jane foi educada num lar em que só havia um dos pais; foi educada por sua mãe.
          Sua mãe não era cristã, mas esporadicamente ia a uma igreja da Ciência Cristã (que não é uma igreja evangélica). Até onde Jane sabia, sua mãe não estava diretamente envolvida com ocultismo.
          (Porta de entrada: herança - pai: desconhecido; mãe, cientista cristã.)

          Jane escutou música rock heavy metal em casa desde a sua primeira infância. Ela e sua mãe iam aos concertos de rock e assistiam à MTV. Jane demonstrava o padrão típico de uma jovem cuja vida esteja saturada com a música rock. Quando Jane atingiu entre dez e onze anos de idade, ela já era sexualmente ativa com diversos parceiros, todos meninos.
          (Porta de entrada: múltiplos parceiros sexuais.)

          Com onze anos, Jane começou a usar drogas. Naquele ano, ela experimentou PCP (cristal), e LSD (ácido), anfetaminas, drogas esti­mulantes, maconha, e cocaína. Perguntei-lhe como ela conseguia es­sas drogas. Sua resposta foi:
          - Ora, isso foi fácil. Eu as conseguia na escola. Todas as escolas têm vendedores de drogas. Você pode obter tudo o que desejar.
          (Portas de entrada: drogas de rua.)

          Aos treze anos teve um namorado de dezesseis anos de idade. Seu nome era Bobby. Jane e Bobby estavam muito "enamorados". Entre­tanto, Bobby era um satanista de quarta geração. Mas, por alguma razão, Bobby não queria envolver-se com o Satanismo. Ele advertiu enfaticamente Jane para que nunca se envolvesse com o Satanismo. Ele também a advertiu para que tomasse muito cuidado de nunca invo­car demônios, pois os demônios podem ser muito perigosos. Seis meses depois de se conhecerem, Bobby foi assassinado pelos satanistas lo­cais. Jane ficou arrasada.
          (Porta de entrada: demônios de ocultismo em Bobby.)

          Nessa época Jane estava na escola de nível médio. Devido ao seu sofrimento por Bobby, ela não se envolveu mais sexualmente com ou­tros rapazes, e decidiu "acertar a vida" e parar de usar drogas, porque Bobby lhe havia dito que lhe faziam mal. Porém, como é muito comum nos Estados Unidos, a professora da escola de Jane era uma ocultista. Ela mandou os estudantes fazerem trabalhos de pesquisa sobre bruxa­ria, sob o pretexto de estudar a "cultura medieval".
          Jane foi à bibliote­ca da escola e encontrou muitos livros de ocultismo. Ela sentiu um grande impulso dentro de si para estudar o ocultismo. (Esse impulso vinha dos demônios que ela havia recebido ao ter sexo com Bobby). Ela encontrou livros com toda sorte de encantamentos na biblioteca da escola. Mas também encontrou muita informação sobre os tabuleiros de ouija. Isso realmente despertou o seu interesse, ao cogitar quanto à possibilidade de poder contatar Bobby através do tabuleiro de ouija. Os livros que ela leu lhe disseram que os tabuleiros de ouija são freqüentemente usados para contatar espíritos de pessoas mortas.
          (Portas de entrada: tabuleiro de ouija, espírito guia, Bobby.)

          Jane pediu a sua mãe para comprar-lhe um tabuleiro de ouija. Sua mãe o comprou, pensando que fosse simplesmente um jogo!
          Graças aos demônios que já estavam nela, Jane aprendeu a usar o tabuleiro de ouija muito rapidamente. Ela contatava espíritos diretamente através do tabuleiro. Logo ela contatou um espírito que dizia ser Bobby. Entretanto, em poucos meses, Jane percebeu que esse espírito não era o Bobby que ela tinha conhecido, mas simplesmente um demônio fin­gindo ser Bobby. Ela aceitou esse espírito como espírito-guia. Então obteve mais dois espíritos, cujos nomes eram Preto e Caa. Ficou tão entusiasmada com o tabuleiro de ouija que levou sua amiga Susan (não é este o seu nome real), que também tinha quatorze anos de idade, a também utilizar o tabuleiro de ouija.
          (Portas de entrada: tabuleiro de ouija, espírito guia, Bobby, espíritos-guias Preto e Caa)

          Caa era o mais poderoso de seus espíritos-guias demoníacos. Ele deu a Jane o nome satânico de "Enna". Ele fez isso quando Jane assi­nou um pacto vendendo-se a Satanás. Em apenas três meses, a partir do primeiro momento em que começou a utilizar o tabuleiro, esses demônios a tinham levado a assinar um pacto com o seu próprio san­gue, vendendo-se a Satanás, de corpo, alma e espírito. Daí, a automutilação, beber o próprio sangue e o sangue de sua amiga Susan, a blas­fêmia contra Deus, a profanação de igrejas cristãs, os sacrifícios de animais, a projeção astral, toda sorte de feitiços e, finalmente, a tentativa de sacrifício humano que Caa disse ser necessário para que Jane pudesse tornar-se uma "noiva de Satanás". Saiba que tudo isso aconteceu em apenas três meses! Jane nunca, em qualquer momento, teve contato com outros satanistas ou qualquer tipo de grupo satânico! Tudo isso aconteceu através do seu contato com o mundo espiri­tual por meio do tabuleiro de ouija!
          (Portas de entrada: nome satânico de Enna; contrato de sangue com Satanás; automutilação; beber sangue; blasfêmia contra Deus; profanação de igrejas; sacrifí­cios de animais; projeção astral; sacrifício humano; feitiços.)

          Jane e sua amiga haviam se tornado muito impopulares na escola, porque seus colegas ficaram sabendo que Jane tinha a capacidade de infligir doenças e toda sorte de acidentes a qualquer um que a aborre­cesse. Jane e Susan tornaram-se amigas íntimas e se afastaram dos outros meninos e meninas na escola.
          Uma semana antes de as duas tentarem sacrificar o bebê de Débora, aconteceu algo com Jane que a assustou muito. Ela estava sentada na sala de aula quando Caa apareceu a ela e disse-lhe que ela ganharia muito mais poder se permitisse que ele entrasse nela. Jane concordou, e seguiu as instruções de Caa, para chamá-lo para dentro de si. Ele entrou com tal força que Jane foi derrubada de sua cadeira, ao chão da sala de aula. Ela foi envolvida com um calor muito intenso e gritou de dor. E ela teve uma convulsão.
          Perguntei a ela o que aconteceu então. Ela disse que a professora pensou apenas que ela havia tomado uma overdose de drogas e pediu a Susan que ajudasse a levar Jane à enfermaria, para deitar-se por algum tempo. A convulsão teve curta duração, e embora Jane tenha ficado tonta depois, conseguiu andar. Susan ajudou-a a descer até a enfermaria. Ela ficou deitada ali por uma hora ou duas e então voltou à sala de aula.
          - Mas Jane, - exclamei, horrorizada! - a professora não quis man­dar você ao hospital e relatar às autoridades que ela achava que você tinha tomado drogas?
          - Oh, não - foi a resposta de Jane. - Há tantos jovens na escola que tomam drogas que os professores apenas fingem não notar. Se eles denunciassem todos os que tomam drogas, não sobraria ninguém na classe. Além disso, muitos dos professores também usam algum tipo de drogas.
          Essa é a terrível situação a que se chegou!
          Não somente Jane ficou terrivelmente assustada com a dolorosa en­trada de Caa, mas também Caa foi muito cruel com ela. Jane come­çou a lembrar-se de todas as advertências que Bobby havia lhe dado. Mas ela estava presa numa armadilha. Ela não sabia o que fazer. Caa era obviamente muito mais poderoso do que ela. Ele disse a ela que nunca poderia se livrar dele. Foi porque Caa a ameaçou com tormen­tos e com a morte que ela tentou sacrificar o bebê de sua tia, para agradá-lo.
          Jane prontamente aceitou Jesus Cristo, quando descobriu que ele a podia libertar do tormento e da escravidão demoníaca por que passa­va. Sua amiga não estava tão disposta e a última notícia que tive foi a de que havia voltado ao Satanismo.

A Ministração de Jane
          Eu tinha pedido a Jane que fizesse uma lista das portas de entrada em sua vida, antes de a receber para ser ministrada. Ela o fez, de forma muito precisa, devo acrescentar, e ainda acrescentou desenhos muito bem feitos da aparência de seus três espíritos-guias. Ela é uma desenhista talentosa, para alguém tão jovem.
          Os três demônios familiares com quem Jane trabalhava eram:
·    Bobby.
·    Preto.
·    Caa.

As portas de entrada de Jane eram:
·    Herança.
·    Música rock e MTV.
·    Contatos sexuais múltiplos.
·    Drogas.
·    Demônios de ocultismo através de sexo com Bobby (o satanista).
·    Tabuleiro de ouija.
·    Contrato de sangue com Satanás.
·    Automutilação.
·    Beber sangue humano e de animais.
·    Sacrifício de animais.
·    Blasfêmia contra Deus.
·    Profanação de igrejas cristãs.
·    Encantamentos de toda sorte.
·    Projeção astral.
·    Tentativa de sacrifício humano.

          Perguntei a Jane se ela sabia o que significa blasfemar contra Deus. Ela definiu a palavra corretamente.
          Então perguntei-lhe como ela sabia a forma correta de escrever essa palavra, já que esta não é uma palavra comum no vocabulário de alguém com quatorze anos. Sua resposta foi:
          - Bem, Preto soletrou-a para mim no tabuleiro de ouija.
          Devido ao seu envolvimento com o tabuleiro de ouija, com projeção astral, e como Jane havia ganho a habilidade de comunicar-se com os demônios diretamente, sem o auxílio do tabuleiro de ouija, estava cla­ro que a ligação entre sua alma e seu espírito havia sido feita.
          A medida em que conversava com Jane, notei que ela era uma moça muito inteligente. Disse-lhe que ela agora tinha mais poder, em nome de Jesus, que os demônios.
          - Que bom! - exclamou ela - Quer dizer que eu posso me livrar destes demônios?
          -Sim - disse-lhe.
          - Quando? - foi sua pergunta imediata.
          Foi enorme a satisfação que eu senti por poder responder-lhe:
          - Agora mesmo!
          Em sua libertação, Jane primeiro fez uma declaração a Satanás e aos demônios de que não mais os serviria, pois agora era uma serva do Senhor Jesus Cristo.
          Então ela expulsou os três demônios (espíritos familiares) que havi­am se tornado seus guias espirituais. (Veja as orações de exemplo e as declarações no caso número 1.)
          Em seguida ela expulsou um demônio de morte que a estava afligindo fisicamente. Ela teve uma luta realmen­te difícil para expulsar Caa. Esse demônio tentou controlar a sua voz para grunhir através dela e tentou fazê-la perder os sentidos. Esta me­nina estava tão determinada a livrar-se dele que eu não tive de orientá-la ou instruí-la sobre o que fazer. Ela batia com sua mão na boca para cessar o grunhido, engolia em seco e dizia:
          - Não! Em nome de Jesus, eu ordeno que você seja amarrado, Caa. Você nunca mais me controlará novamente!
          A luta foi intensa, mas Jane nunca desistiu por nenhum momento. Oh, que fé aquela garota tinha! Como é maravilhoso e simples!
          Após livrar-se dos quatro demônios, Jane então arrependeu-se e confessou cada pecado, fechando todas as portas de entrada. Eu ha­via conversado com ela muito seriamente antes de começar a liberta­ção e lhe disse que, se ela decidisse fazer de Jesus Cristo o seu Se­nhor, isso significava que ela nunca mais poderia fazer sexo até casar-se e que nunca mais poderia usar drogas ou obter poder através de demônios.
          Ela disse que compreendia isso e estava disposta a concor­dar. Essa menina demonstrou ser inteligente. Ela percebeu quantos problemas esses pecados tinham trazido à sua vida e estava disposta a realizar uma mudança completa.
          Depois de fechar as portas de entrada, Jane então fez uma limpeza geral:
·    No espírito
·    Cortando a ligação entre a alma e o espírito
·    Na mente
·    Na vontade
·    Nas emoções
·    No corpo físico

          Observe os exemplos de orações e declarações dados no caso nú­mero 1.
          Por fim, ela orou e pediu ao Senhor que a enchesse com o Espírito Santo, em todos os lugares onde os demônios haviam estado.
          Acompanhei Jane por meio de sua tia e do pastor local, por cerca de um ano, após sua libertação. Jane deixou a casa de sua mãe e mudou-se para a de sua tia. Ela teve problemas com pesadelos, e os demônios a atacaram de dia e de noite durante meses com pensamentos de que ela não era realmente salva, ou de que não estava liberta. Jane perseverou. Sua tia foi-lhe um grande auxílio. Na última vez em que ouvi notícias dela, Jane ainda estava servindo a Jesus e crescendo no Senhor.
          Ela teve, entretanto, que cortar sua amizade com Susan, porque Susan se recusou a abandonar suas atividades sexuais e ocultistas. A ambas as jovens foi oferecido o mesmo evangelho, e a mesma oportunidade de libertação. Uma escolheu a vida eterna, a outra a morte eterna.
          Satanás está atrás de nossos filhos! Jane era apenas uma criança na idade biológica, mas uma mulher no pecado. Quantas Janes haverá por aí, eu me pergunto? Oh, como eu oro para que o nosso Senhor alcance a vida desses jovens e os torne cristãos comprometidos, dis­postos a pagar o preço para serem libertos! Não há muitos cristãos dispostos a ajudar, tal como a tia de Jane o fez, ao deparar-se com ela bem no ato de tentar matar o seu próprio bebê! Verdadeiramente, é isto que Jesus quis dizer quando ele nos ordenou a amar os nossos inimigos!

Abuso Satânico em Rituais
          Um número crescente de psiquiatras, psicólogos e obreiros cristãos está se deparando com o problema de ajudar pessoas que foram abu­sadas em rituais satânicos. Algumas dessas pessoas ainda são muito jovens, mas a maioria é de adultos que sobreviveram ao abuso. Esta é uma área extremamente difícil de se lidar.
          Muitas vezes os adultos te­rão uma perda quase completa de memória de sua infância. Mais uma vez, tenho que dizer que esta é uma área em que ainda tenho mais perguntas do que respostas. Cada pessoa que atendo me ajuda a apren­der um pouco mais. Vou dar como exemplo uma jovem a quem minis­trei recentemente, para ilustrar alguns dos problemas com que nos deparamos, e para mostrar a minha abordagem em sua libertação.

A História de Lyn
          Lyn (não é este o seu verdadeiro nome) cresceu como uma mulher muito problemática, mas somente depois de completar 25 anos é que começou a descobrir por quê. No tempo de sua escola de nível médio, tomava drogas continuamente e também bebia muito. Finalmente, com 19 anos, alguns jovens de sua idade compartilharam com ela o evangelho. Ela aceitou a Jesus Cristo com 19 anos, mas continuou a ter lutas terríveis. Ela deixou de tomar tudo, exceto maconha. Quando fez 21 anos, o Senhor a convenceu de que ela não havia deixado Jesus Cristo ser de fato o rei de sua vida. Foi nessa época que ela largou a maconha.
          Simplesmente abandonar as drogas não foi a solução de seus pro­blemas. Lyn continuou a ter lutas com depressão profunda e tinha gran­des dificuldades em seu caminhar espiritual. Ela tentou cometer suicí­dio vinte vezes antes de fazer 25 anos. Tinha problemas contínuos e muito dolorosos, fisicamente, em seu aparelho reprodutor. Quando finalmente se casou, as relações sexuais eram extremamente doloro­sas. Ela tinha extensas feridas vaginais e uterinas, para as quais não encontrava explicação.
          Aos 25 anos, foi a um psicólogo cristão. Durante o aconselhamento, abruptamente percebeu que não tinha lembrança de toda a sua infân­cia. Durante os sete dolorosos anos seguintes, começou a recuperar a memória do que se passara na sua infância, até que por fim ela teve uma imagem completa do que lhe havia acontecido. Ela foi a diversos conselheiros, mas apenas voltar a lembrar não era suficiente. De algu­ma forma ela tinha que pôr um fim ao tormento e às dificuldades que havia em seu caminhar com o Senhor.
          Então um dia meus livros vieram parar em suas mãos. Pela sua leitura, ela veio a entender que tinha necessidade de libertação. Eu a conheci quando ela estava com 34 anos de idade. Lyn tinha sido abusada em rituais satânicos quando criança, e também em seus primeiros anos de adolescência. Como a história de Lyn é muito longa e complexa, vou apenas resumi-la aqui, e depois darei a lista das suas portas de entrada.
          Lyn nasceu numa família em que o pai era satanista, associado a um dos grupos bem conhecidos nos Estados Unidos. Lyn ainda não sabe até que ponto sua mãe também se envolveu. Sua mãe passou muito tempo no hospital, durante a infância de Lyn.
          Lyn foi dedicada a Satanás quando bebê, mais especificamente a Príncipe Set e a Pai Eterno (Satanás). Numa de suas primeiras ceri­mônias, uma "coisa assustadora" foi colocada nela, quando bebê. Essa "coisa assustadora" deve ter sido um demônio.
          Ela passou por várias cerimônias de "purificação", que foram rituais sexuais. Foi forçada a ter relações sexuais com pessoas, com animais e com demônios. Foi também usada em filmes de pornografia infantil. Foi abusada em toda espécie de perversão sexual possível. Durante um dos rituais, foi colocado sal em sua vagina. Esse é um ritual comum. O sal é sempre usado no ocultismo para colocar demônios de destrui­ção. Sem dúvida, todos os frutos do seu ventre foram dedicados a ser sacrifícios a Satanás. Esses rituais de sal são algumas vezes chamados de "rituais de proteção com sal".
          Lyn tinha muitas lembranças de sacrifícios humanos, tanto de crian­ças como de adultos. Ela foi forçada a cometer canibalismo e a beber
sangue. Alguns desses sacrifícios envolviam um ritual em que ela lava­va as mãos no sangue das vítimas.
          Ela recebeu um "nome secreto", que era na verdade um nome de bruxaria. Esse nome lhe foi dado quando passou pela "cerimônia de renascimento", como diziam. Na cerimônia de renascimento ela foi colocada dentro da cavidade abdominal de um ser humano e de um animal, após o sacrifício dos mesmos. Ela também foi colocada em um caixão e enterrada por um certo tempo, e supostamente renasceu ao ser retirada do chão. O terror por que passou durante esses rituais não dá para se descrever.
          Com a idade de quatro anos, Lyn foi abusada com tamanha severi­dade, que quase morreu. Eis aqui a experiência por que passou, con­forme ela mesma descreveu em seu diário:
              "Lembro-me de estar deitada em uma mesa fria, com luzes brilhantes que feriam os meus olhos. Devo ter percebido o que estava acontecendo, porque eu sabia que podia morrer, e eu realmente desejava morrer. Posso lembrar-me de ter deixado a escuridão apoderar-se de mim. A escuridão me dava uma sensação maravilhosa. Não havia dor, nem angústia, nem lágrimas; nada além de calor e um sentimento de paciência eterna. (Entendi isso completamente). Era como: 'Temos todo o tempo na eternidade, acalme-se, não se apresse. Relaxe, deixa-me entrar ao respirar.' Então vi o Senhor em pé à distância, à minha esquerda, com seus braços ao lado do seu corpo. Oh, que alegria senti quando olhei para a sua face. Quanto amor, quanta paciência e tristeza. Imediatamente me senti como se esti­vesse correndo, abrindo caminho, lutando para chegar mais perto dele, para lançar-me em seus braços. Mas era como um pai forte segurando sua filha de três anos, man­tendo-a acima do chão enquanto seus pés continuam se movendo. Fiquei frustrada e gritei:
              - Senhor, quero ir para a minha casa celestial!
              Foi então que eu realmente reparei na tristeza que rapidamente tinha notado antes. Subitamente um grande terror e pânico apoderou-se do meu coração, ao sentir que eu não poderia ficar. Eu teria que voltar. Oh, a menininha gritou de terror e de dor:
              - Por favor, Jesus, por favor, irmão mais velho, não me mandes de volta! Eu não posso! Isto dói muito. Eu quero ficar!
              E assim continuei clamando, sem parar. Supliquei e então irrompi em soluços, sabendo que teria de voltar porque era isso o que ele queria. Ele não se moveu em nenhum momento, apenas olhou para dentro do meu coração e da minha mente, sacudiu a cabeça e disse:
              - Ainda não, minha pequenina. Um dia você vai enten­der. Eu a amo.
              Ele falou mais comigo, mas eu não consigo lembrar-me de nada. E de repente me senti sendo esbofeteada no rosto, e vi as luzes brilhantes novamente, quando abri os olhos. Eu estava brava porque tinha voltado. Desde então eu tenho estado em conflito, querendo voltar para a casa celestial, e sabendo que há algo a ser feito aqui." 
         
          Lyn continua:
              "Depois disso por que passei, quando quase morri, eu soube, no meu íntimo, que a seita vinha mentindo para mim e, apesar de eu estar aborrecida por não ter podido ir para o meu lar celestial, eu me apoiei naquela experiên­cia. Eu passava pelos rituais e fazia o que me diziam para fazer, mas eu declarava que eles nunca me teriam comple­tamente. Eu sabia que "a Luz" era mais forte do que o Príncipe Set e o Pai Eterno.
               Por que outro motivo esta­riam eles tão visivelmente perturbados por uma criança de três ou quatro anos falar com "a Luz"? Eles me tinham ensinado a usar a telepatia e, naquela época, eu me voltei contra eles. Bloqueei parte da minha mente e eles nunca souberam o que havia acontecido durante aquela experiên­cia em que quase morri. Eles me haviam perdido - eu per­tencia a Jesus e eles não podiam fazer nada em contrário."

          Apesar de Lyn nunca ter contado a ninguém a sua experiência, os que estavam à sua volta de alguma forma sabiam que ela havia tido uma experiência com Jesus Cristo. Eles continuaram a dizer a ela para não ter nada com Jesus. Eles a acusaram de trazer "a luz" ao encontro, e até mesmo mataram um pequeno menino de idade próxima à dela para puni-la por "trazer a luz aos encontros".
          Então eles fizeram um ritual especial para "colocar um muro" em sua mente, para que ela não pudesse "atra­vessar o muro" e falar com Jesus. Mas a vitória foi ganha. Não importa o quanto Lyn tenha sido atormentada depois daquele dia, os satanistas nunca ganharam controle completo da sua mente. Parte dela pertencia a Jesus, daquele dia em diante. Entretanto, mais tarde, em sua vida adulta, quando Lyn aceitou Jesus Cristo, aquele muro em seu cérebro ainda permanecia.
          Ela não conseguia ler as Escrituras, era completamente in­capaz de memorizá-las, e tinha grande dificuldade em orar. Somente quando esse muro foi removido, na sua libertação, é que ela foi liberta, para poder ler, memorizar as Escrituras e orar.
          Lyn rapidamente aprendeu a "voar", conforme ela dizia. Isso era, de fato, projeção astral. Ela também aprendeu rapidamente a dissociar-se, esvaziando a mente e saindo de seu corpo para evitar a dor física que sentia.
          Ela foi colocada em Jaulas junto com outras crianças. Foi hipnotiza­da e aprendeu ela mesma a hipnotizar. Ela foi forçada a aprender a usar demônios para andar sobre o fogo e para "respirar debaixo d'água". Pior de tudo, fizeram-na participar da "cerimônia do buraco negro".
          Essa é uma prática que está rapidamente crescendo nos Esta­dos Unidos. Conheço bem poucos sobreviventes dessa prática. O buraco fica no chão; ninguém que tenha saído do Satanismo sabe se esse buraco é cavado por seres humanos ou aberto por demônios. Suspeito ser verdadeira a segunda opção, porque ninguém com quem eu tenha conversado jamais conheceu um ser humano que tenha aju­dado a cavar essas "fossas de Satanás", como são chamadas.
          Crianças são atravessadas com ganchos de metal, usualmente colocados em suas pernas ou na região da virilha. São cortadas na área genital, para que sangrem livremente. Então elas são suspensas de cabeça para baixo dentro desses buracos aparentemente sem fundo, onde demônios vêm para molestá-las de toda forma que desejem. O sangue fluindo livremente atrai os demônios para cima muito mais rapidamente.
          Geralmente as crianças morrem, mas umas poucas sobrevivem. Lyn foi uma das poucas sobreviventes. Ela sofreu grave dano físico, cujas cicatrizes ainda permanecem até hoje.
          Durante uma das cerimônias, ela se recorda de um "bastão de aço" ter sido colocado em suas costas, que lhe veio causar muitas dores daí em diante, até o dia em que os demônios que formavam o bastão foram expulsos, quando ela foi liberta.
          Lyn rapidamente aprendeu diversas habilidades demoníacas, tais como a arte de levitação, invocar espíritos em visões, jogar com o tabuleiro de ouija, provocar fogo sem usar fósforos, adivinhar com vara e com pêndulo. Ela assinou diversos pactos de sangue e recebeu diversos selos e jugos.
          Ela aprendeu a usar a visualização e a percepção extra-sensorial. Recebeu um "número secreto", em acréscimo ao seu nome secreto. Estabeleceu um relacionamento muito íntimo com um jovem, a quem ela chamava de Michael. Este exercia um controle mental muito pode­roso sobre ela.
          Diversas "compulsões" foram colocadas em Lyn. Essas compulsões eram coisas tais como determinadas cores. Seu pai enviara-lhe um cartão de aniversário recentemente, que era quase totalmente verde. Tão logo ela viu aquela tonalidade particular de verde, imediatamente se sentiu tremendamente compelida a voltar ao seu pai, para que ele pudesse levá-la de volta aos membros da feitiçaria. Após a libertação, as "compulsões" não mais a afetavam.
          Ela recebeu um espírito-guia demoníaco muito poderoso, chamado Tal, aos seis anos. Seus desenhos na escola mostram uma diferença notável entre os cinco anos de idade, antes de receber aquele espírito-guia demoníaco, e os sete anos, com o espírito-guia.
          Lyn foi levada a cerimônias em Festus, Corpus Christi, Califórnia e Egito. Enquanto crescia, envolveu-se intensamente com música rock e com drogas. Ela aprendeu os nomes de vários demônios e os utilizava em vários encantamentos.
          Ao sentir-se inundada pelas lembranças que voltavam à sua mente, os satanistas a contataram novamente e ela teve que lutar com um desejo extremamente forte de retornar à bruxaria. Perto de seus vinte anos, casou-se com um cristão, que a ajudou a resistir aos impulsos de voltar ao Satanismo. Quando tinha 34 anos, nós nos conhecemos e conversamos. Eu senti o Senhor me conduzindo a ajudá-la a livrar-se dos muitos demônios que haviam entrado nela naqueles anos de abuso e de participação em rituais satânicos.
          Lyn veio até nós e ficou com meu marido e comigo por uma semana. A luta foi intensa, mas ela foi completamente liberta por fim!
          Veja a seguir uma lista das portas de entrada da vida dela, e depois a abordagem que usamos para expulsar os demônios.
·     Herança.
·     Dedicação do bebê a Set e a Satanás, com o nome de "Pai Eterno'".
·     A "coisa assustadora" colocada nela quando bebê.
·     Catolicismo Romano: batismo, comunhão, crisma, orar aos santos, falsas línguas, novena e rosário.
·     Sexo: molestação sexual, sexo grupai, sexo ritual, lesbianismo, pornografia, filmes, sexo com demônios, sexo com animais, sexo com outras crianças.
·     Ritual de proteção com sal, cerimônias de renascimento.
·     Sacrifícios humanos, canibalismo.
·     Beber sangue, pactos de sangue.
·     Nome e número secretos.
·     Andar sobre o fogo.
·     Levitação.
·     Visões.
·     Tabuleiro de ouija.
·     Respirar debaixo d'água.
·     Muro no cérebro, contra Jesus.
·     Bastão de aço nas costas.
·     Cerimônia do buraco negro (fossa de Satanás).
·     Missa negra.
·     Sacrifícios de animais.
·     Tortura na jaula.
·     Projeção astral.
·     Dissociação.
·     Esvaziar a mente, percepção extra-sensorial e telepatia.
·     Vara e pêndulo.
·     Cerimônias em Festus, Corpus Christi, Califórnia e Egito.
·     Selos, jugos, pactos, escravidão a "Michael".
·     Diversas cerimônias de "poder".
·     Telecinese.

          Cada uma dessas portas de entrada foi objeto de oração, confes­sando cada uma delas, e então fechando-as, e os demônios que entraram por meio delas foram comandados a sair, em nome de Jesus. Levou-nos cerca de três dias para lidar com a lista inteira de portas de entrada. A luta foi intensa porque Lyn estava muito acostumada a escapar do sofrimento simplesmente esvaziando a mente, ou projetando-se para fora do seu cor­po.
          Vez após vez, Lyn não conseguia lembrar-se sobre o que deveria orar, e então não podia orar repreendendo os demônios e ordenando-íhes que saíssem em nome de Jesus. Os demônios esvaziavam a sua mente ou a estimulavam a projetar-se para fora de seu corpo.
          Os demônios também provocaram um tremendo esgotamento em mim. Batalhamos até a exaustão e a sonolência. Tivemos que nos le­vantar e andar em boa parte da libertação de Lyn, para que pudésse­mos conseguir nos manter acordadas e despertas.
          Logo no início da libertação, eu disse a Lyn que expulsasse o seu demônio espírito-guia, Tal. Àquela altura, ela ainda estava tendo algu­ma dificuldade em reconhecer o que era ela e o que era o demônio. Ela estava tão acostumada a ter espíritos demoníacos habitando em si que tinha dificuldade em reconhecer a diferença entre eles e ela mesma.
          Enquanto eu falava com ela sobre livrar-se de Tal, ela subitamente disse:
          - Por que devo mandá-lo embora? Ele nunca me feriu.
          Discerni imediatamente que aquele pensamento era do demônio. Com a direção do Espírito Santo, respondi:
          - Você pode me dizer honestamente que você pensa que Tal jamais teve ciúmes do seu relacionamento com o seu marido, e que nunca tentou impedi-la de desenvolver um íntimo relacionamento com ele?"
          Lyn mostrou-se surpresa, e então sonolenta. Ela admitiu que perce­bia que Tal havia sido um grande obstáculo para que ela estabelecesse um relacionamento íntimo com o seu marido.
          Comecei a falar que Tal era um perdedor nato e que havia escolhido servir a um senhor que era um perdedor, e que Tal ia perder a sua morada em Lyn para sempre. Lyn ficou sentada por uns dois minutos sem dizer nada. Então ela disse:
          - É apenas a minha livre vontade que me impede a deixar que Tal fale através de mim, praguejando maldições sobre você, não é?
          - Eu ri e respondi que sim; de fato era isso mesmo.
          Como o demônio ficou bravo comigo pelas coisas que eu estava dizendo, Lyn começou a reconhecer, pela primeira vez com alguma clareza, a diferença entre o demônio e ela. Lyn por si mesma não esta­va brava por eu dizer que o demônio era um perdedor, mas ela come­çou a sentir uma intensa ira contra mim. Esse foi um passo realmente importante em sua libertação.
          Uma vez tendo reconhecido a diferença entre o demônio e ela, ficou em melhores condições para lutar contra o demônio e expulsá-lo.
          Eis aqui como Lyn descreveu esse incidente:
          "Em diferentes ocasiões da minha vida, pensei sentir uma presença estranha dentro de mim, mas imediatamente vi­nha à minha mente o pensamento de que era apenas eu mesma, de que simplesmente eu era uma pessoa má, e de que esses pensamentos me diziam respeito, sendo inteira­mente meus. No segundo dia, em minha libertação com Rebecca, ela e o Senhor finalmente conseguiram fazer entrar em minha cabeça que esses pensamentos não eram meus, mas dos demônios dentro de mim. Este foi um grande passo para mim. Então comecei a ver o engano e as men­tiras de Satanás que me mantinham cativa. O propósito era manter-me derrotada, com sentimentos de autodesprezo e de ódio de mim mesma, para que eu nunca me sentisse suficientemente digna para crer que Jesus Cristo me amava e que me perdoaria."
          A libertação de Lyn começou a avançar mais facilmente depois que ela aprendeu a reconhecer a diferença entre ela e os demônios.
          A área seguinte com que tivemos de lidar foi o problema da mente passiva de Lyn. Ela usava a técnica da dissociação, esvaziando a men­te e deixando o corpo para não sentir o tremendo tormento físico du­rante os abusos que sofria. Parecia não haver vitória nessa área.
          Luta­mos durante um dia inteiro com esse problema. Vez após vez, quando Lyn tentava dirigir-se aos demônios que tinham entrado nela pelo es­vaziamento da mente e pela projeção astral, ela perdia a consciência. Cheguei a fazê-la escrever aquelas simples orações e declarações numa grande folha de papel. Inicialmente ela não conseguia escrever as pa­lavras, e depois não conseguia ler ou entendê-las, tendo-as escrito.
          Finalmente, depois de muita oração, percebi que ela tinha que con­fessar, como pecado, o fato de que ela havia aberto mão, quase com­pletamente, da sua livre vontade; e então pedir ao Senhor que lhe de­volvesse a sua livre vontade. A luta para fazer esta confissão e então orar aquela oração foi uma das mais intensas de sua libertação. Mas, por fim, Lyn conseguiu, e a vitória foi ganha. Quando isso foi feito, ela foi então capaz de dirigir-se aos demônios que haviam entrado nela por meio dessas coisas e então expulsá-los, em nome de Jesus.
          Felizmente, Lyn reteve controle suficiente para não se tomar alguém de "personalidade múltipla", como acontece com muitas crianças que foram abusadas. Eu ainda tenho muitas questões nesta área de múlti­plas personalidades. Creio firmemente que uma grande percentagem dos casos de personalidade múltipla são simplesmente demônios que assumem e controlam a pessoa. Mas também me pergunto se a renúncia à vontade livre não permite que a personalidade se fracione.
          A confissão disso como pecado e a oração pedindo ao Senhor para restaurar a livre vontade seriam a chave para se "reintegrar" uma pessoa? Admito since­ramente que não tenho uma compreensão completa de todo esse com­plexo problema, nem das soluções. Mas acredito que o Espírito Santo dará aos obreiros cristãos a orientação de que necessitam.
          Outra área difícil foi o controle que Michael exercia em sua vida. Uma vez, dois anos antes, um terapeuta havia tentado fazer com que Lyn regressasse até cerca de seis anos de idade, e então declarar rom­pida a ligação entre ela e Michael. Lyn não foi capaz de fazê-lo.
          En­quanto eu e Lyn discutíamos o incidente, percebi a tolice de tal abor­dagem. Uma criança pequena não teria a habilidade de se posicionar contra um adulto forte, especialmente contra quem fazia uso de abuso físico para puni-la. Naturalmente, Lyn não podia romper tal controle. Ela precisava da força de Jesus Cristo para fazê-lo, e ela não tinha aquela força na idade de seis anos!
          Mas, como adulta, ela tinha poder em Jesus Cristo para cortar aquele laço. Esta é uma grande armadilha em que muitos psicólogos e psiquiatras caem. Eles pedem à pessoa que se lembre de um incidente que ocorreu com elas quando crianças, e, então, que lide, como criança, com aquela situação. Que ridículo. Se a criança tivesse força para fazer isso, ela o teria feito quando a situação ocorreu pela primeira vez.
          Seja cuidadoso, muito da terapia de "regressão" que vem sendo feita é demoníaca! Nunca permita que usem hipnose! Toda hipnose é demoníaca. O Espírito Santo é capaz de ajudar um cristão a lembrar-se do que lhe ocorreu na infância. E, além disso, o Espírito Santo trará de volta somente as lembranças necessárias para a purificação da pessoa.
          Passo a passo, as portas de entrada foram fechadas. Os contratos de sangue foram cancelados, e as inserções renunciadas, pedindo-se ao Senhor que as removesse. Lyn não sabia que inserções havia rece­bido, mas tivemos que presumir que teriam sido muitas. Grandes mu­danças ocorreram quando pedimos ao Senhor que as removesse.
          O último passo foi expulsar especificamente, por nome, todos os de­mônios que Lyn conhecia pessoalmente. Ela tinha uma lista de cerca de cinqüenta nomes. Ao percorrer a lista e ordenar a cada demônio que saísse, subitamente ela começou a chorar.
          - Eu não posso continuar. Se eu continuar, não restará mais nada de mim. Eu estou desaparecendo e tornando-me um nada.
          Paramos e eu a assegurei de que esse sentimento de vazio era nor­mal. Depois que os demônios saíssem, nós oraríamos e pediríamos ao Espírito Santo que a enchesse e que removesse todo o vazio.
          Lyn precisou dar um passo de fé e de obediência para terminar de ordenar a todos os demônios que fossem embora, apesar da dor que sentia. Ela tinha demônios que habitavam em si desde o seu nascimen­to. Ela nunca havia experimentado estar sem eles. Esse sentimento de vazio é muito comum em tais situações.
          Depois que ela concluiu a lista de espíritos familiares, então passou pela limpeza geral de corpo, alma e espírito, que eu relacionei nos casos anteriores.
          Ao concluir tudo isso, nós a ungimos com óleo e unimo-nos a ela em oração, pedindo ao Espírito Santo que a enchesse completamente. Também oramos pedindo ao Senhor que apagasse de sua memória as lembranças dolorosas e que curasse todo dano demoníaco feito em seu corpo físico, em suas emoções e no seu espírito.
          Ela disse que o sentimento de vazio foi diminuindo, à medida em que ela passava a maior parte do seu tempo lendo a Bíblia e orando, durante a semana que se seguiu. Ela podia sentir que literalmente se enchia com a Palavra de Deus.

Mudanças que Lyn Teve Após a sua Libertação
          Por algumas semanas ela tornou-se muito desajeitada e sentia-se como se não soubesse controlar o seu corpo. Isso ocorreu porque, desde o nascimento, ela estava acostumada a ter demônios operando através do seu corpo.
          Agora Lyn pode ler e entender as Escrituras, o que nunca antes lhe acontecera. Ela também é capaz de orar e memorizar as Escrituras.
          Ela sentiu um grande alívio, como se um pesado fardo tivesse sido retirado de cima de si. Agora pode rir e usufruir de todas as emoções humanas. Antes ela estava bloqueada em relação a sentir emoções.
          Lyn agora consegue escrever e tocar música. Ela sabia que tinha um dom nessa área, mas somente conseguia escrever por breves perío­dos, depois de aceitar a Cristo em 1974. Desde então pode escrever livremente.
          Lyn teve uma grande melhoria em seu relacionamento com o seu marido, tanto emocional como fisicamente. Ela não tem mais dores durante a relação sexual.
          Todos os seus cinco sentidos agora funcionam com muito mais cla­reza, especialmente sua visão. Isso é comum. Os demônios impedem a pessoa de sentir o mundo físico de uma forma normal. Isso é particu­larmente verdade em pessoas que estiveram envolvidas com religiões orientais, em que o objetivo é alienar-se completamente do mundo físico, de forma a ter consciência apenas do mundo espiritual.
          Agora é muito mais fácil combater os demônios, porque atualmente eles estão fora dela, ao invés de dentro.
          Lyn não tem mais o desejo de retornar à feitiçaria. Ela também não sente mais aqueles impulsos para cometer suicídio.
          A área de maior luta é impedir que sua mente se esvazie, especial­mente na proximidade dos dias cerimoniais satânicos. Ela ainda tem que lutar ocasionalmente, quando membros da feitiçaria vêm e tentam forçá-la a realizar projeção astral. Ela sente um toque em seu espírito, quando eles tentam fazer seu espírito sair do seu corpo. Entretanto, agora ela pode repreendê-los em nome de Jesus e impedi-los comple­tamente de conseguir levá-la em espírito aos rituais.
          Ela perdeu a habilidade de ver o mundo espiritual.
          Lyn ainda tem pesadelos, mas pode lidar com eles agora, por meio do poder de Jesus Cristo.
          Ela não pode levitar agora e perdeu a sua habilidade mental de telepatia
          Ela não é mais afetada pelas "compulsões". Por exemplo, uma das compulsões que tinha era a de afogar-se, o que fez com que ela ficasse com muito medo de água. Aquele medo foi embora. Outra compulsão lhe vinha quando ouvia sinos tocando, como os de uma igreja. Quando ela ouvia sinos tocando, via-se compelida a projetar-se para fora de seu corpo. Essa compulsão não tem mais efeito sobre ela.
          A luta de Lyn tem sido difícil, mas ela está finalmente livre do tormen­to demoníaco, dos irresistíveis desejos de cometer suicídio, da depres­são profunda, e de tudo o mais. Lyn está finalmente livre para crescer no Senhor. A barreira em sua mente para mantê-la longe do Senhor foi removida.
          A estrada para a liberdade é longa e difícil para os que sofreram abusos em rituais, mas a vitória pode ser ganha!