sábado, 24 de abril de 2021

Prepare-se para a guerra - Capítulo 02


 FAZENDO ALIANÇAS COM DEUS

                Nós temos um Deus maravilhoso que se deleita em fazer alianças com o seu povo. A Bíblia inteira é uma história das alianças de Deus com o seu povo. O capítulo anterior ilustrou apenas uma das ocasiões nas quais Deus fez um pacto com Elaine e comigo. Temos um Deus que Sabe o fim desde o início. Ele sabia que Satanás ia pedir a minha vida e a de Elaine, e por isso ele nos pediu para fazermos uma aliança consigo quase seis meses antes. Satanás não sabia acerca do nosso pacto até o dia em que pediu nossas vidas. Eu não tenho nenhuma dúvida de que, se tivéssemos desobedecido a Deus e não tivéssemos feito aquela aliança particular com Ele, teríamos sido mortas por satanistas em sacrifício na sua Missa Negra. O, que insondável sabedoria a deste maravilhoso e grande Deus que temos!

                Desejo discutir aqui mais acerca deste importante princípio. Um grande número de cristãos está inconsciente do desejo que Deus tem de fazer aliança com o Seu povo e, assim, não estão alertas para ouvir a orientação do Espírito Santo quando Deus deseja fazer uma aliança com eles. Vamos ver o que a Palavra de Deus tem a dizer na área de fazer alianças.

                O próprio dom de Jesus Cristo é considerado uma "nova" aliança de Deus com os homens. "Ora, o essencial das cousas que temos dito é que possuímos tal Sumo Sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem... Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é Ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas." Hebreus 8:1-6

                Esta "superior aliança" refere-se às promessas de Deus que se cumpriram quando Jesus pagou o preço por nossos pecados na cruz para nos trazer a um relacionamento como filhos e filhas de Deus e juntarmo-nos aos herdeiros com Cristo na eternidade.

                "Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados." Romanos 11:26-27

                Deus faz uma aliança com cada um de nós quando pedimos a Jesus para perdoar nossos pecados e tornar-se nosso Senhor, Salvador e Mestre. A maior parte dos cristãos pára neste ponto, mas este não é o desejo do coração de Deus. Nós somos tão privilegiados, que Deus tem um plano especial para cada uma de nossas vidas e um trabalho especial para cada um de nós fazer. Se tão somente estivéssemos dispostos que Ele usasse a nossa vida à sua maneira, muitas vezes Deus nos falaria através do seu Espírito Santo, dando-nos conhecimento de que Ele deseja fazer uma aliança conosco assim como fez com Noé, com Abraão, com Moisés, com Josué e assim por diante, pelas páginas de toda a Escritura.

                Fazer alianças com Deus tem sido uma parte importante da minha vida, e a coisa mais importante que me tem dado estabilidade durante os últimos sete anos de intenso combate com Satanás. Vou compartilhar algumas destas alianças com você, na esperança de ajudá-lo a compreender este importante princípio.

                Eu nasci como fruto de uma aliança. Meus pais tinham 36 anos de idade quando se casaram. Era o primeiro casamento para ambos, e os dois eram cristãos. Eles tiveram meu irmão quando minha mãe estava com 40 anos e o médico disse que ela não poderia ter mais filhos, Bem, ela e meu pai não ficaram contentes com esta decisão. Assim, cerca de um ano mais tarde, minha mãe e meu pai ajoelharam-se juntos e fizeram uma aliança com o Senhor. Eles prometeram a Deus que, se ele lhes desse mais um filho, eles entenderiam que a criança teria vindo ao mundo por uma única razão — para servir ao Senhor por toda a sua vida. Eles também disseram ao Senhor que entenderiam que a criança não pertenceria a eles, mas ao Senhor, e ensinariam a ela os termos da aliança.

                Eles cumpriram o prometido, e o Senhor manteve a sua palavra. Eu fui a filha que o Senhor deu a eles. Satanás tentou matar-me desde o início. Disseram a meus pais que eu não viveria até o meu primeiro aniversário, mas Deus conservou a aliança. Eu nem mesmo me lembro de ter me sentido bem alguma vez em toda a minha vida. A batalha começou quando Satanás determinou-se a matar-me. Eu gastei a maior parte dos meus anos de infância sendo internada no hospital e saindo dele. Eu não sei como minha mãe aguentava ter uma criança que estava tão continuamente doente, mas meus pais simplesmente creram que o Senhor manteria a sua parte do acordo, e ele o fez. Eu vivi.

                Algumas de minhas memórias mais antigas envolvem minha mãe relatando-me com muita seriedade o pacto que eles tinham feito com o Senhor. Muitas e muitas vezes ela segurava-me pelos ombros e, olhando bem em meus olhos, dizia: - Filha, você não pertence a nós, você pertence a Deus. Você foi trazida a este mundo por uma única razão, que é servir ao Senhor Deus toda a sua vida. Nunca se esqueça disso.

                Eles me apresentaram o Evangelho desde cedo, quando eu era bem pequena. Lembro-me de ter-me angustiado por meus pecados com a idade de quatro anos, enquanto o Espírito Santo me convencia da minha necessidade de um Salvador. Claramente me lembro de gastar noites em meu quarto de dormir, ajoelhada, em lágrimas por meus pecados, até que, finalmente, um dia, o Senhor confirmou-me que Ele era real, que Jesus Cristo era real, e que Ele havia morrido na cruz para lavar-me de meus pecados. Que dia de alegria e regozijo foi para mim e para meus pais quando o Senhor finalmente me deu a paz de que Jesus havia se tornado o meu Salvador. Isso foi um pouco antes do meu quinto aniversário.

                Os anos passaram e os problemas vieram. O grupo religioso em que meus pais estavam tornou-se muito maligno e controlado por demônios. Eles afirmavam ser o único povo em todo o mundo que conhecia a verdade e que iria ao céu. Alcoolismo e adultério estavam sem controle dentro do grupo. Eu era desprezada tanto dentro quanto fora do grupo, o que me causou muitas horas de lágrimas, mas o Senhor estava mantendo o pacto e livrando-me de relações pecaminosas.

                O controle mental demoníaco era tão grande dentro do grupo que todos eram completamente dominados pelo medo, inclusive meus pais. Ele tornou-se uma seita rigidamente controladora. Os membros eram ensinados que perderiam a salvação se deixassem o grupo ou se desobedecessem aos líderes. Mas minha mãe já havia me ensinado nos meus primeiros anos de vida que eu era, sempre diretamente responsável perante Deus por qualquer coisa que fizesse ou dissesse, que não deveria jamais estar apenas seguindo um grupo, e que eu deveria sempre estudar a Palavra de Deus (a Bíblia) e decidir por mim mesma o que era certo e o que era errado, de acordo com a Palavra de Deus. Ela não sabia que estava me ensinando justamente acerca do grupo em que esteve durante toda a sua vida.

                É interessante, quando olho para trás agora, perceber que quando aceitei o Senhor naquela tenra idade, ele me deu o dom de discernir espíritos. Eu não sabia o que era isso porque me fora ensinado que os dons do Espírito Santo não estavam disponíveis nos dias atuais. Lembro-me de quantas vezes fui de volta para casa, retornando dos encontros do grupo, chorando e dizendo com os olhos lacrimejando: - Papai, papai, havia algo maligno lá, eu senti!

                Eu costumava, literalmente, ficar doente fisicamente a cada vez que íamos a uma reunião, mas meus pais não entendiam o que estava acontecendo. Durante as adversidades de meus anos de adolescência a aliança foi esquecida tanto por meus pais quanto por mim mesma, mas não por Deus. Deus guardou a aliança!

                No vigésimo sexto ano da minha vida eu finalmente cortei os laços com o grupo no qual crescera, deixei a minha casa pela primeira vez e iniciei a Faculdade de Medicina. Eu morava num grande campus universitário e estava naturalmente muito excitada por todas as oportunidade que se me apresentavam. Eu tencionava explorá-las todas. Mas Deus lembrou-se da aliança que Ele tinha feito com meus pais.

                Na primeira semana na universidade o Senhor colocou a sua mão sobre a minha vida tão poderosamente que me senti completamente miserável. Eu sabia que não estava agindo bem com o Senhor, mas não sabia o que fazer a respeito. Eu morria de medo de ir a uma igreja, porque o grupo no qual cresci e vivi ensinou que as igrejas formais que tinham pastores estavam operando em pecado contra o Espírito Santo, e que se qualquer um de nós fosse a uma igreja o Senhor nos mataria ou nos entregaria a Satanás para sermos atormentados.

                Aquele ensino estava completamente errado, mas eu não estava tão certa disso e estava aterrorizada de ir a uma igreja. Finalmente, depois de duas semanas de agonia, pedi a duas colegas de quarto que fossem à igreja comigo. Elas não tinham medo de ir. Ambas haviam crescido em igrejas. Nenhuma delas era cristã.

                Fomos finalmente a um pequeno ministério no cam¬pus, e eu fiquei bem aliviada ao descobrir que o Senhor não me matou, mesmo quando eu falei com o próprio ministro! Pela primeira vez na minha vida fui ensinada, por aquele ministro, que é possível ter um relacionamento pessoal com o Senhor, de forma que Ele fale e comunique-se conosco tal como Ele fez com as personagens bíblicas.

                Entretanto, ele também ressaltou que nós não poderíamos ter um tal relacionamento com Senhor, a menos que assumíssemos um compromisso total com Ele. Eu nunca ouvira um ensino assim. Pela primeira vez na vez na minha vida eu vi e experimentei o amor de Deus, através daquele grupo de estudantes cristãos. Eu vi o pastor e outros vivendo em um andar íntimo com o Senhor e o meu coração clamou por um relacionamento igual a este com Deus.

                Era a parte do compromisso total que me fazia hesitar.

                Eu achava aquilo extremamente assustador, mas sabia que não tinha escolha. Finalmente, no final do primeiro semestre, eu não podia suportar mais. Gastei toda a noite antes da minha prova final de histologia andando de um lado para outro, em lágrimas e em agonia, ao invés de estudar para a prova. Ao final, quando já estava amanhecendo, peguei uma folha de papel e escrevi nela cada área de minha vida. Minha carreira, minha família e entes queridos, onde eu iria viver, onde iria trabalhar, se teria algum amigo, meu corpo físico, minha reputação, e a área mais difícil de todas, se algum dia me casaria.

                Tudo isto eu entreguei ao Senhor. Assinei e datei o papel. Eu tinha uma grande expectativa de que, quando finalmente fizesse uma entrega tão ampla e total, eu seria atingida por um raio e cairia falando em línguas — afinal,

era como havia acontecido em todos os livros que eu estivera lendo. Para meu horror, nada aconteceu! Eu nem sequer me senti nem um pouco diferente! Eu tinha feito um compromisso terrivelmente grande com o Senhor, esperando que Ele fizesse algo miraculoso de volta, mas Ele decidiu não agir assim.

                Eu estava arrasada. De alguma forma consegui concluir os exames finais e então fui para casa para a pausa de duas semanas do Natal. Gastei as duas semanas inteiras no meu quarto em lágrimas e jejuns. Eu estava desesperada. Atingira o ponto em. que fui totalmente consumida pelo desejo de ter uma relação pessoal com o Senhor. Eu simplesmente não podia continuar a viver sem isso! Meus pobres pais estavam muito perturbados. Eles pensaram que eu tinha ficado louca pelas pressões da escola. Eles simplesmente não podiam compreender o que eu lhes falava.

                Finalmente, dois dias antes do fim das férias, fiz as malas e voltei ao campus da universidade. Nunca esquecerei o dia seguinte. Fui ao ministro do grupo e sentei-me chorando em seu escritório, dizendo-lhe que tinha feito o compromisso e que nada acontecera. O Senhor não havia falado comigo nem uma vez, e eu nem mesmo me sentia diferente! Ele começou a rir.

                - Aposto que você pensou que seria atingida por um relâmpago de luz e começaria a falar em línguas, não é?

                - Sim, não é assim que sempre acontece?

                - Não, Deus é Deus, e Ele trabalha da forma que Ele quer. Ele trabalha na vida de cada pessoa de forma diferente. As Escrituras ordenam: "Enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18). Você pediu ao Senhor para enchê-la com Seu Espírito Santo e você fez uma entrega total a ele. Agora você deve colocar-se de joelhos e, em fé, agradecer a Ele por cumprir a sua promessa e pedir-lhe que trabalhe em sua vida como Ele quiser. Então prossiga assim e verá o Senhor começar a mudar a sua vida.

                Agradeço a Deus pela sabedoria daquele pastor. Eu fiz como ele me aconselhou e dentro de três semanas eu era uma pessoa diferente. A primeira mudança que experimentei foi uma incrível fome de ler e estudar a Palavra de Deus. Eu li a Bíblia completamente, do início ao fim, pela primeira vez em minha vida. Rapidamente o Senhor me apontou numerosas áreas da minha vida que não estava lhe agradando. E, cerca de um mês mais tarde, após eu lhe ter feito aquela entrega total, ele falou comigo pela primeira vez. (Uma discussão mais profunda do tópico de ouvir o Senhor é encontrada no capítulo 7).

                Depois disso o meu relacionamento com o Senhor desenvolveu-se rapidamente.

                A questão de minhas expectativas de ter uma experiência emocional intensa acompanhada pelo falar em línguas traz à tona um importante ponto. Satanás tem atacado a área de dons do Espírito Santo, o "batismo no Espírito Santo", como alguns o chamam, mais intensamente do que qualquer outra, especialmente nestes últimos dias. A maior parte dos pentecostais querem o poder sem a cruz.

                Eles especializam-se em experiências emocionais, infelizmente. Os tradicionais também não querem a cruz, assim eles dizem que o poder não é para os nossos dias.

                Ambas as posições estão erradas. O problema que a humanidade sempre teve e sempre terá é que Deus é Deus, Ele não deve satisfação a nós, e nós não podemos controlá-lo de forma alguma. Ele não tem que fazer nenhuma coisa como pensamos que Ele deveria fazer.

                Os dons do Espírito Santo são apenas isso, presentes, que nos são concedidos e que operam quando e como o Espírito Santo determinar, não como nós determinamos. Nós não podemos invocar os dons ou forçá-los a operar

em nossas vidas quando nós quisermos. Eles estão em operação somente quando Deus assim determina. Devemos andar em obediência e fé. Parte desta fé é a compreensão e a aceitação de que os dons operam somente da forma que o Senhor deseja.

                Os cristãos parecem gastar a maior parte do seu tempo tentando formular doutrinas para evitar depender da soberania de Deus. Isto simplesmente não pode ser feito! Quanto an¬tes aceitarmos isso, mais cedo chegaremos mais perto do Senhor em nosso relacionamento pessoal com Ele.

                O meu primeiro pacto com o Senhor foi na época da minha salvação. O meu segundo pacto foi quando eu fiz de Jesus o Senhor total da minha vida, ao fazer aquela entrega total. Eu fui a parte que tomou a iniciativa nestes dois pactos. Todos os demais pactos nos anos seguintes foram da iniciativa de Deus. Acredito que Deus quer que cada pessoa tome a iniciativa nestes dois pactos por si mesmas, e então Deus tomará a iniciativa nos restantes. Meus pais solicitaram um pacto com o Senhor, com o qual Ele demonstrou concordar, ao realizar o milagre da segunda gravidez de minha mãe. (Eles tiveram apenas dois filhos).

                O terceiro grande pacto que eu fiz com o Senhor foi quando aceitei sua chamada para a batalha espiritual. Escrevi sobre isso em meu primeiro livro, Ele Veio Para Libertar os Cativos. Este terceiro pacto aconteceu cinco anos após o segundo.

                Eu havia, por ordem do Senhor, trazido Elaine para morar comigo em minha casa, para protegê-la do ataque dos satanistas. Depois que o Senhor nos guardou em segurança, houve um breve período de espera, antes do começo da batalha com os demônios em Elaine. Quando olho para trás, para aquela época, percebo que precisava de um outro pacto com o Senhor antes de prosseguir naquela batalha, assim como Deus tinha feito aliança com Josué, antes que ele cruzasse o Jordão para derrubar Jericó. Deus deteve os espíritos demoníacos inativos por cerca de duas semanas, até que eu pudesse decidir sobre este novo pacto.

                Durante aquele tempo o Senhor falou-me muito claramente e disse-me que desejava fazer um pacto comigo. Os termos desse pacto eram como segue: primeiro, eu deveria entregar a minha vida a Deus para ser usada da forma que ele quisesse para combater diretamente Satanás e seus demônios. Em segundo lugar, eu deveria compreender que tal compromisso traria um preço muito alto. Eu acabaria por perder a minha carreira, e minha família, todos os meus amigos e quase tudo que eu considerava precioso. Eu iria também sofrer tremendamente, física e emocionalmente. Mas Deus

prometeu que Ele estaria a meu lado à medida que eu passasse por tudo isso e que, através disso, Ele se revelaria a mim de uma forma profunda e pessoal que não seria possível de nenhuma outra forma em minha vida. Muitas almas seriam salvas e retiradas do cativeiro de Satanás.

                Deus também me deixou claro que este compromisso era a primeira escolha dEle para a minha vida. Entretanto, se eu não optasse por seguir esta escolha e fazer com Ele este pacto, Ele iria ainda assim me abençoar na carreira

que eu havia escolhido, no campo da oncologia. Eu não iria, sem este pacto, conhecê-lo pessoalmente tanto quanto conheceria seguindo pela estrada da guerra espiritual. Foi uma decisão difícil!

                Angustiei-me com a decisão por cerca de uma semana, avaliando o custo o melhor que podia. Eu sabia sem sombra de dúvida que, uma vez que fizesse esse pacto, não haveria oportunidade de voltar atrás. Quando as coisas ficassem difíceis, eu não poderia mudar de ideia. Se eu fizesse, iria perder o meu relacionamento com o Senhor, e isto eu não podia suportar. Finalmente, no fim daquela semana, dobrei-me de joelhos e fiz aquele pacto com o Senhor, mudando assim o curso da minha vida para sempre.

                O Senhor aproximou-se de mim propondo vários pactos, com muito mais frequência, depois disso. Logo depois da libertação final de Elaine ele falou comigo um dia com relação a minha "hora silenciosa". Ele disse-me para fazer um pacto com Ele novamente. Ele me disse que sabia quanto tempo eu precisava gastar com Ele a cada dia lendo a sua Palavra e orando. Ele me disse para pôr de lado o meu despertador e deixar que ele mesmo me acordasse. Ele me disse que sempre que me acordasse eu deveria levantar-me e gastar o resto do tempo com Ele, antes de me preparar para o trabalho. Eu concordei com o pacto e desde então não tenho mais utilizado o despertador.

                Nos dois anos seguintes, com bastante frequência o Senhor me acordou às duas ou três da madrugada. Muitas vezes Ele me permitia dormir somente uma ou duas horas e eu gastava, o resto da noite em oração, e lendo e estudando a sua Palavra. Ele me treinou para despertar instantaneamente ao seu chamar a qualquer hora da noite. Isto salvou as nossas vidas em mais de uma ocasião, pois somos frequentemente atacadas fisicamente por satanistas e o Senhor me acorda para me avisar do perigo. (Estou certa de que no início deste período de treinamento houve vezes em que eu acordei, sem que o Senhor tivesse de fato me chamado. Entretanto, à medida em que eu andei em fé, e sempre levantava cada vez que despertava, o Senhor treinou-me para ser mais e mais sensível à sua chamada.)

                Eu não sou a única pessoa a quem Deus tem treinado desta forma. Vou dar um outro exemplo. Há cerca de um ano fiquei muito doente com um problema no pulmão. Eu estava com tanta dificuldade de respirar que tive de permanecer sentada ereta em uma cadeira por duas semanas. Na primeira noite em que finalmente melhorei de modo a conseguir deitar-me, estava totalmente exausta e caí num profundo sono. Eu estava dormindo em uma poltrona na sala de estar quando o Senhor me chamou, cerca de duas da madrugada e me disse para levantar e verificar a porta da frente. Escutei o nosso cachorro rosnando, rosnando, mas eu parecia não conseguir fazer o meu corpo obedecer levantar-se. O Senhor compreendeu, como sempre o faz.

                Enquanto eu estava esforçando-me para despertar de forma a forçar o meu corpo a levantar-se da poltrona, o Senhor acordou um de nossos irmãos cristãos que é advogado. Ele disse a este irmão para levantar-se e telefonar para nós. Felizmente, Bud foi obediente. Apesar de ter se sentido um pouco tolo fazendo isso, ele nos telefonou. O telefone estava no quarto de Elaine mas ela tem um sono profundo e praticamente não ouve nada. Elaine não iria normalmente ouvir o telefone mas o Senhor aumentou o som da campainha de tal forma que ela acordou. Bud disse a ela que se sentia um pouco tolo por ligar, mas o Senhor lhe havia dito para telefonar e nos dizer que nós estávamos em perigo.

                Elaine veio até onde eu estava, conseguiu acordar-me plenamente e contou-me do telefonema de Bud. Eu lhe pedi para verificar a porta da frente, como o Senhor me havia dito. De fato, alguém tinha acabado de quebrar a tranca

e já estava no processo de abrir a porta quando Elaine chegou. Ela falou alto e ordenou-lhes que fossem embora, em nome de Jesus, e eles fugiram.

                Pouco depois do pacto que eu descrevi no primeiro capítulo, Elaine ainda estava no hospital, muito doente. Um domingo, enquanto eu me dirigia para casa após o culto da manhã, o Senhor falou comigo e me disse que em breve eu teria que enfrentar, face a face um dos demônios de alta posição a serviço de Satanás, e que ele tentaria me matar. Eu disse: "Oh, Senhor, eu não sinto que estou preparada espiritualmente para um confronto desses."

                O Senhor replicou: "Decida o que quer receber de mim para se preparar para esse confronto; então vá à frente após o culto da noite e eu pactuarei com você para lhe dar o que for necessário."

                Naquela noite eu me debrucei em intensa oração sobre a minha Bíblia. Num dado momento cheguei a uma lista com doze coisas, cada uma com versículos nas Escrituras para respaldá-la. Pedi coisas tais como a habilidade para ter resistência e permanecer firme, como bom soldado de Cristo Jesus (2 Timóteo 2:3). Pedi um espírito de "poder, amor e moderação" (2 Timóteo 1:7). Também pedi dos Salmos passagens tais como Salmo 144:1: "Bendito seja o Senhor, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra". Acima de tudo, pedi ao Senhor para tornar a Sua direção muito clara para mim e fazer-me especialmente sensível à Sua voz.

                Aquele pacto foi o segundo que eu fiz com o Senhor numa igreja. Eu nunca me esquecerei daquela noite. Depois de terminado o culto, silenciosamente fui ao altar esperando orar por mim mesma, já que não tinha havido chamada formal ao altar após o culto, naquela noite. Porém o Espírito Santo deve ter alertado o Pastor Pat, pois ele rapidamente veio a mim e me perguntou como poderia ajudar. Contei-lhe resumidamente a situação. Eu havia escrito meus pedidos em um bloco de anotações que não abri. Não senti que era necessário o pastor conhecer os meus pedidos. Ele concordou em orar comigo e simplesmente ser uma testemunha do pacto. Eu orei primeiro, então o pastor orou uma das mais incríveis orações que eu jamais havia ouvido.

                No poder do Espírito Santo ele listou um a um todos os pedidos que eu havia escrito no bloco de notas fechado e pediu ao Senhor para cumpri-los em minha vida! Corno sempre o Senhor permaneceu fiel ao seu pacto. Não somente eu sobrevivi ao confronto com o alto demônio (o que aconteceu algumas semanas mais tarde), mas as promessas que o Senhor me fez naquele pacto estão ainda atuantes em minha vida hoje, muitos anos depois.

                O simples conhecimento de que Deus sempre cumpre a sua Palavra tem-me dado a segurança e a força para lutar na terrível guerra com Satanás, que tem continuado sem uma pausa pelos sete últimos anos da minha vida.

                Um dos pactos mais recentes que fiz com o Senhor foi na época em que Ele me chamou para mudar-me para a Califórnia.(A Califórnia é um dos últimos lugares na face da terra para onde eu desejaria ir, devo acrescentar).

                Eu não posso revelar todos os termos deste pacto, mas aqui estão alguns deles. Eu deveria mudar-me para a Califórnia e andar em completa obediência ao Senhor.

                Eu deveria também compreender que lá eu finalmente entregaria a minha vida para o Senhor. Ele, por sua vez, iria suprir as nossas necessidades (não os nossos desejos), proteger-nos (até que chegasse o tempo de rendermos as nossas vidas), e abriria para o nosso ministério as porta que Ele quisesse abrir e fecharia aquelas que Ele quisesse fechar.

                Lembre-se, Deus nunca lida com duas pessoas de forma idêntica. Cada um de nós é tão precioso para Ele como um indivíduo único no universo, que ele nos trata como tal. Porém, uma vez que você esteja consciente deste princípio de fazer aliança com Deus, Ele estará livre para lhe propor pactos específicos, segundo a vontade dEle. O problema porém, é que a maioria das pessoas quer fazer um pacto com o Senhor nos termos delas, não nos termos dEle! Elas querem saúde, e riqueza conforto e satisfação para os desejos carnais. Tiago diz isso muito bem:

                "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres". Tiago 4:3

                Há dois pactos que todo cristão deve fazer com o Senhor. Estes são claramente ordenados na Palavra de Deus. O primeiro é o pacto da salvação; o segundo é o senhorio completo de Jesus. Ninguém pode progredir para uma relação mais profunda com o Senhor sem primeiro fazer estes dois pactos. Depois disso, normalmente o Senhor inicia outros pactos. Esteja alerta à orientação do Espírito Santo. Busque ao Senhor com todo o seu coração, e você o encontrará. Ele virá a você, e se deleitará em fazer pactos com você.