REGOZIJAI-VOS! Regressei do Vietnam em 1967 e fui enviado a Fort Benning, Geórgia. Há vinte e três anos eu saíra dali algemado, como prisioneiro. Agora regressava como capelão. Era até difícil lembrar como me sentira na época. Fui designado para capelão de vinte e uma companhias de oficiais em preparação e mais vinte e uma de oficiais não comissionados. Que bela oportunidade de levar a Cristo os futuros líderes militares da nação! Era um tremendo desafio. Eu estava sempre consciente de minhas falhas. Tinha muitas vezes o poder e a presença de Deus em mim e ao meu redor, mas muitas vezes estivera relutando em ser usado por ele. Eu passava por momentos de desânimo, mas sabia que isso não estava nos planos de Deus para mim. Busquei a solução nas Escrituras. Em João 17 encontrei a oração de Jesus por nós, seus seguidores. Ele orou assim: "para que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos... " Era isto que eu queria: a alegria do Senhor, não somente quando as coisas estavam bem, mas sempre.
Jesus orou pedindo esta bênção para mim; o que estava impedindo que eu a experimentasse continuamente? Em Mateus 25.21 lemos: "... foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu senhor." Então era uma questão de se entrar. Eu tinha de consegui-lo — não receberia essa bênção automaticamente. Mas como entrar, Senhor? Em Lucas 6.23, Jesus nos diz para nos regozijarmos e exultarmos. Também descreve a situação em que devemos exultar: "quando estiverdes famintos, quando os homens vos odiarem, quando vos injuriarem e rejeitarem vosso nome como indigno, regozijai e alegrai-vos naquele dia". Eu ainda não tinha notado aquilo na Bíblia. "Como é que esperas que me regozije em tais circunstâncias, Senhor?" Isso não parecia ter sentido, mas quanto mais lia a Bíblia, mais escrituras encontrava que diziam a mesma coisa. Será que havia um princípio espiritual por trás disso?
Na segunda carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 12, versos 9 e 10 ele diz: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco então é que sou forte." Fraqueza e injúria era exatamente o que eu não apreciava. Não gostava quando pessoas se voltavam contra mim; não gostava quando acontecia algo errado e tudo saía mal. Vezes sem conta encontrei na Bíblia as palavras: "Alegrai-vos!" "Dai graças a Deus por tudo!" O salmista continuamente fala de alegria em meio à tribulação: "Converteste meu pranto em folguedos", diz Davi no Salmo 30. Eu estava disposto a experimentar; mas o que fazer? Certa noite, numa reunião de oração, comecei a rir. Ri uns quinze minutos, e enquanto ria, "senti" Deus falar: "Está alegre porque Jesus morreu pelos seus pecados?" "Sim, Senhor. Estou alegre; muito alegre." "Você se sente bem ao pensar que ele morreu por causa de seus pecados?" "Sim, Senhor. Sinto." "Você fica feliz de saber que morrendo em seu lugar ele lhe deu vida eterna?" "Sim, Senhor; fico." "Você tem que se esforçar muito para ficar alegre pelo fato de que ele morreu por você?" "Não, Senhor. Eu estou alegre." Compreendi que Deus queria que eu entendesse como era fácil ficar alegre pelo fato de Cristo ter morrido por mim. Eu bateria palmas, riria e cantaria em ação de graças pelo que ele tinha feito para mim.
Era a coisa mais importante de minha vida; nada poderia me dar mais alegria. Continuei a rir, mas a voz interior silenciara. Senti que Deus estava para me ensinar algo que eu nunca ouvira antes. Deus disse: "Você fica muito feliz de saber que cravaram pregos nas mãos do meu Filho; não fica? Fica feliz de saber que cravaram pregos em seus pés? Fica feliz porque traspassaram seu lado com uma lança e o sangue escorreu pelo seu corpo e gotejou na terra? Você fica feliz e ri de alegria porque fizeram isso ao meu Filho; não fica?" Outra vez o silêncio. Eu não sabia o que responder. "Você fica muito alegre porque tudo isso aconteceu ao meu Filho, não?" Afinal tive de dizer: "Sim, Senhor; fico. Não o compreendo, mas fico alegre." Por um momento pensei que talvez tivesse dado a resposta errada; talvez eu tivesse entendido mal. Então para meu alívio ouvi-o dizer: "Sim, filho; eu quero que você fique feliz! Quero que você fique alegre." Continuei a rir e a alegria aumentou quando compreendi que Deus queria que eu ficasse alegre. Depois tudo ficou em silêncio e entendi que estava para aprender outra lição. "Ouça agora, meu filho. Durante o resto de sua vida, toda vez que acontecer a você qualquer mal — e que será menos terrível do que o que fizeram ao meu Filho — quero que você fique alegre, como quando lhe perguntei se estava alegre porque Cristo morreu por você." Respondi: "Sim, Senhor. Compreendo. Vou ser grato pelo resto de minha vida. Vou louvá-lo. Vou regozijar-me. Vou cantar. Vou rir. Vou gritar, vou ficar muito alegre por qualquer coisa que permitires acontecer em minha vida."
Era fácil, naquele momento, prometer
regozijar-me. Eu estava sendo muito abençoado e a alegria estava fluindo de mim
como se fosse um rio. Na manhã seguinte, eu estava sentado na beira da cama,
quando ouvi a voz: "O que está fazendo?" "Estou aqui sentado,
desejando que não tivesse que levantar." "Pensei que tivéssemos feito
um acordo ontem à noite." "Mas, Senhor, eu não sabia que te referias
a coisas assim." "Lembre-se do que eu disse: em tudo." Respondi:
"Senhor, tenho que ser sincero contigo. Há vinte anos que sento na beirada
da cama todas as manhãs desejando não ter de levantar. Estava pensando em como seria
bom se eu pudesse ficar deitado mais cinco minutos." Mas o Espírito disse:
"Deve dar graças a Deus porque está na hora de levantar."
"Senhor, isto já está um pouco além do meu entendimento." O Senhor é
sempre bom e paciente. "Está disposto a deixar-me fazer você querer?"
"Sim, Senhor, estou." Naquela noite, quando fui me deitar, orei:
"Senhor, isto é muito difícil. Tu terás que operar em mim. Eu levantarei a
qualquer hora que tu mandares, mas não sei agradecer porque está na hora de me
levantar."
Tudo que ouvi foi: "Está disposto?... " "Sim, Senhor; estou." Na manhã seguinte, a primeira coisa que me veio à mente foi o polegar do pé. Ouvi: "Veja se consegue movê-lo." Consegui. "Está grato de poder movê-lo?" "Sim, Senhor." "Agora o tornozelo. Está grato?" "Sim, Senhor." "Agora, o joelho. Está grato?" "Agora veja se consegue sentar-se." "Sim, Senhor, mas tenho que ser sincero; eu ainda gostaria de poder deitar e dormir de novo." Pacientemente ele disse: "Veja se consegue levantar-se. Está grato por isto? Veja se pode caminhar até o banheiro. Olhe-se no espelho. Está satisfeito de poder ver?" "Sim, Senhor." "Agora diga alguma coisa." "Aleluia!" "Está alegre de poder falar e ouvir?" "Sim, Senhor." Então veio o silêncio. Eu sabia que do silêncio, ia aprender alguma coisa. "Meu filho, porque eu o amo vou ensinar-lhe a dar graças por tudo.
Você poderá aprender a lição aí de pé, tendo todas essas coisas pelas quais você está grato, ou então posso fazer você voltar para a cama e deixá-lo sem movimentos, sem visão e sem audição até aprender." Dei um salto e disse: "Senhor, eu compreendo. Estou grato. Serei sempre grato." Na manhã seguinte, e na outra e na outra, a primeira coisa que eu pensava, quando acordava, era: "Senhor, estou grato." Nunca mais me senti infeliz por estar na hora de levantar. Paulo disse: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas." Levantar de manhã tinha sido uma fraqueza para mim. Deus me ensinou a tomar aquilo e a transformá-lo em gozo, e, quando o fiz, o poder de Cristo e sua alegria transbordaram em meu coração. Fiquei ansioso para contar a outros minha descoberta, mas o Espírito Santo disse que não; primeiro eu tinha que aprender bem, até não ter mais nenhuma dúvida, a transformar as situações difíceis em alegrias. Decorei os versos de I Tessalonicenses 5.16-18 "Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco", e os repeti diversas vezes. Certo dia eu estava-me aproximando de um sinal luminoso quando ele mudou para amarelo, mas consegui atravessar ainda em tempo. Dei um sorriso, como num agradecimento. Senti a presença de Deus. Ele disse: "Nada disso." Ainda sorrindo, estanquei a alegria. "Por que está feliz?" "Senhor, consegui atravessar o sinal; obrigado, Senhor."
"O que faria se o sinal tivesse mudado antes e
você tivesse que parar?" "Provavelmente, eu teria murmurado,
desejando que ele tivesse demorado um pouco mais." "Não sabe que os
sinais luminosos estão sob meu controle? Eu controlo todo o universo, inclusive
o tempo. Da próxima vez que o sinal ficar vermelho, você deve sentir-se grato.
Saberá que fui eu que o mudou." Da outra vez que parei num sinal fechado,
perguntei ao Senhor como queria que eu empregasse aquele tempo. "Está
vendo aquele homem andando ali na rua? Ele precisa muito de oração. Ore por
ele." Nós dizemos que cremos em Deus, mas será que realmente cremos que
ele controla todos os pormenores da nossa vida, ou pensamos que ele está
tratando de negócios mais importantes? Jesus disse que Deus sabe quantos fios
de cabelo temos. Então por que não crermos que ele está mais interessado do que
nós nos fatos insignificantes da nossa vida? Eu não sei quantos cabelos há na
minha cabeça. Deus controla todas as coisas e opera tudo para o bem daqueles que
o amam. (Rom. 8.28.) Eu estava começando a confiar mais em Deus; mas, e
Satanás? Ele não pode se insinuar no nosso meio e nos atacar mesmo sendo isso
contrário à vontade de Deus?
Deus permitiu que Satanás entrasse em Judas e traísse seu Filho. Permitiu que Satanás tornasse Pedro tão fraco, que ele chegou a negar Jesus. Permitiu que ele entrasse no coração dos homens que planejaram, maquinaram e, finalmente, crucificaram a Jesus. A qualquer momento, Deus poderia tê-los interrompido. Poderia ter enviado dez mil anjos para destruir o plano de Satanás, mas Deus não os interrompeu. Ele sabia que depois que todo aquele sofrimento e pecado passassem sobre Jesus, o resultado seria gozo, louvor e vitória. Satanás não pode fazer nada se primeiro não receber permissão de Deus. Lembramos como Deus permitiu que ele tentasse Jó. Deus dá essa permissão somente quando vê o tremendo potencial de gozo que resultará do fato dessa provação vir sobre nós. Quando começamos a entender isto, Deus pode nos abençoar. O poder do Cristo ressuscitado se encontra em nós. Milagres, poder e vitória são apenas uma parte do que Deus operará em nós quando aprendermos a nos regozijar por tudo. Certo dia entrei no carro para ir trabalhar e não consegui dar a partida. No exército não há desculpa para quem chega atrasado em serviço. "Está bem, Senhor", disse. "Aqui estou. Tu deves estar querendo me ensinar uma lição, por isso te agradeço por este carro não querer pegar." Momentos depois passou alguém que me ajudou a dar partida no carro. No dia seguinte aconteceu a mesma coisa.
"Obrigado, Senhor. Sei que tens uma boa razão para eu ficar aqui sentado; então vou me sentir muito alegre e começar a louvar-te." Novamente consegui dar partida. Naquele mesmo dia levei o carro à oficina do quartel. Contei o problema ao encarregado e ele respondeu: "Sinto muito, capelão, o mecânico que trabalha com esse tipo de carro teve um ataque cardíaco e está no hospital. Eu sinto ter de dizer-lhe isso mas o senhor terá que levar o carro a uma oficina civil." Ele tinha uma expressão de pesar ao falar: "Capelão, eles sabem que o nosso mecânico está doente e vão aproveitar para arrancar-lhe o couro. Estão fazendo assim com todas as pessoas que encaminhamos a eles." Enquanto me dirigia à oficina, uma voz tentou murmurar ao meu ouvido: "É horrível que esses civis tenham de abusar assim de nós, militares." Eu disse àquele pensamento para voltar ao lugar de onde tinha vindo e continuei a glorificar o Senhor por ter-me permitido esse incidente, que eu sabia ser para meu proveito pessoal. Orei: "Senhor, sei que tua mão está nisso e eu te louvo e agradeço." Entrei na oficina e o encarregado aproximou-se tendo na mão um bloco de anotações. "Às suas ordens, senhor", disse com certo brilho no olhar. Expliquei-lhe o que havia e ele mencionou uma porção de prováveis causas do problema. "Essa peça não poderá ser consertada aqui. Temos que enviar para outra oficina. Entretanto, pode ser que o problema não seja este, então temos que tomar outras providências. As causas do defeito podem ser várias, mas nós procuraremos até encontrar." "Quanto tempo vai demorar?" Sorrindo ele respondeu: "Sinto muito, mas não sei dizer. Depende de muita coisa." Eu já estava até ouvindo a caixa registradora tilintando. "Em quanto vai ficar?" "Não tenho a mínima idéia." O encarregado da nossa oficina estava certo. Esses homens iriam tirar de mim o máximo que pudessem. "Graças, Senhor. Tu deves ter um propósito em tudo isso." Acertei de levar o carro na manhã seguinte e deixá-lo ali pelo tempo que fosse necessário para o conserto. Com muita dificuldade consegui dar partida no carro. Engatei a marcha e comecei a rodar para a saída. Nesse momento o encarregado adiantou-se e agarrou meu braço. "Espere um pouco. Lembrei de uma coisa que talvez seja a causa do problema. Desligue o motor." A seguir, ele levantou o capô e começou a remexer por ali com uma chave de fenda. Depois de alguns minutos, disse: "Ligue o motor agora; vamos ver como funciona." Girei a chave e o motor entrou em funcionamento suavemente, como se fosse novo. "Ótimo! Quanto é?" "Ah! Nada. Tive prazer em servi-lo." "Filho, eu queria que você soubesse que nunca deve temer que alguém possa se aproveitar de você, ou feri-lo de alguma forma se isso não for da minha vontade. Sua vida está em minhas mãos e você pode confiar em mim em todas as circunstâncias, e verá como eu resolvo todos os pequenos problemas da vida."
"Aleluia, Senhor!" Eu exultava ali naquele carro. "Graças, Senhor. Obrigado por teres me mostrado estas coisas." Eu exultava! Compreendi, afinal, que se tivesse ficado murmurando e reclamando não teria tirado nenhum proveito do incidente. Quantas oportunidades eu perdera de deixar Deus me ensinar o quanto ele me ama. Muitos vão pela vida carregando essas oportunidades como se fossem cargas pesadas, mas Deus já determinou que, em Cristo, todas essas coisas, ao passarem sobre nós, sejam transformadas em gozo. É glorioso saber que neste momento Deus quer encher nosso coração de uma alegria transbordante. Não por mérito nosso, nem justiça própria, nem sacrifício de nossa parte. Tudo depende apenas de uma coisa: de nós crermos no Senhor Jesus. Crer que, se a cadeira em que me sentei se quebrou foi porque isso era da vontade dele. Se o café da manhã está muito quente ou o pão muito seco, é da vontade dele. Quando realmente começamos a crer nisso o poder de Deus começa a fluir em nossa vida. Era isso que Jesus queria ensinar quando disse: "Regozijai-vos e exultai quando vos perseguirem... se sois pobres... se tendes tristezas." Há muitos anos eu sofria de uma terrível dor de cabeça embora raramente a mencionasse. Apenas agradecia a Deus porque não era um problema muito sério. Um dia ele disse:
"Por que não experimenta louvarme pela dor de cabeça?" "Pela dor?" "Sim, pela dor." Comecei a elevar meus pensamentos a Deus em ação de graças porque Deus estava me dando aquela dor de cabeça para eu ter a oportunidade de ver aumentado o seu poder em minha vida. A dor piorou. Continuei a dar graças a Deus mas a cada pensamento de louvor a dor aumentava. Compreendi que o Espírito Santo e Satanás estavam em batalha. A dor chegou a um ponto insuportável; continuei com meus pensamentos de louvor e ação de graças e, de repente, senti-me inundado de gozo. Parecia que uma grande alegria se derramava sobre cada célula do meu corpo. Nunca tinha experimentado tal poder no gozo. Estava certo de que se desse um passo a mais seria elevado nos ares. E a dor de cabeça se fora. Há quinze anos eu sofria, também, de um resfriado alérgico, ficando atacado quase seis meses do ano. Às vezes ficava tão mal que espirrava, tossia e levava o lenço ao nariz o dia todo. Eu já tinha tomado injeções, remédio atrás de remédio, orara, jejuara, e depois orara outra vez. Vivia pedindo aos conhecidos que orassem por mim e procurava todas as pessoas que oravam por enfermos para que orassem por mim. Nada adiantou. Por que Deus me deixava sofrer? Será que não se importava que eu passasse tão mal? Um amigo meu, o Capelão Curry Vaughn, me dissera que eu devia crer, juntamente com ele, que Deus me curaria. Eu evitava me encontrar com Curry porque ele ficava dizendo que eu tinha de continuar a crer.
Eu vinha tentando crer há quinze anos e não sabia mais o que
fazer. Certo dia eu devia falar numa igreja metodista, ao meio dia. Quando ia
entrando em Columbus, meu nariz começou a escorrer e eu comecei a espirrar de
tal maneira que era difícil até dirigir. Um pensamento me veio à mente:
"Louva-me!" Passei a pensar em como Deus era bom de permitir essa
enfermidade na minha carne. Ele permitia que eu a tivesse a fim de me ensinar
uma lição. Não era por mero acaso que eu era alérgico a tantas coisas. Deus
assim o planejara, para sua glória e para meu próprio bem. "Graças,
Senhor, por tua bondade. Se tu queres que eu tenha essa doença vou apenas
confiar em que tu me curarás quando quiseres." "Que você quer que eu
faça?" "Cura-me, Senhor." "Curar ou remover os
sintomas?" "Não é a mesma coisa?" "Não; não é."
"Está bem, Senhor. Cura-me então e não darei nenhuma atenção aos
sintomas." Com isso compreendi que Deus estava-me mostrando uma verdade
nova e maravilhosa. Todas as vezes que eu orara antes e tentara crer, tinha
sido derrotado porque os sintomas persistiam. Agora compreendia que os sintomas
não significavam nada. Tudo que eu precisava era ter fé na promessa de Deus;
então Satanás podia inventar todos os sintomas que quisesse. Quando cheguei ao
local da reunião, meu nariz ainda escorria e eu ainda espirrava
incontrolavelmente. Orei: "Senhor, se tu queres que eu seja ridículo,
serei. Vou deixar o lenço no carro, e irei falar de ti."
Quando caminhava em direção à igreja comecei a sentir-me
melhor. Quando a reunião terminou, compreendi, de repente, que não mais tinha
os sintomas da alergia. Durante muitos dias os sintomas não voltaram. Então,
uma noite, quando me preparava para ir a uma reunião de oração senti o nariz
começar a escorrer. Pensei: "Senhor, não posso ir àquela reunião. Aquelas
irmãs vão pensar que fiz alguma coisa errada e tu retiraste a minha fé. Vão me
rodear e insistir comigo para que eu exercite fé na cura. Mas, Senhor, tu me
curaste e dou-te graças por esses sintomas." Na reunião, uma das irmãs
começou a me exortar dizendo que devia crer. "Mas Deus me curou",
insisti. "Então, por que está fungando?" "Não sei, mas Deus
sabe, e eu o louvo por isso." De volta para casa eu continuava a dar
graças a Deus por ele estar dirigindo minha vida como queria. Se sua vontade
era que Satanás me esbofeteasse, devia ter boa razão para isso. Ele permitira
que seu próprio Filho sofresse por mim. "Filho!" "Senhor!" "Você
tem sido fiel. Nunca mais terá um só sintoma." Mais uma vez exultei de
alegria ali no carro. Nunca mais oraria duas vezes pela mesma coisa. Deus diz:
"Pedi e recebereis para que a vossa alegria seja completa." (João
16.24.)