sábado, 24 de abril de 2021

Foge Nick Foge - 00 Introdução



en­trevistava Nicky Cruz, ele relatava uma experiência nova e fantástica, material que daria para outro li­vro — talvez para vários. Portanto, Foge, Nicky, Fo­ge! é a história, tão exata, quanto possível, dos pri­meiros vinte e nove anos da vida de um moço, cujos dias mais áureos ainda estão no futuro.
Jamie Buckingham
Eau Gallie, Flórida

Introdução

A HISTÓRIA DE NICKY CRUZ é notável. Tem todos os elementos de tragédia, violência e interesse, além do maior de todos os ingredientes, o poder do evangelho de Jesus Cristo.
Os primeiros capítulos formam um cenário obs­curo e tenebroso para o eletrizante desenlace desta história. Portanto, não desanime com a atmosfera um tanto sangrenta da primeira metade do livro.
Nicky é jovem, e está atualmente causando um grande impacto sobre um bom número de outros jovens, nos Estados Unidos. A população adulta já não pode mais ignorar a mocidade, com os tremen­dos problemas do século vinte. A juventude busca um propósito na vida. Não está enamorada de nos­sos esclerosados tabus sociais. Quer sinceridade na religião, honestidade na política, e justiça  para   os desprivilegiados da sociedade O aspecto encoraja-dor, no que diz respeito a esses milhões de “garo­tos” (que em 1970 ultrapassaram o número da popu­lação adulta), é que eles estão desesperadamente pro­curando soluções para seus problemas. Em contatos com centenas de estudantes de nossas universidades, fiquei tremendamente impressionado com a busca que estão empreendendo, procurando a verdade, a realidade e soluções honestas. Alguns jovens de nos­sas favelas estão ansiosos para ter um contato ho­nesto com a sociedade, e com razão. Alguns deles são influenciados por defensores da violência e da força bruta, e são facilmente atraídos para o rede­moinho dos distúrbios de rua, incêndios e pilhagem. Foge, Nicky, Foge! é um exemplo notável de que essa mocidade insatisfeita pode encontrar um significado e um propósito para a vida, na pessoa de Cristo.
Em nossas campanhas, quase a metade dos ou­vintes tem menos de vinte e cinco anos. Não vão às campanhas para zombar, mas para uma busca sincera da verdade e de objetivos para a vida. Cen­tenas deles atendem ao chamado de Cristo.
Foge, Nicky, Foge! é uma história emocionante! Minha esperança é que ela seja muito lida, e que muitos leitores venham a conhecer o Cristo que transformou o coração vazio e insatisfeito de Nicky Cruz e fez dele uma epopéia cristã de nossa era.
Billy Graham

Preâmbulo

A HISTÓRIA DE NICKY é, possivelmente, a mais dramática do movimento Pentecostal, mas não é a única. Nicky é um vivido representante de vasto número de pessoas que, nas últimas décadas, têm sido libertadas do crime, do álcool, dos narcóticos, da prostituição, do homossexualismo, e de quase todo tipo de perversão e degeneração que o homem conhece. Tratamento psicológico, cuidados médicos e conselhos espirituais não conseguiram influenciar essas pessoas. Elas, porém, foram libertas de sua escravidão de modo inesperado e maravilhoso, pelo poder do Espírito Santo, e levadas a uma vida de serviço útil, e, algumas vezes, de profunda oração. É muito natural desconfiar-se de transformações radicais e repentinas. Porém não há razão teológica para se suspeitar delas. A graça de Deus pode apos­sar-se de um homem e transformá-lo, num abrir e fechar de olhos, de pecador em santo. “Porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar fi­lhos a Abraão.” (Lucas 3:8.) O esforço humano não pode produzir tais transformações, nem na própria pessoa nem em outrem, porque a natureza exige tem­po para se desenvolver, gradualmente; mas Deus po­de fazer em um instante o que leva anos e anos pa­ra o homem realizar.
Conversões assim ocorreram na história do cris­tianismo, desde o princípio. Zaqueu, Maria Madale­na (a penitente de Lucas 7:37), o “bom ladrão”, o apóstolo Paulo, e mesmo Mateus, o discípulo, são os primeiros de uma longa lista. Contudo, o maior nú­mero de tais conversões está tendo lugar hoje em dia, em relação ao chamado “Movimento Pentecostal”, o que é, creio eu, sem precedentes. Qual o sig­nificado deste fato extraordinário?
Tenho meditado muito sobre isto, e o que me vem à mente com freqüência é a parábola das bodas (Mateus 22:1-14). Quando as pessoas convidadas não apareceram, o senhor disse a seu servo: “Sai de­pressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.” (Lucas 14:21.) Quando nem aquilo foi suficiente, o servo foi enviado uma vez mais, desta vez para os caminhos e atalhos, com a ordem: “Obriga a to­dos a entrar, para que fique cheia a minha casa.” Creio que isto é o que estamos vendo acontecer hoje. Os “convidados” à mesa do Senhor, isto é, os que “nasceram no cristianismo”, os justos, os mem­bros legítimos da sociedade, já demonstraram sobe­jamente que são indignos. Eles “vão à igreja”, mas na verdade não têm participado do banquete propi­ciado pelo Rei. É por isto que a Igreja, em lugar de ser um corpo vivo e uma testemunha desafiadora, muitas vezes se assemelha a um inútil clube religio­so.
Todavia, enquanto os doutores da lei discutem qual o novo vocabulário que fará ressuscitar Deus (porque tudo o que conhecem a respeito dele são palavras), e que novos símbolos farão com que a liturgia tenha mais significado (porque tudo o que enxergam na religião é a parte humana), Deus está reunindo, em silêncio, novos convidados para o seu banquete. Recebe alegremente aqueles que, segundo os padrões humanos, são espiritual e moralmente pobres, aleijados, cegos e coxos. Pelo poder do seu Espírito, está mesmo “forçando-os” a entrar, arrancando-os das ruas da degradação e dos atalhos da perversão.
Nicky Cruz e os milhares que se lhe assemelham não são apenas exemplos comoventes do amor fiel do Bom Pastor, mas são também sinais dos tempos, que faríamos bem em discernir. São um sinal encorajador de que Deus está agindo com um poder novo em nossa época, para que não tenhamos medo de proclamar ousadamente o evangelho a todos. Por outro lado, também são um sinal de advertência a todos os que, pelos seus hábitos religiosos, pelo seu ministério sagrado, ou por qualquer outra razão, se­ja ela qual for, julgam ter um lugar marcado à me­sa do banquete. “Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.” (Lucas 14:24.) Porque “está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos”. (Mateus 22:8.)
Prof. Edward D. O'Connor,   C.S.C.
Universidade de Notre Dame
Estados Unidos