entrevistava Nicky Cruz, ele relatava uma experiência nova
e fantástica, material que daria para outro livro — talvez para vários.
Portanto, Foge, Nicky, Foge! é a história, tão exata, quanto possível, dos primeiros
vinte e nove anos da vida de um moço, cujos dias mais áureos ainda estão no
futuro.
Jamie Buckingham
Eau Gallie, Flórida
Introdução
A HISTÓRIA DE NICKY CRUZ é notável. Tem todos os elementos
de tragédia, violência e interesse, além do maior de todos os ingredientes, o
poder do evangelho de Jesus Cristo.
Os primeiros capítulos formam um cenário obscuro e
tenebroso para o eletrizante desenlace desta história. Portanto, não desanime
com a atmosfera um tanto sangrenta da primeira metade do livro.
Nicky é jovem, e está atualmente causando um grande impacto
sobre um bom número de outros jovens, nos Estados Unidos. A população adulta já
não pode mais ignorar a mocidade, com os tremendos problemas do século vinte.
A juventude busca um propósito na vida. Não está enamorada de nossos
esclerosados tabus sociais. Quer sinceridade na religião, honestidade na política,
e justiça para os desprivilegiados da sociedade O aspecto
encoraja-dor, no que diz respeito a esses milhões de “garotos” (que em 1970
ultrapassaram o número da população adulta), é que eles estão desesperadamente
procurando soluções para seus problemas. Em contatos com centenas de
estudantes de nossas universidades, fiquei tremendamente impressionado com a
busca que estão empreendendo, procurando a verdade, a realidade e soluções
honestas. Alguns jovens de nossas favelas estão ansiosos para ter um contato
honesto com a sociedade, e com razão. Alguns deles são influenciados por
defensores da violência e da força bruta, e são facilmente atraídos para o redemoinho
dos distúrbios de rua, incêndios e pilhagem. Foge, Nicky, Foge! é um exemplo
notável de que essa mocidade insatisfeita pode encontrar um significado e um
propósito para a vida, na pessoa de Cristo.
Em nossas campanhas, quase a metade dos ouvintes tem menos
de vinte e cinco anos. Não vão às campanhas para zombar, mas para uma busca
sincera da verdade e de objetivos para a vida. Centenas deles atendem ao
chamado de Cristo.
Foge, Nicky, Foge! é uma história emocionante! Minha
esperança é que ela seja muito lida, e que muitos leitores venham a conhecer o
Cristo que transformou o coração vazio e insatisfeito de Nicky Cruz e fez dele
uma epopéia cristã de nossa era.
Billy Graham
Preâmbulo
A HISTÓRIA DE NICKY é, possivelmente, a mais dramática do
movimento Pentecostal, mas não é a única. Nicky é um vivido representante de
vasto número de pessoas que, nas últimas décadas, têm sido libertadas do crime,
do álcool, dos narcóticos, da prostituição, do homossexualismo, e de quase todo
tipo de perversão e degeneração que o homem conhece. Tratamento psicológico,
cuidados médicos e conselhos espirituais não conseguiram influenciar essas
pessoas. Elas, porém, foram libertas de sua escravidão de modo inesperado e
maravilhoso, pelo poder do Espírito Santo, e levadas a uma vida de serviço
útil, e, algumas vezes, de profunda oração. É muito natural desconfiar-se
de transformações radicais e repentinas. Porém não há razão teológica para se
suspeitar delas. A graça de Deus pode apossar-se de um homem e transformá-lo,
num abrir e fechar de olhos, de pecador em santo. “Porque eu vos afirmo que
destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.” (Lucas 3:8.) O esforço
humano não pode produzir tais transformações, nem na própria pessoa nem em
outrem, porque a natureza exige tempo para se desenvolver, gradualmente; mas
Deus pode fazer em um instante o que leva anos e anos para o homem realizar.
Conversões assim ocorreram na história do cristianismo,
desde o princípio. Zaqueu, Maria Madalena (a penitente de Lucas 7:37), o “bom
ladrão”, o apóstolo Paulo, e mesmo Mateus, o discípulo, são os primeiros de uma
longa lista. Contudo, o maior número de tais conversões está tendo lugar hoje
em dia, em relação ao chamado “Movimento Pentecostal”, o que é, creio eu, sem
precedentes. Qual o significado deste fato extraordinário?
Tenho meditado muito sobre isto, e o que me vem à mente com
freqüência é a parábola das bodas (Mateus 22:1-14). Quando as pessoas
convidadas não apareceram, o senhor disse a seu servo: “Sai depressa para as
ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os
coxos.” (Lucas 14:21.) Quando nem aquilo foi suficiente, o servo foi enviado
uma vez mais, desta vez para os caminhos e atalhos, com a ordem: “Obriga a todos
a entrar, para que fique cheia a minha casa.” Creio que isto é o que estamos
vendo acontecer hoje. Os “convidados” à mesa do Senhor, isto é, os que “nasceram
no cristianismo”, os justos, os membros legítimos da sociedade, já
demonstraram sobejamente que são indignos. Eles “vão à igreja”, mas na verdade
não têm participado do banquete propiciado pelo Rei. É por isto que a Igreja,
em lugar de ser um corpo vivo e uma testemunha desafiadora, muitas vezes se
assemelha a um inútil clube religioso.
Todavia, enquanto os doutores da lei discutem qual o novo
vocabulário que fará ressuscitar Deus (porque tudo o que conhecem a respeito
dele são palavras), e que novos símbolos farão com que a liturgia tenha mais
significado (porque tudo o que enxergam na religião é a parte humana), Deus
está reunindo, em silêncio, novos convidados para o seu banquete. Recebe
alegremente aqueles que, segundo os padrões humanos, são espiritual e
moralmente pobres, aleijados, cegos e coxos. Pelo poder do seu Espírito, está
mesmo “forçando-os” a entrar, arrancando-os das ruas da degradação e dos
atalhos da perversão.
Nicky Cruz e os milhares que se lhe assemelham não são
apenas exemplos comoventes do amor fiel do Bom Pastor, mas são também sinais
dos tempos, que faríamos bem em discernir. São um sinal encorajador de que Deus
está agindo com um poder novo em nossa época, para que não tenhamos medo de proclamar
ousadamente o evangelho a todos. Por outro lado, também são um sinal de
advertência a todos os que, pelos seus hábitos religiosos, pelo seu ministério
sagrado, ou por qualquer outra razão, seja ela qual for, julgam ter um lugar
marcado à mesa do banquete. “Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que
foram convidados provará a minha ceia.” (Lucas 14:24.) Porque “está pronta a
festa, mas os convidados não eram dignos”. (Mateus 22:8.)
Prof. Edward D. O'Connor,
C.S.C.
Universidade de Notre Dame
Estados Unidos