quinta-feira, 29 de abril de 2021

Desmascarando o espírito der Jezabel - 04 - Tecendo a Teia



CAPÍTULO 4 – TECENDO A TEIA   

REBECA USAVA UM VESTIDO verde-esmeralda. Embora não fosse muito atraente, era uma mulher muito sedutora. Algo em seu cabelo e na forma de se vestir atraía imediatamente a atenção de quem estivesse à sua volta. Quando a congregação começava a cantar, sua voz se destacava acima das outras. 
Lamentavelmente, Rebeca não tinha consciência do espírito que instigava sua necessidade de chamar atenção. Em sua mente, estava simplesmente tentando viver sua vida espiritual. No entanto, ela jamais tinha tratado da ferida que criara sua necessidade de afirmação pública. De fato, quando era confrontada, negava ter enfrentado qualquer problema no passado. Sua necessidade de reconhecimento impregnava tudo o que fazia. Assim, tinha de ser removida da posição de liderança na igreja. Rebeca acreditava que o pastor não estava lhe dando o devido reconhecimento. Por isso, começou a criticá-lo, insinuando que ele não era espiritual. Pedia a outros irmãos que orassem para que ele a ouvisse, porque Deus lhe tinha dado uma revelação que mudaria a igreja. Quando essa tática fracassou, ela passou a buscar outras formas de apoio. Encontrou um ouvido simpático na pessoa do co-pastor. 

Sutilmente, Rebeca começou a fazer perguntas ao co-pastor, com uma motivação oculta. Ele não percebeu os motivos e a intenção dela de usar suas palavras para conseguir o apoio da congregação. Ela planejava derrubar o pastor titular para que o co-pastor assumisse o seu lugar, e acreditava que o ouvido atento dele lhe garantiria maior influência e poder.
Rebeca foi ficando cada vez mais ousada em suas reivindicações. Usava sua antiga posição na igreja, torcia as palavras do co-pastor e afirmava que o pastor titular estava pregando heresias e que sua teologia não era saudável. Tirava as palavras do copastor do contexto e as inseria estrategicamente em conversas para parecer que ele concordava com ela. No entanto, esta tática começou a ser revelada quando um conselheiro passou a ouvir a equipe pastoral. Vários indivíduos lhe confidenciaram que Rebeca os tinha convencido de que a igreja estava se tornando uma seita. Isso aumentou a insegurança e o medo deles. 

A gota d'água ocorreu quando Rebeca foi ouvida pela esposa do co-pastor enquanto espalhava uma mentira. Ela estava dizendo que toda a equipe da liderança tinha pedido a exoneração do pastor titular. Afirmou também que ele se recusara a se exonerar, dizendo que jamais abriria mão da liderança. Supostamente, ele iria admitir em público que agira errado com Rebeca e lhe pediria perdão. Quando a esposa do copastor ouviu essas coisas, percebeu o que estava acontecendo. Compartilhou o que tinha ouvido com a equipe pastoral. Lentamente, as coisas foram se esclarecendo e cada líder percebeu que tinha se levantado involuntariamente contra o pastor depois de dar ouvidos à mesma mulher. Os líderes se desculparam com o pastor titular por lerem dado ouvidos às calúnias de Rebeca e por terem se enredado na sua rede de mentiras. 

Quais eram as características daquela mulher que sozinha trouxe o juízo de Deus sobre a igreja de Tiatira (Ap 2.20-28)? Como podia uma igreja em crescimento, uma comunidade espiritual de irmãos cujas obras atuais eram maiores do que as obras passadas, se tornar presa de um complô tão abominável aos olhos de Deus? Como o pastor e os profetas puderam ser ensinados? Surpreendentemente, assim como acontece nos nossos dias, para os líderes da igreja de Tiatira o problema não era tão óbvio. No entanto, como veremos, aqueles que são influenciados pelo espírito de Jezabel podem complicar bastante e confundir várias áreas da vida da igreja, inclusive as questões relacionadas à doutrina e autoridade. 

AS IGREJAS QUE SÃO ALVO DESSE ESPÍRITO 
 Nenhuma igreja é grande demais, rica demais ou pura demais a ponto de estar isenta do ataque do espírito de Jezabel. De fato, quanto maior a igreja, maior a certeza de que esse espírito tentará conseguir influência e poder ali - a menos que o pastor, a equipe de liderança, os intercessores e aqueles que têm o dom de profecia assumam suas responsabilidades e enfrentem esse ataque espiritual. 
O espírito de Jezabel pode ser encontrado em qualquer tipo de igreja ou denominação. Não está confinado a nenhuma ramificação eclesiástica. Embora o perfil religioso e o nível de impacto que ele exerce possam ser diferentes em cada situação, as características básicas permanecem as mesmas. 
Nem todos aqueles que sucumbem a este espírito se propõem a destruir suas igrejas ou a assumir o poder sobre os pastores e outros líderes. No começo, muitos são simplesmente enganados e passam a acreditar que têm mais sensibilidade espiritual do que os outros. Tendem a supor que estão sempre certos. Raramente se dá conta de que suas ações são evidências do poder do espírito de Jezabel. 

Certos sinais acompanham a obra desse espírito. Por favor, tenha em mente que uma única característica não é uma evidência definitiva de que o indivíduo tenha o espírito de Jezabel plenamente desenvolvido. Pode significar apenas que se trate de uma pessoa espiritual ou emocionalmente imatura. Neste capítulo e nos próximos, descreverei as características do espírito de Jezabel. Sempre quando há uma combinação de duas ou três dessas características, há uma forte indicação de que um indivíduo está sendo influenciado (para uma lista mais concisa, veja o Apêndice A). Embora um traço possa ser claramente percebido, outros podem ser invisíveis. Uma manifestação prolongada de qualquer um desses traços exige um olhar mais atento para o indivíduo e para a situação. 

O espírito de Jezabel opera melhor quando é acoplado a uma pessoa com o espírito de Acabe, muitas vezes encontrado nos homens (embora esses também possam operar sob o espírito de Jezabel). Alguns podem tentar se unir à obra de Deus nos escalões mais elevados do governo da igreja, como fez Absalão: ele se autodenominou juiz, sentava-se no portão da cidade e abordava todas as pessoas que tinham alguma queixa; ele as convencia de que o seu julgamento era mais justo do que o de Davi, seu pai. Abraçava e beijava as pessoas, roubando assim seus corações (2 Sm 15.4-6). 

Ao longo dos anos, já vi pastores auxiliares e presbíteros caírem naquilo que alguns chamam de "espírito de Absalão". No entanto, na verdade trata-se de uma forma masculina do espírito de Jezabel. Em sua necessidade de conseguir reconhecimento e provar que têm unção, eles se rebelam (abertamente ou de formas ocultas) contra as autoridades constituídas e tomam atitudes ilegais, achando que precisam fazer algo pelo bem da congregação e em prol do Reino de Deus. No entanto, secretamente eles querem construir seu próprio império, designado para desmantelar qualquer outra figura de autoridade. 

CONQUISTANDO O PROFETA 
Andréa começou a freqüentar uma igreja conhecida em toda a cidade como um grupo que dava forte ênfase ao ministério profético. Logo começou a participar regularmente das reuniões de oração pela manhã. Devido à sua assiduidade e suposta vida de oração, as pessoas começaram a procurá-la para pedir conselho. Assim, começou a ser reconhecida por muitos como "profetisa". Lisonjeada com a atenção, ela sutilmente encorajava essa reputação. 

Enquanto isso, Andréa começou a se aproximar de todos que tinham autoridade profética na igreja. Procurava o principal profeta, fazendo perguntas destinadas a deixálo envaidecido; além disso, pediu que ele fosse seu mentor. No entanto, longe dele, ela começou a solapar sua autoridade e a questionar seus dons. Espalhava boatos e colocava em dúvida suas mensagens proféticas para a igreja. Quando o indivíduo descobriu o que estava acontecendo, a teia já tinha sido preparada. Ele foi considerado um "odre velho" que devia ser descartado, e Andréa se tornou a nova autoridade profética. 
Desestimulado, o irmão abandonou a igreja. Dentro de dois anos, a igreja tinha perdido todos os pequenos grupos de profecia e de intercessão e o número de membros decresceu de 500 para 250. Afirmando que a igreja tinha perdido a unção, Andréa transferiu-se para outra igreja, onde repetiu suas ações. 
Como ocorreu na vida de Andréa, o objetivo final das pessoas influenciadas pelo espírito de Jezabel envolve questões de controle, em especial os desentendimentos com as figuras de autoridade. Conseqüentemente, todo líder profético que tem a verdadeira autoridade espiritual dada por Deus será visto como uma ameaça. 

Desde que o espírito de Jezabel imita a unção profética nos dons, chamado e autoridade, o líder profético será um alvo, bem como as igrejas que dão grande ênfase a esse ministério. Uma igreja profética e seus líderes devem reconhecer que, se o espírito de Elias tem de retornar, o mesmo é verdade em relação à sua imitação - o espírito de Jezabel.
Em seu propósito de controlar o ministério profético da igreja, ele também tenta perverter as jovens vozes proféticas potenciais, impedindo-as de desenvolver o dom. Busca seduzi-las para uma suposta estrada espiritual que, na verdade, é um beco sem saída, de modo que jamais cumpram o chamado de Deus. 

DIVIDIR E CONQUISTAR 
O primeiro movimento do espírito de Jezabel muitas vezes é assumir o controle por meio da remoção da autoridade profética. Se ele conseguir se estabelecer entre o povo, os pastores e os líderes proféticos, então começa a subverter a profecia. Uma das armas que emprega é desacreditar a autoridade profética por meio de argumentações, opiniões contrárias e fatos distorcidos. Ironicamente, a pessoa que opera sob o espírito de Jezabel terá revelações que parecerão espirituais, mesmo para os mais experientes. 

CONQUISTAR POR MEIO DA UNIÃO 
Para seduzir e depois conquistar o líder profético, o espírito de Jezabel busca conquistar sua simpatia. O indivíduo tentará se unir ao profeta na esfera espiritual, dizendo: "Sou parecido com você. Parece que sei o que você está pensando ou sentindo. Nossos espíritos estão interligados." No entanto, essas palavras se tornam uma armadilha que prendem a mente, à vontade e as emoções do profeta. 
O espírito de Jezabel "fala" espiritualmente, mas sua força emana do poder da alma, e no final se torna mortal para o dom de sua vítima. Seu alvo é diluir a revelação, trazendo corrupção, profanação, desrespeito e desdém pela verdadeira profecia. Em alguns casos, essa aparente união pode se transformar em praticas sexuais. 
O espírito de Jezabel busca ter intimidade com o poder. Pode empregar a fascinação e o charme de maneiras aparentemente inócuas, até conquistar a amizade e a confiança — uma familiaridade ilegítima. Assim como os cristãos são unidos pelo Espírito Santo, o indivíduo com o espírito de Jezabel busca se unir à alma de outras pessoas, como se fosse uma união espiritual. 

VÍNCULOS QUE PRENDEM  
Em geral, podemos descobrir como pessoas piedosas podem criar um relacionamento de ligação de alma com pessoas que têm o espírito de Jezabel. Tudo começa na esfera da alma. Homens e mulheres descobrem que uma necessidade emocional pode ser suprida por essa pessoa. 
No caso dos homens, essa necessidade emocional com facilidade se transforma em desejo sexual. A fase da sedução no final pode culminar com um ato físico de prostituição ou adultério. Assim, a habilidade de manter alianças é quebrada. Sua autoridade e influência são perdidas; seu ministério é destruído, e o Reino de Deus sofre uma grande perda. No entanto, se no processo da sedução eles discernirem o que está acontecendo e resistirem, com a ajuda do Espírito Santo, tal destruição poderá ser evitada. A Bíblia diz que somos tentados ao pecado quando impelidos pelos nossos próprios desejos e quando permitimos que sejamos atraídos (Tg 1.14). 

Para um líder do sexo feminino, essa ligação de alma geralmente se manifesta como um desejo consumidor e magnético de estar perto da pessoa. Freqüentemente, as duas pessoas se tornam ótimas amigas, como se fossem "irmãs". A pessoa com o Espírito de Jezabel pode tentar assumir as atribuições da líder.Enquanto o relacionamento vai se aprofundando, a líder pode sentir que está sendo engolida ou sufocada por Jezabel.
O espírito de Jezabel cria desejo, anseios, cobiça e um apetite pelo pecado no coração das pessoas. Quando essas necessidades não são restringidas, produzem intenso desejo. A razão não conseguirá mudar ou deter essas demandas. O cristão que sucumbe a esse espírito sedutor deve se arrepender e receber libertação. 
Alguns indivíduos com o espírito de Jezabel criam vínculos de alma por meio da oração e da "imposição de mãos" sobre os líderes proféticos, na esperança de compartilhar sua unção. A pessoa alvo pode não perceber que está recebendo um toque demoníaco. Também podem desejar orar ao lado de um líder profético que está ministrando a vários indivíduos. Eles se sentem compelidos a orar por outros, mas este anseio não procede de Deus. 

Outro recurso é ensoberbecer o profeta. O espírito de Jezabel pode se apresentar como um amigo compreensivo — uma "alma gêmea" - que entende a dor de ser mal interpretado e rejeitado. Eles artificializam calor humano, o que seduz o profeta, tornando-o vulnerável e disposto a confidenciar problemas pessoais. Se o profeta tem uma fraqueza ou um sentimento de rejeição, pode ficar cego pelo espírito de Jezabel, o qual explora sua debilidade a fim de conseguir autoridade. A carência do líder de ser amado pode obscurecer sua capacidade de discernir o engano do qual está sendo alvo.O profeta deve confrontar as tentativas desse espírito de envaidecer e seduzir, seja esta sedução física ou emocional. Quando é desafiado, em geral esse espírito maligno finge uma humildade momentânea. No entanto, no final ele redobra sua força e se levanta como uma serpente num grande ataque verbal. Tal explosão de cólera pode ser formidável. Uma vez que reconhecem o que está acontecendo, muitos líderes não reagem e fracassam em se libertar da prisão emocional. Muitas vezes, esta prisão faz com que se sintam culpados por pensarem em romper o  relacionamento. 

É surpreendente e ao mesmo tempo importante que o profeta entenda que não recebeu autoridade para vencer o espírito de Jezabel. Ele só pode revelar este espírito a seus líderes. Em Israel, Deus não pediu a Elias que removesse a rainha Jezabel. De fato, Elias exibiu sinais de ansiedade e depressão, escondenso-se e fugindo dela. Assim, coube a Eliseu, a voz profética seguinte, avisar Jeú de que ele recebera autoridade de Deus para removê-la. Semelhantemente, em Tiatira, Deus não ordenou aos profetas que removessem Jezabel. Ele se dirigiu ao pastor da igreja. O pastor é quem detém o tipo de autoridade apostólica e real sobre o rebanho. 
Se o indivíduo que tem ministério profético tentar tratar com a pessoa com o espírito de Jezabel, estará apenas participando de sua própria queda (1 Rs 19.2). Freqüentemente, o espírito d c Jezabel consegue fazer o profeta se desviar de suas responsabilidades. O profeta precisa se afastar do relacionamento com esse espírito para poder ser curado. 

CONTROLANDO A AUTORIDADE PASTORAL  
Seduziu-o com as suas muitas palavras, com as lisonjas dos seus lábios o arrastou. E ele num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro; como o cervo que corre para a rede, até que a flecha lhe atravesse o coração; como a ave que se apressa para o laço, sem saber que isto lhe custará a vida. - Provérbios 7.21-23 
 A esfera profética não é o único alvo do espírito de Jezabel. Ao visar o pastor e a liderança da igreja local, ele procurará os pontos mais fracos a fim de se infiltrar e conquistar a simpatia de todos, usando as formas mais sutis. Para um pastor, será inacreditável que uma pessoa "espiritualmente madura" não tenha a motivação mais elevada.
Quanto mais cego o pastor estiver quanto à identidade de Jezabel, maior é a probabilidade de ser enredado por ela. Com o tempo, será cada vez mais difícil para ele reconhecer que aquela pessoa opera sob o domínio de um espírito controlador que busca dividir e vencer a equipe de líderes. 
A UNÇÃO ATRAI 
 Troy tinha uma grande unção dada por Deus. Milhares de pessoas freqüentavam a igreja que ele tinha fundado e da qual se tornara bispo. Sinais miraculosos e prodígios acompanhavam seu ministério. Ele pronunciava palavras de conhecimento com incrível exatidão. Era disciplinado na oração, no jejum, e era um estudante ávido das Escrituras. A magnitude da unção de Deus em sua vida se revelava em suas pregações e em seus escritos. Seu manto apostólico tornara-se evidente desde o início do ministério. Apesar disso tudo, por ignorância, Troy caiu numa armadilha. 
Enquanto aconselhava uma mulher, ele descobriu que ela era uma bruxa. Sem assistência de intercessores, tentou libertá-la. Fingindo estar liberta, a bruxa construiu uma teia de bajulação, reiterando a Troy quanto o admirava. Dizia-lhe que, quando ele orava, ela sentia o toque de Deus como nunca sentira antes. 

Pouco tempo depois, mudanças sutis começaram a ocorrer na vida de Troy. Sua fome pelas coisas de Deus começou a se dissipar. Sua vida de oração, jejum e estudo da Bíblia declinaram, justificava seu desinteresse afirmando que estava sobrecarregado de trabalho. Assim, a armadilha foi preparada. 
Depois da partida daquela mulher, duas outras bruxas forma enviadas pela convenção para participar da igreja de Troy e pedir a Satanás que destruísse ele e sua congregação. As duas participavam das reuniões de intercessão e começaram a exercer influência sobre outras pessoas que tinham posições de liderança. A influência delas cegou a igreja com o espírito de engano; elas convenceram os intercessores que a esposa de Troy era um empecilho espiritual. Finalmente, "profetizaram" que Deus iria tirar sua vida, para que Troy se tornasse o grande homem de Deus que estava destinado a ser. 
Uma das bruxas tornou-se secretária de Troy. Diariamente, ela comentava com ele e com a liderança sobre os erros de sua esposa. Aceitando a mentira de que sua esposa estava atrapalhando seu ministério, Troy lentamente foi se unindo às forças das trevas, concordando que "o Senhor devia chamá-la à sua presença". 

Começou a pedir a Deus que enviasse uma enfermidade e tirasse a vida de sua esposa. Realmente, ela ficou muito doente, mas, quando estava a ponto de morrer, o Senhor interveio. 
A secretária sedutora e vivaz de Troy recorreu a uma nova estratégia. Começou a insinuar que a esposa dele na verdade tinha sido enviada por Satanás para impedir que ele tivesse um "filho varão" piedoso. Embora pareça inacreditável, conseguiu convencêlo de que somente ela poderia dar à luz a criança especial que seria gerada na união sexual dos dois. Enredado nessa teia de engano, as mentiras e a sedução criaram raízes em sua mente. Troy acabou se divorciando de sua esposa e casando com essa mulher. Dentro de nove meses, contraiu câncer de próstata e morreu. A mulher tornou-se herdeira de todos os seus bens. Posteriormente, ela atraiu outro pastor para sua teia, e os dois se casaram. Ele também morreu. 
A partir dessa trágica história, vemos como alguém com o espírito de Jezabel tem ao mesmo tempo atração e aversão pela unção pastoral. Assim como a luz atrai os insetos, a unção pastoral atrai o espírito de Jezabel. No entanto, qualquer poder, exceto o seu próprio, ameaça o seu desejo de controle. Este espírito impele o indivíduo a fazer qualquer coisa para assumir e manter controle sobre os outros. Obter a autoridade pastoral representa o desafio do fruto proibido. O espírito de Jezabel é impiedoso e enganador, mesmo para com a pessoa a quem controla. 

DESTRUIÇÃO LENTA E CERTA  
A história de Troy também é um exemplo de como alguém com o espírito de Jezabel "maduro" buscará destruir o homem de Deus por meio de manipulação, engano e armadilhas sexuais. Esse espírito transmite uma maldição e, como a aranha Viúva Negra, destrói seus parceiros depois da união sexual. Além disso, juntamente com a imoralidade sexual, ocorre uma maldição que resulta em enfermidade física e na morte daqueles que cedem às suas investidas sedutoras (Ap 2.22). 

Quando o espírito de Jezabel visa a uma esposa de pastor, o ataque pode começar a se manifestar como uma tempestade de pensamentos confusos ou distúrbios mentais. Pode ser também como um colapso físico ou emocional. Quando o espírito se torna mais furioso, pode começar a insinuar que a esposa do pastor não é tão espiritual quanto ele e que está atrapalhando seu ministério. Obviamente, essas ações subversivas descrevem a ação de um espírito de Jezabel "maduro". A medida que o espírito se torna mais ousado, o indivíduo pode começar a orar abertamente para que a esposa do pastor se separe dele ou morra, a fim de que o pastor cumpra o chamado de Deus. 

É surpreendente que a pessoa com o espírito de Jezabel muitas vezes tenta se tornar parte da liderança da igreja. Se não houver vagas disponíveis, pode tentar provocar a saída ou o afastamento de alguém. Parece incrível, mas a mulher pode chegar a comentar com seus amigos mais chegados que ela deveria liderar a igreja ou, pelo menos, ser a esposa do pastor. Pode até insinuar que ela e o pastor gerariam uma "semente santa" — um filho ou uma igreja gloriosa. Tragicamente, quando esta situação não é tratada, o casamento do pastor muitas vezes fracassa, e ele se casa com a mulher com o espírito de Jezabel. 

Por mais incrível que possa parecer, este cenário se desenrola no mundo todo, várias vezes a cada ano. Satanás é astuto. Seja a vinha de Nabote ou um novo cônjuge, o espírito de Jezabel não sossega enquanto não alcança seus objetivos. A igreja de Tiatira foi advertida sobre esses mesmos problemas. Nós também somos alertados pelo Espírito Santo sobre esses problemas que continuam presentes na Igreja de nossos dias.