10 O Coração do Inferno
Eu ia ao inferno à
noite com Jesus, mas durante o dia, o inferno sempre estava diante dos meus
olhos. Tentei contar a outras pessoas o que tinha visto, mas elas não
acreditavam. Sentia-me muito solitária e somente pela graça de Deus é que
eu consegui ir em frente. Toda a glória pertence ao Senhor Jesus Cristo.
Na noite seguinte Jesus e eu fomos de volta ao
inferno. Andamos ao longo da saliência
das entranhas do inferno e reconheci algumas partes dele onde estivemos antes.
O mesmo cheiro de carne podre, o mesmo odor de maldade, o mesmo fedor e ar
quente por toda parte. Já estava me sentindo muito cansada.
Jesus sabia dos meus pensamentos e disse: "Eu
nunca a deixarei ou a esquecerei. Sei que você
está muito cansada, mas lhe darei forças." O toque de Jesus realmente me fortaleceu e
continuamos a caminhar. Avistamos a nossa frente um grande objeto preto, quase
tão grande quanto um campo de futebol, que parecia se mover para cima e para
baixo. Lembrei-me que Jesus havia me dito que estávamos no "coração do
inferno".
Saindo desse coração
preto, havia alguma coisa parecida com braços enormes ou chifres. Eles saíam
dele, indo para o alto e para fora do inferno, entrando na Terra e cobrindo-a.
Eu fiquei imaginando se estes chifres eram aqueles que a Bíblia fala.
A terra ao redor do coração
era seca e amarronzada. Por cerca de nove metros em todas as direções, a terra
tinha sido queimada e ficado seca, de uma cor marrom enferrujado. O coração era
o mais preto possível, mas havia uma outra cor semelhante as escamas de uma
serpente, mesclada com o preto. Um cheiro horrível se desprendia do coração
cada vez que ele pulsava. Se mexia como um coração de verdade, pulsando para
cima e para baixo. Um campo de força maligno o cercava.
Eu olhava espantada para esse coração maligno e indagava para mim mesmo qual era o propósito
dele.
Jesus disse: "Esses ramos, que parecem artérias de um coração, são canais que sobem à terra para
derramar o mal sobre ela. Estes são os chifres que Daniel viu, e eles
representam os reinos malignos na terra (Daniel 7:7-28). Alguns reinos já
passaram, alguns ainda virão e outros existem agora. Reinos malignos surgirão e
o Anticristo dominará sobre muitas pessoas, lugares e coisas. Se possível fora,
enganariam até os escolhidos(Mateus
24:24). Muitos se desviarão e adorarão a besta
e a sua imagem (Apocalipse 13:15).
"Chifres menores crescem desses ramos ou chifres,
dos quais saem demônios, espíritos
malignos e toda a sorte de forças demoníacas. Eles serão soltos sobre a terra e
instruídos por Satanás a fazer muitas obras malignas. Esses reinos e suas
forças malignas obedecerão a besta (Apocalipse 13:12), e muitos a seguirão até
a destruição. E aqui, no coração do inferno, que essas coisas começam."
Essas são
as palavras que Jesus falou para mim. Ele me instruiu a escrevê-las e a
colocá-las em um livro, e a falar ao mundo sobre elas. Estas palavras são
verdadeiras. Estas revelações foram dadas a mim pelo Senhor Jesus Cristo, para
que todos venham a conhecer e a compreender as obras de Satanás, e das
maquinações diabólicas que ele está planejando para o futuro.
Jesus disse: "Siga-Me." Subimos um lance de
escadas para dentro do coração, onde uma poria se
abriu para nós. A escuridão era total no coração. Ouvi sons de choro e havia um
fedor tão grande que eu mal podia respirar. Tudo que eu podia ver naquela
escuridão era Jesus. Eu caminhava pertinho dEle.
Então, de repente, Jesus
desapareceu! O inimaginável aconteceu! Fiquei sozinha no coração do inferno. O
pânico tomou conta de mim. O temor prendeu a minha alma e a morte tomou conta
de mim.
Gritei a Jesus: "Onde Tu estás? Ó, Senhor, volte por favor!", eu O chamava
incessantemente, mas ninguém respondeu."Ó meu Deus," eu pranteava, "Eu devo sair
daqui." Comecei a correr na escuridão. Quando eu toquei nas paredes, elas
pareciam respirar, se retraiam com minhas mãos. Foi então que senti que não
estava mais sozinha.
Ouvi o som das gargalhadas de dois demônios, envoltos por uma luz fraca amarelada, que agarraram as
minhas mãos. Eles rapidamente me acorrentaram os braços e começaram a me arrastar
para baixo, para o fundo do coração. Eu gritei por Jesus, mas não houve
resposta. Gritei e lutei com todas as minhas forças, mas mesmo assim eles me
puxaram, como se eu não oferecesse nenhuma resistência.
Quando descemos mais fundo no coração, senti uma dor terrível, como se alguma força
friccionasse meu corpo. Era como se a minha carne estivesse sendo despedaçada.
Gritei ainda mais, de terror.
Meus captores me arrastaram para uma cela e me jogaram
dentro. Quando eles trancaram a porta, comecei a gritar mais alto ainda. Eles
riam sarcasticamente e disseram: "Não
adianta gritar. Quando chegar a sua vez, você será levada diante do nosso
mestre e ele a atormentará para sua própria satisfação."
O cheiro terrível
do coração tinha saturado o meu corpo. "Por que eu estava ali? O que é que
estava errado? Estaria louca? Deixe-me sair! Me tira daqui!". Eu gritava
para nada.
Depois de algum tempo, comecei a sentir que o lado da
cela em que eu estava dentro, era arredondado e macio, como algo vivo, e
realmente estava vivo, começando a se mexer!
"Ó Senhor" Eu gritei. "O que está acontecendo? Jesus, onde está
você?". Somente o eco da minha própria voz retornava como resposta.
Medo - o pior tipo de medo - tomou conta de minha
alma. Pela primeira vez desde que Jesus me deixou, percebi que estava perdida e
sem nenhuma esperança mesmo. Eu soluçava
e clamava a Jesus o tempo todo. Escutei então uma voz na escuridão, que dizia:
"Não adianta nada chamar Jesus. Ele não está aqui."
Uma luz fraca amarelada começou a iluminar o local e, pela primeira vez, podia ver as
outras celas - celas iguais a minha, embutidas na parede do coração. Havia uma
espécie de tela diante de nós e dentro de cada cela, uma substância lodosa e
gosmenta flutuava entre elas.
Uma voz de mulher, vinda da cela ao lado, disse para
mim: "você está perdida neste
lugar de tormento e não há meio de sair daqui."
Eu mal podia vê-la,
na obscuridade daquela luz. Ela estava acordada, como eu, porém os outros
ocupantes pareciam estar dormindo ou numa espécie de transe. Ela continuava a
gritar: "Não há esperança, não há esperança aqui!"
Um sentimento de total desespero e de uma solidão profunda tomou conta de mim. As palavras daquela mulher
ainda pioraram as coisas. Ela continuou: "Este é o coração do inferno.
Aqui somos atormentados, contudo nossos tormentos não são tão ruins como os de
outras partes do inferno." Descobri mais tarde, que ela mentiu ao dizer
que ali não havia tanto tormento como em outros lugares do inferno."Algumas vezes", ela continuou:
"Somos levadas diante de Satanás e
ele nos tortura para sentir prazer. Ele se alimenta das nossas dores e fica
mais forte com os nossos gritos de desespero e aflição. Nossos pecados estão
sempre expostos diante de nós. Sabemos que somos ímpias. Sabemos também que nós
um dia chegamos a conhecer o Senhor Jesus mas O refutamos e viramos as costas
para Deus. Fizemos o que nos agradava. Antes de vir para cá eu era uma
prostituta. Pegava homens e mulheres em troca de dinheiro e chamava o que nós
fazíamos de "amor". Destrui muitos lares. Há muitas lésbicas,
homossexuais e adúlteros nessas celas."
Clamei a Jesus na escuridão: "Eu não pertenço a este lugar, eu sou salva e
pertenço a Deus. Por que estou aqui?" Mas não havia nenhuma resposta.
Então, os demônios
voltaram e abriram a porta da cela. Um deles me puxou enquanto que um outro me
empurrou por um caminho áspero. O toque dos demônios era como uma chama
queimando na minha carne. Eles me machucavam.
"Ó
Jesus, onde está o Senhor? Por favor ajude-me, Jesus!" gritei.
Um fogo barulhento surgiu bem na minha frente, mas
parou antes de tocar em mim. Agora parecia que a minha pele estava sendo
arrancada do meu corpo. Senti a mais dolorosa dor sobre mim. Alguma coisa invisível estava despedaçando o meu corpo, enquanto espíritos
malignos em forma de morcegos me mordiam toda.
"Querido Senhor Jesus" Eu clamava,
"Onde Tu estás? Ó por favor,
tire-me daqui!"Fui empurrada e
puxada até que cheguei a um
lugar amplo e aberto no coração do inferno, aí fui jogada diante de uma espécie
de altar sujo, onde havia um livro grande, aberto. Ouvi gargalhadas maldosas e
me dei conta de que estava no chão, diante de Satanás.
Ele disse: "Finalmente te peguei!"
Recuei de tanto medo, mas logo percebi que ele não estava olhando para mim, mas sim a alguém que estava na
minha frente. Ele disse: "Ah, Ah, Até que enfim pude te aniquilar da
Terra. Deixe-me ver qual será a tua punição." Ele abriu o livro e passou o
dedo pela páginas. O nome daquela pessoa foi lido e o castigo foi anunciado.
"Senhor Deus" Eu gritava, "Isso tudo
pode ser real?"
Eu era a próxima
e os demônios me arrastaram para cima da plataforma e me obrigaram a cair de
joelhos diante de Satanás. A mesma risada maligna saiu dele. "Esperei por
você durante tanto tempo, finalmente a peguei" ele falou: "Bem que
você tentou escapar, mas agora você é minha."
Comecei a sentir um medo que jamais sentira em toda a
minha vida. Minha carne estava de novo sendo arrancada e uma enorme corrente
foi passada ao redor do meu corpo. Eu olhei para baixo para mim mesma, quando a
corrente estava sendo colocada em mim. Eu parecia com os outros. Eu era um
esqueleto cheio de ossos mortos. Vermes se arrastavam por dentro de mim, e um
fogo começou nos meus pés, que
ficaram envoltos em chamas.
Gritei de novo: "Ó
Senhor Jesus, o que está acontecendo, onde Tu estás, Jesus?"Satanás ria sem parar e
dizia: "Não há nenhum Jesus aqui, eu sou o seu rei agora e você ficará
comigo para sempre. Você é minha agora."
Fui tomada pela pior de todas as emoções. Não podia sentir Deus, nem amor, nem paz, nem calor.
Mas, podia sentir com todos os meus sentidos, o medo, o ódio, dores cruciantes
e uma tristeza sem medida. Clamei ao Senhor Jesus para me salvar, mas não havia
resposta.
Satanás disse de novo:
"Agora eu sou o seu senhor" e ergueu os braços para convocar um
demônio para ficar ao seu lado. Na mesma hora um espírito feio e demoníaco
subiu a plataforma onde eu estava e me agarrou. Ele tinha um corpo muito
grande, com uma cara de morcego, garras ao invés de mãos e um odor maligno
exalava dele.
"O que devo fazer com ela, senhor Satanás?" o espírito maligno perguntou, enquanto que um
outro demônio, todo peludo e com um rosto de javali também me agarrou.
"Leve-a para a parte mais profunda do coração - um lugar onde todos os horrores estarão sempre diante dos
seus olhos. Lá ela irá aprender a me chamar de senhor."
Fui arrastada para fora para um lugar muito, muito
escuro e jogada dentro de alguma coisa fria e pegajosa. Ó, como é que alguém podia sentir, ao mesmo tempo, frio e
ardência? Eu não sabia. Todavia o fogo queimava o meu corpo e os vermes se
arrastavam dentro e por cima de mim. Os lamentos dos mortos enchiam o ar.
"Ó
Senhor Jesus" Eu gritava desesperada, " Por que estou aqui? Querido
Deus, deixe-me morrer."De repente
uma luz iluminou o lugar em que eu estava sentada. Jesus apareceu e me tomou em
seus braços e num instante
estava de volta a minha casa.
"Querido Senhor Jesus, onde esteve?" eu
perguntei, enquanto lágrimas escorriam pela
minha face.
Jesus respondeu carinhosamente: "Minha filha, o
inferno é real, mas
você jamais poderia ter certeza plena até que você mesma o experimentasse.
Agora você conhece a verdade e sabe o que é estar perdida no inferno. Agora
pode falar aos outros sobre ele. Tive que deixar você passar por tudo isso,
para que você viesse a conhecê-lo sem nenhuma dúvida."
Fiquei muito triste e cansada e me apaguei nos braços de Jesus. Apesar dEle me reabilitar totalmente, eu queria
era estar longe, bem longe - de Jesus, da minha família, de todos.
Durante os dias que se seguiram em casa, fiquei muito
doente. Minha alma estava muito triste e os horrores do inferno estavam sempre
diante dos meus olhos. Foram precisos muitos dias para que eu me restabelecesse
completamente.