18 - Devo Eu Ser um Ministro de Libertação?
Constantemente, fazem-me esta pergunta: "Como é que você
ficou envolvido com o ministério de libertação?" Naturalmente não desejei
nem procurei tal ministério. Minha resposta geralmente é esta: "Se você
olhar ali fora no chão, vai ver os rastros feitos por meus sapatos, quando eu
estava sendo puxado para dentro deste trabalho." O Senhor não me chamou
para esse ministério - Ele me empurrou para ele!
Em Mateus
9:38, Jesus diz aos Seus seguidores para orarem a fim de que o Senhor da seara
"mande" trabalhadores. A interpretação literal é que Ele
"empurrará" os trabalhadores. Essa é a maneira como eu recebi "a
chamada". O Senhor não me pediu; Ele me mandou.
Foi uma
grande felicidade a descoberta de que Jesus "ontem e hoje é o mesmo, e o
será para sempre".
Quando
recebi o batismo no Espírito Santo, descobri que os milagres não haviam se
findado com a morte dos 12 apóstolos ou quando a Bíblia foi terminada. Os
milagres são para hoje. Assisti a um dos cultos de Kathryn Kuhlman e vi muitos
milagres de cura naquele culto. Minha fé aumentou e comecei a pensar em meus
amigos necessitados de cura.
A lembrança
de um colega meu pesava em meu coração. Queria vê-lo curado mais do que a
qualquer outra pessoa. Por 16 anos ele vinha sofrendo de uma dor de cabeça
contínua, que era o resultado de uma ferida grave na cabeça. Os médicos não
ofereceram nenhuma solução para o problema, a não ser uma cirurgia
exploratória. Mas Frederico não consentia que fosse feita, pois a operação
oferecia pouca esperança de uma melhora.
Por causa da
dor, ele não conseguia dormir, e seus nervos estavam à flor da pele. Ele não
podia estudar e preparar-se o suficiente para seus sermões. A dor constante o
fez zangado e irritado. Sua família estava sob uma tensão bastante pesada. As
crianças não podiam sequer fazer barulho. Tudo se revolvia ao redor da
aflição de Frederico.
Mandei dizer
a Frederico que ia orar por ele até vê-lo curado. Todos os dias, durante uma
semana, orei por ele. Uma manhã, enquanto estava orando, o Senhor me disse que
o problema de Frederico era causado por um espírito mau. Será que era Deus que
estava falando? Como é que eu poderia contar isso para meu amigo? O que ele
iria pensar? Apesar de tudo, o que eu sabia sobre demônios? Tinha ouvido
referências sobre demônios em reuniões que eu tinha freqüentado, mas nunca tinha
lido nada sobre esse assunto. Como é que podia ter certeza? O que devia fazer?
A impressão
de que devia contar minha revelação a Frederico não me deixou; por sinal,
aumentou. Um dia, estávamos juntos, e, com muita cautela, toquei no assunto.
"Frederico, prometi orar por você até Deus curá-lo. Tenho orado todos os
dias, e outro dia o Senhor me revelou qual era o seu problema."
Eu fiz uma
pausa para notar a reação dele. Tinha ganho toda a sua atenção. "Louvado
seja o Senhor!", disse ele. "O que Ele disse?" "Não sei o
que você vai pensar disso, mas o Senhor revelou que suas dores de cabeça são
causadas por um demônio." Parei de respirar enquanto prestava atenção a
sua fisionomia. Eu não sabia que Frederico estava mais a par do assunto que eu.
Ele aceitou o fato naturalmente. "Glória
a Deus", disse ele, jubiloso. "A Bíblia ensina que os demônios podem
ser expulsos, não é? Quero que você me liberte do demônio."
"Espere
aí", protestei. "Não sei nada sobre libertação de demônios, mas acho
que posso encontrar alguém que saiba. Dê-me uns dias para orar sobre quem possa
libertá-lo. Vou avisá-lo o mais breve possível."
Comecei a
orar pedindo que Deus me dirigisse a quem pudesse ministrar a libertação ao meu
amigo. O Senhor disse: "É você que o fará".
Orei de
novo, explicando a Deus que eu não tinha como fazer aquilo. Acho que fui pior
que Moisés na sarça ardente pedindo desculpas porque não podia guiar seu povo
para fora do Egito. O Senhor não me deu meio de escapar. Devia cumprir a ordem.
Muitos
pensamentos me vieram à mente. O que iria acontecer comigo, se fizesse um
ataque frontal contra espíritos demoníacos? Não seria eu um alvo especial para
eles? Eu me queimaria, sem dúvida. As possibilidades me deixaram atônito.
Uma semana
mais tarde, falei novamente com Frederico. Contei para ele os resultados das
minhas orações. Não era possível que teria de ser eu o ministro da libertação,
mas ele estava pronto para começar. Combinamos orar mais uma semana e estudar
as Escrituras sobre o assunto. Depois disso, juntamente com nossas esposas, nos
reuniríamos para cumprir a ministração.
O dia
chegou. Frederico e sua esposa jantariam em nossa casa e depois ministraríamos
a libertação na igreja. Esse dia foi muito corrido para mim; meu serviço
incluiu até uma visita fora da cidade, e cheguei em casa pouco antes da hora
marcada para o jantar.
Ao chegar em
casa, encontrei, na porta, um livreto sobre o assunto de nossa reunião da
noite, deixado por um amigo que passou em minha casa durante nossa ausência.
Não podia acreditar no título — "Uma Introdução à Expulsão de
Demônios", por Derek Prince. Meu amigo não sabia nada da ministração que
tínhamos planejado. Chegou na hora certa. Tinha de ser de Deus!
Dentro de pouco
tempo acabei a leitura do livreto. Era cheio de informações práticas. Podíamos
antecipar qualquer manifestação quando o demônio saísse. Senti-me mais
confiante sobre o assunto. Frederico e sua esposa leram o livreto antes da
ministração.
Passamos um tempo
orando antes de confrontar o demônio. Eu estava pensando em termos de um
demônio só. Frederico ainda estava de joelhos quando sugeri que começássemos a
confrontar o demônio. Minha esposa e eu pusemos as mãos na cabeça dele:
"Mando o demônio sair em nome de Jesus." Repetimos a ordem e
esperamos o que ia acontecer. Finalmente eu perguntei: "Você sentiu
alguma coisa, Frederico? Você pensa que alguma coisa aconteceu?" Ele
balançou a cabeça negativamente. Ele não tinha sentido nada. Resolvemos
repetir.
A ordem foi
dada mais vezes. O que estava acontecendo com Frederico? O rosto dele estava
contorcido! Ele tentava falar, mas não podia, e ficou com a aparência de estar
sufocado. Continuamos dando a ordem para sair e ele começou a tossir
violentamente, durante mais ou menos um minuto. No fim, ele caiu no chão, onde
ficou sem se mover.
"Ele
saiu, Frederico?" "Acho que sim", ele respondeu numa voz bem
fraca. "Estou muito fraco e não posso me levantar." Oramos por ele e
agradecemos a Deus por sua libertação. Passaram-se 5 minutos antes que
Frederico pudesse sentar-se novamente.
A esposa de
Frederico tinha ficado sentada orando o tempo todo. Agora a ouvia cantando uma
música conhecida e ia acompanhá-la quando percebi que ela estava cantando em
línguas. Umas semanas antes, eu havia orado com ela para que recebesse o
batismo no Espírito Santo e ela falara uma frase em línguas.
Agora ela
estava até cantando em línguas, com toda liberdade. Todos nós ficamos
jubilantes.
Encontrei-me
com Frederico uma semana depois, certo de que ele ia dizer que a dor de cabeça
havia sumido. Isso não ocorrera, e eu fiquei desapontado. Como é que uma
ministração tão dramática poderia ter falhado, sem alcançar os resultados desejados?
Ficamos perplexos.
Frederico me
contou que tinha aceitado o convite para pastorear uma igreja em outro estado,
para onde eles logo mudaram. Mais tarde, foi-me possível passar uma noite com
eles e durante aquela visita houve uma oportunidade de ministrar a ele
novamente. Nesse tempo, desde a primeira vez que ministrara a ele, eu tinha
estudado mais o assunto e ficara sabendo que Frederico poderia estar com mais
de um demônio. Resolvemos ser mais persistentes.
Frederico
sentou-se numa cadeira e cooperou bastante, querendo ficar livre da dor
incessante que estava acabando com ele. Nessa época não sabíamos como discernir
certos tipos de demônios e nunca tínhamos recebido nenhum discernimento sobrenatural
a respeito deles.
Demos uma
ordem geral para que saísse qualquer demônio dele. A cada ordem, Frederico
tossia. Ele sentiu pressão na garganta que acabou com a tosse. Isso aconteceu
talvez por seis vezes. "Passou a dor de cabeça, Frederico?", eu
perguntei. "Não. Se é que isso é possível, está ainda pior", foi a
resposta dele.
Estava claro
que havia alguma coisa ainda dentro dele. Lembrei-me de uma gravação que ouvira
sobre libertação, em que o ministro de libertação mandou os demônios se identificarem.
Resolvemos fazer o mesmo.
"Como
você se chama?', exigi do demônio. "Em nome de Jesus ordeno a você
dizer-me seu nome." O rosto dele fez como da outra vez. Insistimos para o
espírito revelar seu nome. Os lábios de Frederico abriram e se esticaram, e
ele, bruscamente, deu um grito. Muito devagar e em voz quase inaudível, foi
dita uma palavra: "D... O... R".
Era tão
simples. Por que não tínhamos pensado nisso antes? "Demônio de dor, saia
em nome de Jesus! Em nome de Jesus, saia de Frederico." A esposa dele
pegou um jornal da mesa e pôs no chão entre os pés de Frederico. Imediatamente
ele vomitou por cima do jornal duas grandes bolas de muco.
O demônio
saiu e a dor de cabeça sumiu. Já se passaram cinco anos desde aquela noite.
Frederico está curado. Deus respondeu às nossas orações.
Vencendo o Medo
É o medo que impede muitas pessoas de se
tornarem ministros de libertação — o medo de demônios e o medo dos homens.
Minha teoria original sobre o diabo era que, se eu o deixasse de lado, ele não
iria se meter comigo. Como isso estava longe da verdade! Deixar o diabo de lado
é o mesmo que lhe permitir trabalhar à vontade.
Não há razão para ficar com medo do diabo e de
seus demônios, porque Jesus os conquistou. Em 1 João 3:8 somos lembrados de que
Jesus veio ao mundo com o objetivo de destruir as obras do diabo. E Colossenses
2:15 demonstra que, por meio da cruz, Jesus desarmou os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles.
Para agirmos
sem medo dos principados e potestades do mal, temos de entender que Satanás não
tem mais verdadeiro poder. Ele é mentiroso, sedutor, transgressor, acusador e
ladrão. Jesus já o julgou. (Veja João 16:11.)
AGORA É A
RESPONSABILIDADE DA IGREJA CUMPRIR ESSE JULGAMENTO. Ao nos levantarmos contra
os demônios, com a autoridade do nome de Jesus e o poder do Seu sangue
derramado na Cruz do Calvário, os demônios não têm escolha: têm de sair mesmo.
Não há razão em ter medo de qualquer inimigo, pois falta-lhe a armadura. (Veja
Lucas 11:22.) Ele está absolutamente sem defesa. A única coisa que o cristão
deve temer é o medo.
Satanás,
esse velho mentiroso e impostor, tentará fazer você pensar que ele vai se
vingar. Ele dirá que irá atacar você e sua família com uma doença, acidente ou
outra coisa pior. Mas você pisará nele "e nada absolutamente vos causará
dano" (Lucas 10:19).
Quando não
prestamos atenção às mentiras que os demônios sussurram em nossos ouvidos,
eles nos atacarão com mentiras na boca dos homens. Sempre há alguém me
perguntando: "Você já ouviu falar do Dr. Fulano e do Sr. Beltrano (líderes
no ministério de libertação)? Soube que eles arruinaram a carreira por terem
mexido com demônios. Nenhuma igreja os está convidando mais." Mas sei de
fato que estes homens de Deus são muito mais procurados do que o tempo lhes
permite. São as mentiras do diabo, para criar medo.
Uns pastores
conhecidos meus começaram no ministério de libertação, e o diabo lhes disse que
iriam perder membros ou que os novos membros diminuiriam. Sem dúvida, o diabo
fará com que alguns fiquem ofendidos ou com medo, mas quando um pastor começar
a defender seu próprio reino à custa de desobediência à Comissão de Cristo,
ele perderá muito mais do que espera ganhar.
"Você
está sabendo que o Pastor X está expulsando demônios dos cristãos?" Se o
diabo não puder derrubá-lo com táticas de medo e mentiras, ele irá usar a
crítica na boca dos outros. Dois pastores estavam conversando; o primeiro
disse: "Temos de tomar muito cuidado nestes dias com as doutrinas e
ensinamentos falsos. Ei, você está sabendo que um pastor chamado Hammond está
por aqui expulsando demônios dos cristãos". (O segundo pastor deixou de
dizer: "Hammond está ministrando libertação ao meu próprio
rebanho.") "Só o que ele pensa é no diabo, e eu creio que devíamos
fixar nossos pensamentos em Jesus." Oh! como o diabo gosta de conseguir
pegar alguém para repetir isso! O diabo experimentará qualquer truque para
impedir o povo de Deus em sua luta espiritual... pois ele ganha muito com isso.
Os Requisitos Pessoais do Ministro de Libertação
Jesus
aconselhou Seus seguidores a levar em conta o preço que iam pagar por serem
Seus discípulos. Servir ao Senhor requer sacrifícios pessoais. Se alguém não
está pronto a pagar o preço, nunca deveria comprometer-se. Considere alguns dos
requisitos para o ministro de libertação:
(1) Tempo:
A libertação toma muito tempo. Isso é verdade do ponto de vista do tempo
usado com uma pessoa e por causa do grande número de pessoas a quem o ministro
precisa servir. A procura de libertação é tão grande hoje em dia que quem se
entrega a esse ministério vai entender logo por que foi dito de Jesus:
"Tendo
entrado numa casa, queria que ninguém o soubesse; no entanto, não pôde
ocultar-se." (Marcos 7:24.)
(2) Energia:
Há casos em que o ministro de libertação ficará ocupado por horas sem fim.
Muitas vezes nossa equipe de libertação ficou ocupada até depois da meia-noite
e ainda havia gente nos esperando. Há casos, raros, que levaram 16 horas por
dia, por mais de uma semana. Nessas ocasiões, recebemos força extra do Senhor.
Mas os ministros de libertação podem procurar descanso como Jesus e Seus
discípulos:
"E ele
lhes disse: Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles
não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e
vinham." (Marcos 6:31.)
(3) Paciência:
Sempre há aqueles que não conservam sua libertação. Eles demoram em
aprender e têm de ser ensinados e encorajados vez após vez. É uma tentação
passar tempo com aqueles que são mais promissores, mas o Senhor quer que sejamos
pacientes com os que demoram a aprender.
O Ministro Tem de Ser Dedicado
Se alguém já
se entregou a esse ministério ou se está pensando em fazê-lo, lembre-se de que
precisa dedicar-se a ele por completo. Dedique-se a Cristo e aos outros. Quando
os discípulos de Jesus falharam na libertação do rapaz lunático, eles
procuraram saber qual a razão da falha. Jesus deu-lhes a resposta dizendo:
"Jesus
exclamou: O geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? até
quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino." (Mateus 17:17.)
Jesus disse
que eles eram "incrédulos". Literalmente, a palavra significa
desleal ou inconstante. Eles foram culpados por não serem completamente
dedicados a Cristo. Mais ainda, ele os chama de "geração
perversa". Aqui, a palavra "perversa" significa
"deixado de lado". Os discípulos se interessavam mais por outras
coisas do que pelo Reino de Deus. No registro paralelo lemos, no contexto, que
os discípulos estavam disputando entre eles mesmos sobre quem seria o maior.
Por isso, Jesus achou-os inconstantes. Não é surpreendente que lhes faltasse
poder.
1. Carinhoso e Sábio
O ministro de libertação deve possuir também uma genuína
compaixão pelos outros. O ministro terá muitas oportunidades para mostrar o
caráter verdadeiro de seu amor. Deve estar sempre pronto a ir a segunda milha
e virar a outra face. Em nosso ministério tem sido necessário convidar pessoas
para ficarem em nossa casa por um tempo para experimentarem um ministério
adequado. Isso requer amor, mas também necessita sabedoria.
Às vezes, os
demônios em determinada pessoa tentarão tomar conta do nosso lar, dominar
nossa vida e ferir-nos com palavras de acusação e condenação. Não
expressaremos nosso amor pela pessoa se cedermos às pressões impostas pelo
demônio. Uma vez libertada, a pessoa ficará sensibilizada com o fato de que
você reconheceu a diferença entre a pessoa dela e a dos demônios que falaram ou
agiram por meio dela.
2. Livre de Culpa
O próprio
ministro de libertação deve estar livre de interferência demoníaca antes que
esteja qualificado para ministrar aos outros. Se não se submeteu à libertação
necessária para si mesmo, ele sentirá resistência em seu interior, o que
influenciará seriamente sua própria eficiência. Aprendi essa lição ao ministrar
à minha esposa.
Nós reconhecemos
que os demônios eram responsáveis por certas tensões entre nós. Um dia, em
casa, sozinhos, resolvemos ministrar um ao outro nessas áreas. Quando mandei
que os demônios se desligassem dela, ela foi jogada ao chão e os demônios
começaram a falar por meio dela. Eu sabia que era culpado daquilo de que o
demônio me acusava. Fiquei tão tomado por aquela condenação que não podia
continuar com a libertação. Foi necessário eu confessar meu pecado, pedir-lhe
perdão e ser ministrado por ela antes que eu pudesse continuar sua libertação.
Isso nos uniu com amor e perdão, fechando a porta às interferências do inimigo.
3. Carregar o Fardo dos Outros
O ministro
de libertação ouvirá muitas histórias de atos e de atitudes pecaminosas. Ele
pode ministrar a líderes respeitados na Igreja que nunca compartilharam com
ninguém os conflitos e as falhas do seu íntimo. Essas são as vezes em que ele
ministrará sozinho por causa da natureza confidencial do caso, levando, desse
modo, as cargas de outros, cumprindo, assim, a lei de Cristo.
O que o
ministro ouve não influenciará suas relações com a pessoa. Ele não se lembrará
dos pecados que Cristo perdoou nem refletirá nas coisas sórdidas, agora limpas
pela libertação. O ministro de libertação deve ser semelhante ao sacerdote do
Antigo Testamento que comeu as ofertas pelas culpas e pelos pecados.
Segundo
Números 18:8ss., somente Arão e seus filhos podiam comer dessa oferta,
"todo homem o comerá". Outras ofertas podiam ser comidas pela casa do
sacerdote, mas somente os homens podiam comer as ofertas separadas por Deus: as
ofertas pelo pecado e pela culpa. Era seu dever comê-las. O "h o
m e m" representa força. É preciso uma pessoa forte para exercer esse
ministério.
O Novo
Testamento ensina que todos os crentes são sacerdotes. Sendo sacerdotes, é seu
dever "comerem" as ofertas de pecado e culpa dos outros. O que nos é
trazido em espírito de confissão e arrependimento é consumido e não
compartilhado... nem mesmo com os familiares.
"Irmãos,
se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o,
com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai
as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo." (Gálatas
6:1, 2.)
4. Com Oração e Jejum
Jesus deixou
bem claro que alguns tipos de demônios são mais fortes que outros, pois Ele
disse:
"Respondeu-lhes:
Esta casta não pode sair senão por meio de oração [e jejum]." (Marcos
9:29.)
Os
discípulos tinham falhado na libertação de um jovem com um espírito mudo. Em
essência, Jesus atribuiu a falha deles à falta de dedicação espiritual. Nós
também podemos falhar pela mesma razão. Jesus indicou a oração e o jejum como o
remédio para seu estado espiritual. O conceito de jejuar está sendo restaurado
na Igreja de hoje. Jejuar não é uma maneira de negociar com o poder de Deus,
mas uma maneira de crucificar a carne, de modo que a afeição completa da
pessoa seja colocada nas coisas celestes e não nas terrenas. Sem jejum e
oração, ninguém desenvolverá os recursos espirituais adequados para todos os
encontros com o inimigo.
As Bênçãos e os Benefícios
Não devemos
deixar o leitor com a impressão de que o ministério de libertação é somente
trabalho e sacrifício. Hã muitas ocasiões alegres. A sessão de libertação em si
é uma oportunidade para louvor. A Palavra de Deus tem lugar proeminente, pois
ela é a "espada do Espírito" que atravessa o inimigo. Muito
das Escritoras é usado para ensinar, corrigir instruir e exortar.
Também há
orações inteligíveis e orações no Espírito: orações de petição, intercessão,
gratidão e louvor. Há cânticos que exaltam a Cristo e Seu sacrifício e cânticos
de adoração. Há regozijo por causa dos cativos libertos, enquanto a emoção da
vitória expressa-se em crescendos de louvor.
Quando a
libertação é ministrada numa atmosfera dessa, o poder é gerado e quebra a
resistência do inimigo. Jesus é colocado em primeiro lugar, e os servos do
Senhor são fortalecidos e edificados.
Por meio
desse ministério, tenho encontrado algumas das pessoas mais lindas da família
de Deus. É um estímulo descobrir quantos cristãos estão procurando a expressão
máxima na vida espiritual. Toda falsidade e todo pretexto são deixados de lado
e ficamos conhecendo realmente as pessoas. Eu nunca poderia pôr um preço no
valor das amizades formadas pelos contatos abertos pelo ministério de
libertação.
Há muita alegria ao vermos as multidões sendo
levadas à vitória. Antes, a parte mais frustrante do meu ministério pastoral
era a de aconselhamento. Eu ia pronto para escutar, oferecer opiniões e
encorajamento, mas na maioria dos casos não havia remédio. Agora que estamos
chegando às raízes dos problemas, há respostas onde antes não havia. Os
cristãos estão sendo libertados de sua vida arruinada e derrotada e levados à
estabilidade e à plenitude.
Muitas vezes
tenho comentado que uma das grandes bênçãos que recebi por meio desse
ministério é a linha bem clara de demarcação entre o reino da luz e o reino das
trevas. Fiquei mais sensível às coisas espirituais. Os truques satânicos são
discernidos com mais facilidade. O caminho da justiça de Deus e mais definido
do que nunca. É mais fácil evitar participação nos conflitos carnais com os
outros e conservar a luta nas regiões celestiais