Rebecca:
Tanto é debatido, como é mal
entendido o assunto sobre as doenças demoníacas que afligem o corpo humano. Não
estou tentando, aqui, estabelecer debates, porque sei que é impossível. Como
médica, desejo apresentar a você, leitor, alguns versículos e as experiências
que tive nesta área. Quero dividir com você o que o Senhor me ensinou sobre o
problema. Estou consciente de que alguns líderes ensinam que todas as
doenças físicas são resultados direto de infestação demoníaca e que a única
cura é através da libertação. Outros, porém, partem para o extremo dizendo que
cristãos não podem ser tocados por demônios.
Sendo médica, me regozijo ao ler o
livro de Lucas, vejo nele muitas áreas que foram escritas sob o ponto de vista
de um médico. Ele é cuidadoso para mostrar diferenças nas áreas sobre
enfermidades que os outros autores não tiveram a mesma preocupação. Vejamos o
que diz a Palavra de Deus:
“E,
[Jesus] descendo com eles, parou numa planura onde se encontravam muitos
discípulos seus e grande multidão do povo, de toda a Judéia, de Jerusalém e do
litoral de Tiro e de Sidom, que vieram para ouvi-lo e ser curados de suas
enfermidades; também os atormentados por espíritos imundos eram curados.”
(Lucas 6.17-18).
Verifique que aqui é feita uma
distinção clara de doenças que foram curadas e de outras que também foram
curadas como resultado da saída de demônios.
“Naquela
mesma hora curou Jesus a muitos de moléstias e flagelos e de espíritos
malignos; e deu vista a muitos cegos.” (Lucas 7.21).
Novamente, neste versículo, podemos
ver a mesma distinção sendo feita. Lucas mostra, neste dois relatos que algumas
doenças são puramente físicas e outras, são causadas por demônios.
“Quando
se ia aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus
repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.”
(Lucas 9.42).
“Deixando
ele a sinagoga, foi para a casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se
enferma, com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela. Inclinando-se ele para
ela, repreendeu a febre, e esta a deixou; e logo se levantou, passando a
servi-los.” (Lucas 4.38-39).
As expressões em destaque, mostram
claramente a diferença. No primeiro caso, Jesus curou ao expulsar o espírito
imundo. Já no segundo, Ele curou expulsando a febre física.
Os demônios podem e causam
doenças, contudo, nem todas as doenças são demoníacas, embora uma
quantidade significativa seja. Devemos lembrar que, tanto a morte física, como
a espiritual, foram resultado da queda de Adão. A alteração em nossos corpos
físicos causada pelo pecado, torna-nos vulneráveis à uma série de doenças
físicas. O Senhor me ensinou muito sobre esse assunto. Os demônios são
“experts” em manipular bactérias e vírus e colocá-los nos corpos humanos, mas
eles também podem afetar o corpo diretamente. Eles podem prejudicar um corpo ao
nível molecular. Podem causar um estrago devastador a vários órgãos sem alterar
o aspecto das estruturas celulares quando vistas por nossos microscópios. O
estrago feito, exige tratamento com remédios e nutrição, etc. Porém, os médicos
só podem saber o que está errado com o paciente e que medidas deverão ser
tomadas apenas pela revelação do Senhor. Pouquíssimos são os médicos
cristãos que se dispõe a depender completamente do Senhor. Eu não estou
alegando que o tratamento de um determinado paciente seja feito sem os testes
apropriados para se designar a doença. Mesmo assim, qualquer médico, admita ou
não, presencia casos em que todos os diagnósticos não dão a resposta para o que
está errado com o doente. Nestes casos, se torna responsabilidade do médico a
orientação do Senhor através da oração e do jejum.
Uma das mais notáveis experiências
que presenciei, neste tipo de estrago demoníaco, foi um caso que aconteceu
perto do fim do meu treinamento.
Na época eu era responsável pelo
CTI, Bob, um homem de trinta e cinco anos, deu entrada na unidade, vindo de um
hospital de uma cidade das redondezas onde estivera hospitalizado por uma
semana. Ele adoecera de repente e atingia níveis altíssimos de febre. Os
médicos que cuidavam dele, foram incapazes de descobrir a causa da doença.
Também, não consegui descobri a causa da mesma, quando o examinei no dia em que
foi internado, mas era óbvio ele estava extremamente doente. Ao iniciarmos a
bateria de testes, comecei a pedir fervorosamente ao Senhor para revelar-me o
que estava errado com ele e pedi, também outros especialistas para examiná-lo.
Na manhã do dia seguinte ele, repentinamente, saltou da cama declarando que
deixaria o hospital naquele momento, porque se não o fizesse seria morto. Não
importava o que falássemos, nada mudaria a mente dele. Finalmente, o médico
particular de Bob, conseguiu uma ordem impedindo a sua saída pelo menos nas
próximas setenta e duas horas. Quando ela foi anunciada, Bob, imediatamente
“rodopiou” e caiu na cama fixando o olhar no teto e murmurando coisas
incoerentes sem responder a estímulos. Permaneceu assim, nos dois dias que se
seguiram, enquanto sua condição física deteriorava.
Finalmente, no terceiro dia de
manhã, enquanto me preparava para o trabalho, o Senhor me falou que Bob era, na
realidade, um sacerdote superior de uma cidade próxima, e a doença dele era
causada pela disciplina satânica. No entanto, ele queria sair do hospital
porque estava sendo atacado por “David”, um sacerdote superior local que era
médico no hospital. Dois sacerdotes superiores jamais ficam no mesmo território
a não ser por mútuo consentimento. Se assim não for, entram numa batalha até à
morte. Bob sabia disso e nas condições em que estava não teria chances contra “David”.
O Pai me disse para ir e amarrar os demônios que estavam atando e confundindo a
mente de Bob e também dizer que sabia quem era e o que estava acontecendo e que
compartilhasse o evangelho com ele. Esperando, ardentemente ter ouvido
corretamente a voz do Senhor fui fazer-lhe a vontade naquela manhã.
Assim que entrei no quarto de Bob
naquele dia, certifiquei-me de que não havia mais ninguém com ele e fechei a
porta. Tentei fazer com que ele me respondesse mas não o consegui. Ele
continuava com os murmúrios incoerentes. Assim, apoiando meus braços na grade
da cama dele, disse:
“Vocês demônios que atam a mente e
causam confusão, o meu mestre Jesus enviou-me para amarrá-los, e agora eu o
faço no nome de Jesus Cristo. Ordeno que vocês não mais aflijam este homem.”
O resultado foi tremendo. No mesmo
instante, os murmúrios de Bob cessaram e ele se voltou para mim completamente
lúcido. “Bom dia”, ele disse, “você quer alguma coisa?”
“Sim! Tenho uma mensagem do Deus
Altíssimo para você.” Comecei a dizer-lhe as coisas que o Pai me dissera e
depois, rapidamente compartilhei o evangelho com ele.
“Bob! Você precisa entender que a
sua única esperança é Jesus. Satanás está determinado a matá-lo. Continuar a
servi-lo apenas trará destruição a você, e o que é pior, a eternidade no
inferno.”
Ele olhou-me fingindo estar
surpreso: “Quem é você?! Você está louca! Não sei sobre o que você está
falando!”
“Ah! Sabe sim! O meu Deus não
mente.”
“Ah! Vá embora. Eu não quero nada
com Jesus.”
“Assim seja. Já que essa é a sua
vontade”.
Terminando de falar, deixei o
quarto. Daquele momento em diante Bob permaneceu completamente alerta e
orientado no tempo e no espaço. Devo admitir que perturbei os especialistas
querendo que eles me dessem uma explicação porque Bob estava consciente, mas a
condição física dele não apresentava melhoras. Ninguém foi capaz de me dar uma
explicação razoável.
No entanto, continuei a orar e a
jejuar intensamente por Bob pedindo que o Pai desse, pelo menos, mais uma
chance a ele. Quatro dias depois, Bob estava muito perto da morte, os seus rins
haviam parado de funcionar dois dias antes e o fígado trabalhava com
dificuldade. O coração falhava e os pulmões tinham sofrido infiltração. A
pressão sangüínea estava tão baixa que ele estava sob medicação intravenosa para
tentar mantê-la a um nível razoável. Com tudo isso, eu sabia que em pouco tempo
ele precisaria da ajuda de uma máquina para respirar. Ele tinha dores contínuas
e nós não as podíamos controlar. Então o Pai falou-me novamente para ir mais
uma vez e compartilhar o evangelho com ele.
Procedi da mesma maneira que
anteriormente. Certifiquei-me de que ele estava sozinho no quarto. “Bob você
está morrendo! Não está vendo? Você não vê que talvez seja a hora de ser
honesto comigo?”
“Sim. Talvez você tenha razão.”
“Você se lembra da nossa conversa
quatro dias atrás?”
“Sim. Lembro muito bem. Você
estava certa. Sou um sacerdote superior e queria sair daqui porque sabia que
“David” poderia me matar.”
“Bob é preciso que você entenda
que sua única esperança é Jesus. Você não vai pedir que Ele o perdoe e
se torne Mestre ao invés de Satã?”
“Sim, mas acho que não me deixarão
fazê-lo.” “Por quê?”
“Porque Satã está aqui.” Dizendo
isso, moveu a mão para o lado oposto da cama em que estava parada. Não pude ver
nada, mas o meu espírito sentiu a presença dele.
“Não. O Senhor já o amarrou. Você
quer um sinal de que o que eu estou falando é verdade?” (O Senhor havia dito
que eu poderia expulsar o demônio da dor como sinal de que o que eu estava
falando era verdade. Ao expeli-lo, Bob sentiria um alívio imediato da dor).
“Não. Só o fato de você ser louca
o bastante para ter vindo aqui e correr riscos como estes, já é o bastante para
mostrar-me.”
Assim, com lágrimas rolando pela
face ele tomou minha mão e com voz tremulante, pediu a Jesus para perdoá-lo e
tornar-se o seu Mestre. Depois virou para o outro lado da cama e dirigindo-se
diretamente a Satanás, disse-lhe que não mais o serviria independentemente do
que acontecesse.
Sob a direção do Senhor eu
expulsei os demônios responsáveis pela febre, dores, paralisação dos rins, etc.
As dores cessaram imediatamente, e pela primeira vez, em muitos dias, ele já
não as sentia. Passadas as duas horas ele não mais precisou de remédio para a
pressão. Saiu do CTI dentro de dois dias e em menos de duas semanas ele recebeu
alta completamente curado! Os especialistas atribuíram a causa da doença a um
“vírus”. É o diagnóstico usado com freqüência, quando não se sabe realmente a
causa de uma determinada moléstia.
Várias vezes, fico pensando nos
inúmeros pacientes que morreram de enfermidades devastadoras, sem que as mesmas
fossem realmente diagnosticadas. Normalmente, casos assim, são atribuídos a
“vírus”. Os médicos cristãos deveriam, seriamente, com muita oração e jejum
buscar orientação e a revelação em tais casos. O capítulo 5 de Tiago nunca é
levado a sério, nem pelas igrejas, e nem pelos médicos. Freqüentemente a única
maneira de curar as feridas e doenças demoníacas é pela oração da fé e pela
unção com óleo.
Uma outra maneira comum dos
demônios afligirem os corpos das pessoas é através da dor. Ela pode variar na
intensidade, mas normalmente é devastadora e a causa não é encontrada pela
medicina. Toda vez que examino um paciente que experimenta muita dor e eu não
consigo descobrir a causa, imediatamente começo a buscar de Deus a revelação,
e, normalmente, descubro que a fonte é demoníaca. Sempre que os satanistas
lutam entre si usando os poderes da feitiçaria, o perdedor, quase sempre,
termina na sala de emergência de algum hospital com dores agudas e a causa não
é descoberta. Os demônios nem sempre infligem danos físicos ao mesmo tempo que
causam dores. Também não precisam estar dentro do corpo para causá-las.
Os cristãos também podem ser
afligidos com este tipo de dor e normalmente não sabem que o problema é
demoníaco ou de onde os demônios estão vindo. Eles são enviados pelas bruxas,
e, em geral afligem a pessoa do lado de fora do corpo. Isso acontece,
especialmente com aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo. Da mesma
forma, os espíritos humanos (mostrados na figura F do capítulo 14) podem
prejudicar uma pessoa quando a porta do ódio está aberta. Presenciei casos em
que o dano causado a uma determinada pessoa era resultado do ódio direcionado a
ela. Nestes casos, basta uma simples unção com óleo e oração pedindo ao Senhor
para guardar a pessoa do ódio enviado a ela. Quando tudo o mais falha, esta
atitude tem se mostrado bastante efetiva.
Um bom exemplo é o caso de um
jovem, de trinta e poucos anos, a quem chamarei de John. Ele deu entrada na sala
de emergência, uma noite, reclamando de dores agudas no peito. Parecia um caso
típico de infarto. Internei-o e iniciei inúmeros testes que demonstraram estar
tudo normal. Duas semanas depois de receber alta, ele voltou ao meu
consultório, à tardinha, agonizando com a mesma dor. Assim, suspeitei que ele
fosse um satanista que estava perdendo uma batalha. No momento, ainda, não
recebera uma revelação clara do Senhor. Após terminado todos os testes
possíveis no hospital em que trabalhava, mandei-o para uma cidade mais próxima
para ser avaliado pelos cardiologistas da mesma. Internaram-no em um hospital
local e realizaram mais testes. Fizeram, também, o que é chamado de cateterismo
onde um cateter é introduzido nas artérias do coração para verificar se o fluxo
sangüíneo está sendo bloqueado, e mesmo assim, tudo estava normal.
Depois desta completa avaliação,
John retornou para me ver. Estava por demais desencorajado, porque ainda sentia
dores freqüentes no peito. Com a orientação do Senhor, assentei-me com ele e
diretamente o desafiei com o fato de que eu pensava ser ele um satanista e que
a dor era o resultado de uma luta demoníaca entre ele e uma outra pessoa. Ele
ficou tão assustado, que nem mesmo tentou negar o que eu estava dizendo.
Conversamos muito e eu compartilhei o evangelho com ele e disse que a única
esperança era Jesus Cristo. Mas, infelizmente aquele jovem queria o poder a
qualquer preço. A despeito de tudo o que acontecera, ele ainda estava
determinado a ficar no satanismo. John reconheceu que sabia que a causa de sua
dor era a luta demoníaca. Finalmente, para fugir de um outro satanista mais
forte, ele se mudou para outro estado e começou a participar de uma outra
Assembléia tentando adquirir mais poderes. Oro sempre por ele, e fico pensando
no que estará lhe acontecendo. Como é triste ver uma vida desperdiçada por
causa da luxúria do poder.
Os diversos problemas emocionais
causados por demônios, são intermináveis. Contudo, novamente aqui, não podemos
responsabilizá-los por todos as desordens emocionais. Estive em contato com
muitos cristãos que foram grandemente prejudicados quando outros disseram que a
origem de seus problemas eram demoníaca, quando, na verdade, os mesmos estavam
sofrendo uma reação natural de “stress” em suas vidas. Nunca devemos esquecer
que somos seres humanos. Não é o fato de sermos cristãos que nos torna
“super-seres” não suscetíveis à fraqueza e as reações do “stress”.
Penso que devemos discutir, aqui,
sobre um dos problemas que mais aflige a raça humana, a depressão. Muito é escrito
sobre ela na Bíblia.
“Por
que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. Sinto abatida
dentro em mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e
nos montes do Hermon, e no outeiro de Mizar.” (Salmos 42.5-6).
Tanto nos Salmos como em outros
livros, há inúmeras referências sobre a depressão. Esta é uma batalha real, e
nós somos seres humanos. Sou tremendamente grata a Deus por ter incluído tais
versículos na Palavra d’Ele. Veja os seguintes versos:
“Desperta!
Por que dormes, Senhor? Desperta, não nos rejeites para sempre. Porque escondes
a tua face, e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? Pois a nossa
alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo como que pegado no chão.” (Salmos
44.23-25).
Se um crente, verdadeiramente
nascido de novo, tenta me dizer que nunca sentiu as emoções expressadas nestes
versos, devo dizer que o mesmo nunca se dispôs a estar numa batalha espiritual
pelo Senhor ou está mentindo.
Olhe a tremenda honestidade com
que o apóstolo Paulo escreveu:
“Porque
não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tributação que nos sobreveio
na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da
própria vida. Contudo, já em nós mesmos tivemos a sentença de morte, para que
não confiemos em nós, e, sim no Deus que ressuscita os mortos.” (II Coríntios
1.8-9)
São muitas, muitas as causa da
depressão, mas infelizmente, as pessoas envolvidas nos ministérios de
libertação dizem que toda depressão é demoníaca. Penso que isto seja
porque nós, os humanos, sempre procuramos as saídas mais fáceis de qualquer
situação. Se toda depressão é demoníaca, então a solução é simples: expulse os
demônios que a depressão acabará! A maioria dos casos sérios de depressão que
presenciei não foram resultado de demônios possuindo uma pessoa.
A causa mais comum que já vi para
depressões graves é o resultado direto da falta de controle da mente (assunto
discutido no capítulo 16). A Palavra de Deus claramente nos mostra que devemos
levar cativos todos os pensamentos à obediência de Cristo (II Coríntios 3-5).
As pessoas que ficam seriamente deprimidas (incluindo os cristãos) quase nunca
obedecem esta ordem direta do Senhor. Recebem em suas mentes quaisquer
pensamentos enviados por Satanás e seus demônios. Nunca param para avaliá-los
ou relacioná-los com a realidade da situação. Também não analisam essa situação
com a Palavra de Deus. Aceitam todos os pensamentos como se fossem seus. Em
resumo, são preguiçosos! Deixam suas mentes deslizarem sob uma
passividade preguiçosa e ficam num estado de tremendo tormento emocional
causado pelas forças demoníacas.
A luta para reconquistar o
controle de sua mente é uma das mais difíceis batalhas que você enfrentará, mas
o esforço valerá a pena. O fato de ser uma médica cristã se espalhou e eu pude
ver muitos casos de depressão no exercício da medicina. Todos eles melhoraram,
consideravelmente, com a observação dos passos em direção ao controle da mente,
apresentados no capítulo 15. Por favor, note como Davi agia no Salmo 42.5:
“...eu ainda o louvarei...” Ele estava usando a vontade para subjugar os
pensamentos de depressão que estavam em sua alma (mente). Ele declarava que
louvaria o Senhor. O louvor desempenha um papel importante para vencer a
depressão. Reveja a minha própria experiência ao final do capítulo 14.
Existem outras causas comuns para
a depressão e entre elas podemos citar: A perda de entes queridos, doenças
físicas e fraqueza, grandes e adversas mudanças na circunstância da vida e,
naturalmente, a exaustão pelo envolvimento na guerra espiritual. Todos os
envolvidos na batalha espiritual devem ser extremamente sensíveis e
obedientes à liderança do Senhor. Quando Ele disser: Pare! O melhor a fazer
é obedecer e descansar. Mesmo que julgue o descanso desnecessário, a sua
obediência evitará que você seja abatido rapidamente. O que quero dizer é que
você pode sofrer sérias dificuldades físicas ou emocionais (isto no que diz
respeito à área de | relacionamento com os outros), ou poderá cometer equívocos
ou ser enganado por não estar alerta como precisaria estar. Muitos se esquecem
de que ainda são humanos e sujeitos a fraquezas e limitações. Se permitirmos ao
Senhor nos orientar nestas áreas, evitaremos tremendos transtornos.
Um dos mais poderosos demônios que
já encontrei, entraram em uma 1 pessoa através do incesto e de outras
determinadas perversões sexuais como o sadomasoquismo, tão comum entre os
adeptos do “rock heavy metal”.
Estes poderosos demônios são
capazes de habitar as três áreas dos seres humanos: corpo, alma e espírito.
Deixe-me dar-lhe um exemplo disto.
Numa tarde, em meu consultório,
recebi um telefonema de um pastor em uma cidade vizinha. Ele perguntou se eu
era “a médica envolvida no ministério de libertação”. Ao receber a minha
afirmação ele disse que precisava que eu examinasse uma jovem naquele dia.
Concordei, e eles chegaram ao meu consultório algumas horas depois no final de
meu expediente.
Jane (não é esse o nome real dela)
era uma mulher jovem de vinte e cinco anos que já estava casada havia uns dois
anos. O marido era um homem inteligente e um pouco mais velho, e ambos, cerca
de um ano antes de se casarem, tinham entregue suas vidas a Jesus e
freqüentavam a igreja regularmente. Eles procuraram o pastor e o assistente
dele para aconselhamento, porque Jane era completamente frígida e, por isso,
eles não haviam ainda, consumado o casamento.
O pastor e outros membros da
igreja, três dias antes de virem a mim, discerniram corretamente que o problema
era demoníaco e estavam dispostos a libertar Jane. Não conseguindo fazê-lo,
Jane, como conseqüência, nas quarenta e oito horas anteriores, havia perdido
todo o controle do corpo.
Ela balbuciava constantemente
coisas sem nexo e não era capaz de controlar as funções físicas como comer e
beber. Não sabia nem mesmo quem era ou onde estava.
Eles estavam apavorados porque o
marido dela recebera um telefonema dos pais de Jane. Eles eram dominadores e
disseram que chegariam no dia seguinte para levar a filha com eles e...
“interná-la em um hospital psiquiátrico que era o lugar dela.” Ser colocada em
um lugar daqueles era a última coisa que ela precisava no momento. O
tratamento à base de drogas fortes e a provável terapia do eletrochoque
causariam apenas mais danos. Que situação! As implicações legais eram tremendas
e o meu desejo sincero era pedir-lhes para desistirem. Entretanto, fiquei
profundamente impressionada de ver o compromisso daquele marido de permanecer,
por mais de dois anos, em um casamento não consumado. Pude notar, também, que
ele estava desesperado. Assim, disse-lhes que precisava de vinte minutos para
consultar a vontade de Deus e ver o que poderia ser feito.
Subi as escadas e cai de joelhos
diante do Pai, buscando sinceramente, a vontade do Senhor na oração. Quase que
imediatamente, Ele me deu paz completa e disse que estava disposto a libertar
Jane. O Senhor revelou-me que ela estava possessa por um dos mais poderosos
demônios que habitam as três áreas na vida humana. As pessoas que tentaram
libertá-la não haviam constatado isso e assim não foram felizes na tentativa. O
que tinham feito era agitar o demônio e este, por sua vez, estava tentando
matá-la antes que pudesse ser expulso. O Senhor abriu-me os olhos espirituais
permitindo que eu visse o que estava acontecendo tanto no cérebro como no corpo
de Jane. Era como se o cérebro dela estivesse rasgado por enormes garras que
tentavam despedaçá-lo. Outras áreas em seu corpo estava nas mesmas condições. O
Senhor instrui-me a ungir Jane com óleo, colocar minhas mãos sobre sua cabeça e
orar até que ela fosse liberta. Disse, também, que eu deveria, neste caso
particular, proibir que os outros colocassem, sobre ela, as mãos.
Voltei ao consultório e expliquei
aos outros as características do demônio e porque eles não foram capazes de
expeli-lo. Depois procedi como o Senhor me ordenara. Assentei-me no braço da
poltrona em que Jane estava e coloquei as mãos sobre sua cabeça. Imediatamente
a batalha estava iniciada. Em primeiro! lugar, precisei ganhar controle sobre
um demônio menos poderoso que estava balbuciando através dos lábios de Jane e
não a deixava descansar. Assim que ele saiu, ela ficou quieta. Contudo, ainda
estava completamente confusa. Muitos outros demônios queriam impedir tentando
tirá-la do alcance de minhas mãos, mas rapidamente foram expulsos. O último
deles manifestou-se aos berros:
“Você pensa que é esperta demais
não é! Mas nunca conseguirá expulsar Yurashuha! Ele é forte demais e está aqui
há bastante tempo”.
“Como Yurashuha entrou?” Perguntei
rapidamente. O demônio riu: “De um modo estupidamente fácil! Ele entrou
enquanto o pai de Jane fez sexo com ela quando era pequena.” O Senhor, no
entanto, já me revelara que aquela era a porta aberta em que aquele poderoso
demônio entrara.
É muito difundido entre os
profissionais da saúde que os abusos sexuais na infância são uma das causas
mais comuns de frigidez feminina. E isso é verdade, especialmente no que diz
respeito ao incesto. Na escola de medicina, ensinaram-nos, nos cursos de
psiquiatria, que a percentagem de mulheres que foram bem sucedidas com a ajuda
psiquiátrica é terrivelmente baixo.
Depois de vinte minutos, ou mais,
o pastor e os outros membros saíram dizendo que não tinham mais tempo a perder.
Confesso que fiquei mais aliviada. Foi uma experiência memorável para mim.
Enquanto assentada e com as mãos na cabeça de Jane pude sentir, ao orar e
louvar ao Senhor, o poder que fluía sobre mim e passava pelos meus braços e
mãos. Fiquei tão quente, especialmente nos braços e mãos, que me senti
desconfortável. Jane chegou a reclamar que minhas mãos estavam quentes demais e
que elas chegaram a queimar-lhe a cabeça. Era como se ela estivesse com
queimaduras de primeiro grau no couro cabeludo. Tudo isso desapareceu depois de
uma hora ou mais. A batalha terminara e eu havia ficado naquela posição por
mais de duas horas. Como sempre, o Senhor fora fiel e o último demônio saíra
gritando todo tipo de maldições.
Imediatamente depois da saída
dele, uma grande mudança se fez notar em Jane. Ela ficou completamente alerta e
orientada. O marido dela ficou na dúvida sobre a libertação, porque ela, em
alguns intervalos ainda estava um pouco confusa. Expliquei-lhe que o prejuízo
causado à mente dela ainda levaria um pouco de tempo para ficar totalmente
sarado. Assim, nos dias que se seguiram fiz muitos testes tanto para
tranqüilizá-los e também para ter a certeza de que não me esquecera de nada. A
cada dia eu via uma grande melhora nas condições de Jane. Todos os testes deram
resultado normal, do jeito que eu esperava. A completa recuperação se deu
dentro de um mês. A última vez em que vi aquele casal foi três meses depois da
libertação de Jane. Estavam muito felizes e o marido dela jubilante.
Disseram-me que estavam mantendo relações sexuais normais e que ela estava
grávida do primeiro filho. Não sei como agradecer ao Senhor pela tremenda obra
na vida daquele jovem casal!
O vasto reino de Satanás está além
da nossa compreensão. Devemos estar diariamente na inteira dependência do
Senhor para recebermos sabedoria e orientação. As pessoas são diferentes e os
ataques de Satanás são diferentes, também. Não somos espertos o bastante para desmascará-lo.
Oro, continuamente, para que o Senhor dê-nos sabedoria porque esta batalha é
real e se não estivermos em plena comunhão com o nosso “capitão”, poderemos
causar grandes feridas naqueles em que estamos tentando ajudar.
O caso de Jane faz-me lembrar de
um ponto que é triste dizer, mas muitas pessoas que ministram libertação tendem
a esquecer. É dito que Isaías 42 tem melhor descrição profética sobre Jesus:
“Eis
aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se
compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os
gentios. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvira sua voz na praça. Não
esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade
promulgará o direito. Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o
direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.” (Isaías 42.1-4).
“Filhinhos,
não amemos de palavras, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (I João
3.18).
Vi, muitas pessoas que não foram
libertas, ou quando muito, de modo parcial. E isto pela falta de amor daqueles
que ministram a libertação. Até que ponto você ama a pessoa que está
tentando libertar? Você a ama o suficiente para ficar assentado horas a fio e
trabalhar pacientemente em mais de uma sessão para que a mesma fique totalmente
liberta?
Seria capaz de levá-la para a sua
própria casa, se assim for necessário, para continuar a batalha? Você a ama o
bastante para levá-la a um lugar particular com o objetivo de evitar o
constrangimento para a mesma? Vocês, homens, amam a ponto de abrir mão do
orgulho e sair de uma sala quando é o momento de lidar com demônios ligados a
área sexual em uma mulher, e deixar com que elas cuidem do caso? Ou o seu
orgulho impede que você ouça o pedido do Senhor? Jesus não esmagaria a cana
quebrada. O amor sempre protege. Por que não pensar a respeito e procurar de
todo o modo possível proteger uma pessoa de todos os constrangimentos que
envolvem um trabalho de libertação? A saída de demônios poderosos assim como a
libertação de uma pessoa profundamente envolvida no satanismo não é algo que
possa ser feito em cinco ou dez minutos no altar em frente de toda a igreja ou
em frente às câmeras de uma TV. Nosso Deus é um Deus de amor e compaixão. Se
você não tem o amor e a compaixão por todas as pessoas que lida, então você não
é o mais indicado para um ministério de libertação. Se está “por demais
ocupado” para gastar tempo com indivíduos, então, não deveria estar
neste ministério.
Estes mesmos princípios se aplicam
a área da cura, seja de doença demoníaca ou física. Tiago 5 e Marcos 16 não
marcam tempo ou limite.
“Estes
sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: Em meu nome, expelirão demônios;
falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera
beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados.” (Marcos 16.17-18).
“Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração
sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o
enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão
perdoados.” (Tiago 5.14-15).
Porque nós estamos sempre com
pressa? Por que, normalmente pensamos que Deus trabalha na pressa? Não nos
mostra a Bíblia de capa a capa que Deus nunca se apressa? Vou falar,
claramente, porque estamos sempre com pressa - somos egoístas. A última coisa
que queremos perder, é o nosso tempo. Não são inúmeras as pessoas que vão ao
altar em fé e pedem aos anciões oração e não são curados? Ficaríamos
estarrecidos se soubéssemos a percentagem. Contudo, a baixa consideração do
mundo pela igreja deveria dar-nos uma indicação. No livro de Atos, descobrimos
que a consideração do mundo pela igreja era bastante diferente do que é agora.
“E
sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia
destes acontecimentos. Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo,
pelas mãos dos apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de comum acordo, no
Pórtico de Salomão. Mas, dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles; porém
o povo lhes tributava grande admiração. E crescia mais e mais a multidão de
crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor.” (Atos 5.11-14).
Estão vocês, anciões, dispostos,
pelo amor, passar trinta minutos, uma ou duas horas em oração, a fim de que uma
pessoa possa ser curada? Deus é tão poderoso que Ele pode curar
instantaneamente e, em algumas vezes, Ele o faz. Mas devido ao seu grande amor
e compaixão, Ele não age com freqüência, dessa maneira, porque isto causaria
uma tremenda reorganização celular em pouco tempo. Quantas pessoas não são
curadas porque os anciões são extremamente egoístas para passarem mais tempo em
oração por elas enquanto o Senhor trabalha?
“E
Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou
o menino curado. Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em
particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?... Mas esta casta de
demônios não se expele senão por meio de oração e jejum. “(Mateus 17.18,19 e
21).
Não é preciso amor e tempo para a
oração e jejum? Deus não escolhe curar ou libertar da mesma maneira em todas as
vezes. Se Ele o fizesse, logo não dependeríamos mais Dele e sim do método. Se
somos egoístas no que concerne sobre o tempo então não seremos capazes de discernir
a orientação do Senhor nesta área. O trabalho de Deus deve ser feito no tempo
d’Ele e não no nosso.
Há um outro tópico no que se
refere à cura que pouquíssimos estão dispostos a discutir:
“Porventura
não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças
as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?
Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em
casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do
teu semelhante? Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem
detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua
retaguarda. “(Isaías 58.6-8).
“Levai
as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gáliatas 6.2).
À luz destes versículos e de
outros, estou absolutamente convencida de que a razão de haver pouquíssimos
milagres na igreja de hoje é a recusa egoísta do povo de Deus em levar as
cargas uns dos outros.
“O
meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos
seus amigos.” (João 15.12-13).
Você já se perguntou se seria
capaz de dar a sua vida por um irmão ou irmã ao ficar de frente a uma arma de
fogo e ser baleado no lugar dele ou dela? Não precisa ser necessariamente
assim, há muitas outras maneiras. Veja tudo o que Deus listou em Isaías 58.6-8.
O que dizer de levar alguém para viver com você em sua casa? Isto realmente
choca! As pessoas gostam de manter a privacidade em suas casas, mas a realidade
é que nossas casas pertencem a Deus e são para o uso d’Ele. Isto significa, que
não temos direito algum sobre nossa “privacidade”. Há pessoas lá fora que,
muitas vezes, necessitarão ser trazidas para dentro de nossas casas.
Pouquíssimos cristãos sequer ouvem o pedido do Senhor para acolher alguém
porque são egoístas demais nesta área.
Está você disposto a dizer ao
Senhor, na enfermidade de um de seus irmãos: “Senhor deixe-me levar a carga de
meu irmão, deixe-me, literalmente, ter um pouco da fraqueza ou da dor para que
ele possa sarar mais rapidamente.” Sim, oramos pela cura e Deus cura; sim,
expulsamos Satanás e ele se vai. Mas estamos dispostos a levar as cargas
uns dos outros? Vocês estão entendendo, queridos? Penso que esta seja a maneira
de abrirmos mão de nossas vidas pelos outros. Também penso que ao agirmos
assim, Deus libertará através de muitas curas milagrosas. Em Isaías 58, ele diz
que quando procedemos dessa maneira “...a cura brotará sem detença...” (verso
8). Certamente que Deus tem todo poder nos céus e na terra. Em todos os casos
Ele tem o poder de curar e levantar os mortos. Porém, digo firmemente que em
muitos deles, Deus deixa de agir livremente, devido à nossa indisposição egoísta
de compartilhar as cargas uns dos outros. E, “...assim cumprimos a lei de
Cristo” (Gálatas 6.2).
Não muito tempo atrás, um irmão em
Cristo com quem trabalhava diariamente, machucou a coluna. O dano foi tão
grave, que o médico dele recomendara repouso absoluto. Sabia que ele era
grandemente requisitado no trabalho e assim orei pela cura, e disse ao Senhor
que se fosse da vontade d’Ele, eu estava disposta a compartilhar do
ferimento na coluna do meu irmão. Depois, envolvida nas atividades do dia,
esqueci completamente da oração.
Naquele dia, mais tarde, quando
levantei da cadeira, na pressa de sempre, retrai-me surpresa. Minha coluna doía
tanto, que mal eu conseguia me mover. Imediatamente perguntei ao Senhor o que
estava acontecendo e Ele, rapidamente, me lembrou da oração que eu fizera
naquela manhã. Ele estava permitindo que eu compartilhasse do sofrimento do meu
irmão. Naquela noite, o irmão chegou ao trabalho regozijando-se, porque podia
firmar-se sobre os pés, embora ainda sentisse dores.
Para o espanto de seu médico, o
Senhor o curou completamente nos cinco dias que se seguiram. Deixe-me dizer que
nem uma só vez eu me esqueci de orar pelo meu irmão naqueles cinco dias. Todas
as vezes em que tentava fazer qualquer movimento eu me lembrava de orar pela dor
que estava compartilhando. Quando o Senhor curou o meu irmão eu também fiquei
completamente curada. Este é um exemplo prático do que estou falando. Sei,
através do meu próprio treinamento médico, que a cura pode ser um processo
doloroso. Acredito que o Senhor possa retardar o processo da cura, devido à dor
que o mesmo acarreta. Se estivermos dispostos a compartilhar, a cura poderá
acontecer muito mais rapidamente.
A guerra é real, e as feridas
também. Devemos estar dispostos a ajudar uns aos outros. Quando alguém estiver
falando ou passando pelo processo de libertação, deixe que um outro, assentado
lá atrás, diga: “Senhor deixe-me levar a carga do meu irmão.”
Quero dar a você mais um exemplo.
Acolhi em minha casa uma jovem e bela mulher com quem conversei longamente. Ela
se envolvera na bruxaria, mas ficou completamente liberta. Ela tem o que chamo
de “um coração delicado.” E uma pessoa amável e gentil. Por causa do
envolvimento dela na feitiçaria, Satanás irá persegui-la o resto da sua vida. É
o que acontece a todos os que se comprometeram profundamente com ele. Esta
jovem mulher estava sendo terrivelmente bombardeada e ela não é forte
fisicamente. Ela é forte no Senhor, mas na personalidade é uma pessoa delicada
e tem um imenso amor no coração pelos outros.
Algumas pessoas são, por natureza,
mais lutadoras do que outras. Deus tem uma série de ministérios. Esta jovem
mulher não é, por natureza, uma lutadora mas mesmo assim, está gastando
todo o tempo e a energia ao se posicionar contra os ataques demoníacos. Ela foi
criada para ministrar gentileza e amor e não lutar como uma guerreira.
Fiquei bastante transtornada após
minha conversa com ela. O meu coração ficou partido e eu cheguei diante de Deus
com lágrimas e perguntei: “Pai, por quê? Pessoas com um coração desses é coisa
rara, o amor dela é necessário entre o teu povo, por que ela precisa gastar
tempo e energia guerreando?” A resposta de Deus foi: “Porque o meu povo não
está disposto a levar a carga dela.” Se as pessoas na igreja dela estivessem
dispostas a compartilhar a sua carga, ela estaria livre para ministrar a
gentileza e o amor e não precisaria ficar lutando o tempo todo. Aqueles que
Deus levantara com personalidade e força estariam lutando por ela e, em troca,
ela estaria ministrando com os dons recebidos de Deus, e tudo seria uma grande
bênção para todos. Assim, Satanás não a atacaria tão duramente porque
descobriria que seus ataques seriam inúteis. Não quero dizer com isso que ela
não tenha o poder de Cristo para resistir os ataques, na verdade, ela o tem,
mas precisamos compartilhar.
Esta é uma guerra de estragos! Que
possamos levar as cargas uns dos outros. Isto significa ser parte do corpo, do
corpo de Cristo. É o que isso significa.